Retrospectiva: Os 50 melhores filmes de 2022
Listar os melhores filmes do ano é sempre uma atividade de mergulho cinéfilo profundo. Afinal, o cinema não se resume aos blockbusters que todo mundo viu. Nem mesmo à sala de cinema propriamente dita, já que alguns filmes fundamentais chegam direto pelo streaming. Além de apresentar os destaques, a seleção abaixo também tem o objetivo de despertar a curiosidade dos leitores para os filmes eleitos, que por ventura não foram vistos em 2022. Por isso, a amplitude de 50 títulos. Um listão para desbravar. Foram considerados apenas filmes lançados comercialmente no Brasil em 2022, tanto nos cinemas como nos serviços digitais. A organização é por ordem alfabética, de “A Lenda do Cavaleiro Verde” a “X – A Marca da Morte”, sem distinção hierárquica ou de gêneros. E para quem quiser conferir melhor, ainda há indicações de onde assistir (se disponíveis em streaming). Siga abaixo. | A LENDA DO CAVALEIRO VERDE | AMAZON PRIME VIDEO, VOD* Em clima de terror medieval e repleto de imagens impressionantes, “A Lenda do Cavaleiro Verde” oferece uma visão alternativa para a fábula dos Cavaleiros da Távola Redonda. Na trama, Sir Gawain (Dev Patel, de “Lion”) parte em uma jornada condenada e cheia de desafios para enfrentar uma criatura sobrenatural gigante, mesmo sabendo que viaja rumo à morte certa, com a esperança de que seja uma morte com honra. O filme tem direção de David Lowery (“Meu Amigo, O Dragão”), especialista em fantasias de visual deslumbrante, e ainda destaca em seu elenco Alicia Vikander (“Tomb Raider”), Joel Edgerton (“O Rei”), Sean Harris (“Missão: Impossível – Efeito Fallout”) e Barry Keoghan (“Eternos”). | A MULHER DE UM ESPIÃO | MUBI O cineasta japonês Kiyoshi Kurosawa alterna sua filmografia entre terrores cultuados e dramas premiados. O novo trabalho pertence ao segundo grupo e conquistou nove prêmios internacionais, inclusive Melhor Direção no Festival de Veneza de 2020. A trama gira em torno da decisão de um comerciante de deixar sua esposa no Japão para viajar até a China no começo da 2ª Guerra Mundial, onde testemunha um ato de barbárie. Suas ações causam mal-entendidos, ciúmes e problemas legais para a mulher. | A MULHER REI | VOD* O épico de ação traz Viola Davis (“O Esquadrão Suicida”) como líder de um exército de guerreiras africanas do século 19 – que foram a inspiração real das Dora Milaje dos quadrinhos e filmes do “Pantera Negra”. Durante dois séculos, as Agojie defenderam o Reino de Daomé, uma das nações africanas mais poderosas da era moderna, contra os colonizadores europeus e tribos vizinhas que tentavam invadir o país, mas sua transformação em personagens de cinema pela diretora Gina Prince-Bythewood (“The Old Guard”) deve mais à ficção dos quadrinhos mesmo, evocando as amazonas de “Mulher-Maravilha”, com todas as cenas de lutas e adrenalina que isso implica. A trama se concentra na relação da general Nanisca (Davis) com uma nova geração de guerreiras, destacando a ambiciosa Nawi (Thuso Mbedu, de “The Underground Railroad”), enquanto combatem lado a lado contra forças escravagistas. Há ainda uma interessante conexão com o tráfico de escravos para o Brasil. Elogiadíssimo, o filme atingiu 95% de aprovação entre a crítica do Rotten Tomatoes e um raro A+ entre o público americano no CinemaScore. E seu elenco ainda destaca Lashana Lynch (“007 – Sem Tempo Para Morrer”), a cantora Angélique Kidjo (“Arranjo de Natal”), Hero Fiennes Tiffin (“After”) e John Boyega (“Star Wars: A Ascensão Skywalker”) como o rei de Daomé. | A PIOR PESSOA DO MUNDO | VOD* A obra mais premiada do dinamarquês Joachim Trier (“Mais Forte que Bombas”), vencedora de 19 prêmios internacionais, indicada a dois Oscars (Melhor Roteiro Original e Melhor Filme Internacional) e com 97% de aprovação no Rotten Tomatoes, acompanha uma mulher que se aproxima dos 30 anos com uma crise existencial. Vários de seus talentos foram desperdiçados e seu namorado está pressionando para que eles se estabeleçam. Uma noite, ela invade uma festa, conhece um homem charmoso e se joga em um novo relacionamento, esperando encontrar uma perspectiva diferente em sua vida. Elogiadíssima pelo desempenho, a norueguesa Renate Reinsve (“Oslo, 31 de Agosto”) foi consagrada como Melhor Atriz no Festival de Cannes e se tornou assediadíssima por Hollywood para novos projetos. | ADEUS, IDIOTAS | AMAZON PRIME VIDEO, VOD* Esta comédia de humor sombrio foi a grande vencedora do prêmio César, considerado o “Oscar francês”. O longa conquistou ao todo cinco estatuetas na cerimônia de 2021, incluindo Melhor Filme, Direção e Roteiro Original para o cineasta Albert Dupontel. A trama absurda acompanha uma mulher gravemente doente (Virginie Efira, de “Benedetta”) que tenta encontrar seu filho há muito perdido com a ajuda de um burocrata suicida (o próprio Dupontel) e um ativista cego (Nicolas Marié). Os três se aliam após a tentativa de suicídio do burocrata ser confundida com um ataque armado à repartição pública em que se encontram. Com o esvaziamento súbito do prédio cercado pela polícia, os homens decidem ajudar a mulher sem a frieza dos funcionários da instituição que a embarreiravam. | AFTERSUN | MUBI (6/1) O premiado drama britânico acompanha as lembranças de uma mulher chamada Sophie. Ela recorda a alegria e a melancolia de um feriado de verão na Turquia, que passou com o pai 20 anos atrás, quando era criança. Nesse passeio pela memória, eventos reais se misturam a fragmentos e fatos imaginários, enquanto ela busca preencher lacunas e reconciliar a imagem do pai com quem conviveu com as verdades sobre o homem que nunca conheceu. A estreia da diretora Charlotte Wells venceu 15 prêmios internacionais, inclusive nos festivais de Cannes e Deuville, além de concorrer a mais cinco troféus no Spirit Awards 2023 (o Oscar do cinema independente) e render uma indicação a Paul Mescal (“A Filha Perdida”), intérprete do pai, ao troféu de Melhor Ator Europeu do Ano no European Film Awards. | ARGENTINA, 1985 | AMAZON PRIME VIDEO O drama histórico é inspirado na luta real dos promotores Julio Strassera e Luis Moreno Ocampo, que ousaram investigar e processar a ditadura militar da Argentina no ano de 1985. Sem se deixar intimidar pela influência dos militares, que continuava poderosa na nova democracia a ponto de amedrontar os profissionais do Ministério Público, os dois reuniram uma equipe jurídica de jovens, que, sem ter carreira para perder, viraram heróis improváveis na luta contra a impunidade. Sob constante ameaça a si mesmos e suas famílias, eles enfrentaram tudo até trazer justiça às vítimas da junta militar – ao contrário do que aconteceu no Brasil, onde a “anistia” escondeu os crimes da ditadura brasileira. A direção é do premiado Santiago Mitre (“Paulina”) e o elenco repleto de estrelas destaca Ricardo Darín (“O Segredo de Seus Olhos”) e Peter Lanzani (“O Clã”) como Strassera e Ocampo. Premiado nos prestigiosos festivais de Veneza (Itália) e San Sebastián (Espanha), e finalista no Oscar 2023 como representante da Argentina, atingiu 97% de aprovação no Rotten Tomatoes. | ATHENA | NETFLIX Premiado no Festival de Veneza, o filme ultraviolento apresenta uma batalha campal entre os moradores de um subúrbio francês, o Athena do título, e tropas de choque da polícia, após a morte acidental de uma criança gerar uma revolta popular. Visualmente impressionante, o filme é uma extensão dos clipes do diretor Roman Gavras, que já tinha abordado a tensão das periferias no clipe “Stress”, da dupla eletrônica Justice, e mostrado seu forte apuro estético em “Gosh”, de Jamie XX. Para seu longa-metragem, o filho do famoso cineasta político Costa-Gavras (“Z”, “Estado de Sítio”, “Os Desaparecidos”) se juntou ao malinês Ladj Ly, autor do roteiro de “Athena” – que venceu uma prateleira de prêmios com seu longa de estreia, “Os Miseráveis” (2019), também sobre conflito entre polícia e garotos do subúrbio. Opção porrada. | BATMAN | HBO MAX, VOD* A superprodução da Warner Bros. foi uma das maiores bilheterias de 2022. Longo, ambicioso e sombrio, também é o filme que os fãs esperavam que fosse. Nem pior nem melhor, seu tom extremamente sério combina com a abordagem de Christopher Nolan, enquanto o visual expressionista o aproxima do “Batman” de Tim Burton. A maior diferença é que o novo diretor, Matt Reeves, mostra-se mais integrado à visão sinergética do conglomerado, introduzindo vários elementos na trama para multiplicá-los em séries de streaming e na inevitável continuação. Se Robert Pattinson interpreta o primeiro Batman emo, por outro lado demonstra a melhor química com uma Mulher-Gato do cinema, papel desempenhado por Zoe Kravitz com um visual inspirado na Selina Kyle dos quadrinhos de “Batman: Ano Um”. Esta fase, por sinal, é exatamente a época explorada pela trama, antes da fama do herói se solidificar no submundo do crime. O período ainda permite apresentar os demais vilões em seus primeiros passos – e bem diferentes dos quadrinhos – , como um Pinguim mafioso (Colin Farrell) e principalmente um Charada serial killer (Paul Dano), mais perigoso que nas publicações da DC Comics – cometendo crimes tão brutais que tornam este “Batman” nada apropriado para crianças. | BELFAST | VOD* Vencedor do Festival de Toronto e do Oscar de Melhor Roteiro Original de 2022, o novo filme de Kenneth Branagh (“Morte no Nilo”) recria as lembranças da infância do diretor-roteirista na cidade do título durante os anos 1960. Predominantemente em preto e branco, a trama de época é apresentada pelo olhar de um menino de uma família trabalhadora e alterna momentos de nostalgia alegre com cenas de tensão, evocando os sonhos, as músicas e até as séries do período, mas também os perigos da era dos “troubles”, quando enfrentamentos entre nacionalistas que queriam a independência do país e as autoridades leais ao Reino Unido costumavam virar batalhas campais. A tensão da ameaça de confrontos nas ruas e a cobrança constante de posicionamentos políticos levam o pai do menino a considerar mudar-se com a mulher e os filhos para a Inglaterra. Mas essa possibilidade aperta o coração da criança, que não quer separar-se dos avôs que adora e da menina que finalmente começou a reparar nele. O elenco da produção destaca Jamie Dornan (“Cinquenta Tons de Cinza”) e Caitriona Balfe (“Outlander”) como os pais, Judi Dench (“007 – Operação Skyfall”) e Ciaran Hinds (“Game of Thrones”) como os avôs, Lewis McAskie (“Here Before”) como o irmão mais velho e o menino Jude Hill no papel de alter-ego mirim de Branagh em sua estreia no cinema. | BELLE | VOD* Versão futurista da fábula de “A Bela e a Fera”, “Belle” também é uma parábola crítica sobre as farsas da internet e os perigos das redes sociais. A trama gira em torno de uma cantora virtual chamada Belle, que tem sua turnê interrompida no metaverso pela viralização de uma criatura batizada pela mídia de a Fera. Nada, porém, é o que parece, já que Belle é o avatar de uma adolescente “caipira” e pouco popular chamada Suzu, e a criatura misteriosa que surge em seu caminho não é realmente uma ameaça, mas uma vítima de bullying digital e cancelamento. O anime é assinado por Mamoru Hosoda, responsável por “Mirai”, filme indicado ao Oscar de Melhor Animação em 2019 e diretor de obras cultuadas como “Crianças Lobo” (2012), “Guerras de Verão” (2009) e “A Garota que Conquistou o Tempo” (2006). | BENEDETTA | GLOBOPLAY, VOD* A nova provocação de Paul Verhoeven (“Instinto Selvagem”) é das mais polêmicas de sua trajetória, ao trazer cenas de sexo lésbico e blasfêmias variadas em um convento do século 15. O roteiro de David Birke, que volta a trabalhar com o cineasta após a parceria em “Elle” (2016), é supostamente inspirado na história real de Benedetta Carlini, uma noviça que desde muito cedo foi considerada milagrosa. Seu impacto na vida da comunidade de Toscana é imediato e chama atenção do Vaticano. Mas logo sua pureza é confrontada pela chegada de uma jovem tentadora ao convento, que decide seduzi-la. Segunda produção consecutiva em francês do cineasta holandês, “Benedetta” é estrelada por Virginie Efira (“Elle”) e Daphné Patakia (“Versailles”),...
Oscar 2022 é nesta noite. Conheça os indicados
O Oscar 2022 acontece na noite deste domingo (23/3) no Dolby Theatre em Los Angeles, com apresentação de três comediantes: Wanda Sykes (“The Other Two”), Amy Schumer (“Viagem das Loucas”) e Regina Hall (“Nove Desconhecidos”). Pela primeira vez fora da TV aberta brasileira desde que começou a ser transmitido pela TV Tupi em 1970, o evento poderá ser acompanhado ao vivo, a partir das 20h, pelo canal pago TNT e pela plataforma de streaming Globoplay (que vai abrir o sinal e permitir que o público assista gratuitamente). A lista de indicados à premiação foi revelada em 8 de fevereiro. Entre surpresas e confirmações de expectativas, o filme com o maior número de citações é “Ataque dos Cães”, que disputa 12 prêmios e garantiu um momento histórico para Jane Campion. A cineasta neozelandeza se tornou a primeira mulher a disputar duas vezes o Oscar de Melhor Direção, após ter sido indicada pela primeira vez em 1994, com “O Piano”. Ela ainda concorre na categoria de Melhor Roteiro Adaptado. “Ataque dos Cães” também é o filme com mais atores na 94ª edição do Oscar. Benedict Cumberbatch foi indicado a Melhor Ator, Kirsten Dunst a Atriz Coadjuvante e Jesse Plemons e Kodi Smit-McPhee entraram juntos na categoria de Ator Coadjuvante. Outro marco foi alcançado por Denzel Washington, ao atingir sua 10ª indicação à honraria máxima do cinema, por seu desempenho em “A Tragédia de Macbeth”. Uma das principais “surpresas” do Oscar apareceu justamente nas categorias de interpretação. Kristen Stewart, no primeiro reconhecimento da Academia americana a seu talento (após já ter vencido um César, o Oscar francês), acabou ficando com a vaga que Lady Gaga dava como quase certa, numa inversão do que aconteceu no prêmio do Sindicato dos Atores. Elogiadíssima pela crítica, a protagonista de “Spencer” tinha sido esnobada pelos colegas no SAG Awards, enquanto a cantora, sem a mesma unanimidade na imprensa, foi considerada pelo Sindicato dos Atores como uma das melhores atrizes do ano pelo risível “Casa Gucci”. Mais uma surpresa positiva foi a presença de Penélope Cruz, que já tinha sido premiada como Melhor Atriz no Festival de Veneza por “Mães Paralelas” – drama espanhol que ainda disputa Melhor Trilha Sonora. Seu marido, Javier Bardem, também foi indicado como Melhor Ator por “Apresentando os Ricardos”, marcando um retorno do casal ao Oscar, após vencerem prêmios como Coadjuvantes. Estas indicações se somam às inclusões do japonês “Drive My Car”, do dinamarquês “Flee” e do norueguês “A Pior Pessoa do Mundo” em mais categorias que a evidente Melhor Filme Internacional para reforçar uma tendência irreversível de internacionalização da Academia. O Oscar, porém, não perdeu de vista seu legado hollywoodiano, representado pela inclusão de Steven Spielberg na disputa de Melhor Direção. O veterano cineasta alcançou uma marca histórica com a indicação, tornando-se o primeiro diretor a concorrer ao prêmio em seis décadas diferentes – nos anos 1970 por “Contatos Imediatos do Terceiro Grau”, nos 1980 por “Os Caçadores da Arca Perdida” e “ET: O Extraterrestre”, nos 1990 por “A Lista de Schindler” e “O Resgate do Soldado Ryan”, nos 2000 por “Munique”, nos 2010 por “Lincoln” e agora por “Amor, Sublime Amor”. Ele já venceu duas vezes. Embora a lista da Academia tenha corrigido supostas distorções da temporada de premiação, graças à Disney acabou criando outra, com a inclusão de “Dos Oruguitas” e não o fenômeno “We Don’t Talk About Bruno” na disputa de Melhor Canção por “Encanto”. O estúdio simplesmente não inscreveu a música mais popular do desenho animado na competição! Em compensação, Beyoncé, Billie Eilish e o veterano Van Morrison foram confirmados com suas respectivas gravações e cantarão no evento. Confira abaixo a lista completa dos indicados ao Oscar 2022. Melhor Filme “Belfast” “Não Olhe Para Cima” “Duna” “Licorice Pizza” “Ataque dos Cães” “No Ritmo do Coração” “Drive My Car” “King Richard: Criando Campeãs” “O Beco do Pesadelo” “Amor, Sublime Amor” Melhor Atriz Jessica Chastain – “Os Olhos de Tammy Faye” Olivia Colman – “A Filha Perdida” Penélope Cruz – “Mães Paralelas” Nicole Kidman – “Apresentando os Ricardos” Kristen Stewart- “Spencer” Melhor Ator Javier Bardem – “Apresentando os Ricardos” Benedict Cumberbatch – “Ataque dos Cães” Andrew Garfield – “Tick, tick… Boom!” Will Smith – “King Richard: Criando Campeãs” Denzel Washington – “A Tragédia de Macbeth” Melhor Atriz Coadjuvante Jessie Buckley – “A Filha Perdida” Ariana DeBose – “Amor, Sublime Amor” Judi Dench – “Belfast” Kirsten Dunst – “Ataque dos Cães” Aunjanue Ellis – “King Richard: Criando Campeãs” Melhor Ator Coadjuvante Ciarán Hinds – “Belfast” Troy Kotsur – “No Ritmo do Coração” Jesse Plemons – “Ataque dos Cães” J.K. Simmons – “Apresentando os Ricardos” Kodi Smit-McPhee – “Ataque dos Cães” Melhor Direção Kenneth Branagh – “Belfast” Ryûsuke Hamaguchi – “Drive My Car” Jane Campion – “Ataque dos Cães” Steven Spielberg – “Amor, Sublime Amor” Paul Thomas Anderson – “Licorice Pizza” Melhor Roteiro Adaptado Sian Heder – “No Ritmo do Coração” Ryûsuke Hamaguchi e Takamasa Oe – “Drive My Car” Denis Villeneuve, Jon Spaihts e Eric Roth “Duna” Maggie Gyllenhaal – “A Filha Perdida” Jane Campion – “Ataque dos Cães” Melhor Roteiro Original Kenneth Branagh – “Belfast” Adam McKay e David Sirota – “Não Olhe Para Cima” Zach Baylin – “King Richard: Criando Campeãs” Paul Thomas Anderson – “Licorice Pizza” Eskil Vogt e Joachim Trier – “A Pior Pessoa do Mundo” Melhor Fotografia Greig Fraser – “Duna” Ari Wegner – “Ataque dos Cães” Dan Laustsen – “Beco do Pesadelo” Bruno Delbonnel – “A Tragédia de Macbeth” Janusz Kaminski – “Amor, Sublime Amor” Melhor Edição Hank Corwin – “Não Olhe Para Cima” Joe Walker – “Duna” Pamela Martin – “King Richard: Criando Campeãs” Peter Sciberras – “Ataque dos Cães” Myron Kerstein e Andrew Weisblum – “Tick, tick… Boom!” Melhor Design de Produção “Duna” “Ataque dos Cães” “O Beco do Pesadelo” “A Tragédia de Macbeth” “Amor, Sublime Amor” Melhor Figurino Jenny Beavan – “Cruella” Massimo Cantini Parrini e Jacqueline Durran – “Cyrano” Jacqueline West e Robert Morgan – “Duna” Luis Sequeira – “O Beco do Pesadelo” Paul Tazewell – “Amor, Sublime Amor” Maquiagem e Penteado “Um Príncipe em Nova York 2” “Cruella” “Duna” “Os Olhos de Tammy Faye” “Casa Gucci” Efeitos Visuais “Duna” “Free Guy” “007 – Sem Tempo Para Morrer” “Shang-Chi e a Lenda dos Dez Anéis” “Homem-Aranha: Sem Volta Para Casa” Melhor Som “Belfast” “Duna” “007 – Sem Tempo Para Morrer” “Ataque dos Cães” “Amor, Sublime Amor” Melhor Trilha Sonora Nicholas Britell – “Não Olhe Para Cima” Hans Zimmer – “Duna” Germaine Franco – “Encanto” Alberto Iglesias – “Mães Paralelas” Jonny Greenwood – “Ataque dos Cães” Canção Original “Be Live”, de Beyoncé Knowles-Carter e Darius Scott – “King Richard: Criando Campeãs” “Dos Oruguitas”, de Lin-Manuel Miranda – “Encanto” “Down To Joy”, de Van Morrison – “Belfast” “No Time to Die”, de Billie Eilish e Finneas O’Connell – “007 – Sem Tempo Para Morrer” “Somehow You Do”, de Diane Warren -“Four Good Days” Melhor Filme Internacional “Drive My Car” (Japão) “Flee” (Dinamarca) “A Mão de Deus” (Itália) “A Felicidade das Pequenas Coisas” (Butão) “A Pior Pessoa do Mundo” (Noruega) Melhor Animação “Encanto” “Flee” “Luca” “A Família Mitchell e a Revolta das Máquinas” “Raya e o Último Dragão” Melhor Documentário “Ascension” “Attica” “Flee” “Summer of Soul (Ou, Quando a Revolução Não Pode Ser Televisionada)” “Writing With Fire” Melhor Curta-Metragem “Ala kanchuu – Take and run” “The Long Goodbye” “The Dress” “On My Mind” “Please Hold” Melhor Curta de Animação “Affairs of the art” “Bestia” “Boxballet” “Robin Robin” “The Windshield Wiper” Melhor Documentário de Curta-Metragem “Audible” “The Queen of Basketball” “Lead Me Home” “Three Songs For Benazir” “When We Were Bullies”
As 10 principais estreias de filmes em streaming
A programação das plataformas digitais traz filmes premiados e até um título que disputa o Oscar, além de obras que rendem discussões. Mas quem quiser apenas um bom susto, tem nada menos que quatro opções de temática de terror, que abrangem desde uma belíssima produção “de arte” até o trash mais alucinado. Desta vez, nem todos os filmes selecionados se encaixam no critério da qualidade. São opções que, apesar de terem seu público cativo (crianças e fãs de terror), entraram no Top 10 semanal mais por serem inevitáveis, no sentido de que despertariam a curiosidade do público de qualquer forma. Por outro lado, a inclusão também serve para alertar o leitor a respeito do que pode encontrar. Confira abaixo as sugestões com mais detalhes e os respectivos trailers. MÃES PARALELAS | NETFLIX Indicado a dois Oscars, o novo filme de Pedro Almodóvar reforça a mudança temática de sua filmografia, que há tempos trocou o desejo, principal manifestação de seus primeiros trabalhos, por histórias de mães e filhos. A trama gira em torno de duas mulheres, vividas pela novata Milena Smit (“No Matarás”) e Penélope Cruz, que volta a trabalhar com o diretor na esteira do sucesso de “Dor e Glória”. A trama acompanha o encontro das duas grávidas em uma maternidade, sem saber que essa circunstância as unirá de maneiras que nunca poderiam imaginar. Ao mesmo tempo, a personagem de Cruz ainda lida com o legado da guerra civil espanhola, que marcou sua família e a de muitos de seus compatriotas. Por seu desempenho, ela está indicada ao Oscar de Melhor Atriz e conquistou o prêmio no Festival de Veneza. O elenco também marca o reencontro de Almodóvar com outras duas colaboradoras de longa data, Julieta Serrano e Rossy de Palma, que trabalharam juntas em “Mulheres à Beira de um Colapso Nervoso” (1988) – o primeiro longa do cineasta espanhol a concorrer ao prêmio da Academia. NOITE PASSADA EM SOHO | NOW, VIVO PLAY, VOD* Lindamente estiloso, o terror do diretor Edgar Wright (de “Em Ritmo de Fuga”) destaca Thomasin McKenzie (“Jojo Rabbit”) como uma estudante de moda obcecada pelos anos 1960, que ao chegar a Londres para começar a faculdade, passa a sonhar com aquela época. Encantada com o realismo de suas visões noturnas, que destacam o visual e o glamour do período, a protagonista se vê assumindo a personalidade da mulher com quem sonha (vivida por Anya Taylor-Joy, de “O Gambito da Rainha”), até tudo virar pesadelo e ela ser perseguida por horrores antigos. Ainda mais depois de descobrir que tudo que sonha nos dias atuais realmente aconteceu no passado. Teve duas indicações ao BAFTA (o Oscar britânico) e ainda traz no elenco Matt Smith (“The Crown”) e astros britânicos que viveram de verdade – intensamente – os anos 1960, incluindo Diana Rigg (“Game of Thrones”) em seu último papel, filmado antes de seu falecimento em 2020. BENEDETTA | NOW A nova provocação de Paul Verhoeven (“Instinto Selvagem”) é das mais polêmicas de sua trajetória, ao trazer cenas de sexo lésbico e blasfêmias variadas em um convento do século 15. O roteiro de David Birke, que volta a trabalhar com o cineasta após a parceria em “Elle” (2016), é supostamente inspirado na história real de Benedetta Carlini, uma noviça que desde muito cedo foi considerada milagrosa. Seu impacto na vida da comunidade de Toscana é imediato e chama atenção do Vaticano. Mas logo sua pureza é confrontada pela chegada de uma jovem tentadora ao convento, que decide seduzi-la. Segunda produção consecutiva em francês do cineasta holandês, “Benedetta” é estrelada por Virginie Efira (“Elle”) e Daphné Patakia (“Versailles”), e também destaca Charlotte Rampling (“45 Anos”), Lambert Wilson (“Homens e Deuses”) e Olivier Rabourdin (“Busca Implacável”). FASSBINDER – ASCENSÃO E QUEDA DE UM GÊNIO | NOW O filme é uma cinebiografia de Rainer Werner Fassbinder, um dos maiores diretores alemães, responsável por revolucionar o cinema de seu país com obras de temática LGBTQIA+, e que infelizmente morreu cedo, graças a uma overdose em 1982, com apenas 37 anos. Sua obra impressiona ainda mais por sua pouca idade, considerando que inclui clássicos absolutos como “As Lágrimas Amargas de Petra von Kant” (1972), “Lili Marlene” (1981), “Lola” (1981), “O Desespero de Veronika Voss” (1982) e “Querelle” (1982). Mas a dramatização não oferece insights sobre a genialidade do cineasta, roteirista, dramaturgo, editor, cinematógrafo e ator, preferindo se concentrar no lado selvagem de sua vida. Pelo menos, a produção emana uma aura convincentemente fassbinderiana em seu tom geral de decadência como modo de vida, com um visual apropriadamente artificial e estilizado. Oliver Masucci (da série “Dark”), o Fassbinder do filme de Oskar Roehler (“Partículas Elementares”), venceu dois prêmios de Melhor Ator na Alemanha pela interpretação. FORTALEZA HOTEL | NOW, VIVO PLAY Segundo longa de Armando Praça (“Greta”), o drama reflete o encontro casual de Pilar, uma jovem empregada de hotel com planos de sair do Brasil, e Shin, um hóspede sul-coreana de meia-idade, que está no país para levar o corpo de seu falecido marido de volta à Seul. Quando os planos de ambas começam a dar errado, as duas mulheres acabam estabelecendo uma intensa relação de solidariedade. O elenco destaca Clebia Sousa (“Bacurau”), premiada como Melhor Atriz pelo desempenho no Festival Cine Ceará 2021, Vanderlei Bernardino (“Sintonia”), o Melhor Ator no mesmo evento, e a veterana sul-coreana Lee Yeong-ran (“A Irmandade da Guerra”). A MALDIÇÃO DO TEATRO | NOW, VIVO PLAY, VOD* Este terrir equilibra elementos sobrenaturais sombrios com comédia e ainda brinca com metalinguagem, ao acompanhar uma trupe de atores ansiosos em realizar sua primeira produção: uma montagem de “Macbeth” de Shakespeare. Mas quando um substituto levianamente desconsidera a famosa superstição ligada à peça, ele libera uma maldição. Bastante peculiar por não ser assustador ou sangrento, muito menos de rolar de rir, o quinto longa de temática de horror do diretor John Stimpson (“Respostas do Além”) presta uma homenagem afetuosa ao teatro com alguns atores conhecidos de séries – como Roger Bart (“Desperate Housewives”), Shannyn Sossamon (“Wayward Pines”), Danielle Campbell (“The Originals”) e Tom Riley (“The Nevers”). O resultado se diferencia dos terrores baratos e mal avaliados do cineasta e se tornou seu primeiro filme com críticas positivas, atingindo 75% no Rotten Tomatoes. GHOSTLAND: TERRA SEM LEI | Paramount+ Imagine um filme com o ator mais alucinado dirigido pelo cineasta mais louco. “Ghostland” reúne o astro americano Nicolas Cage (“Pig”) com o diretor japonês Sion Sono (“Por Que Você Não Vai Brincar no Inferno?”), e o resultado é pura maluquice. Trash de primeira grandeza, combina o futuro pós-apocalíptico de “Mad Max: Estrada da Fúria” (2015), sagas de samurais e a missão de “Fuga de Nova York” (1981). Na trama, o criminoso vivido por Cage se vê obrigado a resgatar uma jovem (a “Múmia” Sofia Boutella) supostamente raptada e levada para terras ainda mais devastadas, das quais ninguém costuma retornar. O MASSACRE DA SERRA ELÉTRICA: O RETORNO DE LEATHERFACE | NETFLIX Continuação direta do longa original dirigido por Tobe Hooper, o filme tem até o retorno da “final girl” de 1974, Sally Hardesty, vivida pela mesma atriz: Marilyn Burns – uma ideia que lembra o reboot recente de “Halloween”. O 9º filme da franquia – e o primeiro desde o prólogo “Leatherface”, de 2017 – também evoca a trama clássica ao girar em torno de um grupo de jovens amigos idealistas que acidentalmente adentra uma região remota do Texas, onde Leatherface se achava esquecido e protegido, fazendo-o voltar a aterrorizar após mais de 50 anos. Quem assina roteiro e produção são o cineasta uruguaio Fede Alvarez e seu parceiro Rodo Sayagues, ambos responsáveis por “O Homem nas Trevas” (2021). Já o trabalho de direção sofreu uma mudança em meio às filmagens. Insatisfeito com o resultado, o estúdio Legendary demitiu os diretores Andy e Ryan Tohill (de “The Dig”), que estavam à frente das filmagens, devido a “diferenças criativas”, promovendo o cinematógrafo David Blue Garcia (“Blood Fest”) à direção. Ela já tinha experiência na função, tendo rodado o thriller “Tejano” com um orçamento de US$ 58 mil, além de vários comerciais. De quebra, é natural do Texas. Vale avisar que a crítica continuou insatisfeita mesmo assim, resultando numa aprovação de apenas 37% de aprovação no Rotten Tomatoes. A LIGA DE MONSTROS | NOW, VIVO PLAY, VOD* A animação de lutas de monstros pulou os cinemas e chega em streaming na data em que entraria no circuito exibidor, apesar de ter ganhado uma dublagem de famosos em português. A história acompanha a jovem Winnie, que decide seguir os passos de seu pai e se tornar uma treinadora profissional de criaturas para vencer o campeonato dos monstros. Mas para isso precisa transformar Steve, um monstro sonhador e inseguro, num grande lutador. O desenho americano ganhou as vozes em português de Carla Diaz (“A Menina que Matou os Pais”) como a protagonista Winnie e Marcos Veras (“O Shaolin do Sertão”) como Steve, além de David Junior (“Sessão de Terapia”), que interpreta o grande antagonista, o monstro campeão Tentacular, disposto a fazer de tudo para atrapalhar os planos da dupla. Já em inglês, os personagens são dublados por Geraldine Viswanathan (“Não Vai Dar”), Will Arnett (a voz de “Bojack Horseman”) e Terry Crews (“Brooklyn Nine-Nine”), respectivamente. A equipe de criação, bastante experiente, reúne os roteiristas Etan Cohen (“Homens de Preto 3”) e Matt Lieberman (“A Família Addams”), e o diretor Hamish Grieve (“Shrek 2”). Mas a crítica não se empolgou, rendendo apenas 33% de aprovação no Rotten Tomatoes, o que pode explicar a mudança de planos em relação à distribuição cinematográfica. FINAL ACCOUNT | VIVO PLAY Numa época em que o nazismo é discutido como pauta de “liberdade de expressão” no Brasil, o último documentário de Luke Holland (1948–2020) ajuda a lembrar do que realmente se trata esta ideologia nefasta, resgatando imagens chocantes do Holocausto e dos seguidores de Hitler para ilustrar os relatos dos últimos sobreviventes do Terceiro Reich, em entrevistas nunca antes vistas de ex-nazistas que levantam questões sobre autoridade, identidade nacional e seus próprios papéis nos maiores crimes humanitários da História. Uma paulada. * Os lançamentos em VOD (video on demand) podem ser alugados individualmente nas plataformas Apple TV, Google Play, Looke, Microsoft Store e YouTube, entre outras, sem necessidade de assinatura mensal.
Netflix vai disponibilizar 12 filmes de Pedro Almodóvar
A Netflix anunciou que vai disponibilizar 12 dos 23 longas-metragens do cineasta Pedro Almodóvar em sua plataforma de streaming. A iniciativa vai acompanhar a estreia exclusiva de “Mães Paralelas”, o novo filme do diretor espanhol, indicado a dois Oscars nesta terça (8/2). Uma parte dos filmes já foi disponibilizada nesta terça e a outra chegará no dia do lançamento de “Mães Paralelas” – 18 de fevereiro. A lista inclui “Maus Hábitos” (1983), “O que Eu Fiz para Merecer Isto?” (1984), “A Lei do Desejo” (1987), “Mulheres à Beira de um Ataque de Nervos” (1988), “De Salto Alto” (1991), “Kika” (1993), “A Flor do Meu Segredo” (1995), “Carne Trémula” (1997), “Fale com Ela” (2002), “Má Educação” (2004) e “Volver” (2006), além do inédito “Mães Paralelas”. Curiosamente, ficaram de fora os três primeiros longas, os sucessos “Matador” (1985), “Ata-Me” (1989) e “Tudo Sobre Minha Mãe” (1999) e os cinco filmes mais recentes do cineasta. Ou seja, a Netflix não terá o único filme de Almodóvar que venceu o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro, “Tudo Sobre Minha Mãe”. O diretor também foi premiado pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas dos EUA na categoria de Melhor Roteiro Original por “Fale com Ela”. Confira abaixo o trailer do novo filme do diretor, “Mães Paralelas”.
Os talentos que fizeram história na lista do Oscar 2022
A lista de indicados ao Oscar 2022 registrou alguns feitos históricos. Vários “pela primeira vez” e até um “pela décima vez”. Denzel Washington foi quem atingiu sua 10ª indicação à honraria máxima do cinema, por seu desempenho em “A Tragédia de Macbeth”. Ele já tem dois Oscars, como Melhor Ator Coadjuvante em 1990, por “Tempos de Glória”, e Melhor Ator em 2002, por “Dia de Treinamento”. A marca aumenta seu destaque como ator negro mais reconhecido de todos os tempos. Outro recorde foi atingido por Steven Spielberg na disputa de Melhor Direção. O veterano cineasta alcançou uma marca histórica com a indicação, tornando-se o primeiro diretor a concorrer ao prêmio em seis décadas diferentes – nos anos 1970 por “Contatos Imediatos do Terceiro Grau”, nos 1980 por “Os Caçadores da Arca Perdida” e “ET: O Extraterrestre”, nos 1990 por “A Lista de Schindler” e “O Resgate do Soldado Ryan”, nos 2000 por “Munique”, nos 2010 por “Lincoln” e agora por “Amor, Sublime Amor”. Assim como Denzel, ele já venceu duas vezes. Kenneth Branagh quebrou um recorde diferente, ao se tornar a pessoa mais indicada em diferentes categorias do Oscar. Ele chegou à sete categorias com as três indicações por “Belfast”: Melhor Filme (como produtor), Roteiro Original e Direção. As demais indicações de sua carreira incluem Melhor Ator (por “Henrique V”), Ator Coadjuvante (“Sete Dias com Marilyn”), Roteiro Adaptado (“Hamlet”) e Curta-Metragem (“Swan Song”), além de uma menção anterior em Direção (“Henrique V”). A cineasta Jane Campion igualmente fez História como a primeira mulher a disputar duas vezes o Oscar de Melhor Direção. Ela foi indicada pela primeira vez em 1994 com “O Piano” – e ainda concorre neste ano na categoria de Melhor Roteiro Adaptado. O Oscar ainda reuniu, pela primeira vez, dois casais entre os indicados a prêmios de interpretação. Kirsten Dunst e Jesse Plemons concorrem ao Oscar de Melhor Atriz e Ator Coadjuvante (por “Ataque dos Cães”), enquanto os espanhóis Penélope Cruz e Javier Bardem disputam as categorias de Melhor Atriz e Ator (por “Mães Paralelas” e “Apresentando os Ricardos”, respectivamente). Entre os intérpretes, Troy Kotsur ainda virou o primeiro ator surdo a ser indicado ao prêmio. Ele disputa o Oscar de Melhor Ator Coadjuvante por “No Ritmo do Coração”, onde, curiosamente, faz par com Marlee Matlin, a única atriz surda vencedora do Oscar, por “Filhos do Silêncio” em 1987. Ao todo, nove atores receberam as primeiras nomeações de suas carreiras: Kristen Stewart (“Spencer”), Jessie Buckley (“A Filha Perdida”), Ariana DeBose (“Amor, Sublime Amor”), Aunjanue Ellis (“King Richard”), Ciarán Hinds (“Belfast”) e os citados Troy Kotsur (“No Ritmo do Coração”), Kirsten Dunst, Jesse Plemons e Kodi Smit-McPhee (“Ataque dos Cães”). Quem ainda não chegou lá, mas pode virar recordista se vencer, é o compositor Lin-Manuel Miranda, indicado pela segunda vez ao Oscar de Melhor Canção por “Encanto”. Caso leve o troféu, ele entrará no clube VIP do EGOT, sigla que se refere às conquistas do Emmy (troféu da televisão dos EUA), Grammy (da música), Oscar (cinema) e Tony (teatro). Só lhe falta a validação da Academia para atingir a consagração completa do entretenimento americano. Na relação de filmes, a principal façanha ficou por conta da indicação tripla de “Flee”. A produção norueguesa dirigida por Jonas Poher Rasmussen é o primeiro longa indicado simultaneamente nas categorias de Melhor Filme Internacional, Animação e Documentário. Muitos questionaram porque “Mães Paralelas”, a nova obra de Pedro Almodóvar, não apareceu também na lista de Melhor Filme Internacional, tendo rendido indicações para Penélope Cruz e sua trilha sonora. O motivo foi o pior possível: a Espanha simplesmente esnobou o filme e não o inscreveu na disputa (o comitê do país selecionou “El Buen Patrón”, que não foi indicado). Enquanto a Academia não mudar as regras da categoria (restrita à indicações burocráticas de comitês sem relação com o Oscar), esse tipo de falha vai seguir dando o que falar – e lamentar. Em compensação, o diretor Ryûsuke Hamaguchi conseguiu um feito que nem Akira Kurosawa conquistou: “Drive My Car” se tornou o primeiro longa japonês indicado ao Oscar de Melhor Filme. Vencedor do Festival de Sundance, “No Ritmo do Coração” também deixou sua marca como o primeiro título da Apple (exibido com exclusividade na Apple TV+ nos EUA) indicado na categoria principal. E vale apontar que a Netflix tem dois títulos nesta lista: “Ataque dos Cães” e “Não Olhe para Cima”. Para completar, quem disse que filme ruim não disputa o Oscar? Com apenas 49% de aprovação da crítica, “Um Príncipe em Nova York 2” conseguiu uma indicação em Melhor Maquiagem e Cabelo, categoria que, de forma vergonhosa, já chegou a premiar um filme ainda pior: “Esquadrão Suicida” (só 26% no Rotten Tomatoes) em 2017.
“Moonfall” estreia em mil salas de cinema
Segundo maior lançamento do ano nos cinemas brasileiros, “Moonfall – Ameaça Lunar” estreia em cerca de mil salas nesta quinta (3/2). Só perde para a animação “Sing 2”, lançada em 1,1 mil. A iniciativa busca tirar a liderança das bilheterias de “Homem-Aranha: Sem Volta para Casa”, que é o filme mais visto do Brasil desde meados de dezembro passado. Mas não vai ser fácil. Para atingir seu objetivo, a catástrofe americana terá que superar ainda a concorrência da comédia brasileira “Tô Ryca 2”, outra produção superexagerada – histeria no último – distribuída em 637 salas. Como nenhum dos dois filmes empolga a crítica, a grande ironia da programação é que o único filme que valeria a pena ver no cinema nesta semana, sem esperar pelo lançamento em streaming, é da Netflix. O premiado “Mães Paralelas”, de Pedro Almodóvar, chega em circuito mínimo, ou melhor, promocional, apenas para chamar atenção para sua estreia digital daqui a duas semanas. A lista de lançamentos ainda incluiu uma animação ucraniana de pouco apelo comercial e, entre segunda (7/2) e quinta (10/2), o último show dos Beatles em IMAX. Confira abaixo os trailers e mais detalhes de cada titulo. MOONFALL – AMEAÇA LUNAR Em sua nova sci-fi apocalíptica, Roland Emmerich (“Independence Day”, “O Dia Depois do Amanhã”) volta a mostrar o mundo sendo destruído por efeitos visuais grandiosos. Desta vez, é a lua que sai de órbita e inicia uma queda avassaladora sobre a Terra, abrindo buracos enormes no roteiro, assinado pelo diretor com a ajuda de dois especialistas em catástrofes planetárias, Spenser Cohen (“Extinção”) e Harald Kloser (“2012”). Esmagado pela gravidade das críticas, trata-se de um verdadeiro desastre, que desperdiça um elenco formado por Halle Berry (“John Wick 3: Parabellum”), Patrick Wilson (“Aquaman”), John Bradley (“Game of Thrones”), Michael Peña (“Homem-Formiga e a Vespa”), Donald Sutherland (“The Undoing”) e Charlie Plummer (“Quem É Você, Alaska?”). TÔ RYCA 2 A sequência deveria se chamar “Tô Pobre”, já que utiliza o mesmo artifício que justificou as continuações de “Até que a Sorte nos Separe”, fazendo a pobre que ficou milionária no primeiro filme perder tudo de uma hora para outra. Novamente miserável, ele enfrenta os perrengues típicos da classe trabalhadora, que são mostrados de forma mais estereotipada que os clichês de novo rico do filme “original”. Assim como no primeiro filme, o roteiro é de Fil Braz e a direção ficou a cargo de Pedro Antônio. Já o elenco acrescentou Rafael Portugal (“Porta dos Fundos: Te Prego Lá Fora”), Evelyn Castro (“Tô de Graça”) e participação especial da dupla sertaneja Maiara e Maraisa. AS AVENTURAS DE GULLIVER A animação ucraniana imagina a volta de Gulliver para Liliput, só que desta vez ele não é um gigante, mas um homem comum, que precisa lidar com a decepção dos moradores que contavam com sua ajuda descomunal para vencer seus inimigos. Além da “moral da história” evidente, o desenho também é bem simplezinho em seus aspectos técnicos, resultando numa animação sem muita expressividade. MÃES PARALELAS Com distribuição limitadíssima, duas semanas antes de ser lançado em streaming na Netflix, o novo filme de Pedro Almodóvar gira em torno da maternidade da personagem de Penélope Cruz, que volta a trabalhar com o diretor na esteira do sucesso de “Dor e Glória”. A produção reforça a mudança temática na filmografia de Almodóvar, que há tempos trocou o desejo, principal manifestação de seus primeiros trabalhos, por histórias de mães e filhos. A trama acompanha duas mulheres grávidas que dividem o quarto em uma maternidade, sem saber que esse breve encontro as unirá de maneiras que nunca poderiam imaginar. Ao mesmo tempo, a personagem de Cruz ainda lida com o legado da guerra civil espanhola, que marcou sua família e a de muitos de seus compatriotas. Além de Cruz, que venceu o Festival de Veneza por seu desempenho no filme, “Mães Paralelas” tem como protagonistas Aitana Sánchez Gijón (“Velvet Colección”), a novata Milena Smit (“No Matarás”) e Israel Elejalde (“Veneno”), e volta a reunir outras duas colaboradoras de longa data de Almodóvar, Julieta Serrano e Rossy de Palma, que trabalharam juntas em “Mulheres à Beira de um Colapso Nervoso” (1988) – o primeiro longa do cineasta espanhol indicado ao Oscar. THE BEATLES GET BACK: O ÚLTIMO SHOW O último show da melhor banda de todos os tempos, realizado no topo do prédio da Apple Records em Londres, em 30 de janeiro de 1969, será exibido no circuito IMAX apenas de segunda (7/2) a quinta (10/2). São 60 minutos de cenas que foram restauradas sob supervisão do diretor Peter Jackson para a série documental “The Beatles: Get Back”, da Disney+. O show histórico dos Beatles completou 53 anos no domingo passado (30/1), ocasião em que este trecho do documentário de Peter Jackson foi exibido em sessões IMAX nos Estados Unidos com muito sucesso.
Almodóvar lança filme na Netflix após falar mal da plataforma
O novo filme do cineasta espanhol Pedro Almodóvar, “Mães Paralelas”, vai chegar na Netflix cinco após o diretor ter falado mal da plataforma e ajudado a acabar com a participação de produções do serviço no Festival de Cannes. Presidente do Festival de Cannes 2017, que teve a primeira e última participação de longas da Netflix, Almodóvar se manifestou veementemente contra a participação de títulos da plataforma na competição. Durante a entrevista coletiva do júri do festival, ele partiu com ímpeto contra o streaming, afirmando que seria um paradoxo que um filme premiado em Cannes não pudesse ser visto nos cinemas. “Eu pessoalmente entendo que a Palma de Ouro não deve ser entregue para um filme que não seja visto nos cinemas”, afirmou. “Tudo isso não significa que eu não esteja aberto para celebrar novas tecnologias e oportunidades, mas enquanto eu estiver vivo, vou defender a capacidade de hipnose que uma tela grande tem sobre o espectador, algo que as novas gerações não conhecem”. A imprensa internacional resolveu provocar, questionando se ele preferia vencer a Palma de Ouro ou ser assistido nos 190 países nos quais os serviços da Netflix são oferecidos. Almodóvar reagiu de forma exaltada. “Mais do que ser visto em 190 países, para mim um filme meu precisa sempre ser assistido em uma tela grande”. Desde estas declarações, o Festival de Cannes deixou de incluir filmes da Netflix em sua programação. A ironia é que a Netflix adquiriu “Mães Paralelas” após o filme abrir o Festival de Veneza, onde foi premiado – troféu de Melhor Atriz para Penélope Cruz. Ninguém ainda perguntou a Almodóvar o que ele acha de ter um filme premiado lançado apenas em streaming no mercado internacional. O primeiro trailer do lançamento em streaming foi divulgado nesta terça (18/1), revelando a data de estreia de “Mães Paralelas” na Netflix: 18 de fevereiro.
Críticos de Los Angeles elegem filme japonês como melhor do ano
A associação dos críticos de cinema de Los Angeles (Los Angeles Film Critics Association) divulgou neste sábado (18/12) sua lista de melhores do ano. E de forma surpreendente o filme escolhido para encabeçar a relação foi uma produção japonesa. O longa “Drive My Car”, de Ryûsuke Hamaguchi, foi eleito Melhor Filme e Melhor Roteiro de 2021. A premiação foi um caso raro em que os críticos de Los Angeles concordaram com os de Nova York, que há duas semanas exatas também elegeram “Drive My Car” como o filme do ano. O longa também venceu o prêmio de Melhor Roteiro no Festival de Cannes e mais de uma dezena de troféus internacionais, e foi indicado pelo Japão a disputar uma vaga no Oscar de Melhor Filme Internacional. A trama acompanha um diretor viúvo que, ao ser convidado a comandar uma peça em Hiroshima, passa a contar com os serviços de uma motorista estoica, com quem começa a dividir histórias e segredos. Os críticos angelenos também destacaram Jane Campion como Melhor Diretora por “Ataque dos Cães”, filme também lembrado pela Fotografia de Ari Wegner. Entre os intérpretes, a espanhola Penélope Cruz foi considerada Melhor Atriz por seu papel em “Madres Paralelas” e Simon Rex prevaleceu como Melhor Ator por “Red Rocket”. O evento também homenageou o veterano cineasta Mel Brooks (“O Jovem Frankenstein”) com um prêmio especial pelas realizações de sua carreira.
Filme estrelado por Javier Bardem bate recorde de indicações do prêmio Goya
A Academia Espanhola de Cinema anunciou as indicações para seu prêmio anual, o Goya, considerado o Oscar espanhol, e a lista resultou num recorde de nomeações para a comédia “El Buen Patrón”, do diretor Fernando León de Aranoa, que traz Javier Bardem como protagonista. Foram nada menos que 20 indicações em 17 categorias, incluindo Melhor Filme, Diretor, Roteiro Original e um impressionante segundo recorde nas categorias de interpretação, com nada menos que sete integrantes de seu elenco concorrendo a troféus – com destaque, claro, para Bardem. Produzido pela Mediapro, “El Buen Patrón” traz Bardem no papel de um intrigante chefe de fábrica cujos planos de controlar sua força de trabalho começam a sair pela culatra. O filme também foi selecionado para representar a Espanha na busca por uma vaga ao Oscar deste ano, superando outro favorito, “Madres Paralelas”, de Pedro Almodóvar. O longa de Almodóvar também vai concorrer com “El Buen Patrón” na disputa do Goya de Melhor Filme, ao lado de “Libertad” de Clara Roquet, “Maixabel” de Iciar Bollain e “Mediterráneo” de Marcel Barrena. A cerimônia de premiação do Goya Awards será realizada em 12 de fevereiro de 2022 na cidade de València. Veja abaixo o trailer de “El Buen Patrón”.
Novo filme de Pedro Almodóvar será lançado no Brasil pela Netflix
A Netflix anunciou que será responsável por lançar “Madres Paralelas”, de Pedro Almodóvar, no Brasil. O novo filme do cineasta espanhol, que rendeu o troféu de Melhor Atriz para Penélope Cruz no recente Festival de Veneza, “chega aqui no começo de 2022”, de acordo com uma postagem da plataforma nas redes sociais. A revista americana Variety confirmou que a plataforma comprou os direitos de distribuição do longa para toda a América Latina. “Madres Paralelas” será o primeiro longa do diretor distribuído em streaming no Brasil. Mas o negócio tem precedentes, já que o anúncio acontece poucos dias após o curta “A Voz Humana”, dirigido por Almodóvar, chegar em VOD no país. A trama de “Madres Paralelas” gira em torno da maternidade da personagem de Penélope Cruz, que volta a trabalhar com o diretor após o sucesso de “Dor e Glória”. O elenco também destaca Aitana Sánchez Gijón (“Velvet Colección”) e a novata Milena Smit (“No Matarás”), além de Israel Elejalde (“Veneno”) e outras duas colaboradoras de longa data de Almodóvar, Julieta Serrano e Rossy de Palma, que trabalharam juntas em “Mulheres à Beira de um Colapso Nervoso” (1988) – o primeiro longa do cineasta espanhol indicado ao Oscar. Confira abaixo o anúncio da plataforma. Eu gosto de começar o feriado com boas notícias. Madres Paralelas, o mais novo filme do diretor Pedro Almodóvar, chega aqui no começo de 2022. pic.twitter.com/g6mfTTrHbK — netflixbrasil (@NetflixBrasil) November 2, 2021
Festival de Veneza premia temáticas e cineastas femininas
O drama francês “Happening”, da cineasta Audrey Diwan, venceu neste sábado (11/9) o Leão de Ouro no Festival de Veneza, numa premiação histórica, que pode ser vista como uma forte mensagem pelos direitos das mulheres, com muitos troféus distribuídos para cineastas e temas femininos. “Sinto-me ouvido esta noite!”, disse Diwan ao aceitar o prêmio. Adaptação do romance homônimo de Annie Ernaux, “Happening” (L’Événement, em francês) conta a história de uma brilhante estudante universitária francesa do início dos anos 1960 que vê sua emancipação ameaçada ao engravidar. Sem opções legais disponíveis, ela tenta encontrar uma maneira de abortar ilegalmente. Além de escolher este filme, o Júri de Veneza, presidido pelo diretor sul-coreano Bong Joon-ho (“Parasita”), também enalteceu um filme sobre maternidade, “Madres Paralelas”, de Pedro Almodóvar, dando à Penélope Cruz o troféu de Melhor Atriz. Numa premiação bastante focada em conquistas femininas, o troféu de Melhor Direção foi para outra cineasta, a neozelandesa Jane Campion por seu primeiro longa em 12 anos, o faroeste empoderador da Netflix “The Power of the Dog”. Para completar o festival das mulheres, a atriz Maggie Gyllenhaal levou o prêmio de Melhor Roteiro por sua estreia na direção, “The Lost Daughter”, adaptação de um romance da escritora italiana Elena Ferrante (pseudônimo de autor desconhecido). O filme masculino mais bem cotado foi o nostálgico “The Hand of God”, inspirado pela juventude do diretor italiano Pablo Sorrentino, que ganhou o Grande Prêmio do Júri (2º lugar) e rendeu ao protagonista Filippo Scotti o troféu de Melhor Jovem Ator. O filipino John Arcilla ficou com a Copa Volpi de Melhor Ator por “On The Job: The Missing 8”, e “Il Buco”, exploração cinematográfica do italiano Michelangelo Frammartino de uma das cavernas mais profundas do mundo, com o Prêmio Especial do Júri. Veja abaixo a premiação completa. Leão de Ouro (Melhor Filme) “Happening”, de Audrey Diwan Grande Prêmio de Júri (2ª Lugar) “The Hand of God”, de Paolo Sorrentino Leão de Prata (Melhor Direção) Jane Campion (“The Power of the Dog”) Copa Volpi Feminina (Melhor Atriz) Penélope Cruz (“Madres Paralelas”) Copa Volpi Masculina (Melhor Ator) John Arcilla (“On The Job: The Missing 8”) Osella de Ouro (Melhor Roteiro) Maggie Gyllenhaal (“The Lost Daughter”) Prêmio Especial do Júri (3ª Lugar) “Il Buco”, de Michelangelo Frammartino Prêmio Marcello Mastroianni (Melhor Ator Jovem) Filippo Scotti (“The Hand of God”) Leão do Futuro (Melhor Filme de Estreia) “Imaculat”, de Monica Stan e George Chiper-Lillemark
Almodóvar triunfa sob aplausos e elogios na abertura do Festival de Veneza
O filme de abertura do Festival de Veneza, “Madres Paralelas”, de Pedro Almodóvar, levantou a plateia da histórica Sala Grande, com nove minutos de aplausos ao seu final. O drama, que traça a complicada relação de duas mulheres (Penélope Cruz e a novata Milena Smit) que se conhecem nohospital onde vão dar à luz, também recebeu algumas das críticas mais positivas da carreira do diretor espanhol. Com o colorido de sempre, mas com investimento no melodrama em vez do humor, o filme foi considerado “triunfante” pelo site americano Deadline, uma “ternura infinita” pela revista Time, “obra fascinante” segundo o Hollywood Reporter, “o trabalho de um artista que alcançou o auge de seu ofício e perguntou: ‘O que vem a seguir?’, escreveu o site The Wrap, “o melhor de Pedro Almodóvar desde ‘Tudo Sobre Minha Mãe'”, comparou a Variety. A produção reforça a mudança temática na filmografia de Almodóvar, que trocou o desejo, principal manifestação de seus primeiros trabalhos, por histórias de maternidade. A mudança já aconteceu há bastante tempo, como se pode constatar no vencedor do Oscar de 1999 “Tudo Sobre Minha Mãe” e em “Volver”, indicado ao Oscar de 2006. E esteve presente de forma clara em “Dor e Glória” (2019), o filme mais recente e autobiográfico do diretor, que também trouxe Penélope Cruz no papel de mãe. O elenco também destaca Aitana Sánchez Gijón (“Velvet Colección”), Israel Elejalde (“Veneno”) e outras duas colaboradoras de longa data de Almodóvar, Julieta Serrano e Rossy de Palma, que trabalharam juntas em “Mulheres à Beira de um Colapso Nervoso” (1988) – o primeiro longa do cineasta espanhol indicado ao Oscar, e que teve sua première justamente no Festival de Veneza. “Madres Paralelas” estreia em 8 de outubro na Espanha e em dezembro nos EUA, mas ainda não tem previsão de lançamento no Brasil. Veja abaixo o trailer da produção.











