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    120 Batimentos por Minuto é o grande vencedor do César, o Oscar francês

    3 de março de 2018 /

    O César 2018, premiação que equivale ao Oscar da França, consagrou “120 Batimentos por Minuto” como melhor filme francês do ano. O longa de Robin Campillo venceu seis troféus na cerimônia da Academia Francesa de Artes e Técnicas do Cinema, que aconteceu na noite de sexta-feira (2/3), em Paris. Além do prêmio principal, de Melhor Filme, a produção ainda venceu os troféus de Roteiro Original (de Campillo), Ator Coadjuvante (Antoine Reinartz), Ator Revelação (Nahuel Pérez Biscayart), Edição (novamente de Campillo) e Trilha Original. O filme borda o ativismo LGBT durante a epidemia da AIDS e já tinha sido premiado no Festival de Cannes. Ele era o candidato da França ao Oscar 2018, mas acabou não integrando a lista final – o que rendeu incompreensão e protestos de Barry Jenkins, diretor de “Moonlight”, o filme vencedor do Oscar 2017. “120 Batimentos por Minuto” tinha 13 indicações ao César, mesmo número de “Au Revoir là-Haut”, passado durante a 1ª Guerra Mundial, que acabou ficando com cinco prêmios — de Melhor Direção (Albert Dupontel), Roteiro Adaptado (Dupontel e Pierre Lemaitre), Fotografia, Figurino e Design de Produção. A premiação ainda destacou “Petit Paysan”, de Hubert Charuel, sobre um pecuarista do interior da França que luta para salvar seu rebanho de vacas de uma epidemia, que recebeu três troféus – Melhor Ator (Swann Arlaud), Melhor Atriz Coadjuvante (Sara Giraudeau) e Melhor Filme de Estreia. Para completar, “Barbara”, obra metalinguista de Mathieu Amalric, passada nos bastidores de um filme sobre uma cantora francesa, ficou com dois troféus – Melhor Atriz (Jeanne Balibar) e Som. Pela primeira vez na história da premiação, o filme de maior sucesso de bilheteira também recebeu um César, que ficou com o besteirol “Uma Agente Muito Louca”, de Dany Boom. Entre as homenagens, a atriz espanhola Penélope Cruz foi responsável pela maior carga emocional da noite, indo às lágrimas ao receber um César Honorário por sua carreira das mãos do diretor Pedro Almodóvar. Confira abaixo os prêmios de longa-metragem. Vencedores do César 2018 Melhor Filme “120 Batimentos por Minuto”, de Robin Campillo Melhor Direção Albert Dupontel (“Au Revoir là-Haut”) Melhor Atriz Jeanne Balibar (“Barbara”) Melhor Ator Swann Arlaud (“Petit Paysan”) Melhor Atriz Coadjuvante Sara Giraudeau (“Petit Paysan”) Melhor Ator Coadjuvante Antoine Reinartz (“120 Batimentos por Minuto”) Melhor Revelação Feminina Camelia Jordana (“Le Brio”) Melhor Revelação Masculina Nahuel Perez Biscayart (“120 Batimentos por Minuto”) Melhor Filme de Estreia “Petit Paysan”, de Hubert Charuel Melhor Roteiro Original Robin Campillo (“120 Batimentos por Minuto”) Melhor Roteiro Adaptado Albert Dupontel & Pierre Lemaitre (“Au Revoir Là-Haut”) Melhor Fotografia Vincent Mathias (“Au Revoir Là-Haut”) Melhor Edição Robin Campillo (“120 Batimentos por Minuto”) Melhor Desenho de Produção Pierre Quefféléan (“Au Revoir Là-Haut”) Melhor Figurino Mimi Lempicka (“Au Revoir Là-Haut”) Melhor Som Olivier Mauvezin, Nicolas Moreau & Stéphane Thiébaut (“Barbara”) Melhor Trilha Sonora Arnaud Reotini (“120 Batimentos por Minuto”) Melhor Animação “Le Grand Méchant Renard et Autres Contes”, de Patrick Imbert e Benjamin Renner Melhor Documentário “Eu Não Sou Seu Negro”, de Raoul Peck Melhor Filme Estrangeiro “Sem Amor”, de Andreï Zviaguintsev Maior Bilheteria “Uma Agente Muito Louca”, de Dany Boom

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    120 Batimentos por Minuto lidera indicações do César, o Oscar francês

    31 de janeiro de 2018 /

    A Academia Francesa de Artes e Técnicas do Cinema anunciou os indicados ao Cesar 2018, premiação que equivale ao Oscar da França. E os dramas “120 Batimentos por Minuto”, de Robin Campillo, e “Au Revoir là-Haut”, de Albert Dupontel, lideram as indicações, concorrendo a 13 troféus cada. Em cartaz no Brasil, “120 Batimentos por Minuto” aborda o ativismo LGBT durante a epidemia da AIDS, foi premiado no Festival de Cannes e era o candidato da França ao Oscar 2018, mas acabou não integrando a lista final – o que rendeu protestos de Barry Jenkins, diretor de “Moonlight”, o filme vencedor do Oscar 2017. Passado durante a 1ª Guerra Mundial, “Au Revoir là-Haut” ainda não tem prêmios importantes nem previsão de estreia no Brasil. Entre os diversos filmes indicados, há outro filme assinado por Campillo: o suspense “A Trama”, que ele roteirizou. Também se destacam com várias indicações a comédia “Assim É a Vida”, de Eric Toledano e Olivier Nakache (a dupla do blockbuster “Intocáveis”), “O Formidável”, comédia de Michel Hazanavicius (“O Artista”) sobre a juventude de Jean-Luc Godard, “Barbara”, novo filme de Matthieu Almaric (“O Quarto Azul”) e o terror “Grave”, sensação do circuito dos festivais que foi lançado diretamente em streaming no Brasil. Melhor Filme “120 Batimentos por Minuto”, de Robin Campillo “Au Revoir là-Haut”, de Albert Dupontel “Barbara”, de Mathieu Amalric “Le Brio”, de Yvan Attal “Patients”, de Grand Corps Malade e Mehdi Idir “Petit Paysan”, de ‘Hubert Charuel “Assim É a Vida”, de Eric Toledano e Olivier Nakache Melhor Direção Robin Campillo (“120 Batimentos por Minuto”) Albert Dupontel (“Au Revoir là-Haut”) Mathieu Amalric (“Barbara”) Julia Ducournau (“Grave”) Hubert Charuel (“Petit Paysan”) Michel Hazanaviciu (“O Formidável”) Eric Toledano e Olivier Nakache (“Assim É a Vida”) Melhor Atriz Jeanne Balibar (“Barbara”) Juliette Binoche (“Deixe a Luz do Sol Entrar”) Emmanuelle Devos (“A Número Um”) Marina Foïs (“A Trama”) Charlotte Gainsbourg (“La Promesse de l’Aube”) Doria Tillier (“Monsieur et Madame Adelman”) Karine Viard (“Jalouse”) Melhor Ator Swann Arlaud (“Petit Paysan”) Daniel Auteuil (“Le Brio”) Guillaume Canet (“Rock’n roll: Por Trás da Fama”) Albert Dupontel (“Au Revoir là-Haut”) Louis Garrel (“O Formidável”) Reda Kateb (“Django”) Melhor Atriz Coadjuvante Laure Calamy (“Ava”) Anaïs Demoustier (“Uma Casa a Beira-Mar”) Sara Giraudeau (“Petit Paysan”) Adèle Haenel (“120 Batimentos por Minuto”) Mélanie Thierry (“Au Revoir là-Haut”) Melhor Ator Coadjuvante Niels Arestrup (“Au Revoir là-Haut”) Laurent Lafitte (“Au Revoir là-Haut”) Gilles Lellouche (“Assim É a Vida”) Vincent Macaigne (“Assim É a Vida”) Antoine Reinartz (“120 Batimentos por Minuto”) Melhor Revelação Feminina Iris Bry (“Les Gardiennes”) Laetitia Dosch (“Jovem Mulher”) Eye Haidara (“Assim É a Vida”) Camelia Jordana (“Le Brio”) Garance Marillier (“Grave”) Melhor Revelação Masculina Benjamin Lavernhe (“Assim É a Vida”) Finnegan Oldfield (“Marvin ou la Belle Éducation”) Pablo Pauly (“Patients”) Nahuel Perez Biscayart (“120 Batimentos por Minuto”) Arnaud Valois (“120 Batimentos por Minuto”) Melhor Filme de Estreia “Grave”, de Julia Ducournau “Jovem Mulher”, de Léonor Serraille “Monsieur & Madame Adelman”, de Nicolas Bedos “Patients”, de Grand Corps Malade e Mehdi Idir “Petit Paysan”, de Hubert Charuel Melhor Roteiro Original Robin Campillo (“120 Batimentos por Minuto”) Mathieu Amalric & Philippe Di Folco (“Barbara”) Julia Ducournau (“Grave”) Claude Le Pape & Hubert Charuel (“Petit Paysan”) Eric Tolédano & Olivier Nakache (“Assim é a Vida”) Melhor Roteiro Adaptado Albert Dupontel & Pierre Lemaitre (“Au Revoir Là-Haut”) Xavier Beauvois, Drédérique Moreau & Marie-Julie Maille (“Les Gardiennes”) Grand Corps Malade & Fadette Drouard (“Patients”) Eric Barbier & Marie Eynard (“La Promesse De L’Aube”) Michel Hazanavicius (“O Formidável”) Melhor Fotografia Jeanne Lapoirie (“120 Batimentos por Minuto”) Vincent Mathias (“Au Revoir Là-Haut”) Christophe Beaucarne (“Barbara”) Caroline Champetier (“Les Gardiennes”) Guillaume Schiffman (“O Formidável”) Melhor Edição Robin Campillo (“120 Batimentos por Minuto”) Christophe Pinel (“Au Revoir Là-Haut”) Francois Gedigier (“Barbara”) Julie Lena, Lilian Corbeille & Grégoire Pontecaille (“Petit Paysan”) Dorian Rigal Ansous (“Assim É a Vida”) Melhor Desenho de Produção Emmanuelle Duplay (“120 Batimentos por Minuto”) Pierre Quefféléan (“Au Revoir Là-Haut”) Laurent Baude (“Barbara”) Pierre Renson (“La Promesse de l’Aube”) Christian Marti (“O Formidável”) Melhor Som Julien Sicart, Valérie De Loof & Jean-Pierre Laforce (“120 Batimentos por Minuto”) Jean Minodo, Gurwal Coïc-Gallas, Cyril Holtz & Damien Lazzerini (“Au Revoir Là-Haut”) Olivier Mauvezin, Nicolas Moreau & Stéphane Thiébaut (“Barbara”) Mathieu Descamps, Séverin Favriau & Stéphane Thiébaut (“Grave”) Pascal Armant, Sélim Azzaz & Jean-Paul Hurier (“Assim É a Vida”) Melhor Trilha Sonora Arnaud Reotini (“120 Batimentos por Minuto”) Christophe Julien (“Au Revoir Là-Haut”) Jim Williams (“Grave”) MYD (“Petit Paysan”) Mathieu Chedid (“Visages Villages”) Melhor Animação “Le Grand Méchant Renard et Autres Contes” “Sahara” “Zombillénium” Melhor Documentário “12 Days” “A Voix Haute – La Force De La Parole” “Carré 35” “Eu Não Sou Seu Negro” “Visages Villages” Melhor Filme Estrangeiro “O Incidente no Nile Hilton”, de Tarik Saleh “Dunkirk”, de Christopher Nolan “The Royal Exchange”, de Marc Dugain “Sem Amor”, de Andreï Zviaguintsev “La La Land”, de Damien Chazelle “A Garota Ocidental – Entre o Coração e a Tradição”, de Stephan Streker “The Square A Arte da Discórdia”, de Ruben Ostlund

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    O Formidável tira sarro da seriedade de Godard

    4 de novembro de 2017 /

    Michel Hazanavicius procurou saber de Jean-Luc Godard se ele havia visto o seu “O Formidável”, se havia gostado ou desgostado do modo como foi caracterizado nesta comédia autobiográfica baseada no livro de uma das ex-esposas do cineasta, a alemã Anne Wiazemsky. Até onde se sabe, o jovem diretor não recebeu nenhuma resposta de seu “homenageado”. Apesar das aspas, podemos dizer que o filme de Hazanavicius consegue ser ao mesmo tempo uma homenagem a Godard, emulando e trazendo à tona momentos importantes de uma fase da vida e da obra do homem, como também um filme que tira sarro de Godard, vivido por Louis Garrel. O diretor do oscarizado “O Artista” (2011) novamente fala sobre cinema e seus bastidores, mas o foco agora é o cinema francês do final dos anos 1960, quando muita coisa estava mudando no mundo. Em um ano em que tivemos uma comédia que também brinca com os bastidores do cinema francês, a divertida “Rock’n’Roll – Por Trás da Fama”, de Guillaume Canet, é bom ver outro trabalho inteligente e espirituoso sobre o tema. E “O Formidável” talvez exija menos do espectador pouco habituado a ver filmes franceses, mesmo que cinéfilos se divirtam mais com as referências a Godard. A trama ecoa os protestos da primavera de Paris e a radicalização política da época, e se concentra numa tentativa de revolução num cinema que já era considerado revolucionário. Ao final da década de 1960, Godard encontrava-se num momento tão radical de sua vida que rejeitava até mesmo os seus próprios filmes, colocando os marcos da nouvelle vague na categoria de lixo burguês ou arte ultrapassada. Sua intenção era criar algo totalmente novo na forma e no conteúdo e ainda trazer muito da política que ele abraçava naquele momento, o maoismo. Uma das partes mais engraçadas do filme, aliás, é quando Godard fica sabendo que seu filme “A Chinesa” (1967) não foi apreciado pelos chineses. Segundo algumas fontes, os revolucionários chineses acharam que o diretor francês não entendeu nada da ideologia de Mao. Outras passagens bem engraçadas giram em torno das participações de Godard nas manifestações acirradas de 1968, quando havia briga entre a polícia e os estudantes. Além de perder muitos óculos, o diretor sempre se saía mal quando ia para as discussões entre os estudantes comunistas. Uma das melhores coisas do filme merece ser mencionada como destaque: Stacy Martin, a jovem francesa que encantou o mundo em “Ninfomaníaca” (2013), de Lars Von Trier, faz o papel da jovem esposa de Godard, Anne, que atura, com amor e paciência, as bobagens e os arroubos de arrogância daquele homem que se achava melhor do que todos. Com uma mulher tão doce quanto Anne, difícil não pensar no quanto Godard foi vacilão em ter deixado passar alguém tão especial na vida dele. E para acentuar ainda mais essa impressão, o filme a apresenta sem roupa diversas vezes, uma vez, inclusive, evocando uma cena do clássico “O Desprezo” (1963), em que a câmera de Godard passeia pelo corpo nu de Brigitte Bardot. O elenco ainda destaca Bérénice Bejo, esposa de Hazanavicius, que entretanto aparece pouco, em papel de coadjuvante, como uma das amigas de Godard. É um papel pequeno, mas o diretor faz bem em tê-la presente, já que Bejo tem feito uma série de trabalhos muito bons e é uma atriz talentosa.

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    Thor: Ragnarok tem lançamento superpoderoso em mais de 1,3 mil cinemas

    26 de outubro de 2017 /

    O lançamento de “Thor – Ragnarok” engole o circuito nacional, ocupando 1378 salas nesta quinta (26/10). O predomínio é tanto que o fim de semana registra uma das menores quantidades de estreias do ano. São apenas mais cinco filmes. Clique nos títulos destacados para ver os trailers de todas as estreias. Neste caso, o maior também é o melhor. Isto porque o terceiro longa do deus loiro da Marvel troca o tom épico e solene dos filmes anteriores pelo humor piadista de “Guardiões da Galáxia”. O resultado é praticamente uma comédia com super-heróis, uma opção que deixa Chris Hemsworth à vontade para demonstrar seu talento como humorista. Até o Hulk aparece falando pela primeira vez, apenas para contar piadas. E não é só o humor, o visual de Thor também mudou – ele tem o cabelo raspado – , assinalando um make over completo da franquia. Os novos rumos são cortesia do diretor Taika Waititi (“O Que Fazemos nas Sombras”), especialista em comédias, que realizou um dos filmes mais divertidos da Marvel – a ponto de arrancar impressionantes 97% de aprovação no site Rotten Tomatoes. Cate Blanchett é um show à parte como a vilã Hela, e também pode ser vista em dose dupla, tripla, quíntupla aos cinemas com o lançamento simultâneo do australiano “Manifesto” no circuito limitado. Ela interpreta nada menos que 13 papéis diferentes neste filme, que não é exatamente um filme. “Manifesto” foi originalmente concebido como uma exposição do Australian Center of Moving Image em dezembro de 2016, na qual as cenas eram projetadas em várias telas diferentes. O diretor e roteirista Julian Rosefeldt decidiu montar todas essas sequências desconexas como um longa-metragem e fez sua première mundial no Festival de Sundance 2017. Por isso, não há trama, apenas monólogos inspirados em diversos manifestos de vanguardas artísticas, como dadaísmo e futurismo. Até texto de Lars Von Trier (“O Anticristo”) é citado, em evocação ao movimento Dogma 95. A programação inclui mais dois filmes americanos menos recomendados, após passarem em branco nas bilheterias dos Estados Unidos e serem trucidados pela crítica. Ambos são biográficos. “Mark Felt – O Homem que Derrubou a Casa Branca” aborda o escândalo Watergate e traz Liam Neeson (“Busca Implacável”) como o misterioso Garganta Profunda (Deep Throat). O maior escândalo político americano começou em 1972, com a invasão do prédio Watergate, onde estava alojado o comitê nacional do Partido Democrata, em Washington. Cinco pessoas foram detidas quando tentavam fotografar documentos e instalar aparelhos de escuta no escritório do partido. Mas a cúpula do FBI tentou interromper a investigação. O acobertamento envolveu altas esferas do governo federal e acabou denunciado numa série de reportagens históricas do jornal Washington Post, graças a uma fonte secreta no próprio FBI: Garganta Profunda. A investigação jornalística sacudiu o poder e levou à renúncia do presidente Richard Nixon em 1974, quando estava prestes a sofrer um processo de impeachment. Esta história já rendeu um drama clássico, “Todos os Homens do Presidente” (1976), centrados nos jornalistas do Washington Post, Carl Bernstein (vivido por Dustin Hoffman) e Bob Woodward (Robert Redford). Mas embora o filme recriasse os encontros secretos numa garagem subterrânea entre Woodward e o informante, ninguém sabia quem era Garganta Profunda na época. Apenas 30 anos depois, o ex-vice-diretor do FBI Mark Felt revelou ter sido a fonte das denúncias. Agora, o diretor Peter Landesman (“Um Homem entre Gigantes”) filma a sua versão da história, sem acrescentar nada que supere a obra de 40 anos atrás – 32% no Rotten Tomatoes. “Pelé – O Nascimento de uma Lenda” tem a curiosidade de ser um filme americano sobre um ídolo brasileiro. Era para ter sido lançado durante a Copa do Brasil e, às vésperas da Copa da Rússia, virou um gol contra, especialmente pela estranheza causada por sua opção pelo idioma inglês. Brasileiros falam inglês bem devagarzinho, com sotaque, ao lado de americanos que os imitam, no velho truque de Hollywood de fazer de conta que os personagens estão falando um idioma diferente – vide Kate Winslett com sotaque alemão em “O Leitor” e Harrison Ford com sotaque russo em “K-19: The Widowmaker”. O detalhe é que a luta com o sotaque interfere na performance do americano Vincent D’Onofrio (“Jurassic World”), que fala de forma pausada e hesitante em todas as suas aparições como o técnico brasileiro Feola – num elenco que destaca amadores mirins brasileiros no papel-título, além de Seu Jorge, Milton Gonçalves e Rodrigo Santoro. O tom assumido de hagiografia completa o placar final: uma derrota humilhante de 22%. Em tom oposto, ainda há uma terceira biografia entrando em cartaz. A comédia francesa “O Formidável” (Le Redoutable) transforma o cineasta Jean-Luc Godard em personagem. Na trama, Louis Garrel (“Dois Amigos”) encarna – de forma fisicamente convincente – o enfant terrible da nouvelle vague no final dos anos 1960, quando iniciou seu romance com a atriz alemã Anne Wiazemsky (Stacy Martin, revelação de “Ninfomaníaca”) nos bastidores de “A Chinesa” (1967). Ele tinha 37 anos e ela apenas 19 anos na época, mas os dois se casaram e ficaram juntos por mais de uma década. A trama é baseada no livro autobiográfico “Un An Après”, de Wiazemsky, que faleceu no início do mês. E tem direção de Michel Hazanavicius, que retorna ao tema dos bastidores cinematográficos de “O Artista”, seu filme mais conhecido – e que lhe rendeu do Oscar de Melhor Direção em 2012. A première aconteceu no Festival de Cannes 2017, onde seu retrato debochado de Godard dividiu opiniões – de forma sintomática, registra 52% no Rotten Tomatoes. A programação se completa com outro lançamento europeu: “Missão Cegonha”, animação digital de bichos falantes dos mesmos realizadores de “Epa! Cadê o Noé?” (2015). Desenho genérico, parte da fábula do “Patinho Feio” para virar um “Procurando Dory” com passarinhos que não chegaram ao “Rio”, porque queriam ir para “Madagascar”. Na trama, um pardal chocado por cegonhas é deixado para trás quando os pais migram para a África e ele não consegue acompanhá-los, mas logo encontra outros passarinhos, inclusive um bem doméstico, que o ajudam a fazer a viagem.

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    Anne Wiazemsky (1947 – 2017)

    6 de outubro de 2017 /

    A atriz alemã Anne Wiazemsky, que estrelou clássicos da nouvelle vague e foi casada por 12 anos com o cineasta Jean-Luc Godard, morreu na quinta-feira (5/10), aos 70 anos, após lutar contra um câncer. Seu nome verdadeiro era Anna Ivanovna Vyazemskaya e ela era uma princesa da dinastia Rurik, que governou a Rússia por mais de 700 anos. Seu nascimento aconteceu em 14 de maio de 1947 na parte ocidental de Berlim, onde sua família se exilou após a revolução bolchevique. Seu pai era um príncipe russo que se tornou diplomata e se casou com uma francesa. Seu avô era o escritor francês François Mauriac. Por conta do trabalho do pai, viveu uma infância nômade, em embaixadas pela Europa e até América do Sul, antes da família se estabelecer em Paris em 1962. Belíssima, encantou o diretor Robert Bresson, que a escalou, logo na estreia, como protagonista de seu clássico “A Grande Testemunha” (1966), aos 18 anos de idade. Ela ficou encantada pela experiência, mas também perturbada pela obsessão de Bresson. O fascínio que exercia no diretor a marcou tanto que ela lhe dedicou grande espaço em sua autobiografia, anos mais tarde. “Num primeiro momento, ele parecia contente em apenas segurar o meu braço ou tocar meu rosto. Mas então vinha o desagradável momento em que ele tentava me beijar. Eu o afastava, e ele não insistia. Mas ficava tão triste que eu me sentia culpada”, escreveu. Seu romance com Godard começou no ano seguinte, nos bastidores de outro filme, “A Chinesa” (1967). Ela tinha apenas 19 anos na época e ele estava no auge da carreira, mas os dois se casaram e ficaram juntos por mais de uma década. Esta história de amor e contracultura foi contada recentemente no filme “O Formidável” (Le Redoutable), de Michel Hazanavicius, atualmente em exibição no Festival do Rio. A atriz trabalhou em outros projetos do cineasta, como a comédia de humor negro “Week-End à Francesa” (1967), o documentário “Sympathy for the Devil” (1968), que misturava cenas dos bastidores da banda Rolling Stones com imagens de revolução, e “Tudo Vai Bem” (1972), quando seu casamento, ao contrário do título, já não ia bem. Wiazemsky também estrelou o grande clássico de Pier Paolo Pasolini, “Teorema” (1968), um marco do cinema da época pela grande voltagem de erotismo. “É quase banal falar do fascínio que um diretor pode ter pela sua atriz principal. A emoção que existiu entre mim e Bresson, voltei a senti-la com Pasolini quando filmávamos ‘Teorema’. Isto pode suscitar boas performances. Mas Pasolini era homossexual. Nem sempre significa que tenhamos de dormir juntos”, ela escreveu. Sua impressionante filmografia sessentista ainda inclui o drama apocalíptico “A Semente do Homem” (1969), de Marco Ferreri, e “Pocilga” (1969), sua segunda parceria com Pasolini. Mas, após a separação de Godard, a qualidade de seus trabalhos despencou, com raras exceções – entre elas “A Criança Secreta” (1979), de Philippe Garrel, e “Rendez-vous” (1985), de André Téchiné. Aos poucos, ela perdeu o interesse em atuar, descobrindo uma nova vocação como escritora de romances e memórias, que revelaram vários episódios da sua vida, mas também das dos seus ilustres antepassados. Ela publicou mais de uma dúzia de livros, alguns inclusive renderam filmes como “Todas Essas Belas Promessas” (2003), “Eu Me Chamo Elizabeth” (2006) e “Un an Après”, de 2015, que inspirou “O Formidável” (2017), em que foi vivida por Stacy Martin (“A Ninfomaníaca”).

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