A Odisseia dos Tontos envolve com humor politizado de revanche popular
Na América Latina, os planos econômicos que visam a salvar a economia acabam sempre estourando do lado dos mais fracos e que já estariam acostumados a serem ludibriados, como tontos. Aqui no Brasil, o plano Collor foi um exemplo dramático de situações terríveis, provocadas pelo confisco do dinheiro poupado pelo cidadão. Na Argentina, em 2001, houve o corralito, que segurou os dólares, limitando drasticamente o seu uso e transformando-os em pesos, que perdiam valor. Como também aconteceu – e acontece – por aqui, informações privilegiadas de pessoas poderosas e dos bancos favoreceram uns e acabaram com a vida de outros. É nesse contexto de crise econômica que desempregados e subempregados do filme “A Odisseia dos Tontos”, em busca de sobrevivência, conseguem juntar dólares para reformar e reavivar uma cooperativa agrícola, até que o corralito, associado a uma manobra bancária escusa, acabou com a economia deles de vez. Só que eles dizem “Chega!” e prometem fazer de tudo para encontrar o dinheiro que lhes foi roubado, arquitetando uma revanche dos perdedores, os tontos. Se o filme começa bem político, acaba se transformando em uma aventura em forma de comédia. Mas que mantém o espírito crítico e a ironia, associados a uma forte raiva de se sentir, mais uma vez, passado para trás. Tudo acontece numa pequena vila da província de Buenos Aires, onde afinal todo mundo acaba se conhecendo e sabendo de tudo que se passa. Desse modo, as estratégias possíveis são ampliadas e viabilizadas, embora as consequências também o sejam. A trama é muito bem construída, revelando, uma vez mais, que a Argentina tem escritores e roteiristas muito bons para relatar histórias e relacioná-las ao ambiente social, econômico e político do país. O diretor Sebastián Borensztein já tinha realizado o delicioso “Um Conto Chinês”, em 2011, e dirigiu também um episódio de “Relatos Selvagens”, de 2014, enquanto o roteirista Eduardo Sacheri, em cujo livro o filme é baseado, também escreveu “O Segredo dos Seus Olhos”, vencedor do Oscar de Melhor Filme em Língua Estrangeira de 2010. Sucessos de público no Brasil. Aqui, eles trabalham com um elenco magnífico, liderado por Ricardo Darín (que estrelou os três filmes citados), com participação de seu filho, Chico Darín, e que tem Luis Brandoni, Andrés Parra, Verónica Llinás e muitos outros bons atores e atrizes. Isso resulta num filme bem equilibrado, convincente nas atuações e com um bom ritmo, capaz de envolver o espectador na história. “A Odisseia dos Tontos” teve sua première nacional na Mostra de São Paulo e foi escolhido pela Argentina para representar o país na disputa pelo Oscar de filme internacional. A Argentina costuma indicar produtos fortes nessa disputa, desta vez, porém, por melhor que seja o longa, é difícil que obtenha êxito, porque há grandes filmes na competição, inclusive o brasileiro “A Vida Invisível”, de Karim Ainöuz.
Ballerina: Diretor de Anjos da Noite vai comandar spin-off de John Wick
O primeiro filme derivado da franquia “John Wick” definiu o seu diretor. “Ballerina” será dirigido por Len Wiseman, que lançou a franquia “Anjos da Noite” em 2003, além de ter comandado “Duro de Matar 4.0” (2007) e o remake de “O Vingador do Futuro” (2010). O longa será focado em um elemento visto apenas de relance em “John Wick 3: Parabellum”, lançado este ano. Quando o personagem de Keanu Reeves visita A Diretora (Anjelica Huston), a cena revela garotas sendo treinadas em artes marciais e balé. Uma dessas assassinas letais vai ancorar a trama de “Ballerina”. Co-roteirista de “Parabellum”, Shay Hatten assina a trama do spin-off, que tem produção do diretor Chad Stahelski e do astro Keanu Reeves, responsáveis pelo sucesso da saga principal. Hatten tem só 25 anos e era estagiário na produtora Team Downey, do ator Robert Downey Jr. (o Homem de Ferro), mas chama atenção em Hollywood desde que sua história “Maximum King” (uma comédia de humor sobre os bastidores fictícios das filmagens do trash “Maximum Overdrive” por Stephen King) foi parar na Black List (a lista dos melhores roteiros não filmados). Ainda não foi divulgado se Reeves também vai aparecer no longa, reprisando seu papel de John Wick numa participação especial. Paralelamente, o estúdio Lionsgate também prepara um quarto filme de “John Wick” para 2023 e uma série focada no Hotel Continental, outro elemento importante do universo do personagem.
Rambo se vinga de estereótipos até o fim
Sylvester Stallone perdeu a chance de fazer, pelo menos, um filme de vingança decente com “Rambo – Até o Fim”, dirigido por Adrian Grunberg, de “Plano de Fuga” (2012). As motivações de seu personagem clássico são praticamente as mesmas de Liam Neeson em “Busca Implacável” (2008), que foi um sucesso de bilheteria. E aqui ainda tem o diferencial de mostrar o lendário John Rambo no encalço dos bandidos. Além disso, Stallone não tenta ser um Tom Cruise, que quer sempre sair bem na fita nos filmes de ação, com um ego gigante. Stallone parece não se importar em aparecer levando uma surra de dezenas de homens e ficar no chão. Afinal, seu auge foi levando muita porrada no lindo “Rocky, um Lutador” (1976). John Rambo só quer ficar em paz, mas as pessoas não deixam. Isso, aliás, é basicamente o plot do pequeno clássico original, “Rambo – Programado para Matar” (1982). Ele só queria curtir a sua solidão em paz. Em “Até o Fim”, ele aparece ainda mais pacífico, bem mais velho e morando com uma família formada por uma garota órfã de mãe e abandonada pelo pai biológico. Ele é o Tio John, mas é o mais próximo de um pai que a garota tem. Há também uma senhora mexicana que cuida da casa e funciona como uma espécie de mãe. A garota, na ânsia de conhecer o pai biológico, vai parar no México, contra a vontade de “John”, e acaba raptada e colocada num grupo de mulheres forçadas a se prostituir. Rambo vai atrás com o intuito de resgatá-la. E é com essa simplicidade de trama que se constrói “Rambo – Até o Fim”. E também com muitas cenas de violência gráfica explícita. Há alguns anos, esse tipo de selvageria sanguinária era mais celebrada pelos fãs de filmes de terror, mas os tiros que arrancam pedaços não parecem chocar mais a audiência dos dias de hoje. O problema é outro: a falta de uma melhor solução para a trama, que volta a retratar Rambo como um exército de um homem, o que não empolga e esfria o interesse pela trama de vingança – fórmula que costuma gerar mais solidariedade do espectador. No mais, o filme poderia ter aproveitado melhor a personagem de Paz Vega, que parece saída de algum filme dos anos 1970. E ser menos óbvio ao estereotipar todos os mexicanos como bandidos. Falta de sensibilidade dos realizadores ou visão de mundo de extrema direita – que limita mulheres e vilaniza imigrantes? Provavelmente ambos.
Jason Momoa vai estrelar thriller de vingança na Netflix
O ator Jason Momoa (“Aquaman”) vai protagonizar “Sweet Girl”, um novo thriller de vingança produzido para a Netflix. Seu personagem na trama é um marido devastado, que jura fazer justiça contra as pessoas que mataram sua esposa. Enquanto isso, ele tenta proteger a única família que lhe restou, sua filha. Esta “nova” variação de “Desejo de Matar” (2014) e “Sentença de Morte” (2007) precisou de três roteiristas para ser materializada: Gregg Hurwitz (“O Livro de Henry”), Philip Eisner (“O Enigma do Horizonte”) e Will Staples (do game “Call of Duty: Modern Warfare 3”). Já a direção ficou a cargo de Brian Andrew Mendoza, que faz sua estreia na função. Entretanto, já se trata da sexta parceria entre o cineasta iniciante e o astro consagrado, após Mendoza dirigir a fotografia do curta “Brown Bag Diaries: Ridin’ the Blinds in B Minor” (2010), escrito e dirigido por Momoa, figurar em “Conan, o Bárbaro” (2011), fotografar os filmes “Road to Paloma” (2014) e “Perigo na Montanha” (2018) e produzir episódios da série “Frontier” (em 2018), da Netflix. A parceria com Mendoza foi celebrada por Momoa no comunicado da produção. “Estou ansioso para trabalhar com a Netflix novamente. Estou colocando um time dos sonhos para trabalhar junto, desde Brad e Jeff até meu melhor amigo, Brian, que foi parceiro por mais de 10 anos. É um sonho se tornando realidade, poder colaborar com ele e entregar sua visão”, disse Jason Momoa. “Sweet Girl” ainda não tem previsão de estreia.
Mel Gibson vai virar Papai Noel em filme de vingança de Natal
O ator Mel Gibson vai interpretar Papai Noel em “Fatman”, uma “comédia de vingança de Natal”. É sério, mas espera-se que também seja muito engraçado. Na trama, o bom velhinho sofre com sua decadência, porque cada vez menos crianças acreditam em sua existência. E para complicar ainda mais sua vida, um garoto, revoltado por não ter recebido nenhum presente no Natal, resolve se vingar, contratando um assassino profissional para matar o Papai Noel. O longa é definido como uma mistura de comédia e ação. “Fatman” tem roteiro dos irmãos Eshom e Ian Nelms, que também devem assumir a direção. A dupla ficou conhecida pelo thriller “Small Town Crime”, que passou por vários festivais de cinema independente em 2017 – sem conquistar nenhum prêmio. As filmagens estão agendadas para o começo de 2020 no Canadá.
Liam Neeson volta a se desculpar por confissão racista
O ator Liam Neeson voltou a se desculpar pela revelação polêmica feita durante a divulgação de seu novo filme “Vingança a Sangue-Frio”. Numa entrevista do começo de fevereiro, ele confessou que já teve desejo “de matar um homem negro” após uma amiga ser estuprada. A frase pegou mal e as explicações do contexto só pioraram a situação, gerando impacto negativo nas bilheterias do novo filme do ator. “Vingança a Sangue Frio” registrou a pior estreia do astro desde 2010. Desde então, ele disse ter refletido bastante. “Ao longo das últimas semanas, tenho refletido e falado com várias pessoas que foram prejudicadas pela minha lembrança impulsiva de um estupro brutal de uma querida amiga há quase 40 anos e meus pensamentos e ações inaceitáveis”, disse o ator em novo comunicado. “O horror do que aconteceu com minha amiga deu início a pensamentos irracionais que não representam a pessoa que eu sou. Para explicar essas declarações: eu passei do ponto e magoei muitas pessoas em um momento em que a linguagem é tão frequentemente armada e uma comunidade inteira de pessoas inocentes é alvo de atos raivosos”, acrescentou. “O que não consegui perceber é que não se trata de justificar minha raiva há tantos anos, mas também do impacto que minhas palavras têm hoje. Eu estava errado em fazer o que fiz. Eu reconheço que, embora os comentários que fiz não reflitam, de forma alguma, meus verdadeiros sentimentos, eles foram prejudiciais e divisivos. Eu peço desculpas profundamente.”, concluiu. Durante a entrevista realizada ao jornal Independent, Neeson contou que pretendia se vingar do estupro de uma de suas melhores amigas. “Minha reação imediata foi… Eu perguntei se ela sabia quem foi, e ela disse que não. Perguntei se era alguém branco ou negro, e ela disse negro”, disse Neeson. “Eu fui para a rua com um cassetete, esperando que alguém me abordasse. Eu sinto vergonha de dizer isso hoje em dia. Eu fiquei andando pela rua todas as noites por uma ou duas semanas, esperando que algum negro viesse para cima de mim ou algo assim. Para que eu pudesse matá-lo”, completou. Após as declarações, o ator de 66 anos negou ao programa “Good Morning America”, da emissora americana ABC, ter preconceito. “Não sou racista”, garantiu, explicando que “nunca tinha experimentado esse sentimento antes”. “Foi um impulso primitivo de atacar alguém”. Após a polêmica, “Vingança a Sangue-Frio” chegou a ser adiado no Brasil por algumas semanas, estreando no dia 14 de março.
Dogman traz explosão de feiura e violência para refletir
“Dogman”, o novo filme de Matteo Garrone (de “Gomorra”), não é fácil de se ver. É tenso, sofrido, violento, passa-se numa ambientação feia, suja. As escolhas estéticas não visam a produzir belezas, embora haja belas tomadas cinematográficas. A intenção é nos colocar numa vida dos infernos, em que predominam a opressão e a impotência. Como o filme é contado do ponto de vista de Marcelo (Marcello Fonte), o Dogman do título, e ele é o homem pequeno e gentil que é oprimido, o que vivemos junto com ele é a impotência. E por mais pacíficos que sejamos, torcemos pela vingança. Nas condições apresentadas, aparentemente não há outro caminho possível. O que é complicado e, até certo ponto, assustador. Quem quer que se coloque a favor da justiça pelas próprias mãos está rejeitando o caminho da democracia e da lei. Convalidando a barbárie, portanto. Em “Dogman”, estamos na periferia suspensa entre a metrópole e o deserto, em que a lei do mais forte predomina. Marcelo tem uma oficina de higiene e beleza para cães e está em contato harmônico com sua comunidade pobre e sem perspectivas naquele beco do mundo. A opressão que ele sofre se expressa por meio do personagem Simoncino (Edoardo Pesce), um brutamontes, ex-boxeador, que aterroriza todo o bairro, mas coloca Marcelo nas piores situações à base da intimidação e da força. Marcelo está acomodado nessa situação absurda, a ponto de até proteger ou cuidar dos ferimentos de seu algoz. Mas tudo só se agrava, a explosão da bestialidade humana acontece. E, consequentemente, a vingança inspirada nos cães presos nas gaiolas. Em um contexto em que a simples sobrevivência envolve riscos tão altos e escolhas muito complicadas de se fazer, realmente o que fica é a sensação de impotência. Quando tal sentimento prevalece, é fácil aprovar o caminho da violência como solução, quando, na verdade, ela é sempre um problema a mais. O diretor Matteo Garrone tem firmeza e intensidade nesse trabalho, que conta com um ator excepcional, como Marcello Fonte, merecidamente premiado no Festival de Cannes e pela Academia Europeia. Seu desempenho nos faz ficar em suspenso durante toda a projeção, atentos aos menores movimentos e expressões do personagem, sofrendo com ele e torcendo por ele. “Dogman” exige muito do espectador, mas tem muito a dar, também. Encarar uma realidade tão dura, insuportável, obriga a refletir sobre ela e a ter um posicionamento consistente diante do que a vida pode nos apresentar, gostemos disso ou não.
Novo filme de Liam Neeson é adiado no Brasil após entrevista polêmica
A desastrosa entrevista de Liam Neeson da semana passada, em que confessou já ter tido desejo “de matar um homem negro” após uma amiga ser estuprada, repercutiu no Brasil. Com estreia marcada para a próxima quinta-feira (14/2), o novo filme do ator, “Vingança a Sangue Frio”, teve seu lançamento nacional adiado para o dia 14 de março. A distribuidora citou nominalmente a “repercussão da entrevista” como uma das razões para a medida. “Com a repercussão da entrevista do ator Liam Neeson, a distribuidora optou pela alteração da data de lançamento. A mudança também visou privilegiar a estreia do nacional ‘Minha Fama de Mau’, que cresceu muito nas últimas semanas e chega aos cinemas nesta quinta, numa janela menos competitiva. ‘Vingança a Sangue Frio’ abriu nos Estados Unidos dentro das expectativas do mercado e será lançado no Brasil no dia 14 de março”, diz o comunicado da Paris Filmes. Entretanto, ao contrário do que afirma o comunicado, o filme sofreu forte impacto negativo nas bilheterias norte-americanas, após a confissão de Neeson. “Vingança a Sangue Frio” registrou uma das piores estreia da carreira do astro – a pior desde 2010 nos Estados Unidos. A declaração do ator de 66 anos foi feita durante a divulgação do filme, ao ser questionado pelo jornal britânico The Independent sobre uma possível identificação com seu personagem, um homem buscando vingança pela morte de seu filho. Neeson, então, revelou que, na juventude, chegou a passar uma semana andando pelas ruas com um bastão a procura de um homem negro para matar depois que uma mulher próxima a ele foi estuprada por alguém que ela disse ser negro. “Ela lidou com a situação do estupro de forma extraordinária”, disse Neeson sobre o episódio. “Mas minha reação imediata foi: ela sabia quem era? Não. Qual era a cor dele? Ela disse que era uma pessoa negra. Eu subia e descia as ruas com um bastão, na esperança de esbarrar com alguém. Tenho vergonha de contar isso hoje, mas fiz por talvez uma semana, esperando que algum negro desgraçado saísse de um pub e arrumasse confusão comigo por qualquer motivo, sabe? Para que eu pudesse matá-lo.” A confissão gerou críticas e acusações de racismo. O ator foi ao programa televisivo “Good Morning America”, apresentado por Robin Roberts, que é negra, para respondê-las. “Realmente fiquei chocado por esse desejo primal que tive. Procurei ajuda. Procurei um padre, me confessei, eu era muito católico. Eu tinha dois grandes amigos com quem conversei para me livrar disso. Eu não sou racista, isso foi há quase 40 anos”, afirmou, acrescentando que teria a mesma reação se a mulher tivesse respondido que o homem era branco. Neeson ainda ressaltou que contou o episódio como uma parábola sobre a inutilidade de buscar vingança, lembrando que ele cresceu em meio aos conflitos na Irlanda do Norte. A maior ironia sobre os problemas que isso trouxe ao longa, remake do suspense nórdico “O Cidadão do Ano” (2014), é que “Vingança a Sangue Frio” foi considerado um dos melhores thrillers da fase vingativa de Neeson – isto é, desde “Busca Implacável” (2008) – , com 74% de aprovação na média da crítica computada pelo site Rotten Tomatoes.
Confissão racista resulta numa das piores bilheterias de estreia de Liam Neeson
A desastrosa entrevista de Liam Neeson da semana passada, em que confessou já ter tido desejo “de matar um homem negro” após uma amiga ser estuprada, teve impacto negativo nas bilheterias do novo filme do ator. “Vingança a Sangue Frio” registrou a pior estreia do astro desde 2010. O filme arrecadou apenas US$ 10,8 milhões durante o fim de semana nos Estados Unidos e Canadá, o que só supera a estreia de “72 Horas”, que Neeson estrelou ao lado de Russell Crowe e fez US$ 6,5 milhões há nove anos. A declaração do ator de 66 anos foi feita durante a divulgação de “Vingança a Sangue Frio”, seu novo épico de ação em que interpreta um homem buscando vingança pela morte de seu filho. A ironia é que o longa, remake do suspense nórdico “O Cidadão do Ano” (2014), foi considerado um dos melhores thrillers da fase vingativa de Neeson – isto é, desde “Busca Implacável” (2008) – , com 74% de aprovação no Rotten Tomatoes. “Vingança a Sangue Frio” estreia na quinta-feira (14/2) nos cinemas brasileiros.
Tapete vermelho do novo filme de Liam Neeson é cancelado após declarações polêmicas do ator
O tapete vermelho de “Vingança a Sangue Frio” em Nova York foi cancelado pela Lionsgate, após as declarações polêmicas de Liam Neeson no começo desta semana. O ator afirmou, em entrevista para o jornal britânico The Independent, que já tinha pensado em “matar um homem negro” para se vingar do estupro de uma amiga. Não um homem específico, mas qualquer negro que encontrasse. Isto teria ocorrido há 40 anos. A confissão aconteceu em meio à promoção de “Vingança a Sangue Frio”, em que Neeson interpreta um homem buscando vingança pela morte de seu filho. Uma fonte da Lionsgate disse ao site Deadline que o evento de Nova York não seria apropriado “sob as circunstâncias”. Apesar disso, a première no Loews Lincoln Square continua marcada. Apenas não terá participação do elenco. O estúdio também decidiu manter o lançamento amplo do filme, que chega aos cinemas americanos na sexta (8/2) e nos cinemas brasileiros na próxima seguinte. A polêmica também levou o ator à TV americana na manhã de terça (5/2) para se defender. “Não sou racista”, declarou em entrevista ao programa “Good Morning America”, da rede ABC, explicando que “nunca tinha experimentado esse sentimento antes”. “Foi um impulso primitivo de atacar alguém”. Neeson confirmou a história que contou à imprensa britânica, sobre seu próprio relacionamento com a vingança. “Eu espero que você nunca tenha alguém muito próximo a você ferido em circunstâncias criminosas”, comentou o ator na entrevista original, dizendo que “conseguia entender” o instinto de vingança de seu personagem no filme. Mas alegou que teria agido da mesma forma se o agressor fosse branco. “Se ela tivesse dito que havia sido [estuprada por] um irlandês, um escocês, um britânico ou um lituano, eu teria, sei que teria, a mesma reação. Estava tentando ser honrado, defender minha amiga querida de uma forma terrivelmente medieval.” O ator declarou que poderia ter matado alguém se tivesse a chance, e isso sacudiu suas crenças. “Isso me chocou e me machucou. Procurei ajuda”, contou, revelando ter buscado um padre. Ele disse ter se confessado e passado a fazer caminhadas de duas horas por dia para tentar superar sua raiva. O astro de “Busca Implacável” afirmou ainda que sua intenção ao fazer tais comentários era iniciar um debate mais amplo sobre racismo. Questionado sobre o que desejava que as pessoas aprendessem com sua experiência, ele disse: “A conversar. A se abrir. Todos fingimos que somos todos politicamente corretos neste país. No meu também [Irlanda do Norte]. Às vezes, você arranha a superfície e descobre esse racismo e fanatismo que estão lá”.
Após polêmica, Liam Neeson declara que não é racista
A confissão de Liam Neeson sobre seu desejo de matar um negro, qualquer negro, após uma amiga ter sido estuprada há 40 anos, causou muita polêmica e levou o ator a se defender. Ele negou ser racista na manhã desta terça-feira (5/2), em entrevista ao programa “Good Morning America”, da rede ABC. “Não sou racista”, declarou, explicando que “nunca tinha experimentado esse sentimento antes”. “Foi um impulso primitivo de atacar alguém”. Neeson confirmou a história que contou à imprensa britânica, quando disse ter percorrido “deliberadamente áreas frequentadas por negros da cidade, procurando ser provocado para que pudesse reagir com violência física”. “Fiz isso talvez quatro ou cinco vezes”, acrescentou. Mas alegou que teria agido da mesma forma se o agressor fosse branco. “Se ela tivesse dito que havia sido [estuprada por] um irlandês, um escocês, um britânico ou um lituano, eu teria, sei que teria, a mesma reação. Estava tentando ser honrado, defender minha amiga querida de uma forma terrivelmente medieval.” O ator declarou que poderia ter matado alguém se tivesse a chance, e isso sacudiu suas crenças. “Isso me chocou e me machucou. Procurei ajuda”, contou, revelando ter buscado um padre. Ele disse ter se confessado e passado a fazer caminhadas de duas horas por dia para tentar superar sua raiva. O astro de “Busca Implacável” afirmou ainda que sua intenção ao fazer tais comentários era iniciar um debate mais amplo sobre racismo. Questionado sobre o que desejava que as pessoas aprendessem com sua experiência, ele disse: “A conversar. A se abrir. Todos fingimos que somos todos politicamente corretos neste país. No meu também [Irlanda do Norte]. Às vezes, você arranha a superfície e descobre esse racismo e fanatismo que estão lá”. Veja a nova entrevista abaixo. O assunto veio originalmente à tona por conta da divulgação de “Vingança a Sangue Frio”, novo filme de ação estrelado por Neeson, que estreia na sexta-feira (8/2) nos Estados Unidos e na próxima semana (14/2) no Brasil.
Liam Neeson faz revelação polêmica sobre seu passado violento e racista
O ator Liam Neeson virou um dos tópicos mais comentados do Twitter no começo da semana, graças a uma entrevista ao jornal britânico The Independent, em que admitiu já ter sentido desejo real de matar… um negro. E não ficou na vontade. Ele se armou com um cassetete e foi para a rua procurar o primeiro negro que encontrasse para encher de porrada. A história aconteceu em sua juventude e ele afirma não ter o menor orgulho dela. Ao contrário, o fato o enche de vergonha. E foi a primeira vez que ele a contou na vida. Promovendo o filme “Vingança a Sangue Frio”, seu novo thriller de ação, em que interpreta um homem em busca de vingança pela morte de seu filho, Neeson puxou, por conta própria, paralelos em sua vida real. “Eu espero que você nunca tenha alguém muito próximo a você ferido em circunstâncias criminosas”, comentou Neeson, dizendo que “conseguia entender” o desejo de vingança de seu personagem. Foi quando o ator contou que, certa vez, voltou para sua casa em Londres após uma viagem e descobriu que uma de suas melhores amigas havia sido estuprada. “Ela lidou com tudo de forma extraordinária, foi muito forte”, comentou. “Mas minha reação imediata foi… Eu perguntei se ela sabia quem foi, e ela disse que não. Perguntei se era alguém branco ou negro, e ela disse negro”, continuou Neeson. “Eu fui para a rua com um cassetete, esperando que alguém me abordasse”. “Eu sinto vergonha de dizer isso hoje em dia. Eu fiquei andando pela rua todas as noites por uma ou duas semanas, esperando que algum negro viesse para cima de mim ou algo assim. Para que eu pudesse… mata-lo”, completou. “Eu nunca disse isso para a minha amiga. Ela me perguntava: ‘Onde você está indo?’. E eu dizia que ia dar uma volta. Ela perguntava se havia algo errado, e eu dizia que não”, disse ainda. “Foi horrível, horrível, horrível que eu tenha feito isso”, confessou o ator. “Eu nunca admiti isso para ninguém, e agora estou falando para um jornalista. Deus me perdoe”. Ele ainda mencionou que cresceu na Irlanda do Norte, na época dos conflitos violentos contra militares britânicos, e que isso alimentou seu impulso para a vingança. Mas que ele aprendeu que isso “só leva a mais vingança, a mais mortes e a Irlanda do Norte é a prova disso”. A repercussão foi enorme.
Liam Neeson quer nova vingança no trailer do remake de O Cidadão do Ano
A Lionsgate divulgou o pôster, três fotos e o primeiro trailer de “Cold Pursuit”, que mostra Liam Neeson em busca de nova vingança contra quem prejudicou sua família, dez anos após o primeiro “Busca Frenética” (2008). Desta vez, ele não é um ex-agente da CIA aposentado, mas um limpador de neve de uma cidadezinha invernal das Montanhas Rochosas, nos Estados Unidos, que acaba de ser condecorado pelo município como Cidadão do Ano. Sua vida muda quando seu filho é encontrado morto por overdose. Recusando-se a acreditar que ele fosse viciado, o personagem de Neeson descobre uma rede de traficantes na região, liderada por um gângster chamado Viking, que teria matado o jovem, e resolve se vingar eliminando a gangue completa, um por um. O nome Viking é uma dica. “Cold Pursuit” é, na verdade, remake do excelente thriller norueguês “Cidadão do Ano” (2014), estrelado por Stellan Skarsgard (“Os Vingadores”). O diretor do filme original, Hans Petter Moland, também assina a refilmagem. Um risco que nem sempre compensa, como demonstrou o holandês George Sluizer com seus dois “O Silêncio do Lago”. O elenco inclui Tom Bateman (“Assassinato no Expresso do Oriente”) como Viking, Laura Dern (“Star Wars: Os Últimos Jedi”) interpretando a mulher de Neeson, Emmy Rossum (“Shameless”) no papel de uma policial local e William Forsythe (“The Man in the High Castle”) como o informante que revela o submundo do crime para o protagonista. “Cold Pursuit” estreia em 8 de fevereiro nos Estados Unidos e ainda não tem previsão de lançamento no Brasil.










