Oscar 2020 pode consagrar reacionarismo ou surpreender radicalmente
A premiação ao Oscar 2020, que acontece neste domingo (9/2), tende a consagrar um momento de conservadorismo histórico da indústria cinematográfica americana. Mas não está descartada uma surpresa radical. Os detalhes desses resultados alternativos envolvem políticas de bastidores e as próprias regras da votação. Como não há possibilidade de prêmios fora da lista de indicados, já está registrado um grande retrocesso da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, ao privilegiar majoritariamente histórias de homens brancos heterossexuais, após o esforço de diversificação da organização ter rendido um número recorde de mulheres premiadas e grande representatividade racial e sexual em 2019. Vale comparar. Na lista de concorrentes de Melhor Filme no Oscar 2019 estavam “Pantera Negra”, “Infiltrado na Klan”, “A Favorita”, “Roma”, “Nasce Uma Estrela”, “Bohemian Rhapsody”, “Vice” e “Green Book”. Apenas um desses filmes representava uma história de homem branco heterossexual: “Vice”, apropriadamente sobre um político de direita dos EUA. Neste ano, as tramas sobre brancos heterossexuais totalizam seis títulos, de um total de nove indicados ao Oscar de Melhor Filme: “Ford x Ferrari”, “O Irlandês”, “Jojo Rabbit”, “Coringa”, “1917” e “Era uma Vez em Hollywood”. Extremamente masculinos, filmes como “O Irlandês” e “1917” chegam a relegar mulheres a papéis de figuração. “1917” tem uma desculpa narrativa, já que mulheres não lutaram no front da 1ª Guerra Mundial. Mas “O Irlandês”, que projeta décadas de desenvolvimento de personagens, não tem qualquer justificativa para dar a sua principal atriz menos de uma página de diálogos. Apenas uma obra indicada ao Oscar de Melhor Filme é focada em personagens femininas: “Adoráveis Mulheres”, como deixa claro o título. E apenas uma tem personagens não brancos: “Parasita”, que é estrangeiro, realizado na Coreia do Sul. Por que o Emmmy consagra séries como “Fleabag”, “A Maravilhosa Sra. Meisel” e “Killing Eve” e o Oscar não consegue reconhecer tramas femininas? Como é possível ignorar o que o Spirit Awards, premiação do cinema independente americano, reconheceu há menos de 24 horas atrás, com a consagração de “A Despedida” (The Farewell), de Lulu Wang, como Melhor Filme do ano? Note-se: uma obra-prima com protagonistas femininas, escrito e dirigido por um mulher e com elenco inteiramente asiático. E que não recebeu uma mísera indicação ao Oscar. Para contrabalançar o fato de que prevaleceram histórias de homens, um comunicado dos organizadores buscou inverter a perspectiva ao destacar que 62 mulheres foram indicadas, compondo quase um terço dos candidatos ao Oscar deste ano. Nenhuma cineasta, porém, vai disputar o prêmio 100% masculino de Melhor Diretor. Greta Gerwig, que comandou “Adoráveis Mulheres”, conseguiu, ao menos, ser lembrada na vaga de Melhor Roteiro Adaptado. Mas vale comparar novamente: o Spirit Awards destacou três mulheres cineastas em sua premiação de Melhor Direção e ainda consagrou a (agora) cineasta Olivia Wilde como Revelação do ano, por “Fora de Série”. Por que tamanha diferença? É fácil encontrar explicação, bastando observar o momento de ruptura, em que o Oscar deixou de ser ousado. A premiação de “Moonlight”, de diretor negro, com elenco negro e temática homossexual, como Melhor Filme de 2017 deu início a uma pressão brutal da rede ABC, responsável pela transmissão da cerimônia nos EUA, por filmes mais convencionais. Com a justificativa supostamente não racista e não homofóbica de que dramas indies não têm apelo comercial para atrair audiência, o canal exigiu mudanças na premiação, desde a duração do evento até a “qualidade” dos indicados, com força econômica e contratual para forçar a Academia a se submeter. Vale lembrar que foi nesta época que a organização chegou a propor um prêmio para Filme Popular, que rendeu polêmica e acabou abortado. O Oscar 2020 se apresenta como resultado final dessa pressão. Nada mais é, portanto, que uma disputa entre filmes populares, reunindo a maior competição de blockbusters por estatuetas em décadas, quiçá de toda a História da premiação. “Coringa”, filme com maior número de indicações, fez mais de US$ 1 bilhão nas bilheterias. Outros filmes de grande orçamento, como “Ford x Ferrari” e “1917”, também passaram pelo topo das bilheterias, e “Era uma Vez em Hollywood”, que fetichiza a Hollywood de antigamente, consagrou-se como um dos maiores sucessos da carreira do diretor Quentin Tarantino. Ainda por cima, todos os indicados são produções de grandes estúdios. Não há um longa independente sequer, quando a regra do século 21 era, até “Moonlight”, o contrário. O problema do Oscar também se estende aos consensos de comadres que resultam na consagração dos mais simpáticos e bonitos e não dos melhores atores, uma vez que se trata de uma votação entre colegas. Tanto que é possível garantir as premiações dos quatro nomes que disputam os prêmios de melhores intérpretes brancos deste ano: Joaquin Phoenix, Renée Zellweger, Brad Pitt e Laura Dern. Os dois primeiros seriam favoritos, de qualquer forma. Mas o quarteto inteiro? Por coincidência, são vitórias que deixam o Oscar já pouco diversificado com um tom mais loiro. Sam Mendes é outra barbada na categoria de Melhor Direção por “1917”? Está mais para seu Diretor de Fotografia, o veterano Roger Deakins. Nem dá para cravar que “1917” já pode ser considerado vencedor, horas antes da abertura do envelope de Melhor Filme. O Oscar mudou recentemente a forma como contabiliza os votos de sua categoria principal, criando a possibilidade de o vencedor não ser aquele mais votado como Melhor, e sim aquele que mais vezes aparecer nas células de votação – citado entre os melhores. Se, por exemplo, “Era uma Vez em Hollywood” (provável) ou “Parasita” (incrível) aparecer como segundo ou terceiro filme na preferência da maioria dos eleitores, pode acumular mais pontos, caso “1917” não seja eleito por unanimidade. Vale considerar que “1917”, apesar da narrativa convencional, é ousado tecnicamente, uma maravilha visual e o melhor filme de Sam Mendes desde sua estreia com “Beleza Americana”, quando venceu o Oscar pela primeira vez, há 20 anos, enquanto “Era uma Vez em Hollywood” representa seu oposto. A narrativa é anti-convencional, mas passa longe de ser o melhor trabalho de Quentin Tarantino, além de ser marginalmente racista e repetir a reviravolta subversiva de “Bastardos Inglórios” – é quase como se Tarantino virasse um sub-Tarantino, copiando a si mesmo. Só que a indústria cinematográfica adora se congratular e este filme tem até Hollywood em seu título. Uma vitória de “Parasita”, por outro lado, representaria algo completamente diferente, por abalar conceitos estabelecidos, como, por exemplo, o fato de o Oscar ser uma premiação de filmes americanos e não um troféu internacional. A vitória do francês “O Artista” em 2012 já tinha aberto uma brecha para o mundo. Mesmo assim, tratava-se de uma produção sem idioma estrangeiro (era cinema mudo) e uma homenagem a Hollywood (mais uma). “Roma” ensaiou assustar em 2019. Mas uma vitória de “Parasita”, com atores não brancos, equipe estrangeira e em língua não inglesa, seria um grande choque. Um novo paradigma. E sabe-se lá com que consequências. E o Oscar brasileiro? “Democracia em Vertigem” deveria ser o grande azarão da premiação. A disputa contra filmes premiadíssimos – e uma produção de Barack Obama – parecia encaminhar o fato de que sua vitória se resumia à própria indicação. Mas o documentário de Petra Costa ganhou grande impulso na reta final da votação, graças ao governo Bolsonaro, que o promoveu no mundo inteiro com ataques oficiais. Considerado vilão ambiental e inimigo da classe artística, por seus ataques pessoais ao “queridinho” Leonardo DiCaprio, Bolsonaro pode ter consagrado o longa com a mais inesperada vitória (ou a segunda, na possível chance de “Parasita” vencer como Melhor Filme) do Oscar 2020. A conferir, a partir das 22h, com transmissão ao vivo pelo canal pago TNT, pelo portal G1 e pela plataforma Globoplay. Mais canais de transmissão podem ser conferidos aqui.
Oscar 2020: Saiba onde, como e quando ver a premiação deste domingo
A cerimônia de premiação do Oscar 2020 acontece neste domingo (9/2) no palco do Dolby Theatre, em Los Angeles, na Califórnia (EUA). Como já é costume, a transmissão para o Brasil vai acontecer pelos canais Globo e TNT. Também foi preservado o hábito de a Globo menosprezar o evento e não exibir seu começo. Desta vez, porém, o telespectador do canal não perderá 15, 30 ou 40 minutos da premiação, mas cerca de 1h30. Isto porque a emissora carioca priorizou um jogo de futebol, que vai levar ao ar exatamente na hora do Oscar – uma partida do torneio Pré-Olímpico, que, até a semana passada, era exclusividade da TV paga. Para compensar o descaso cinéfilo, o canal abriu mão da exclusividade do sinal, liberando o evento ao vivo para o portal G1 e a plataforma Globoplay. Acabou sendo melhor, porque assim a transmissão será integral e com a equipe que faria o trabalho na Globo. Pelo terceiro ano consecutivo, a transmissão será comandada por Maria Beltrão com comentários do crítico Artur Xexéo e da atriz Dira Paes. O G1 começará a cobertura de acesso gratuito às 20h, com a transmissão do Tapete Vermelho, mesma hora em que a Globoplay exibirá um especial do humorístico “Fora de Hora” com o tema do Oscar. A transmissão do prêmio propriamente dito está marcada para as 22h nos dois veículos do grupo Globo. Enquanto isso, na TV Globo, o futebol segue firme até as 0h30. O Oscar entra ao vivo depois da partida – do ponto que estiver. E, após o anúncio do Melhor Filme, a cerimônia será reprisada integralmente no canal aberto. A TNT, por sua vez, começa sua cobertura às 20h30, no tapete vermelho do evento. O canal contará com Hugo Gloss e Carol Ribeiro no local, entrevistando celebridades na entrada do Dolby Theatre. Já a premiação das 22h terá apresentação de Aline Diniz e comentários de Michel Arouca. A reprise do evento está marcada para a segunda (10/2), na faixa da manhã. Esta será a primeira transmissão da TNT sem participação do veterano crítico Rubens Ewald Filho, falecido no ano passado. Em 2019, ele não foi ouvido na TV por conta da repercussão negativa de alguns comentários polêmicos proferidos no ano anterior, mesmo assim participou da cobertura oficial da emissora pela internet. Fora dos veículos televisivos oficiais do Oscar no Brasil, o destaque da programação é a famosa cobertura do tapete vermelho do canal pago E!, ao vivo, a partir das 20h. Vários youtubers também preparam programação especial com seus próprios comentários sobre Oscar, em tempo real. Por sinal, o Oscar possui um canal oficial no YouTube, com vídeos sobre premiação. Vale a pena ficar atento para algum conteúdo especial. Twitter, Facebook e Instagram também terão material especial, desenvolvido em parceria com a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas dos EUA, responsável pelo prêmio. O Facebook, por exemplo, programou streaming da chegada das celebridades. Mas o Instagram é que deve concentrar o material mais interessante, como fotos dos bastidores. Nos EUA, a transmissão oficial é da rede ABC, e não adianta usar VPN para tentar acompanhar pelo site oficial da emissora na internet, porque o acesso é via login de provedor americano de TV. Já a PlutoTV, que traz a cobertura do canal ET, aceita VPN. Para completar, ainda há o streaming da Ustvgo, liberado a todos. Mas com o G1 jogando a íntegra do Oscar na internet, qualquer outra alternativa se torna pura redundância.
Adam Sandler zoa o Oscar ao vencer o Spirit Awards em discurso aplaudidíssimo
Premiado como Melhor Ator no Film Independent Spirit Awards 2020, Adam Sandler teve a vitória mais aplaudida da cerimônia, que aconteceu na noite de sábado (8/2) em Santa Mônica, na Califórnia. Ele também arrancou muitas gargalhadas ao contar piadas durante seu discurso de agradecimento pelo troféu por “Jóias Brutas”, aproveitando para manifestar seu “desprezo” pelos eleitores da Academia, que deixaram seu nome de fora da disputa do Oscar. Conforme o comediante engatou uma voz rouca e empostada de discurso, o público não parou de rir um segundo sequer. “Algumas semanas atrás, quando eu fui, entre aspas, “desprezado pela Academia”, me lembrei de quando eu cursava o ensino médio e fui excluído da cobiçada categoria superlativa de Mais Bonito no anuário escolar”, disse Sandler. “Essa honra coube a um babaca que vestia jaqueta jeans e penas no cabelo chamado Skipper Jenkins.” “Mas meus colegas de classe acabaram me homenageando com a designação supostamente menos prestigiosa de Melhor Personalidade”, continuou o ator premiado. “E hoje à noite, ao olhar em volta desta sala, percebo que o Independent Spirit Awards é o melhor prêmio de personalidade de Hollywood.” “Que todos aqueles filhos da mãe babacas de penas no cabelo ganhem o Oscar amanhã à noite. A boa aparência deles desaparecerá com o tempo, enquanto nossas personalidades independentes brilharão para sempre!”, Sandler completou, aplaudido pela multidão de colegas. Ele ainda brincou sobre como suas comédias sempre foram filmes indies de temáticas sociais. “Billy Madison, um Herdeiro Bobalhão”? “Uma abordagem destemida do sistema educacional americano sob a visão de um sociopata privilegiado chamado Billy f**ing Madison… “O Rei da Água”? “Minha exploração abrasadora do pebolim nas faculdades americanas e a manipulação de atletas socialmente incapazes como o Sr. Bobby Boucher”. “Sempre tentei vender minhas verdades com um espírito verdadeiramente independente e, ao mesmo tempo, recebi alguns cheques de pagamento realmente perturbadores. ” Veja abaixo a íntegra do discurso, em inglês sem legendas. E confira aqui a lista completa dos vencedores da premiação, considerada o “Oscar do cinema independente americano”.
Spirit Awards 2020: A Despedida e Adam Sandler vencem o “Oscar do cinema independente”
O Film Independent Spirit Awards, premiação anual mais badalada do cinema independente americano, entregou suas estatuetas aos melhores filmes e artistas de 2020 na noite deste sábado (8/2). E o resultado, evidenciado pela vitória de “A Despedida” (The Farewell) e o reconhecimento aos talentos responsáveis por “Jóias Brutas” (Uncut Gems), demonstra o quanto a produção autoral indie se distanciou da indústria cinematográfica mais tradicional, representada pelo Oscar. Em franco contraste com as polêmicas enfrentadas pelo Oscar em 2020, o Spirit Awards consagrou uma história feminina, dirigida por uma mulher, como Melhor Filme do ano. E reconheceu que atores não precisam ser exclusivamente brancos para merecer troféus – todas as cinco indicadas na categoria de Melhor Atriz eram mulheres “de cor”. Os poucos quilômetros que separam a praia de Santa Mônica, onde aconteceu a cerimônia do Spirit, e o Dolby Theatre, em Los Angeles, onde o Oscar será entregue em poucas horas, nunca pareceram tão distantes, na forma de festejar o que representa qualidade no cinema atual. Para dar noção do quão distantes, basta apontar que apenas três filmes americanos de ficção, “História de um Casamento”, “O Farol” e “Judy”, fazem intersecção entre os indicados das duas premiações. Ao optar por superproduções milionárias de estúdios tradicionais, o Oscar virou as costas para a criatividade indie, que a Academia costumava premiar até a fatídica noite de 2017 em que “Moonlight”, drama sobre um negro gay, venceu a estatueta de Melhor Filme e escandalizou os conservadores. As consequências dessa ruptura são claras. Os principais dramas adultos dos EUA, que geralmente ganhavam estreias nacionais nas semanas que antecediam o Oscar, não tiveram lançamento no Brasil em 2020. Pior: nem sequer têm previsão de chegar ao circuito nacional. Da lista de vencedores do Spirit Awards, o público brasileiro só conhece o que saiu pela Netflix, “Jóias Brutas” e “História de um Casamento”, a dupla que foi indicada ao Oscar, “Judy” e “O Farol”, e a comédia “Fora de Série”, que rendeu à atriz transformada em diretora Olivia Wilde o Spirit de Melhor Estreia indie. A grande consagração de “A Despedida”, na verdade, repara uma injustiça brutal do Oscar contra o filme de Lulu Wang, inédito no Brasil. Podendo indicar até 10 longas na disputa de Melhor Filme, a Academia nomeou apenas 9. E deixou de fora essa verdadeira obra-prima, que tem 98% de aprovação no Rotten Tomatoes. Além de Melhor Filme, o reconhecimento de “A Despedida” estendeu-se a Zhao Shuzhen, uma estrela veterana de novelas da China, como Melhor Atriz Coadjuvante pelo papel de Nai Nai – a vovó doente que movimenta a trama. Ela não pôde comparecer à cerimônia, devido ao surto de coronavírus em seu país. O longa mais premiado, porém, foi “Jóias Brutas”, com três troféus: de Melhor Direção, conquistado pelos irmãos Benny Safdie & Josh Safdie, Melhor Edição e Melhor Ator para Adam Sandler. Sinal de apreciação do desempenho, o anúncio da vitória de Sandler rendeu aplausos demorados, mas, apesar dessa sonora unanimidade, a performance elogiadíssima do ator também acabou subestimada pelo Oscar. A premiação de intérpretes serviu inclusive como antítese do consenso de comadres, que se estende do SAG Awards ao Oscar, por romper com a previsibilidade no anúncio dos vencedores. Se Rennée Zellewegger, Melhor Atriz por “Judy”, manteve sua condição de barbada, os demais premiados nem sequer disputam o Oscar. Além de Sandler e Shuzhen, também é o caso de Willem Dafoe, Melhor Ator Coadjuvante por “O Farol”. “O Farol” ainda venceu o prêmio de Melhor Fotografia, para Jarin Blaschke, que é a categoria solitária que disputa no Oscar. Já o outro candidato americano da Academia consagrado pelo Spirit Awards, “História de um Casamento”, conquistou a estatueta de Roteiro para o cineasta Noah Baumbach e o troféu Robert Altman, que homenageia a melhor combinação de diretor e elenco. Para completar, na disputa de Melhor Filme Internacional, “O Parasita” confirmou sua condição de principal obra do ano, superando, entre outros, o brasileiro “Uma Vida Invisível” para aumentar a sua já vasta coleção de troféus. Confira abaixo a lista completa dos premiados. Melhor Filme – A Despedida (The Farewell) A Hidden Life Clemency História de Um Casamento Jóias Brutas Melhor Direção – Benny Safdie & Josh Safdie, por Jóias Brutas Robert Eggers, por O Farol Alma Har’el, por Honey Boy Lulius Onah, por Luce Lorene Scafaria, por As Golpistas Melhor Filme de Estreia – Fora de Série, de Olivia Wilde The Climb, de Michael Angelo Corvino A Vida de Diane, de Kent Jones The Last Black Man in San Francisco, de Joe Talbot Laure de Clermont-Tonnere, de The Mustang A Gente se Vê Ontem, de Stefon Bristol Melhor Atriz – Renée Zellweger, por Judy Karen Allen, por Colewell Hong Chau, por Driveways Elisabeth Moss, por Her Smell Mary Kay Place, por A Vida de Diane Alfre Woodard, por Clemency Melhor Ator – Adam Sandler, por Jóias Brutas Chris Galust, por Give Me Liberty Kelvin Harrison Jr., por Luce Robert Pattinson, por O Farol Matthias Schoenaerts, por The Mustang Melhor Atriz Coadjuvante – Zhao Shuzhen, por A Despedida Jennifer Lopez, por As Golpistas Taylor Russell, por Waves Lauren “Lolo” Spencer, por Give Me Liberty Octavia Spencer, por Luce Melhor Ator Coadjuvante – Willem Dafoe, por O Farol Noah Jupe, por Honey Boy Shia LaBeouf, por Honey Boy Jonathan Majors, por The Last Black Man in San Francisco Wendell Pierce, por Burning Cane Melhor Roteiro – Noah Baumbach, por História de um Casamento Jason Begue & Shawn Snyder, por Ao Pó Voltará Ronald Bronstein, Benny Safdie & Josh Safdie, por Uncut Gems Chinonye Chukwu, por Clemency Tarrell Alvin McCraney, por High Flying Bird Melhor Roteiro de Estreia – Fredrica Bailey & Stefon Bristol, por A Gente Se Vê Ontem Hannah Bos & Paul Thureen, por Driveways Bridget Savage Cole & Danielle Krudy, por Blow the Man Down Jocelyn Deboer & Dawn Luebbe, por Greener Grass James Montague & Craig W. Sanger, por The Vast of Night Melhor Filme Internacional – Parasita (Coreia do Sul) A Vida Invisível (Brasil) Os Miseráveis (França) Retrato de uma Jovem em Chamas (França) Retablo (Peru) The Souvenir (Reino Unido) Melhor Documentário – Indústria Americana Apollo 11 For Sama Honeyland Island of the Hungry Ghosts Melhor Fotografia – Jarin Blaschke, por O Farol Todd Banhazi, por As Golpistas Natasha Braier, por Honey Boy Chanarun Chotrungroi, por The Third Wife Pawel Pogorzelski, por Midsommar: O Mal Não Espera a Noite Melhor Edição – Ronald Bronstein & Benny Safdie, por Jóias Brutas Julie Béziau, por The Third Wife Tyler L. Cook, por Sword of Trust Louise Ford, por O Farol Kirill Mikhanovsky, por Give me Liberty John Cassavetes Award (para filmes feitos por menos de US$ 500 mil) – Give Me Liberty Burning Cane Colewell Premature Loucas Noites com Emily Melhor Cineasta Revelação – Ernesto Green, por Premature Ash Mayfair, por The Third Wife Joe Talbot, por The Last Black Man in San Francisco Melhor Produtor Revelação – Mollye Asher Krista Parris Ryan Zacarias Truer Than Fiction Award (revelação em documentário) – Nadia Shihab, por Jaddoland Khalik Allah, por Black Mother Davy Rothbart, por 17 Blocks Erick Stroll & Chase Whiteside, por América Bonnie Award (para cineastas mulheres) – Kelly Reichardt Marielle Heller Lulu Wang Robert Altman Award (Melhor combo de elenco e direção) – História de um Casamento
Joaquin Phoenix é preso na véspera do Oscar
O ator Joaquin Phoenix voltou a ser preso nos EUA, ao participar de um protesto ambientalista ao lado da colega Jane Fonda. Os dois foram detidos com cerca de 15 pessoas nesta sexta (8/2), durante manifestação contra a falta de iniciativas do governo americano contra as mudanças climáticas. A diferença para prisões anteriores da dupla é que, desta vez, o protesto aconteceu em Los Angeles, onde o Oscar será entregue no domingo (9/2), e não em Washington, capital dos EUA, onde as demonstrações anteriores aconteceram. Os manifestantes ocuparam a matriz da Maverick Natural Resources, uma empresa que explora gás na Califórnia, e marcharam até a prefeitura de Los Angeles. A atriz lidera protestos ambientais todas as sextas desde outubro de 2019. Ela já foi presa cinco vezes desde então. Para Phoenix, esta é a segunda prisão. Outros famosos que se juntaram às manifestações e acabaram presos foram Lily Tomlin, Sam Waterston, Martin Sheen — colegas de Fonda na série “Grace & Frankie” — Ted Danson, Diane Lane, Piper Perabo, Amber Valletta e Sally Field.
Globo decide exibir futebol na hora do Oscar e passa transmissão do prêmio para o G1
Quando não é o carnaval, costuma ser o “Big Brother Brasil”. Mas neste ano a Globo encontrou um motivo inédito para escantear a cobertura do Oscar 2020. A emissora resolveu transmitir um jogo de um torneio que não estava exibindo na TV, e que acontece exatamente na hora do Oscar. Com isso, abriu mão da exclusividade do sinal, liberando o evento ao vivo para o portal G1. O motivo da desistência da Globo é a partida entre as seleções de futebol de Brasil e Argentina pelo torneio Pré-Olímpico. Todas as partidas anteriores da competição foram exibidas com exclusividade pela TV paga. Mas no dia do Oscar, o canal resolveu mudar o planejamento da cobertura da competição. O mais interessante é que, para exibir o jogo, a Globo fez tudo o que nunca faz para valorizar a premiação da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, mudando o horário de transmissão de outras atrações, como “Fantástico” e o “BBB”. A Globo só começará a transmitir o Oscar após a partida, quando o evento estará em sua reta final. O canal, porém, pretende voltar a exibir a premiação, desta vez em sua íntegra, imediatamente após o final da transmissão ao vivo. O conflito de programação acabou levando o Oscar para o portal G1, inesperadamente valorizado por um conteúdo que já causou disputa acirrada no mercado televisivo – apesar do que a Globo faz com ele, desde que tomou a premiação do SBT. Em post no Twitter, o portal informou que irá transmitir o Oscar ao vivo e na íntegra neste domingo (9/2), a partir das 20h, desde o início da chegada das celebridades ao tapete vermelho. A cobertura também deverá ser estendida à plataforma Globoplay. Entretanto, não há maiores informações sobre o formato dessa transmissão. Especificamente, se trará a mesma apresentação e os comentários previstos para a Globo. Pelo terceiro ano consecutivo, a transmissão oficial da Globo será comandada por Maria Beltrão com comentários do jornalista Artur Xexéo e da atriz Dira Paes. “É o terceiro ano seguido do trio. Eu olho para o Xexéo e já sei o que ele está pensando. A Dira é uma luz, tem muito carisma e um conhecimento enorme de cinema. Outra atração é a Anna Vianna, que faz uma tradução impecável. Essas transmissões geram uma grande responsabilidade. Quando você está acostumada com os companheiros que estarão ao seu lado, já é meio caminho andado para dar certo”, declarou Maria Beltrão em comunicado. Já vai preparando a pipoca e a torcida! O G1 transmite o #Oscar ao vivo e na íntegra neste domingo, a partir das 20h, desde o tapete vermelho. Vamos ver juntos a cerimônia de premiação? ==> https://t.co/wazjVYb8pr #OscarNaGlobo pic.twitter.com/uqY8Ml4nbc — G1 (@g1) February 7, 2020
Crusoé copia frases machistas de Pedro Bial para atacar Petra Costa
A revista digital de direita Crusoé, ligada ao site O Antagonista, copiou as frases machistas de Pedro Bial para atacar Petra Costa, a diretora de “Democracia em Vertigem”, que concorre ao Oscar de Melhor Documentário no domingo (9/2). Em entrevista à Rádio Gaúcha na segunda-feira (3/2), Bial afirmou que “Democracia em Vertigem”, que conta uma versão assumidamente parcial dos últimos anos da política brasileira, “vai contando as coisas num pé com bunda danado”, com “narração miada, insuportável, onde ela [Petra Costa, diretora e narradora] fica choramingando o filme inteiro”. Acusado de machismo, inclusive por colegas, como a ex-repórter da Globo Cristina Serra, Bial ainda arrematou: “É um filme de uma menina dizendo para a mamãe dela que fez tudo direitinho, que ela está ali cumprindo as ordens e a inspiração de mamãe, somos da esquerda, somos bons, não fizemos nada, não temos que fazer autocrítica”. “Nem que fosse por respeito às mulheres que fazem parte da sua vida (certamente, as há), Bial não poderia ter sido tão grosseiro na crítica que fez ao filme, usando os termos rasteiros que usou”, escreveu Cristina Serra em seu Facebook. Pois nesta sexta (7/2) a Crusoé fez copy-paste desse ataque. “’Democracia em Vertigem’ não oferece sequer material para debate ou discordância: é só o desabafo narcisista de uma garota inconformada porque o Brasil não é o país que sua mãe queria”, escreveu Jerônimo Teixeira na revista digital de direita, atacando também, entre outras coisas, “a voz chorosa de Petra”. Petra Costa, claro, não é uma “garota inconformada” nem uma “menina”, muito menos filhinha “chorosa” fazendo documentário para agradar a mãe. É uma cineasta que merece respeito por mais de uma década de reconhecimento internacional, que exibe seus filmes em festivais como Sundance, Locarno e Veneza, já venceu o Festival de Brasília, do Rio, de Havana, coleciona prêmios em vários eventos do mundo e vive atualmente o auge da carreira, com uma indicação ao Oscar. Pode-se discordar da narrativa claramente petista de “Democracia em Vertigem”, que de ingênua não tem nada – é uma aula de marketing político – , mas usar argumentos machistas para tentar diminuir a qualidade do trabalho (com 97% de aprovação no Rotten Tomatoes) e o talento amplamente reconhecido de sua diretora apenas demonstra o baixo nível a que chegou a discussão cultural neste país de presidente “imbroxável” e compartilhador de “golden shower”. “R-E-S-P-E-I-T-O”, já cantava Aretha Franklin (em versão traduzida), pedindo em nome das mulheres há meio século: “descubra o que isso significa”.
Imprensa mundial repercute ataque do governo à Petra Costa e ela responde: “Não podemos ficar calados”
O ataque oficial do governo Bolsonaro a uma cidadã brasileira, a cineasta Petra Costa, repercutiu no mundo inteiro. A notícia foi distribuída pela agência AP a jornais tão diferentes quanto o New York Times e publicações da Ásia. Outras grifes da imprensa buscaram refletir por conta própria o que foi considerado “extraordinário” – isto é, foram do comum. “A maioria dos governos celebram quando seus cidadão são indicados para o Oscar, mas não no Brasil de Jair Bolsonaro”, escreveu o jornal inglês The Guardian, que citou a forma como o documentário “Democracia em Vertigem” e sua diretora estão sendo agredidos verbalmente por representantes do Estado brasileiro. Ao retuitar a reportagem sobre as ofensas que recebeu, a diretora se manifestou sobre o ataque. “O governo brasileiro usou sua conta oficial da Secretária de Comunicação nas mídias sociais para me atacar, chamando-me de anti-patriota. Este é mais um passo em direção ao autoritarismo, em relação ao qual não podemos permanecer calados”, ela escreveu, em inglês, falando ao mundo. A repercussão levou o Washington Post a contatá-la, dando espaço para que ela apontasse que o ataque contra ela foi também um ataque contra a liberdade de expressão. “Quando eles me chamam de ‘militante anti-Brasil’, como fazem com muitos que não concordam com eles, estão tentando censurar críticas e pensamentos divergentes, o que é garantido por nosso direito fundamental à liberdade de expressão”, Petra disse ao jornal americano. Diretora de “Democracia em Vertigem”, que disputa o Oscar de Melhor Documentário, Petra vem dando uma série de entrevistas para a imprensa americana, conforme a data da premiação se aproxima. E uma delas causou a ira do clã Bolsonaro. Um dos filhosdo presidente chegou a chamá-la de “canalha” e a comparou a um criminoso. Eduardo Bolsonaro, que queria ser embaixador do Brasil nos EUA, costuma usar essa truculência para consumo interno de seus seguidores, mas ao atacar Petra, no momento de maior visibilidade da cineasta, acabou jogando o comportamento agressivo de sua família nos holofotes da mídia internacional. Mas o que realmente motivou interesse mundial foi o fato de a Secom (Secretaria de Comunicação do governo) usar seus canais oficiais para perseguir a diretora, acusando-a de “denegrir uma nação” durante a entrevista “polêmica” ao canal americano PBS. Num série de posts publicados em inglês e português no Twitter, a Secom sustentou que a cineasta “assumiu o papel de militante anti-Brasil e está difamando a imagem do País no exterior”, “sem respeito por sua Pátria e seu povo”. O motivo? Ela denunciou justamente o perfil autoritário do governo, auto-exemplificado pela Secom. O responsável pela secretaria, Fabio Wajngarten, investigado por suspeita de corrupção (peculato e outros crimes) pela Polícia Federal, ainda foi ao Twitter defender o tom gravíssimo do ataque. “Um dos deveres da comunicação do governo é informar os fatos, sobretudo quando informações falsas são espalhadas no Brasil e no exterior. Porém, o que muitos querem, de fato, é denegrir o país sem direito a réplica por parte dos brasileiros. Isso sim é censura”, disse, repetindo a expressão “denegrir”, politicamente incorreta. Vale pausar para tentar entender o raciocínio: dar entrevistas contra o governo, fazendo uso da liberdade de expressão, “isso sim é censura”. Em seu clássico distópico “1984”, George Orwell batizou o ato de usar contradições evidentes em manifestações oficiais de “duplipensar”. A frase de Wajngarten é um dos melhores exemplos do significado desse uso político da boa e velha hipocrisia. Ouvidos pelos jornais Folha de S. Paulo e O Globo, diversos juristas consideraram o uso da Secom para atacar uma cidadã brasileira como anticonstitucional, pois fere o princípio da impessoalidade. Em outras palavras, Eduardo Bolsonaro pode chamar Petra Costa de “canalha” – e talvez responder por isso num processo por calúnia e difamação. Mas o Estado não pode perseguir nenhum cidadão, especialmente se esta pessoa não cometeu crime algum. À Folha, a advogada Mônica Sapucaia Machado, professora da Escola de Direito do Brasil, disse que os posts atropelam o artigo 37 da Constituição, que alerta para a forma de comunicação permitida ao governo, com termos como “impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência, e determina ainda que a publicidade dos governos terá caráter educativo, informativo ou de orientação social”. Para Machado, a Secom se comportou “como um instrumento de opinião sobre determinada obra cultural” num país onde “a liberdade de expressão é um pilar constitucional”. Por conta da polêmica, a deputada Maria do Rosário (PT-RS) já protocolou no Ministério Público Federal uma representação contra Fabio Wajngarten, que vai se acumular a seu processo criminal. “Esta importante secretaria do Poder Executivo Federal, em sua conta oficial do Twitter (@secomvc), de forma inacreditável, passou a atacar de forma pessoalizada e nada republicana a cineasta Petra Costa”, diz o texto encaminhado à Procuradoria pela equipe da deputada. Importante salientar que no exterior ninguém sabe quem é o subalterno de Bolsonaro responsável pela Secom. As reportagens internacionais simplesmente ignoram qualquer distinção entre a figura do secretário e a cabeça do governo. Todos são Bolsonaro. Como Bolsonaro costuma dizer que a imprensa brasileira tem “má vontade” contra seu governo, ele já deve saber como proceder. Após um órgão da presidência atacar a liberdade de expressão de uma artista brasileira em plenos Estados Unidos, país que considera a liberdade de expressão sagrada, ele só vai precisar estender a denúncia de “má vontade” à cobertura de toda a imprensa internacional. “Democracia em Vertigem” não era favorito ao Oscar de Melhor Documentário, mas a divulgação de última hora do governo Bolsonaro pode ter mudado a intensão de voto. A votação se encerrou nesta terça (4/2) e o resultado será conhecido no domingo (9/2), com transmissão ao vivo para o Brasil pelos canais Globo e TNT. The Brazilian government used its Secretary of Communication official account on social media to attack me calling me an anti-patriot. This is yet another step towards authoritarianism, in face of which we should not remain silent #TheEdgeofDemocracy https://t.co/4rJ9VmRNsy — Petra Costa (@petracostal) February 4, 2020
Making of revela como Carrie Fisher foi inserida em Star Wars: A Ascensão Skywalker
A Industrial Light & Magic, empresa de efeitos visuais da Lucasfilm, divulgou um “making of” dos efeitos digitais de “Star Wars: A Ascensão Skywalker”. O vídeo revela vários segredos das filmagens, além de alguns estudos visuais. O mais interessante está logo no começo. O vídeo revela como imagens antigas de Carrie Fisher, falecida em dezembro de 2016, foram tratadas para que ela pudesse ser inserida no novo filme. Um dos trechos mostra que os cabelos e as roupas da atriz foram recriados digitalmente para acompanhar as novas cenas da produção. O vídeo também revela o uso de uma montagem similar para as cenas de flashback, que mostraram Luke Skywalker (Mark Hamill) e Leia (Fisher) treinando lutas com sabre de luz. A ILM capturou imagens dos atores em “O Império Contra-Ataca” e “O Retorno de Jedi” para recriar seus rostos em computador. Fisher teria desempenhado um papel maior em “A Ascensão Skywalker”, mas os planos foram alterados quando a atriz morreu repentinamente durante uma viagem de avião, logo depois de terminar seu trabalho em “Star Wars: Os Últimos Jedi”. “A Ascensão Skywalker” disputa a categoria de Melhores Efeitos Visuais no Oscar 2020, que acontece no domingo (9/2), em Los Angeles, com transmissão ao vivo para o Brasil pelos canais Globo e TNT.
Diretora de For Sama, indicado ao Oscar 2020, protesta contra ONU
A cineasta Waad al-Kateab, diretora de “For Sama”, documentário sírio indicado ao Oscar 2020, protestou nesta quinta-feira (30/1) em frente à sede da ONU, após o anúncio do adiamento dos resultados de uma investigação sobre crimes de guerra na Síria. “Vergonha, ONU! Vergonha (secretário-geral António) Guterres! Vergonha!”, gritou a cineasta, cujo documentário sobre sua vida em Aleppo, sob bombardeio constante, tem vencido vários prêmios internacionais. Consagrado no Festival de Cannes, “For Sama” foi resultado da mistura de sua experiência pessoal e profissional em Aleppo. Waad deu à luz a sua filha Sama enquanto trabalhava como jornalista em meio à guerra civil no país. Além do sucesso do filme, suas reportagens para o noticiário do Channel 4 britânico foram reconhecidas com o prêmio Emmy americano. Seu marido e pai de Sama é médico. Por isso, ela se engajou na manifestação da ONG Medical for Human Rights e leu mensagens de médicos que testemunharam os danos causados pelo bombardeio de hospitais em áreas controladas por rebeldes na Síria. Em agosto, a ONU abriu uma investigação sobre alguns dos ataques, que Moscou nega ter realizado. A investigação deveria estar pronta no final de janeiro, mas foi adiada para meados de março. Waad al-Kateab teme que os resultados da investigação nunca sejam publicados, o que levaria a “mais desinformação em vez de dizer a verdade sobre o que está acontecendo na Síria”. Ela disse que não confia na ONU e em Guterres, e que a organização está “ajudando” a ofensiva do presidente Bashar al-Assad, no noroeste da Síria. “Eles devem aceitar sua responsabilidade. Eles são as Nações Unidas. Eles não devem tomar partido e ajudar o regime de Assad”, disse o cineasta.
Billie Eilish fará apresentação especial no Oscar 2020
Grande vencedora do Grammy 2020, Billie Eilish também será destaque no Oscar 2020. A Academia de Artes e Ciências Cinematográficas dos EUA anunciou que a cantora fará uma apresentação especial durante a cerimônia de premiação dos melhores do cinema. Embora o anúncio, via redes sociais, não inclua detalhes sobre a performance da cantora, há especulações de que ela possa levar ao palco do Dolby Theatre a nova música-tema de 007, que vai cantar na abertura do filme “007 – Sem Tempo Para Morrer”. A 92ª edição do Oscar será realizada em 9 de fevereiro no Teatro Dolby, em Los Angeles, com transmissão ao vivo no Brasil pelos canais Globo e TNT. Are you ready? @billieeilish will take to the #Oscars stage for a special performance! Watch live on @ABC. pic.twitter.com/CsNmjDD2Bi — The Academy (@TheAcademy) January 29, 2020
Deputado do RS usa máscara do Coringa em sessão da Assembléia Legislativa
“Coringa” ganhou uma divulgação de fonte inesperada na reta final de sua campanha para o Oscar 2020. Durante uma sessão extraordinária da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul nesta terça (28/1), o deputado Rodrigo Maroni (Podemos) vestiu uma máscara de palhaço, que imita a maquiagem de Joaquin Phoenix no longa, como parte de um protesto pela falta de estrutura em segurança, educação e saúde no estado. “O filme foi lançado para dizer justamente o quê? Que sem educação, sem segurança e sem saúde pública, vamos ter uma sociedade de Coringas que vai estar se matando por falta de perspectiva de emprego” afirmou o deputado, antes de colocar a máscara. Para o político, sua manifestação “vai ficar na História”. Ao sair do púlpito, Maroni foi advertido por Luís Augusto Lara, presidente da Assembleia, sobre o uso da máscara. “O regimento só permite o uso de palavras. Vou pedir que não se repita isso”, avisou o político. Veja o vídeo do deputado palhaço abaixo. Apesar da “palhaçada” literal, a intervenção tem fundo sério, pois remete ao fato de que, no blockbuster hollywoodiano, Arthur Fleck virou o Coringa após o Estado cortar as verbas sociais de Gotham City, impedindo a continuidade de seu tratamento junto à assistente social que o mantinha na linha. Surtado, ele acaba liberando uma manifestação gigantesca de protestos genéricos, aproveitando a crise econômica para levar anarquia às ruas da cidade. Líder em indicações ao Oscar 2020, “Coringa” deve premiar a performance de Joaquin Phoenix e, quem sabe, “ficar na História” se conseguir surpreender e se tornar a primeira adaptação de quadrinhos a vencer a estatueta de Melhor Filme. A 92ª edição do prêmio da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas dos EUA será realizada em 9 de fevereiro no Teatro Dolby, em Los Angeles, com transmissão ao vivo no Brasil pelos canais Globo e TNT.











