Sem Fôlego: Novo filme do diretor de Carol ganha trailer
A Amazon divulgou dois pôsteres e o trailer completo de “Sem Fôlego” (Wonderstruck), novo filme de época de Todd Haynes (“Carol”). A prévia é embalada pelo clássico “Space Oddity”, de David Bowie, que acompanha as descobertas de seus personagens infantis, um menino e uma menina em Nova York, separados por décadas – e por uma edição que separa cores de imagens em preto e branco. O filme adapta o livro infantil homônimo de Brian Selznick (autor de “A Invenção de Hugo Cabret”), sobre duas crianças surdas, Ben e Rose, cujas histórias são separadas por 50 anos. Rose foge de casa em 1927, rumo a Nova York para conhecer Lillian Mayhew, estrela de cinema que idolatra. Jack também escapa para Nova York, mas em 1977, em busca de seu pai. Em determinado momento, porém, suas vidas se cruzam de maneira inesperada. O próprio Selznick assina o roteiro da adaptação, que destaca em seu elenco Julianne Moore (“Jogos Vorazes: A Esperança”), Michelle Williams (“Manchester à Beira-Mar”), Tom Noonan (série “13 Monkeys”), Cory Michael Smith (série “Gotham”), Amy Hargreaves (série “13 Reasons Why”) e as crianças Oakes Fegley (“Meu Amigo, o Dragão”) e Millicent Simmonds (estreante). Exibido no Festival de Cannes, o filme terá sua estreia norte-americana no Festival de Nova York e lançamento comercial em 20 de outubro nos Estados Unidos e duas semanas depois, em 2 de novembro, no Brasil.
Todo o Dinheiro do Mundo: Novo filme de Ridley Scott ganha pôster nacional e trailer legendado
A Diamond Films divulgou o pôster nacional e o trailer legendado de “Todo o Dinheiro do Mundo” (All The Money In The World), novo filme de Ridley Scott (“Alien: Covenant”). A trama sobre o rapto real do herdeiro da maior fortuna do mundo é apresentada de forma brilhante, com o ritmo da ação acompanhando as batidas de uma versão remix de “Time of the Season”, clássico da banda The Zombies, em meio a um clima tenso e grandes interpretações, especialmente de Michelle Williams (“Manchester à Beira-Mar”) e de um irreconhecível Kevin Spacey (série “House of Cards”). O filme dramatiza o famoso sequestro do então adolescente John Paul Getty III na Itália, em 1973, e as tentativas desesperadas da sua mãe, a ex-atriz Gail Harris (papel de Williams), para conseguir que o avô bilionário do rapaz pagasse o resgate. Mas John Paul Getty Sr (papel de Spacey), considerado na época o homem mais rico do mundo, recusou-se a pagar os raptores. Por isso, para provar que falavam a sério, os criminosos chegaram a mandar para a família a orelha direita do jovem de 16 anos. O elenco também destaca as participações de Mark Wahlberg (“O Dia do Atentado”) como Fletcher Chase, um ex-agente da CIA encarregado de tratar com os raptores, e Charlie Plummer (“O Jantar”) como o herdeiro sequestrado. As filmagens começaram em maio na Itália e atualmente o longa está em pós-produção acelerada, visando chegar aos cinemas já em dezembro. A pressa tem dois objetivos: buscar indicações ao Oscar e evitar a concorrência de outro projeto sobre a mesma história, a minissérie “Trust”, desenvolvida pelo roteirista Simon Beaufoy e o diretor Danny Boyle (a dupla de “Quem Quer Ser um Milionário?”), que estreia em janeiro no canal pago FX. Ainda não há previsão para a estreia no Brasil.
Trailer do novo filme de Ridley Scott impacta com tensão e grandes interpretações
A Sony divulgou o pôster e o primeiro trailer “All The Money In The World”, novo filme de Ridley Scott (“Alien: Covenant”), sobre o rapto real do herdeiro da maior fortuna do mundo. Editada de forma brilhante, com seu ritmo acompanhando as batidas de uma versão remix de “Time of the Season”, clássico da banda The Zombies, a prévia revela um clima tenso e grandes interpretações, especialmente de Michelle Williams (“Manchester à Beira-Mar”) e de um irreconhecível Kevin Spacey (série “House of Cards”). O filme dramatiza o famoso sequestro do então adolescente John Paul Getty III na Itália em 1973, e as tentativas desesperadas da sua mãe, a ex-atriz Gail Harris (papel de Williams), para conseguir que o avô bilionário do rapaz pagasse o resgate. Mas John Paul Getty Sr (papel de Spacey), considerado na época o homem mais rico do mundo, recusou-se a pagar os raptores. Por isso, para provar que falavam a sério, os criminosos chegaram a mandar para a família a orelha direita do jovem de 16 anos. O elenco também destaca as participações de Mark Wahlberg (“O Dia do Atentado”) como Fletcher Chase, um ex-agente da CIA encarregado de tratar com os raptores, e Charlie Plummer (“O Jantar”) como o herdeiro sequestrado. As filmagens começaram em maio na Itália e atualmente o longa está em pós-produção acelerada, visando chegar aos cinemas já em dezembro. A pressa tem dois objetivos: buscar indicações ao Oscar e evitar a concorrência de outro projeto sobre a mesma história, a minissérie “Trust”, desenvolvida pelo roteirista Simon Beaufoy e o diretor Danny Boyle (a dupla de “Quem Quer Ser um Milionário?”), que estreia em janeiro no canal pago FX. Ainda não há previsão para a estreia no Brasil.
Novo filme de Ridley Scott ganha primeira foto com Michelle Williams e Mark Wahlberg
A revista Entertainment Weekly divulgou a primeira foto de “All The Money In The World”, novo filme de Ridley Scott (“Alien: Covenant”). A imagem traz Michelle Williams (“Manchester à Beira-Mar”) e Mark Wahlberg (“O Dia do Atentado”) cercados por uma parede viva de microfones. O filme vai dramatizar o famoso sequestro do então adolescente John Paul Getty III na Itália em 1973, e as tentativas desesperadas da sua mãe, a ex-atriz Gail Harris (papel de Williams), para conseguir que o avô bilionário do rapaz pagasse o resgate. Mas John Paul Getty Sr, considerado na época o homem mais rico do mundo, recusou-se a pagar aos raptores. Por isso, para provar que falavam a sério, os criminosos chegaram a mandar para a família a orelha direita do jovem de 16 anos. O papel de Wahlberg é o de Fletcher Chase, um ex-agente da CIA encarregado de tratar com os raptores. Por sua vez, John Paul Getty Sr tem interpretação de Kevin Spacey (série “House of Cards”) e o menino é vivido por Charlie Plummer (“O Jantar”). As filmagens começaram em maio na Itália e a produção está acontecendo em ritmo acelerado, visando chegar aos cinemas já em dezembro. A pressa é para evitar a concorrência de outro projeto sobre a mesma história, a minissérie “Trust”, desenvolvida pelo roteirista Simon Beaufoy e o diretor Danny Boyle (a dupla de “Quem Quer Ser um Milionário?”), que estreia em janeiro no canal pago FX.
Certas Mulheres é um dos melhores filmes não lançados nos cinemas brasileiros em 2017
Dentre os filmes que não chegaram aos cinemas brasileiros neste ano, “Certas Mulheres”, de Kelly Reichardt (“Movimentos Noturnos”), lançado direto em DVD no país, talvez seja o que mais fez falta na telona. Não que seja uma obra de muitos planos gerais ou coisas do tipo. É justamente essa aproximação mais requerida entre personagem e espectador que seria importante na intimidade da sala de cinema. Mas ver o filme com o espírito tranquilo, numa madrugada dessas, também funciona que é uma beleza. Inclusive para deixar o espectador sem dormir com suas histórias. Entre suas histórias paralelas, a mais impactante, no sentido de trazer dor e angústia, mostra Kristen Stewart como uma professora de Direito e Lily Gladstone (“Subterranea”) como uma vaqueira de jeito simples, que fica encantada com aquela jovem mulher que leva quatro horas para chegar até sua cidadezinha. A beleza de cada palavra não dita, os momentos em que os olhares se encontram e, principalmente, não se encontram – Kristen é ótima em fazer o tipo tímida e imaginem ela dentro de uma sala de aula, toda desconcertada –, tudo neste terceiro segmento contribui para que seja uma leve e gentil facada no peito. E este segmento é o que mais torna a obra de Reichardt valiosa e muito parecida com alguns contos modernistas que lidam com problemas simples e do dia a dia de certas mulheres. É possível se lembrar de Clarice Lispector, Katherine Mansfield ou Virginia Woolf. O que, aliás, é muito bom, levando em consideração que muitas vezes o cinema parece se contentar com pouco, em sua estrutura convencional. As demais histórias, ainda que menos impactantes, não deixam de ter também o seu valor, ainda mais pela força das atrizes que as interpretam. A primeira traz a grande Laura Dern (“Livre”) como uma advogada que tenta ajudar um cliente frustrado. É a história em que mais coisas acontecem, ainda que o tom seja exatamente o oposto de um filme de enredo amarradinho, levando em consideração que há uma situação envolvendo polícia e refém. Numa dessas histórias em que nada parece acontecer, brilha Michelle Williams, fazendo um papel bem distinto do visto em “Manchester à Beira-Mar” (2016). O tom é mais sutil, mas ela traz igualmente aquele sorriso sem graça que lhe caracteriza há algum tempo. Sua personagem está acampando com o marido e a filha adolescente e percebemos que há um atrito entre ela e a filha. Mas o que mais torna a história incômoda é a conversa que ela tem com um senhor que mora isolado. Ela deseja comprar dele umas pedras que remontam a tempos históricos dos Estados Unidos. O velho senhor não parece muito feliz com a proposta, embora não negue doar as pedras. No fim do segmento, fica aquele gosto amargo. Mal sabíamos que um amargo maior ainda estaria por vir no melhor segmento, o que traz a já citada história estrelada por Kristen Stewart, que está cada vez mais se provando uma atriz de primeira grandeza. De dar gosto mesmo. Quanto à diretora Kelly Reichardt, é o caso de reclamar porque suas obras, todas maravilhosas, não chegam aos cinemas brasileiros. Uma delas, inclusive, “Wendy and Lucy” (2008), traz Michelle Williams como protagonista e rendeu o prêmio para a atriz no Festival de Toronto. Por sinal, “Certas Mulheres” venceu o Festival de Londres do ano passado.
David Bowie embala primeiro teaser de Sem Fôlego, novo filme do diretor de Carol
A Amazon divulgou o pôster e o teaser de “Sem Fôlego” (Wonderstruck), novo filme de época de Todd Haynes (“Carol”). A prévia é embalada pelo clássico “Space Oddity”, de David Bowie, que acompanha as descobertas de seus personagens infantis, um menino e uma menina em Nova York, separados por décadas – e por uma edição que separa cores de imagens em preto e branco. O filme adapta o livro infantil homônimo de Brian Selznick (autor de “A Invenção de Hugo Cabret”), sobre duas crianças surdas, Ben e Rose, cujas histórias são separadas por 50 anos. Rose foge de casa em 1927, rumo a Nova York para conhecer Lillian Mayhew, estrela de cinema que idolatra. Jack também escapa para Nova York, mas em 1977, em busca de seu pai. Em determinado momento, porém, suas vidas se cruzam de maneira inesperada. O próprio Selznick assina o roteiro da adaptação, que destaca em seu elenco Julianne Moore (“Jogos Vorazes: A Esperança”), Michelle Williams (“Manchester à Beira-Mar”), Tom Noonan (série “13 Monkeys”), Cory Michael Smith (série “Gotham”), Amy Hargreaves (série “13 Reasons Why”) e as crianças Oakes Fegley (“Meu Amigo, o Dragão”) e Millicent Simmonds (estreante). Exibido no Festival de Cannes, o filme terá sua estreia norte-americana no Festival de Nova York e lançamento comercial em 20 de outubro nos Estados Unidos. Ainda não há previsão para seu lançamento no Brasil
Hugh Jackman é O Rei do Show em trailer legendado de musical circense
A Fox divulgou quatro fotos oficiais e o primeiro trailer legendado de “O Rei do Show” (The Greatest Showman), musical circense estrelado por Hugh Jackman (“Logan”). O filme gira em torno da figura controvertida de P.T. Barnum, empresário que começou a trabalhar com shows de variedades em Nova York em 1834 e ficou conhecido por ter criado um novo formato de circo itinerante, com um picadeiro e animais exóticos, que revolucionou os shows circenses. A isso ele dava o nome de “O Maior Espetáculo da Terra”. A prévia mostra que o filme deixará a parte controversa – dos animais – de lado, concentrando-se no show de talentos produzido por Barnum (papel de Jackman), que originou o show business moderno. Há até uma cena em que ele proclama ter inventado a expressão “show business”. A produção tem grande elenco e ainda destaca Zac Efron (“Baywatch”), Michelle Williams (“Manchete à Beira-Mar”), Rebecca Ferguson (“Missão Impossível: Nação Fantasma”) e Zendaya (“Homem-Aranha: De Volta para Casa”). Com roteiro escrito por Jenny Bicks (“Sex and the City”) e revisado por Bill Condon (“A Bela e a Fera”), o filme tem direção de Michael Gracey, que fará sua estreia no cinema após se destacar na publicidade. A estreia está prevista para 25 de dezembro.
Drama estrelado por Kristen Stewart, vencedor do Festival de Londres, sai direto em DVD no Brasil
Um dos filmes mais premiados ano, “Certas Mulheres” (Certain Women), foi lançado pela Sony direto em DVD no Brasil. A produção reúne em seu elenco simplesmente Kristen Stewart (“Personal Shopper”), Michelle Williams (“Manchester à Beira-Mar”) e Laura Dern (“Livre”) e venceu o Festival de Londres do ano passado. A trama acompanha as vidas de quatro mulheres, interpretadas pelas atrizes citadas e Lily Gladstone (“Subterrânea”). Entre elas, há pouco em comum além do fato de morarem em Livingston, no estado de Montana. No entanto, as circunstâncias de suas vidas farão com que suas histórias se entrelacem de uma maneira íntima e profunda, ainda que distante, conforme buscam seus lugares no mundo. O filme teve sua estreia no Festival de Sundance de 2016, foi exibido no Festival do Rio e em inúmeros outros festivais ao redor do mundo, sendo reconhecido por diversas associações de críticos dos Estados Unidos, além de ter concorrido ao Film Independent Spirit Awards, o “Oscar do cinema independente”. Escrito e dirigido por Kelly Reichardt (“Movimentos Noturnos”), “Certas Mulheres” estreou em outubro passado nos cinemas dos Estados Unidos e chegou às prateleiras brasileiras no começo de junho.
Michelle Williams vai filmar sua primeira comédia em 12 anos
A atriz Michelle Williams (“Manchete à Beira-Mar”) vai estrelar sua primeira comédia desde “O Encalhado” (2005), há 12 anos. Ela entrou no elenco de “I Feel Pretty”, em que contracenará com Amy Schumer (“Descompesada”). No filme, ela terá o papel de chefe de Schumer, que se orgulha da transformação da vida da funcionária – uma vendedora de cosméticos em luta contra a insegurança que, após bater a cabeça, passa a acreditar ser a pessoa mais capaz e bonita do mundo, e se torna bem-sucedida. “I Feel Pretty” marcará a estreia na direção da dupla de roteiristas Abby Kohn e Marc Silverstein, responsável pelas comédias românticas “Ele Não Está Tão a Fim de Você” (2009), “Idas e Vindas do Amor” (2010) e “Como Ser Solteira” (2016). Os dois também assinam o roteiro. Ainda não há previsão para a estreia.
Ridley Scott negocia com Michelle Williams, Mark Wahlberg e Kevin Spacey para seu próximo filme
Ridley Scott assumiu a frente das negociações para fechar o elenco de seu próximo filme, “All the Money in the World”, sobre a história real do sequestro do neto do homem mais rico do mundo. Após enfrentar dificuldades para encaixar Natalie Portman (“Jackie”), que acaba de virar mãe pela segunda vez, Scott tenta agora trazer Michelle Williams (“Manchester à Beira-Mar”) para viver a mãe sofredora, Kevin Spacey (série “House of Cards”) como o milionário insensível e Mark Wahlberg (“O Dia do Atentado”) para um papel importante, possivelmente o do sequestrador. O filme vai dramatizar o famoso sequestro do então adolescente John Paul Getty III na Itália em 1973, e as tentativas desesperadas da sua mãe, a ex-atriz Gail Harris, para conseguir que o avô bilionário do rapaz pagasse o resgate. Mas John Paul Getty Sr, considerado na época o homem mais rico do mundo, recusou-se a pagar aos raptores. Por isso, para provar que falavam a sério, os criminosos chegaram a mandar para a família a orelha direita do jovem de 16 anos. A expectativa é que as filmagens comecem em maio na Itália. A pressa é para evitar a concorrência de outro projeto sobre a mesma história, a minissérie “Trust”, desenvolvida pelo roteirista Simon Beaufoy e o diretor Danny Boyle (a dupla de “Quem Quer Ser um Milionário?”)
Manchester à Beira-Mar oferece mergulho dramático consagrador a Casey Affleck
É próprio dos grandes atores serem capazes de preservar-se da influência negativa dos holofotes. Casey Affleck manteve essa discrição em sua carreira até não poder mais. Já tinha brilhado em “O Assassinato de Jesse James” (2007), mas do mesmo modo que o filme salientou seu talento, inclusive com uma indicação para o Oscar, deixou-o temeroso de aceitar uma nova condição em Hollywood, e assim Affleck rapidamente voltou a penumbra. “Manchester à Beira-Mar” (Manchester by the Sea) arranca o ator do segundo plano mais uma vez. E com maior contundência. Não é por acaso que o filme está em quase todas as listas dos melhores do ano. É um mergulho no realismo das relações, filmadas cruamente e sem pudor. Não tem nada a ver com o sentimentalismo infantil e declamatório, que tantas vezes já vimos no cinema norte-americano. É uma outra coisa. Há uma riqueza ilimitada de expressões no ser humano, e a curiosidade de observador do ínfimo drama cotidiano é algo que o diretor e dramaturgo Kenneth Lonergan (“Conte Comigo”) vem apurando ao longo dos anos. Com Casey Affleck, Lonergan encontra o ator ideal para inscrever na tela a dor do ser anônimo mergulhado na solidão e no luto. “Manchester” abre com uma charmosa vinheta de dois homens e um menino numa excursão de verão no barco de pesca da família. Os dois são os irmãos Chandler. Joe, o mais velho (Kyle Chandler) pilota o barco; Lee, o mais novo (Affleck), ensina o sobrinho, Patrick, a pescar. É um momento alto astral, mas a cena seguinte revela que essa nau flutua entre o presente, o passado e há uma tragédia conectando os dois tempos. No presente, Lee vive como um zumbi num porão em Boston. De dia, leva um trabalho pesado de zelador num condomínio. É ótimo na execução das tarefas, mas não tem tolerância para lidar com os humores dos condôminos. Nem paciência para entabular uma conversa com uma garota que se aproxima, à noite no bar. Ele se irrita com a moça e deixa bem claro sua condição de ermitão. Sua fiação emocional parece desgastada, e parece haver uma pitada de penitência em sua solidão. A forma como Affleck submerge neste personagem tem uma extensão assombrosa. Vai levar uma hora ou mais para descobrirmos o porquê. Mas o ator projeta a gravidade do personagem em todos seus olhares e gestos: as mãos presas nos bolsos, os olhos inquietos, enquanto o álcool o eleva e afasta da Terra. Então um telefone toca tirando o homem amortecido da rotina. A chamada é de um hospital em Manchester: o irmão mais velho, Joe, teve um ataque cardíaco. Enquanto Lee empreende a longa viagem de volta a sua terra natal, Lonergan mantém o filme num ritmo sereno. Definitivamente, ele não é um diretor adepto de sobressaltos ou de firulas visuais, mas a partir daqui, cria um emaranhado de sutilezas e um complexo jogo de espaços e interações inusitado. A começar pela habilidade que interliga a trama em flashbacks. Em princípio, as idas e vindas parecem óbvias, mas na verdade, elas estruturam o filme no mesmo estado de levitação do barco no início. O irmão de Lee morre antes que ele consiga percorrer o extenso caminho de Boston a costa. E quando ele é colocado em frente ao cadáver, imediatamente, Lonergan se nega a mostrar o morto, levando-nos a um flashback de quando o homem recebia naquele mesmo hospital o diagnóstico de que tinha pouco tempo de vida. O passado e o presente se fundem, sem demora, deixando a estranha sensação de ver uma pessoa viva imediatamente após a sua morte. O “é” e o “foram” no filme são enlaçados e amarrados juntos. O mérito de “Manchester à Beira-Mar” reside justamente na criação dessa atmosfera oscilante, por vezes trágica, por vezes pontilhada de momentos cômicos. Os personagens invariavelmente riem de suas desgraças. Joe é o primeiro a fazer piada com seu estado, quando o médico lhe dá a péssima notícia. O sobrinho então esquece as diferenças com o tio quando precisa que ele distraia a mãe da namorada, para que possa ir até onde deseja no quarto da menina. Algumas cenas parecem saídas de uma comédia ligeira, outras são de uma mordacidade incrível. Num dos momentos mais terríveis, logo depois de um incêndio, enfermeiros tentam carregar numa maca a mulher que perdeu os filhos no fogo e não conseguem colocá-la na ambulância. As pernas da maca emperram. A trapalhada dura dois segundos, mas é o suficiente para desconcertar de tão patética. Pior de tudo, vemos como um pequeno erro estúpido de um personagem adquire consequências tão vastas que reduzem a vida de outros a cinzas. A ironia é cáustica aqui. Para desespero de Lee, ele acaba nomeado como o guardião legal de Patrick (Lucas Hedges), filho de Joe. É o mesmo menino do início na pesca, só que ele cresceu, tem 16 anos, e não tem absolutamente nenhum desejo de se acertar com o tio. Grande parte da história envolve as duas figuras se medindo, estudando, tentando chegar a algum lugar. Numa segunda instância, ocorre uma outra dificuldade de acerto de Lee. Em seu regresso forçado a Manchester, ele reencontra também a ex-mulher (Michelle Williams). O personagem procura adiar a conversa com ela, mas são tantas as coisas que a mulher tem sufocada para dizer, que quando eles se encontram numa esquina, as emoções jorram numa torrente. Hollywood gosta de insistir que, ao encontrar uma pessoa especial, seja um forasteiro, alienígena ou amigo, você pode curar ou ser curado de seus males. Ninguém é curado no final de “Manchester à Beira-Mar”. A inquietação cresce, e o diretor consegue-nos manter sempre no fio instável do desconforto, num equilíbrio entre a aflição e o alívio, com um nó na garganta, no corpo todo, que não se desata nunca. O passado é um novelo que vai acumulando mal-entendidos e equívocos e, de uma forma sempre elegante, jogando com uma espécie de fora de campo do som e das palavras, Lonergan vai-nos alertando para o que ficou por dizer. E como numa verdadeira tragédia grega não há redenção possível. A cidade do título é devidamente esboçada, inclusive em suas cores – nem sempre fica claro onde o cinza do oceano termina e começa o céu do inverno. Seja como for, o odor é a última memória a partir.
21 astros de Hollywood cantam I Will Survive em vídeo da revista W
A revista W reuniu alguns dos maiores astros de Hollywood da temporada e pediu para eles cantarem “I Will Survive”, o clássico de Gloria Gaynor que marcou a era das discotecas. A música já ganhou muitas conotações ao longo da história, sendo a mais clara a de quem se assume gay. No contexto atual, a luta pela sobrevivência das estrelas parece dirigida à presidência de Donald Trump. No total, 21 artistas participaram do projeto: Emma Stone, Natalie Portman, Amy Adams, Matthew McConaughey, Andrew Garfield, Felicity Jones, Mahershala Ali, Dakota Fanning, Chris Pine, Michelle Williams, Naomi Harris, Michael Shannon, Greta Gerwig, Ruth Negga, Joel Edgerton, Hailey Stenfeld, Anya Taylor-Joy, Alden Ehrenreich, Dev Patel, Lucas Hedges e Taraji P. Henson, que arrasa na parte final. A maior parte deles apoiou publicamente a candidata derrotada Hillary Clinton. Dirigido pela editora da revista, Lynn Hirschberg, o vídeo edita trechos de cada interpretaçã, realizada de jeitos diferentes, numa montagem que fica entre o empolgante e o engraçado. Confira abaixo.









