Oscar de Melhor Animação tem número recorde de inscritos
A Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood divulgou na sexta-feira (11/11) a lista dos filmes inscritos para a categoria de Melhor Animação no Oscar 2017. São, ao todo, 27 produções, um número recorde, que podia ser ainda maior, já que muitos candidatos chegaram a ser desclassificados por não cumprirem as normas exigidas. Ao contrário do ano passado, desta vez não há um filme brasileiro entre os selecionados. Entre os inscritos, o favoritismo tende para sucessos de bilheteria como “Procurando Dory”, “Zootopia” e “A Vida Secreta dos Bichos”, mas também para o belo “Kubo e as Cordas Mágicas”. Voltado para o público adulto, “A Festa da Salsicha” também foi aceito, assim como filmes que ainda não estrearam, como “Moana” e “Sing: Quem Canta Seus Males Espanta”. Já os mais fortes candidatos internacionais são a adaptação francesa do clássico “O Pequeno Príncipe”, a suíça “My Life as a Zucchini” e a produção do Studio Ghibli “A Tartaruga Vermelha”. O anúncio dos cinco filmes selecionados para disputar o Oscar será conhecido junto dos demais indicados, no dia 24 de janeiro. Confira a lista completa dos filmes inscritos abaixo: Angry Birds: O Filme (EUA) Abril e O Mundo Extraordinário (França) Procurando Dory (EUA) A Era do Gelo: O Big Bang (EUA) Kubo e as Cordas Mágicas (EUA) Kung Fu Panda 3 (EUA) O Pequeno Príncipe (França) Longo Caminho Rumo ao Norte (França) Miss Hokusai (Japão) Moana: Um Mar de Aventuras (EUA) Mune, Le Gardien de la Lune (França) My Life as a Zucchini (Suíça) Phantom Boy (França) Heróis da Galáxia – Ratchet e Clank (Hong Kong) A Tartaruga Vermelha (Japão) Festa da Salsicha (EUA) Pets – A Vida Secreta dos Bichos (EUA) Sing: Quem Canta Seus Males Espanta (EUA) Cegonhas (EUA) Trolls (EUA) Your Name (Japão) Zootopia (EUA) Kingslaive: Final Fantasy XV (Japão) Monkey King: Hero is Back (China) Mustafa & the Magician (EUA) Snowtime! (Canadá) 25 April (Nova Zelândia)
Candidato brasileiro ao Oscar, Pequeno Segredo é melodrama convencional
Membro da família de velejadores Schurmann, David Schurmann já havia se prontificado a levar para os cinemas detalhes de suas expedições com o documentário “O Mundo em Duas Voltas” (2007). Em “Pequeno Segredo”, escolhido para representar o Brasil na busca por uma indicação ao Oscar de Melhor Filme em Língua Estrangeira, o diretor volta a resgatar as memórias de sua família, especialmente de sua irmã adotiva, desta vez como ficção. Mas em vez de suas aventuras marítimas pelo mundo, foca um drama particular narrado por sua mãe Heloisa no livro “Pequeno Segredo – As Lições de Kat para Família Schurmann”. Mesmo o mais desinformado dos espectadores sabe que o centro da trama é a enfermidade carregada por Kat (Mariana Goulart), pré-adolescente que acredita ingerir vitaminas para controlar uma hepatite. Adotada por Heloisa (Julia Lemmertz) e Vilfredo (Marcello Antony), Kat tem os detalhes de sua concepção recriados aos poucos em “Pequeno Segredo”. Graduado em cinema e televisão na Nova Zelândia, David Schurmann sugere ter grande afeto por filmes corais, aqueles em que alguns personagens desconhecidos entre si se conectam em uma narrativa não linear. É um desafio gerenciar indivíduos de personalidades distintas em linhas temporais diversas e, mesmo que Schurmann tenha a facilidade de lidar com apenas dois núcleos familiares, há uma regra sagrada não respeitada em “Pequeno Segredo”: o fator surpresa. Fracassando ao pretender que o “pequeno segredo” nos seja revelado na mesma altura em que Kat descobre o que condenará a sua existência (uma pista jogada no primeiro ato trata de destruir qualquer apreensão que esse mistério provocaria), a condução de Schurmann se sabota na tentativa de respeitar as regras mais básicas da cartilha do melodrama. É um filme que não tem vergonha de admitir que foi feito para emocionar, mas que não sabe até onde apelar para fazê-lo. Além da estrutura, dessas que ainda lidam com dados do passado já descortinados pelo presente, outro problema no filme vem a ser a construção de personagens. O senso de desprendimento dos Schurmann foi substituído por um novo estilo de vida em que Kat é uma prioridade 24 horas por dia. Já os pais biológicos da garota (interpretados por Maria Flor e Erroll Shand) contam com preocupações como o bem-estar próprio e alheio, assim como os dilemas de abandonar ou se manter em seus locais de origem. Mas são logo descartados quando os Schurmann assumem um protagonismo mais evidente. Lamentavelmente, o trabalho mais ingrato recai justamente nos ombros da irlandesa Fionnula Flanagan, excelente veterana, mais conhecida por filmes como “Mães em Luta” e “Os Outros”, bem como por sua participação especial no seriado “Lost”. No papel da avó biológica de Kat, a atriz precisa se virar com falas desprezíveis e ainda é submetida a uma redenção a partir de um monólogo sobre o que é amar, que jamais compramos. É preciso coragem para tornar pública uma história dolorosa e privada e David Schurmann busca compartilhar a de sua irmã com carinho e ênfase em valores, que deseja que o público carregue consigo após a sessão. No entanto, também é preciso um amadurecimento profissional que nenhuma credencial para tentar uma vaga no Oscar é capaz de substituir. Talvez fosse melhor ter repassado a história de Kat para outro diretor que não se preocupasse tanto em higienizar a tela e enfeitá-la com borboletas.
EUA negam visto a ator mirim do filme Lion, forte candidato ao Oscar 2017
Os Estados Unidos negaram visto de entrada ao ator mirim indiano Sunny Pawar. Segundo o site da revista Variety, menino de 8 anos iria ao país para promover o filme “Lion”, forte candidato ao Oscar, em que ele contracena com Nicole Kidman, Rooney Mara e Dev Patel. Pawar voaria nesta semana para Los Angeles acompanhado de seu pai para participar de exibições promocionais do filme, seguindo depois para um evento em Nova York. Mas a alfândega americana proibiu sua entrada no país. Uma das produções mais elogiadas do ano, vencedor do Festival de Chicago e 2º lugar no Festival de Toronto, “Lion” conta a história de um menino perdido nas ruas de Calcutá, que acaba adotado por um casal de australianos. Anos depois, ele volta para a Índia para encontrar seus pais biológicos. Sunny Pawar interpreta o personagem central do filme, durante as cenas de sua infância. O consulado americano em Mumbai, na Índia, não revelou porque negou o visto de entrada ao menino. O estúdio responsável pelo filme, The Weinstein Company, tenta resolver a situação, já que pretendia promover o menino como candidato a concorrer ao Oscar na categoria de Melhor Ator Coadjuvante. “‘Lion’ é uma história de amor, inclusão e benevolência independente de raça, religião ou etnia. O governando barrando a entrada de um garoto de 8 anos, que é a estrela do filme, no nosso país só mostra o quanto nós precisamos ser lembrados sobre os valores da nossa nação”, declarou um representante do estúdio em nota. Em sua campanha, o presidente eleito dos EUA Donald Trump prometeu que fecharia as fronteiras americanas para imigrantes, especialmente muçulmanos. “Donald Trump pede a suspensão total e completa da entrada de muçulmanos nos Estados Unidos até que os legisladores do nosso país compreendam o que está ocorrendo”, escreveu a equipe de campanha do candidato em um comunicado intitulado “Comunicado de Donald Trump para impedir a imigração muçulmana”. “Até que sejamos capazes de determinar e entender esse problema e o perigo que ele representa, nosso país não pode ser vítima desses ataques horrendos de pessoas que acreditam apenas na jihad, e que não tem nenhum senso de razão ou respeito pela vida humana”, diz o comunicado. O coordenador da campanha de Trump, Corey Lewandowski, afirmou que a proposta se aplicaria a “todo mundo”, considerando tanto muçulmanos que requisitam vistos de imigrantes quanto os que buscam entrar no país como turistas.
Produtores de Cinquenta Tons de Cinza e Jason Bourne farão a cerimônia do Oscar 2017
Os produtores Michael De Luca (“Cinquenta Tons de Cinza”) e Jennifer Todd (“Jason Bourne”) assinaram contrato para comandar a 89ª edição do Oscar. A escolha da dupla, que normalmente não trabalha junta, se deve à sua experiência com premiações. Atualmente, os dois atuam como copresidentes do PGA Awards, a premiação do Sindicato dos Produtores de Hollywood. Em entrevista ao site The Wrap, De Luca afirmou que pretende empregar um tom bem-humorado na cerimônia: “Nós gostamos do Oscar conduzido com alegria e humor, especialmente depois dos últimos dois anos que tivemos neste país e pelo modo como nossa consciência coletiva foi atingida”, disse ele. No entanto, o produtor deixa claro que a intenção não é transformar o Oscar 2017 num show stand-up de piadas. “Não queremos que seja um roast [show com piadas cruéis contra determinadas pessoas]. Mesmo se a cerimônia for engraçada, o objetivo ainda é honrar as incríveis contribuições dos indicados para o cinema”, finalizou. Vale destacar que De Luca raramente produz comédias. As duas últimas que produziu estão entre as piores já feitas neste século, “O Babá(ca)” (2011) e “O Guru do Amor” (2008). A cerimônia do Oscar 2017 será realizada no dia 26 de fevereiro, em Los Angeles, com transmissão no Brasil pelos canais Globo e TNT.
Menino 23 vai disputar uma vaga na categoria de Melhor Documentário do Oscar 2017
O Brasil vai tentar uma vaga na disputa de Melhor Documentário do Oscar 2017 com “Menino 23 – Infâncias Perdidas no Brasil”, dirigido por Belisário Franca. O filme entrou na lista de inscritos para o prêmio. “Menino 23 – Infâncias Perdidas no Brasil” acompanha as investigações sobre tijolos marcados com suásticas nazistas, encontrados no interior do Brasil, e revela a história de meninos órfãos e negros, vítimas de um projeto criminoso de eugenia. Ele concorrerá com outros 144 títulos para as cinco vagas da categoria, que, ao contrário de outros prêmios, não distingue produções de língua inglesa de outras de “língua estrangeira”. A primeira peneira da categoria selecionará 15 documentários finalistas em dezembro, dos quais sairão os cinco indicados da categoria, que serão anunciados no dia 24 de janeiro. No ano passado, a estatueta ficou com “Amy”, documentário sobre a vida da cantora britânica Amy Winehouse, dirigido por Asif Kapadia, mesmo cineasta que retratou a vida de Ayrton Senna em 2010. Neste ano, há candidatos fortes como “A 13ª Emenda”, filme da diretora Ava DuVernay sobre o sistema carcerário dos Estados Unidos, e “A Voyage of Time: Life’s Journey”, de Terrence Malick, que já concorreu ao Oscar com os longas “A Árvore da Vida” (2011) e “Além da Linha Vermelha” (1998). Outros fortes concorrentes são “Weiner”, que levou o prêmio do júri no Festival de Sundance, “I Am Not Your Negro”, estrelado por Samuel L. Jackson e premiado pelo público do Festival de Toronto, além do francês “Bright Lights: Starring Carrie Fisher and Debbie Reynolds”, sobre a relação da intérprete da Princesa Leia e sua mãe famosa, que estrelou “Cantando na Chuva” (1952).
Oscar 2017: Conheça os 85 filmes na disputa por indicações a Melhor Filme de Língua Estrangeira
A Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, responsável pela organização do Oscar, anunciou nesta terça-feira a lista dos filmes inscritos na categoria de Melhor Filme de Língua Estrangeiro, que tentarão as cinco indicações para a premiação em 2017. Além do brasileiro “Pequeno segredo”, de David Schurmann, entre os 85 candidatos estão “Elle”, de Paul Verhoeven, “The Salesman”, do iraniano Asghar Farhadi, e “Afterimage”, último filme do polonês Andrzej Wajda, morto no domingo. Os 85 concorrentes de todo o mundo ainda serão reduzidos a uma lista de cerca de uma dezena de semifinalistas antes da divulgação dos cinco indicados, que serão conhecidos no dia 24 de janeiro. Confira abaixo a lista completa dos filmes inscritos. África do Sul: “Call me thief”, de Daryne Joshua Albânia: “Chromium”, de Bujar Alimani Alemanha: “Toni Erdmann”, de Maren Ade Arábia Saudita: “Barakah meets Barakah”, de Mahmoud Sabbagh Argélia: “The well”, de Lotfi Bouchouchi Argentina: “El Ciudadano Ilustre” de Mariano Cohn e Gastón Duprat Austrália: “Tanna”, de Bentley Dean e Martin Butler Áustria: “Stefan Zweig: Farewell to Europe”, de Maria Schrader Bangladesh: “The Unnamed”, de Tauquir Ahmed Bélgica: “The Ardennes”, de Robin Pront Bolívia: “Sealed cargo”, de Julia Vargas Weise Bósnia e Herzegovina: “Death in Sarajevo”, de Danis Tanovic Brasil: “Pequeno segredo”, de David Schurmann Bulgária: “Losers”, de Ivaylo Hristov Camboja: “Before the Fall:” de Ian White Canadá: “It’s Only the End of the World”, de Xavier Dolan Cazaquistão: “Amanat”, de Satybaldy Narymbetov Chile: “Neruda”, de Pablo Larraín China: “Xuan Zang”, de Huo Jianqi Colômbia: “Alias María”, de José Luis Rugeles Coreia do Sul: “The Age of Shadows”, de Kim Jee-woon Costa Rica: “Entonces Nosotros”, de Hernán Jiménez Croácia: “On the Other Side” de Zrinko Ogresta Cuba: “El Acompañante”, de Pavel Giroud Dinamarca: “Terra de Minas”, de Martin Zandvliet Equador: “Sin Muertos no Hay Carnaval”, de Sebastián Cordero Egito: “Clash”, de Mohamed Diab Eslováquia: “Eva Nová”, de Marko Skop Eslovênia: “Houston: We Have a Problem!”, de Žiga Virc Espanha: “Julieta”, de Pedro Almodóvar Estônia: “Mother”, de Kadri Kõusaar Filipinas: “Ma’ Rosa”, de Brillante Mendoza Finlândia: “The happiest day in the life of Olli Mäki”, de Juho Kuosmanen França: “Elle”, de Paul Verhoeven Geórgia: “House of Others”, de Rusudan Glurjidze Grécia: “Chevalier”, de Athina Rachel Tsangari Holanda: “Tonio”, de Paula van der Oest Hong Kong: “Port of Call”, de Philip Yung Hungria: “Kills on Wheels”, de Attila Till Iêmen: “I Am Nojoom, Age 10 and Divorced”, de Khadija Al-Salami Islândia: “Sparrows”, de Rúnar Rúnarsson Índia: “Interrogation”, de Vetri Maaran Indonésia: “Letters from Prague”, de Angga Dwimas Sasongko Irã: “The Salesman”, de Asghar Farhadi Iraque: “El Clásico”, de Halkawt Mustafa Israel: “Sand Storm”, de Elite Zexer Itália: “Fogo no Mar”, de Gianfranco Rosi Japão: “Nagasaki: Memories of My Son”, de Yoji Yamada Jordânia: “3000 Nights”, de Mai Masri Kosovo: “Home Sweet Home”, de Faton Bajraktari Letônia: “Dawn”, de Laila Pakalnina Líbano: “Very Big Shot”, de Mir-Jean Bou Chaaya Lituânia: “Seneca’s Day”, de Kristijonas Vildziunas Luxemburgo: “Voices from Chernobyl”, de Pol Cruchten Macedônia: “The Liberation of Skopje”, de Rade Šerbedžija e Danilo Šerbedžija Malásia: “Beautiful Pain”, de Tunku Mona Riza México: “Desierto”, de Jonás Cuarón Montenegro: “The Black Pin”, de Ivan Marinović Marrocos: “A Mile in My Shoes”, de Said Khallaf Nepal: “The Black Hen”, de Min Bahadur Bham Nova Zelândia: “A Flickering Truth”, de Pietra Brettkelly Noruega: “The King’s Choice”, de Erik Poppe Paquistão: “Mah-e-Mir”, de Anjum Shahzad Palestina: “The Idol”, de Hany Abu-Assad Panamá: “Salsipuedes”, de Ricardo Aguilar Navarro e Manolito Rodríguez Peru: “Videophilia (and Other Viral Syndromes)”, de Juan Daniel F. Molero Polônia: “Afterimage”, de Andrzej Wajda Portugal: “Cartas da Guerra”, de Ivo M. Ferreira Quirguistão: “A Father’s Will”, de Bakyt Mukul e Dastan Zhapar Uulu Reino Unido: “Under the Shadow”, de Babak Anvari República Dominicana: “Sugar Fields”, de Fernando Báez República Tcheca: “Lost in Munich”, de Petr Zelenka Romênia: “Sieranevada”, de Cristi Puiu Rússia: “Paradise”, de Andrei Konchalovsky Sérvia: “Train Driver’s Diary”, de Milos Radovic Singapura: “Apprentice”, de Boo Junfeng Suécia: “A Man Called Ove”, de Hannes Holm Suíça: “My life as a zucchini”, de Claude Barras Taiwan: “Hang in There, Kids!”, de Laha Mebow Tailândia: “Karma”, de Kanittha Kwunyoo Turquia: “Cold of Kalandar”, de Mustafa Kara Ucrânia: “Ukrainian Sheriffs”, de Roman Bondarchuk Uruguai: “Migas de Pan”, de Manane Rodríguez Venezuela: “De Longe te Observo”, de Lorenzo Vigas Vietnã: “Yellow flowers on the Green grass”, de Victor Vu.
Pequeno Segredo estreia apenas numa cidade gaúcha para cumprir regra do Oscar
Escolhido para representar o Brasil no Oscar 2017, na disputa por uma vanga na categoria de Melhor Filme Estrangeiro, “Pequeno Segredo” será lançado nesta quinta-feira (22/9) com exclusividade na cidade de Novo Hamburgo, próxima a Porto Alegre, mantendo uma sessão diária na rede Cinespaço, no shopping Bourbon. Desta forma, o longa dirigido por David Schurmann conseguirá cumprir uma regra obrigatória para se qualificar ao Oscar, de estrear em pelo menos uma sala do circuito comercial do país até o dia 30 de setembro deste ano. Aparentemente, não há nenhum motivo específico para Novo Hamburgo ter sido a cidade escolhida para receber essa estreia antecipada, já que a história da família Shurmann, retratada na tela, tem ligação mais forte com Florianópolis. Com isso, a estreia em grande circuito fica mantida para 10 de novembro. Antes, porém, o filme será exibido na mostra não-competitiva do Festival do Rio. Esta não é a primeira vez que um filme escolhido como representante do Brasil no Oscar adota essa estratégia. “Tropa de Elite”, em 2007, e “Última Parada 174”, em 2008, também fizeram o mesmo. Veja o trailer e saiba mais sobre “Pequeno Segredo” aqui.
Pequeno Segredo: Veja o trailer e 22 fotos do candidato brasileiro à vaga no Oscar 2017
A Diamond Filmes divulgou o trailer, o pôster oficial e as fotos de “Pequeno Segredo”, que vai representar o Brasil na disputa por uma vaga na categoria de Melhor Filme de Língua Estrangeira do Oscar 2017. A prévia chama atenção pela plasticidade da direção de fotografia do peruano Inti Briones, que já foi premiado no Festival de Veneza por seu trabalho em “Las Niñas Quispe” (2013), e também aponta um cuidado na apresentação da trama, evitando a manipulação habitual dos melodramas de doença. O filme é um projeto bastante pessoal do diretor David Schurmann, pois se baseia numa história verídica de sua família, conhecida por navegar o mundo. A trama gira em torno da garotinha Kat, filha adotiva de Heloisa e Vilfredo Schurmann. Ao adotá-la, o casal convive com a delicada escolha de manter ou não um segredo que vai além da adoção. A história inspirou também o livro best-seller “Pequeno Segredo: A Lição de Vida de Kat para a Família Schurmann” (2012), escrito por Heloisa, a mãe do diretor. O diretor catarinense já tinha registrado as aventuras mundiais de sua família em dois documentários e numa série do “Fantástico”. Seu novo filme, porém, é um drama de ficção e possui um elenco internacional, formado por Julia Lemmertz (“Meu Nome não é Johnny”), Marcello Antony (“A Partilha”), Maria Flor (“360”), a irlandesa Fionnula Flanagan (“Divinos Segredos”) e o neozelandês Erroll Shand (“Meu Monstro de Estimação”), além de marcar a estreia da menina Mariana Goulart, no papel de Kat Schurmann. Já a equipe de produção traz, além de Briones, os premiados Antonio Pinto (que assinou a trilha do documentário vencedor do Oscar em 2016, “Amy”) na trilha sonora e Brigitte Broch (vencedora do Oscar por “Moulin Rouge”) na direção de arte. O roteiro é assinado por Victor Atherino (“Faroeste Caboclo”), Marcos Bernstein (“Central do Brasil”) e pelo próprio diretor. A estreia está marcada para 10 de novembro, mas terá que ser adiantada para no máximo 23 de setembro, visando cumprir as regras da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, sob o risco de o filme ser desqualificado.
Diretor de Pequeno Segredo defende a escolha de seu filme para representar o Brasil no Oscar 2017
O diretor David Schurmann não sabe se comemora a escolha de “Pequeno Segredo” como representante do Brasil para tentar uma vaga na categoria de Melhor Filme de Língua Estrangeira no Oscar 2017, ou se lamenta os ataques que seu filme passou a receber por conta disso, de gente que não o viu. “Fico muito feliz e honrado com a escolha. Tínhamos esperança, afinal, a esperança é a última que morre, apesar de não ser um dos filmes mais falados”, ele disse ao jornal O Globo. “Sabemos que tem muita gente falando que não foi a melhor escolha da equipe, mas quero dizer que, quando essas pessoas assistirem ao filme, vão entender por que ele foi escolhido”, defendeu. Schurmann acredita que a escolha de seu filme foi consequência do perfil de produções que costumam ser premiadas pela Academia. Ele lembrou que raramente filmes de “arte”, como o defendido “Aquarius”, de Kleber Mendonça Filho, são premiados pela Academia. “É uma história muito forte, sobre adoção e HIV, que fala de encontros de pessoas diferentes pelo mundo. A Academia busca este tipo de filme. Uma história que quebra tabus, que abre a mente das pessoas para dramas universais, como a doença. É diferente do perfil dos filmes que vão para Cannes. São perfis diferentes de filmes: por isso, não é certo que um filme que vá bem em Cannes seja indicado ao Oscar”, comparou. Em relação às críticas que vem sofrendo nas redes sociais, o cineasta desabafou a O Globo que lamenta as distorções, e cita o boato de “metade da equipe ser estrangeira”. Segundo ele, as mentiras se propagam sem que ninguém tenha o cuidado de verificar. “As pessoas estão muito inflamadas, é uma característica do nosso tempo, acho natural, mas eu sou só um cineasta defendendo seu filme, que levou seis anos para ficar pronto. Ao contrário do que estão dizendo, o meu filme não tem ‘metade da equipe estrangeira’: temos uma diretora de arte que não é brasileira, porque o nosso diretor de arte, que era brasileiro, foi chamado para fazer ‘Narcos’ em cima da hora e ficamos na mão, e todos os grandes diretores de arte brasileiros já estavam trabalhando. Recebi uma indicação da Bridget Broch, que logo comprou a ideia do filme. O diretor de fotografia Inti Briones é peruano, chileno e brasileiro, e disso pouca gente sabe. Mesma coisa, o nosso diretor foi para ‘Nise’ e todos os grandes diretores de fotografia brasileiros já estavam trabalhando. E era meu primeiro longa, eu queria um grande diretor de fotografia. Além deles, dois atores são de fora, porque fazia sentido à história. Cansado de ser atacado, ele contra-ataca, dizendo que sua equipe é até mais brasileira que a dos filmes da “panelinha”, que só filmam com gente do mesmo estado, porque emprega profissionais de dez estados diferentes do pais. “Considero meu filme mais brasileiro do que muitos filmes que só fazem com a sua panelinha”, arrematou. Para completar, ele explica porque porque “ninguém viu o filme”. “A estreia estava marcada para junho, mas estávamos aperfeiçoando a mixagem de som e os efeitos especiais. Tem uma cena com uma baleia que eu não sosseguei enquanto não ficou perfeita. Não queria que ninguém achasse que não era uma baleia de verdade. É um filme de padrão internacional”. Por isso, “Pequeno Segredo” só ficou pronto agora, sem tempo de entrar no circuito dos festivais. Vale lembrar que isso é muito comum entre os filmes do Oscar, com estreias no último fim de semana do ano para se qualificar à disputa de indicações, sem passar pelos festivais que precedem o período – casos, por exemplo, de “O Regresso”, um dos filmes mais premiados pela Academia em 2016.
Anna Muylaert chama de “golpe” e ridiculariza seleção de Pequeno Segredo para o Oscar 2017
A cineasta Anna Muylaert, que decidiu não disputar a candidatura brasileira à vaga de Melhor Filme de Língua Estrangeira do Oscar 2017, resolveu atacar abertamente a escolha de “Pequeno Segredo”, de David Schurmann. Além de usar seu Facebook para chamar a vitória de “golpe”, ela publicou em sua timeline um cartaz manipulado do filme, que substitui seu título por “Pequeno Golpe”. A respeitada e premiada cineasta, que
Produtor da trilogia Senhor dos Anéis elogia filme escolhido pelo Brasil para o Oscar 2017
A produtora Diamond Filmes divulgou uma nota em comemoração à escolha de “Pequeno Segredo” como representante do Brasil à disputa de uma vaga na categoria de Melhor Filme de Língua Estrangeira no Oscar 2017, que destaca alguns elogios internacionais. O produtor Barrie M. Osborn, vencedor do Oscar por “O Senhor dos Anéis: O Retorno do Rei” (2003), enviou uma mensagem a David Schurmann após assistir ao filme: “Não é nenhum segredo que eu amo a beleza, a paixão e as performances que você trouxe para ‘Pequeno Segredo’. É de uma execução impressionante. Parabéns. Já não é mais um pequeno segredo, mas um filme que todos nós podemos comemorar”. Além dele, a diretora de arte do filme, Brigitte Broch, que também tem um Oscar no currículo, por seu trabalho em “Moulin Rouge” (2002), manifestou-se sobre a indicação. “‘Pequeno Segredo’ é um filme extraordinário, não só por toda a qualidade técnica e artística de um grande filme, mas também porque tem alma. É um filme sobre uma história incrível e que explora, de forma muito especial, criativa e delicada temas fortes como dor, racismo, coragem e amor puro e incondicional. Como em filmes anteriores nos quais trabalhei, eu sei quando eu faço parte de algo muito especial e com excelência, que vai tocar as pessoas e se tornar memorável. ‘Pequeno Segredo’ é um desses trabalhos. Estou certa que vai atravessar fronteiras para se tornar um sucesso internacional, com grandes chances de ganhar um Oscar.” Para completar, o diretor David Schurmann comemorou a indicação como já sendo uma vitória. “A indicação para representar o Brasil já é em si uma vitória, de uma equipe que batalhou muito por esse filme. Nosso trabalho agora é concretizar essa indicação, mostrando que esse filme conta uma história delicada e universal sem abrir mão de valor de produção”, disse o diretor. “Pequeno Segredo” é baseado na história real de Kat Schurmann, irmã do diretor, e que também inspirou o best-seller homônimo de Heloísa Schurmann, sua mãe. Ao adotar Kat, o casal Schurmann, conhecido por viajar com sua família de barco ao redor do mundo, convive com a delicada escolha de manter ou não um segredo que vai além da adoção. O elenco é formado por Julia Lemmertz (“Meu Nome não é Johnny”), Marcello Antony (“A Partilha”), Maria Flor (“360”) como Jeanne, a irlandesa Fionnula Flanagan (“Divinos Segredos”) e o neozelandês Erroll Shand (“Meu Monstro de Estimação”), além de marcar a estreia da menina Mariana Goulart, no papel de Kat Schurmann. Já a equipe de produção traz os premiados Antonio Pinto (que assinou a trilha do documentário vencedor do Oscar em 2016, “Amy”), na trilha sonora, a mencionada Brigitte Broch na direção de arte e Inti Briones (vencedor do Festival de Veneza por “Las Niñas Quispe”) na direção de fotografia. Ainda inédito no Brasil, “Pequeno Segredo” precisa completar uma importante etapa da qualificação para poder representar o país na premiação da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas: estrear até 22 de setembro. Caso perca a data, não poderá concorrer, pelas regras do Oscar. A comissão que o escolheu teria sido informada que a estreia será antecipada para a data limite. Mas o material da Diamond Films mantém o lançamento com data de novembro, o que o desqualificaria a produção.
Pequeno Segredo será o representante do Brasil na disputa por vaga no Oscar 2017
O filme “Pequeno Segredo”, de David Schurmann, será o representante do Brasil na disputa por uma indicação ao Oscar de Melhor Filme em Língua Estrangeira. O anúncio foi feito nesta segunda (12/9) pela comissão do Ministério da Cultura, em evento na Cinemateca Brasileira, em São Paulo. Ao anunciar a escolha, Luiz Alberto Rodrigues, sócio-diretor da produtora Panda Filmes, disse que a comissão analisou não apenas as qualidades artísticas do filme, mas também tentou considerar o que a Academia de Hollywood poderia levar em conta. “Não foi uma decisão fácil. Não foi uma decisão unânime. Foi uma decisão pelo consenso”, completou Silvia Maria Sachs Rabello, presidente da Abeica (Associação Brasileira de Empresas de Infra-estrutura de Indústria Cinematográfica e Audiovisual) e membro do comitê gestor do Fundo Setorial do Audiovisual. “Pequeno Segredo” é baseado numa história verídica da família Schurmann, conhecida por navegar o mundo. A trama gira em torno da garotinha Kat, filha adotiva de Heloisa e Vilfredo Schurmann, e irmã do diretor. A menina morreu em 2006 e a história inspirou também o livro best-seller “Pequeno Segredo: A Lição de Vida de Kat para a Família Schurmann” (2012), escrito por Heloisa, a mãe de David Schurmann. O diretor catarinense já tinha registrado as aventuras mundiais de sua família em dois documentários e numa série do “Fantástico”. Seu novo filme, porém, é um drama de ficção e possui um elenco internacional, que combina atores brasileiros, como Julia Lemmertz, Maria Flor, Marcello Antony e Mariana Goulart, com os estrangeiros Fionnula Flanagan, Erroll Shand e outros. A escolha de “Pequeno Segredo” pode ser considerada polêmica. Não porque tenha impedido que o diretor Kleber Mendonça Filho sofresse o embaraço de ter seu filme “Aquarius” eleito por uma comissão que ele questionou e pressionou ostensivamente, por meio de carta aberta e de diversas entrevistas. Mas porque ainda é inédito no país. É que, pelas regras da Academia, os filmes inscritos na categoria de Melhor Filme de Língua Estrangeira no Oscar 2017 devem ser lançados e exibidos publicamente com fins comerciais por pelo menos sete dias consecutivos entre os dias 1º de outubro de 2015 e 30 de setembro de 2016. E a estreia prevista para “Pequeno Segredo” supera esse prazo, já que está marcada apenas para novembro. É necessária a comprovação da exibição do filme em salas de cinema comercial, com o risco da desqualificação do candidato. E uma vez desqualificado, ele não pode ser substituído por outro. Neste caso, o Brasil simplesmente perderia sua vaga. A comissão do Ministério da Cultura justificou a escolha dizendo ter sido informada que o longa terá sua estreia adiantada, para 22 de setembro, visando a qualificação. Os integrantes da comissão que elegeu o representante brasileiro foi formada por Adriana Scorzelli Rattes, Bruno Barreto, Carla Camurati, George Torquato Firmeza, Luiz Alberto Rodrigues, Marcos Petrucelli, Paulo de Tarso Basto Menelau, Silvia Maria Sachs Rabello e Sylvia Regina Bahiense Naves. Ao todo, foram inscritos 16 filmes e 3 alardearam que não participariam do processo. Por sinal, o filme de Schurmann pode ter sido fortalecido pelos cineastas que se solidarizaram contra uma suposta perseguição ao filme “Aquarius” e não incluíram suas produções na disputa, entre elas “Boi Neon”, de Gabriel Mascaro, que tinha grandes chances de ser o representante brasileiro.








