Kanye West elogia Hitler, posta suástica e é suspenso do Twitter
O rapper Kanye West se envolveu, na quinta-feira (1/12), em mais uma polêmica. Desta vez, o artista declarou “amor” por nazistas e admiração por Adolf Hitler. Numa entrevista ao vivo com o teórico da conspiração Alex Jones e o supremacista branco Nick Fuentes, o rapper declarou que não concorda com a forma que a população se refere à história. “Eu amos os judeus, mas também amo os nazistas”, disse Ye. “Não gosto de ver a palavra ‘maldade’ ao lado de nazistas. Eu enxergo coisas boas sobre Hitler também. Amo todo mundo.” “Não posso dizer que essa pessoa [Hitler], que inventou as estradas e os microfones que uso como músico, não fez nada de bom. Cada ser humano tem algo valioso que trouxe para a mesa, especialmente Hitler.” As declarações do cantor surpreenderam até mesmo o conspiracionista de extrema-direita Jones, que preferiu se distanciar das posições de Kanye. “Os nazistas fizeram coisas realmente ruins”, pontuou. Os atritos continuaram após o cantor afirmar que “é um nazista”. Kanye West dobrou a posta e publicou o desenho de uma suástica mesclada com a estrela de David no Twitter. E teve sua conta suspensa na madrugada desta sexta (2/12) por violação de regras. O rapper havia retornado à plataforma em outubro, antes da aquisição bilionária de Elon Musk, após enfrentar uma suspensão anterior. “Eu tentei o meu melhor. Apesar disso, ele violou novamente nossa regra contra o incitamento à violência. A conta será suspensa”, escreveu Musk, que mesmo se autodenominando um absolutista da liberdade de expressão teve que reconhecer que há limites para isso. Prevendo o problema, Kanye chegou a compartilhar uma foto de Musk sendo atacado em um iate pelo CEO da Endeavor, Ari Emanuel. “Apenas esclarecendo que sua conta está sendo suspensa por incitação à violência, não uma foto nada favorável minha sendo chutada por Ari. Francamente, eu achei essas fotos uma motivação útil para perder peso.” Pelo Truth Social, o perfil verificado de Ye revelou que a suspensão na “concorrência” foi de apenas 12 horas, o que deixou os usuários do Twitter furiosos com Musk por uma suspensão tão branda. Recentemente, o cantor também fez declarações antissemitas que incomodaram até o ex-presidente Donald Trump, que Kanye/Ye queria como vice-presidente em sua chapa para disputar as eleições de 2024. A Coalização de judeus republicanos também repudiou o atual comportamento do artista. Eles emitiram um comunicado a respeito do rapper. “Devido aos seus elogios a Hitler, não é exagero que Kanye West seja um intolerante vil e repulsivo que atacou a comunidade judaica com ameaças e difamações no estilo nazista. Os conservadores que erroneamente apoiaram Kanye West devem deixar claro que ele é um pária. Já chega”, disseram em nota. I tried my best. Despite that, he again violated our rule against incitement to violence. Account will be suspended. — Elon Musk (@elonmusk) December 2, 2022
Regina Duarte apaga post polêmico considerado apologia ao nazismo
Regina Duarte se assustou com a repercussão de uma postagem em seu Instagram, em que recomendava o uso de táticas nazistas contra os eleitores de Luiz Inácio Lula da Silva. Ela apagou a postagem após crítica de entidades judaicas e medo de processo por apologia ao nazismo. No fim de semana passado, a atriz compartilhou uma publicação em seu perfil sugerindo um “incentivo” para que petistas e pessoas que votaram em Lula colocassem uma estrela do PT na frente de seus estabelecimentos, para que fossem identificados. Isto aconteceu ao mesmo tempo em que grupos bolsonaristas passaram a circular listas de estabelecimentos de simpatizantes de petistas para serem boicotados pelos patriotas e cidadãos de bem do Brasil. No início da década de 1930, nazistas passaram a identificar estabelecimentos judeus com o desenho de uma estrela, a Estrela de Davi, além de espalhar avisos na Alemanha para que patriotas e cidadãos de bem não comprassem ou utilizassem serviços dos estabelecimentos marcados. Com o tempo, essa atitude progrediu para a destruição desses estabelecimentos com violência e, posteriormente, prisão e assassinato em massa dos judeus em campos de concentração. Cerca de 5 milhões foram exterminados no genocídio nazista, que ficou conhecido como Holocausto nos livros de História. O Instituto Brasil Israel publicou uma nota de repúdio à atitude da ex-atriz em seu site. “A proposta de uma narrativa onde os elementos a serem boicotados participam de um grupo monolítico e que fazem parte de um projeto único, degenerado, subversivo e que, portanto, devem ser coletivamente punidos, é perigosa”, diz um trecho da publicação. Ricardo Brajterman, advogado do IBI, comparou a atitude ao nazismo, em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo. “Esta senhora abandonou a poesia e a arte para se filiar a práticas nazistas da segregação, preconceito, perseguição e aniquilação de seres humanos. Estivesse ela na Alemanha dos anos 30, têm alguma dúvida de que lado estaria? Toda emulação do nazismo nos agride, a nós judeus, porque traz o nazismo e suas práticas para uma posição de normalização que nós temos a obrigação de combater.” O Instituto ainda não informou se pretende processar Regina. Embora tenha apagado a mensagem, ela não se desculpou, apostando no esquecimento. Nas últimas horas, publicou posts em apoio à manifestações antidemocráticas, alimentou negacionismo contra as eleições (“Não existe derrota do Bolsonaro”) e incentivou um golpe militar no Brasil com a legenda “Vamos Forças Armadas!”. Veja abaixo o post deletado pela ex-atriz.
Regina Duarte defende tática nazista contra eleitores de Lula
Ex-integrante do governo Bolsonaro, Regina Duarte aderiu a uma tática infame utilizada pelos nazistas para atacar eleitores de Luiz Inácio Lula da Silva. A atriz compartilhou uma publicação em seu perfil no Instagram com um “incentivo” para que petistas e pessoas que votaram em Lula coloquem uma estrela do PT na frente de seus estabelecimentos, para que sejam identificados. Paralelamente, grupos bolsonaristas fazem circular listas de estabelecimentos de simpatizantes de petistas para serem boicotados pelos patriotas e cidadãos de bem do Brasil. No início da década de 1930, nazistas passaram a identificar estabelecimentos judeus com o desenho de uma estrela, a Estrela de Davi, além de espalhar avisos na Alemanha para que patriotas e cidadãos de bem não comprassem ou utilizassem serviços dos estabelecimentos marcados. Com o tempo, essa atitude da Alemanha acima de tudo progrediu para a destruição desses estabelecimentos com violência e, posteriormente, prisão e assassinato em massa dos judeus em campos de concentração. Cerca de 5 milhões foram exterminados no genocídio nazista, que ficou conhecido como Holocausto nos livros de História. Deveria ser uma lição para nunca ser esquecida e repetida. Entretanto, a tática está sendo disseminada nas redes sociais bolsonaristas com o mesmo objetivo de discriminação. Regina Duarte foi secretária especial de Cultura do governo Bolsonaro e se manteve fiel apoiadora dele durante a campanha eleitoral. Nas redes sociais, ela segue compartilhando notícias falsas, ignorando a marcação e bloqueios do Instagram, e dando seu apoio a manifestações antidemocráticas por um golpe de estado no país. As manifestações antidemocráticas tem chocado o Brasil ao reproduzir gestos nazistas, fotografados entre simpatizantes do candidato derrotado, apesar da recusa dos envolvidos em admitir essa intenção. O período do 2º turno das recentes eleições presidenciais também trouxe à tona vários fatos preocupantes, relacionados ao nazismo, envolvendo estudantes brasileiros. Em outubro passado, a polícia prendeu um grupo de jovens acusados de neonazismo, em Santa Catarina, com quem foram encontradas bandeiras nazistas e armas de fogo. Eles estavam envolvidos em disseminações de mensagens de ódio contra minorias e ataques a eleitores de Lula .
MP investiga Adrilles Jorge por suposto gesto nazista
A “demissão” de 40 dias de Adrilles Jorge não foi a única consequência da suposta saudação nazista do comentarista, realizada ao vivo em fevereiro, durante participação no programa “Opinião”, da Jovem Pan. Apesar da manifesta “absolvição” do gesto pela Jovem Pan, que trouxe o ex-BBB de volta ao ar nesta semana, o MP-SP (Ministério Público de São Paulo) deu prosseguimento a uma denúncia criminal. A denúncia foi aberta após manifestações de repúdio de entidades judaicas, dando início a uma investigação para analisar a saudação. Assinada pela promotora de Justiça Maria Fernanda Balsalobre Pinto, o texto alega que Adrilles Jorge teria violado a lei 7716/89, que estipula uma multa e pena de um a três anos. “O contexto em que foi feito o gesto, a absoluta identidade estética, o fato de o denunciado jamais ter usado tal maneira de se despedir nos cerca de 60 programas dos quais participou anteriormente são elementos que evidenciam a utilização da saudação nazista”, diz um trecho do documento. A ação também pede que as imagens do programa, retirado do ar pela Jovem Pan, sejam analisadas antes de uma decisão judicial, porque “o contexto guarda relevância tão somente para evidenciar que o gesto externalizado é a saudação nazista ‘Sieg Heil’, a qual encontra subsunção penal em razão do conteúdo inerente”, aponta a denúncia. Em nota, o Grupo Jovem Pan disse repudiar qualquer manifestação em defesa do nazismo e suas ideias, ressaltando que os comentaristas têm liberdade para emitir opiniões, desde que permaneça nos limites da lei. Adrilles Jorge, por sua vez, compartilhou um vídeo nas redes sociais negando que tenha feito uma saudação nazista, e que as consequências do gesto foram culpa de outros. “Infelizmente, a pressão de uma turba ‘canceladora’ e sua sanha de sangue surtiram efeito”. A investigação pode preocupar a Jovem Pan, que ainda busca credibilidade em sua tentativa de se tornar um canal sério de notícias. Chama muito atenção o fato de não ser a primeira vez que a empresa “demite” um comentarista envolvido em polêmica, apenas para “recontratá-lo” em seguida. O mesmo aconteceu em 2020 com Rodrigo Constantino, após uma fala controvertida sobre estupro.
Ex-secretário de Cultura sofre censura ética por citação nazista
O ex-secretário de Cultura Roberto Alvim, que copiou uma citação nazista de Joseph Goebbels em um pronunciamento do governo, recebeu aplicação de censura ética da Comissão de Ética Pública da Presidência da República. A penalidade, considerada a mais grave para um ex-servidor, funciona como uma mancha ao currículo e pode, inclusive, impedir que seja novamente contratado para assumir cargos públicos. A censura ética relembra o escândalo de 2020, quando Alvim recitou trechos de um discurso do ministro da propaganda de Adolf Hitler durante um vídeo oficial, sem revelar a fonte das frases. O caso provocou revolta nas redes sociais e a manifestação dos presidentes da Câmara e do Supremo. À época, Alvim disse se tratar de “coincidência infeliz”, mas acabou demitido. No pronunciamento de seu vídeo, Alvim prometia que “a arte brasileira da próxima década será heroica e será nacional. Será dotada de grande capacidade de envolvimento emocional e será igualmente imperativa, posto que profundamente vinculada às aspirações urgentes de nosso povo, ou então não será nada.” Além de remeter à definição nazista de arte, esse trecho foi quase cópia de um discurso em que Goebbels disse: “A arte alemã da próxima década será heroica, será ferramenta romântica, será objetiva e livre de sentimentalismo, será nacional com grande páthos e igualmente imperativa e vinculante, ou então não será nada”. Esta não foi a única “coincidência infeliz”. Em outro trecho do vídeo, Alvim disse: “Ao país a que servimos, só interessa uma arte que cria a sua própria qualidade a partir da nacionalidade plena e que tem significado constitutivo para o povo para o qual é criada”. Em abril de 1933, em carta aberta ao regente Wilhelm Furtwängler, Goebbels escreveu que só podia existir “uma arte que no fim cria a sua própria qualidade a partir da nacionalidade plena (…) e tem significado para o povo para o qual é criada”. Desde então, novas “coincidências infelizes” continuaram a acontecer com outras pessoas públicas do país. O clima é tão bizarro que teve podcast debatendo legalização do partido nazista brasileiro e comentarista de canal de notícias brincando com gesto semelhante à saudação nazista, sendo “demitido” só por poucos dias. Segundo um mapa elaborado pela antropóloga Adriana Dias, desde a eleição de Bolsonaro houve um crescimento de 270,6% no número de grupos neonazistas no Brasil, com pelo menos 530 núcleos extremistas no país.
Jovem Pan encerra “demissão” de Adrilles Jorge
Durou cerca de 40 dias a “demissão” do ex-BBB Adrilles Jorge do cargo de comentarista da Jovem Pan. Ele havia sido afastado do canal após encerrar sua participação num programa com uma suposta saudação nazista. Adrilles vai integrar o “Morning Show”, programa multiplataforma transmitido pela emissora e pela rádio Jovem Pan FM, a partir de segunda (28/3). “Voltei para a Jovem Pan e acho que não deixa de ser, não um reconhecimento de um erro, mas um reconhecimento de que o cancelamento que foi feito contra mim foi absolutamente covarde e maluco”, disse ele ao site NaTelinha, nesta sexta-feira (25/3). Colunistas especializados em TV sugeriram que a demissão nunca se materializou de fato, pois Adrilles teria continuado a receber pagamentos e a frequentar as dependências da Jovem Pan. Além do gesto que culminou em sua “demissão”, ele é conhecido por ser desrespeitoso, gritar e interromper colegas e convidados ao vivo. Vale apontar que não é a primeira vez que a Jovem Pan “demite” e “recontrata” um comentarista envolvido em polêmica. O mesmo aconteceu em 2020 com Rodrigo Constantino, após uma fala controvertida sobre estupro.
Comentarista da Jovem Pan é demitido e investigado por suposta saudação nazista
O comentarista político e ex-BBB Adrilles Jorge foi demitido da Jovem Pan e virou alvo de uma investigação instaurada pelo Gecradi (Grupo Especial de Combate aos Crimes Raciais e de Inteligência), braço do MP-SP (Ministério Público de São Paulo) após encerrar sua participação num programa do canal de notícias com uma suposta saudação nazista. A saudação foi feita durante o programa “Opinião” de terça-feira (8/2), enquanto Adrilles falava sobre o caso de Monark, também desligado do podcast “Flow” por apologia ao nazismo. A discussão girava em torno da legalização do partido nazista no Brasil, defendida por Monark antes de ser demitido. “O nazismo matou 6 milhões de judeus, o comunismo matou mais de 100 milhões de pessoas e hoje é visto aqui no Brasil como uma coisa livre, absolutamente liberada, com partidos normalizados”, disse Ardilles antes de ser interrompido. O gesto polêmico aconteceu após o apresentador William Travassos interromper a fala do ex-BBB, anunciando que o programa está acabando. Neste momento, Adrilles levou a mão estendida à altura do rosto, num gesto parecido com o Sieg Heil, expressão alemã que significa “salve a vitória”, muito utilizada no período Nazista como uma saudação de Hitler. Travassos, surpreso, comenta: “Surreal, Adrilles”. E o comentarista ainda ri, antes do programa sair do ar. “Estarrecida”, a Confederação Israelita do Brasil (Conib) condenou “o gesto repugnante de saudação nazista feito por Adrilles Jorge em programa da Jovem Pan”. Com a repercussão do episódio, Adrilles negou que o gesto tivesse relação com o nazismo e disse que estava apenas dando “tchau”. “A insanidade dos canceladores ultrapassou o limite da loucura. Depois de um discurso meu veemente contra qualquer defesa de nazismo, um tchau é interpretado como um saudação nazista. Nazista é a sanha canceladora que não enxerga o próprio senso assassino do ridículo”, ele postou no Twitter. Após a demissão, o Grupo Jovem Pan afirmou em comunicado que “repudia qualquer manifestação em defesa do nazismo e suas ideias”. Infelizmente, os casos de Adrilles e de Monark não são exceções. Um dado assustador marca o período que se segue à eleição de Bolsonaro, quando houve um crescimento de 270,6% no número de grupos neonazistas e pessoas que defendem abertamente o nazismo no Brasil, segundo um mapa elaborado pela antropóloga Adriana Dias, que revelou a existência de pelo menos 530 núcleos extremistas no país. O clima é tão perigoso que até a “cobertura” do “BBB 22” ganhou um site exclusivo em tom neonazista horripilante. Além disso, dados obtidos pela agência Fiquem Sabendo mostram que o número de inquéritos instaurados na Polícia Federal relacionados à apologia ao nazismo subiu de 17 para 93 casos nos últimos três anos.
Podcaster defende partido nazista no Brasil e polêmica queima programa
Um dos podcasts mais ouvidos/vistos do Brasil, o “Flow”, perdeu vários patrocinadores nesta terça (8/2), após seu apresentador Bruno Aiub, conhecido como Monark, defender a legalização do partido nazista no Brasil. A polêmica surgiu durante entrevista com os deputados federais Kim Kataguiri e Tabata Amaral, divulgada na noite anterior no Spotify, Facebook, Twitch e YouTube. “A esquerda radical tem muito mais espaço que a direita radical, na minha opinião. As duas tinham que ter espaço, na minha opinião […] Eu acho que o nazista tinha que ter o partido nazista reconhecido pela lei”, disse Monark. Ele ainda completou: “Se o cara for anti-judeu ele tem direito de ser anti-judeu”. A fala deu início a uma pressão nas redes sociais contra o programa, resultando na perda de seus principais patrocinadores. A Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro rompeu contrato que tinha com o podcast para a transmissão do Campeonato Carioca e a Flash Benefícios anunciou no Instagram o fim imediato do patrocínio, citando os “comentários inadmissíveis dos quais discordamos de forma veemente”. Os donos da marca, Pedro e Guilherme Lane, têm família de origem judaica. Puma, iFood, Molendes (do chocolate Bis) e outras marcas também suspenderam ações. E os patrocinadores que seguem financiando o programa estão sendo bombardeados nas redes sociais para encerrar seu apoio. Além disso, convidados estariam recusando-se a participar de novas edições do podcast, enquanto outros que já passaram por lá, como Dan Stulbach, Tico Santa Cruz, Gabriela Prioli, Lucas Silveira, MV Bill, João Gordo, Diego Defante e Benjamin Back, começam a pedir para suas participações serem retiradas do ar. Diante da repercussão, Monark publicou um vídeo pedindo desculpas. “Eu tava muito bêbado”, disse nas redes sociais. E ainda pediu compreensão. “Queria pedir desculpas porque eu errei. Eu tava muito bêbado. Falei de uma forma muito insensível com a comunidade judaica e peço perdão. Mas peço também um pouco de compreensão: são quatro horas de conversa e eu estava bêbado”, ele publicou. Para salvar o podcast, a saída foi a demissão de Monark. Uma nota com a decisão, “lamentando o episódio ocorrido”, foi publicada nas redes sociais no fim da tarde de terça, em meio à hemorragia de anunciantes. De todo modo, a defesa do partido nazista e do “direito de ser anti-judeu” não foi a primeira polêmica racial de Monark no “Flow”. O podcast vinha perdendo patrocinadores desde que o apresentador questionou se “ter opinião racista é crime” num episódio anterior do programa. Criado por Monark e por Igor Coelho (Igor 3K), o Flow é um dos podcasts com maior audiência do Brasil, atingindo 3,6 milhões de inscritos só no YouTube. A polêmica acontece após a constatação de que o Spotify, onde o podcast também faz sucesso, virou um paraíso da extrema direita no Brasil, abrigando vários podcasts negacionistas sem nenhum controle. Um dado assustador é que, desde a eleição de Bolsonaro, houve um crescimento de 270,6% no número de grupos neonazistas no Brasil, segundo um mapa elaborado pela antropóloga Adriana Dias, que revelou a existência de pelo menos 530 núcleos extremistas no país. O clima é tão perigoso que até a “cobertura” do “BBB 22” ganhou um site exclusivo em tom neonazista horripilante. De acordo com o artigo 20 da Lei 7.716, é crime fabricar, comercializar e distribuir símbolos para divulgação do nazismo no país. “Deveria existir um partido Nazista legalizado no Brasil” “Se o cara for anti-judeu ele tem direito de ser Anti-judeu” Eu tinha achado que ele tinha superado todos os limites no último papo de racismo, mas ele conseguiu se superar de um jeito… pic.twitter.com/h9Tf7g8TYg — Levi Kaique Ferreira (@LeviKaique) February 8, 2022 pic.twitter.com/Mo7XH8e47o — ♔ Monark (@monark) February 8, 2022 PRONUNCIAMENTO OFICIAL pic.twitter.com/p1uru0Z4iw — Flow Podcast (@flowpdc) February 8, 2022
Whoopi Goldberg é suspensa da TV americana por relativizar o Holocausto
A atriz Whoopi Goldberg foi suspensa por duas semanas do programa que ela apresenta na TV americana após dizer que o Holocausto, genocídio nazista de seis milhões de judeus, não foi “uma questão de raça”. Apesar de a apresentadora do programa “The View” ter pedido desculpas, a presidente da ABC News, Kim Godwin, afirmou que não era suficiente. “Com efeito imediato, suspendo Whoopi Goldberg por duas semanas por seus comentários equivocados e ofensivos”, afirmou Godwin em um comunicado publicado na conta de relações públicas do canal no Twitter. “Embora Whoopi tenha se desculpado, eu pedi a ela que tire um tempo para refletir e perceber o impacto de seus comentários”, completou. A atriz, vencedora do Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante por “Ghost” (1990), afirmou em sua fala polêmica no “The View” que o Holocausto envolveu apenas “dois grupos de pessoas brancas”. O assunto veio à tona durante uma discussão sobre uma escola de Tennessee que proibiu os alunos de lerem a premiada graphic novel “Maus”, serializada de 1980 a 1991, sobre a vida no campo de concentração nazista de Auschwitz. Vencedora do Prêmio Pulitzer, a obra-prima de Art Spiegelman retrata judeus como ratos e nazistas como gatos, e é considerado uma representação poderosa do assassinato nazista de milhões de judeus durante a 2ª Guerra Mundial. “No programa de hoje disse que o Holocausto ‘não é uma questão de raça e sim da desumanidade do homem com o homem’. Deveria ter dito que são os dois”, escreveu Goldberg no Twitter na segunda-feira (31/1) à noite. “O povo judeu de todo o mundo sempre contou com meu apoio e isso nunca vai mudar. Lamento o dano que causei”, acrescentou a atriz de 66 anos. Após os comentários de Goldberg, as redes sociais lembraram à atriz que a raça foi determinante para o genocídio, já que os nazistas acreditavam que eram uma raça superior. Por sua vez, o Museu do Holocausto dos Estados Unidos escreveu no Twitter que “o racismo foi fundamental para a ideologia nazista”. “Os judeus não se definiam pela religião e sim pela raça. As crenças racistas nazistas alimentaram o genocídio e o assassinato em massa”, declarou a instituição sem, no entanto, fazer referência aos comentários de Goldberg.
Jennifer Jason Leigh vai estrelar 2ª temporada de “Hunters”
A atriz Jennifer Jason Leigh, indicada ao Oscar por “Os Oito Odiados” (2015), vai estrelar a 2ª temporada de “Hunters” na Amazon. Ela desempenhará o papel de Chava, uma importante caçadora de nazistas, que se juntará aos personagens de Logan Lerman e Jerrika Hinton nos novos episódios da atração. Até o momento, não há informações sobre se ela chega para substituir Al Pacino ou se o veterano vencedor do Oscar estará de volta na 2ª temporada. Escrita por David Weil (do vindouro “Moonfall”) e produzida por Jordan Peele (diretor de “Corra!”), a 1ª temporada seguiu um grupo diversificado de caçadores de nazistas, que descobrem um complô para criar o Quarto Reich nos Estados Unidos em 1977. Já a premissa do segundo ano está sendo mantida em sigilo. Leigh atualmente estrela a comédia dramática “Atypical”, que está entrando em sua 4ª e última temporada na Netflix, além de atuar no suspense “A Mulher na Janela”, que estreia em maio na mesma plataforma. Ela também estará na vindoura minissérie de terror “Lisey’s Story”, adaptação de Stephen King ainda sem previsão de lançamento na Apple TV+.
“Falcão e o Soldado Invernal” aborda história mais polêmica da Marvel
O segundo episódio de “Falcão e o Soldado Invernal” surpreendeu os leitores de quadrinhos por abordar uma das histórias mais polêmicas já publicadas pela Marvel. É tudo spoiler para quem não assistiu à série da Disney+ (Disney Plus). Ao perceber que tinham lutado contra supersoldados, o Soldado Invernal (Sebastian Stan) revelou ao Falcão (Anthony Mackie) que o Capitão América e ele não foram os únicos militares americanos que receberam o soro experimental. Durante a Guerra da Coreia, ele tinha conhecido Isaiah Bradley, um soldado negro dos Estados Unidos, submetido aos testes da fórmula secreta. O personagem foi criado pelo falecido escritor Robert Morales e desenhado por Kyle Baker na minissérie “Capitão América: Verdade – Vermelho, Azul e Negro”. A publicação de 2003 revelou que Steve Rogers não tinha sido o único soldado a se submeter ao Projeto Rebirth durante a 2ª Guerra Mundial – Bucky Barnes, o Soldado Invernal, recebeu o soro de outra forma. O governo dos EUA fez experiências com 300 soldados negros em uma tentativa de recriar o soro do supersoldado em 1942. Mais: aquilo que eventualmente se tornou a fórmula secreta fazia parte de uma pesquisa para eliminar linhagens “menos desejáveis”, esterilizando grupos étnicos e pessoas com deficiências, com objetivos similares aos experimentos de eugenia dos nazistas. A história de Morales sugeria que o governo dos Estados Unidos e os nazistas tinham mais em comum nos anos 1940 do que a maioria gostaria de acreditar. O pior é que essa história revoltante foi inspirada num caso real. Em 1932, o Serviço de Saúde Pública e o Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA firmaram parceria com o Instituto Tuskegee, uma universidade predominantemente negra, para testar os efeitos prolongados da sífilis em homens negros. 600 pessoas foram selecionadas para o Estudo de Tuskegee, dos quais 399 foram infectadas sem saber. O experimento acompanhou por décadas as cobaias que, aceitando participar do teste sem saber de suas intenções reais, passaram anos sofrendo, com o diagnóstico de sífilis sempre escondido durante atendimentos públicos. Sem tratamento, a doença lhes causou danos cerebrais. O estudo só foi encerrado nos anos 1970, quando um vazamento de informações revelou o propósito real do teste e suas práticas antiéticas. Nos quadrinhos, Isaiah Bradley foi o último sobrevivente de seu esquadrão, após a maioria morrer com mutações e deformidades causadas pelo soro experimental. Ele se tornou uma arma do governo, usado em ações táticas de grande importância, mas sem receber a publicidade e a glória destinadas a Steve Rogers, o Capitão América. E quando a guerra acabou, o governo prendeu Bradley por 17 anos por roubar o uniforme do Capitão América. Eles o esterilizaram e colheram seu esperma e sangue para novos experimentos, enquanto lhe negaram o tratamento necessário para atenuar os efeitos colaterais do soro, o que o deixou com a capacidade mental de uma criança ao ser libertado. “Capitão América: Verdade – Vermelho, Azul e Negro” se tornou extremamente polêmica entre os leitores da Marvel. Muitos acharam que ela arruinou o legado de Steve Rogers. Houve racistas enfurecidos com a imagem do negro Isaiah vestido com o uniforme do Capitão América. Mas hoje a criação de Morales é considerada um marco dos quadrinhos. Tanto que o neto de Isaiah Bradley, Elijah Bradley, acabou incorporado em novas histórias como um herói: o Patriota, membro dos Jovens Vingadores. Em “Falcão e o Soldado Invernal”, Isaiah foi interpretado por Carl Lumbly (“Supergirl”), que surge amargurado, revoltado e escondido do mundo, recusando-se a falar do passado, mas ainda superpoderoso – ele é visto brevemente ao lado do neto na série. Na versão live-action, o personagem lutou na Guerra da Coreia e não na 2ª Guerra, e em vez de ter sido recebido como herói por ter derrotado o Soldado Invernal nos anos 1950, passou 30 anos preso e servindo de cobaia para novos testes. Ao saber dessa história, o Falcão fica chocado, especialmente por ter sido convencido a não virar o novo Capitão América porque, supostamente, só existia um Steve Rogers. Sua intenção de homenagear o amigo acabou traída pelo governo, que se apossou do escudo deixado por Rogers para ele. O governo americano nem perdeu tempo para passar o símbolo do Capitão América para as mãos de outro militar branco. O episódio ainda reforçou a crítica ao mostrar que, em meio a sua discussão com Bucky, o Soldado Invernal, Sam Wilson é cercado por viaturas policiais e se torna vítima de assédio racial por parte de policiais, que o identificam apenas como um homem negro agitado, sem reconhecê-lo fora do uniforme do Falcão. Apesar da importância da história e o impacto causado em sua utilização na série, até então a Marvel não parecia interessada em mantê-la relevante. Quando a Disney comprou a Marvel em 2009, “Verdade” saiu de catálogo e não ganhou republicação. Josiah X, filho de Isaiah Bradley, desapareceu em 2004, e Elijah Bradley deixou de ser considerado um dos Novos Vingadores em 2012 – um novo personagem, Rayshaun Lucas, assumiu o manto de Patriota. Uma década depois de sua estreia, “Capitão América: Verdade – Vermelho, Azul e Negro” tornou-se um item de colecionador difícil de se encontrar, ao mesmo tempo em que as menções ao “Capitão América negro” viraram trivia lembrada apenas por um punhado de geeks. Nem o nome e nem legado do personagem eram mencionados nas páginas da Marvel Comics há uma década. O escritor Robert Morales morreu aos 55 anos em 2013, sem ver seu personagem ganhar carne e osso.
CEO da Disney sobre demissão de Gina Carano: “Defendemos valores universais”
Durante a reunião de mercado em que comemorou os 100 milhões de assinantes da Disney+ (Disney Plus), o CEO da Disney, Bob Chapek, também abordou a demissão da atriz Gina Carano da série “The Mandalorian”. De acordo com a revista The Hollywood Reporter, o executivo respondeu uma pergunta sobre o destino da intérprete de Cara Dune na assembleia de acionistas da empresa. Ele apontou que a inclinação atual da Disney não é de esquerda nem de direita, mas a favor da valores positivos. O tema veio à tona porque Carano é uma republicana convicta, engajada em posts de teor político nas redes sociais. Mas vários artistas de esquerda não sofrem censura por se envolver em temas polêmicos. Chapek negou a existência de uma lista de “atores proibidos” no estúdio. E explicou onde se dá o corte. “Defendemos valores que são universais. Valores de respeito, valores de decência, valores de integridade e valores de inclusão”, ele apontou. “Procuramos ter um conteúdo que seja reflexo da rica diversidade do mundo em que vivemos. E acho que esse é um mundo em que todos devemos viver em harmonia e paz”, completou o executivo. A demissão de Gina foi anunciada pela produtora Lucasfilm no dia 10 de fevereiro, após vários deboches sobre medidas de proteção contra o coronavírus, ataques à movimentos civis, questionamento das eleições e investimento numa narrativa de vitimização de conservadores. O estúdio chegou a advertir a atriz, que era reincidente, antes dela comparar um suposto preconceito contra a direita americana ao sofrimento dos judeus na 2ª Guerra Mundial. Foi a gota d’água que levou à sua demissão.
Daisy Ridley rebate senador americano que a criticou em Star Wars
A atriz Daisy Ridley rebateu o senador texano Ted Cruz, após ele sugerir que Rey era uma personagem choramingona, que não estaria à altura da empoderada Cara Dune, papel de Gina Carano na franquia “Star Wars”. O político conservador criticou a interpretação de Ridley num post de 11 de fevereiro, em que lamentou a demissão de Carano da série “The Mandalorian”, após ela publicar diversos tuítes controversos. “A texana Gina Carano quebrou barreiras no universo de ‘Star Wars’: nem princesa, nem vítima, nem alguma Jedi emocionalmente torturada. Ela interpretou uma mulher que arrasou e que as garotas admiravam. Ela foi fundamental para tornar ‘Star Wars’ divertido novamente. Claro que a Disney a cancelou”, ele escreveu. Carano agradeceu a Cruz no dia seguinte: “Obrigada, Ted”. Já Ridley só foi saber da referência maldosa de Ted Cruz durante uma entrevista para o site Yahoo!, na quarta-feira (24/2). Embora tenha dito que não sabia nada sobre o tuíte do senador, ela prontamente rebateu o político, fazendo menção à sua recente viagem para um resort em Cancún, no México, enquanto o estado do Texas enfrentava a pior crise climática de sua História – a onda de frio que atingiu a região e causou a morte de moradores, deixando o estado sem luz e água. “Estou muito feliz por ser uma Jedi emocionalmente torturada que não sai de seu estado quando ele está passando por um momento terrível”, disparou Ridley na entrevista, cortando o político ao meio com seu sabre de luz metafórico. Ted Cruz recebeu uma enxurrada de críticas ao viajar para a ensolarada Cancún com a família, enquanto seus eleitores passavam frio e corriam risco de morte no Texas. Após perceber que não pegou bem, o senador acabou retornando à cidade de Houston, declarando à imprensa americana: “Obviamente foi um erro”.










