Retrospectiva: Os 50 melhores filmes de 2022

Listar os melhores filmes do ano é sempre uma atividade de mergulho cinéfilo profundo. Afinal, o cinema não se resume aos blockbusters que todo mundo viu. Nem mesmo à sala de cinema […]

Divulgação/Paramount

Listar os melhores filmes do ano é sempre uma atividade de mergulho cinéfilo profundo. Afinal, o cinema não se resume aos blockbusters que todo mundo viu. Nem mesmo à sala de cinema propriamente dita, já que alguns filmes fundamentais chegam direto pelo streaming.

Além de apresentar os destaques, a seleção abaixo também tem o objetivo de despertar a curiosidade dos leitores para os filmes eleitos, que por ventura não foram vistos em 2022. Por isso, a amplitude de 50 títulos. Um listão para desbravar.

Foram considerados apenas filmes lançados comercialmente no Brasil em 2022, tanto nos cinemas como nos serviços digitais. A organização é por ordem alfabética, de “A Lenda do Cavaleiro Verde” a “X – A Marca da Morte”, sem distinção hierárquica ou de gêneros. E para quem quiser conferir melhor, ainda há indicações de onde assistir (se disponíveis em streaming). Siga abaixo.

 

| A LENDA DO CAVALEIRO VERDE | AMAZON PRIME VIDEO, VOD*

 

Em clima de terror medieval e repleto de imagens impressionantes, “A Lenda do Cavaleiro Verde” oferece uma visão alternativa para a fábula dos Cavaleiros da Távola Redonda. Na trama, Sir Gawain (Dev Patel, de “Lion”) parte em uma jornada condenada e cheia de desafios para enfrentar uma criatura sobrenatural gigante, mesmo sabendo que viaja rumo à morte certa, com a esperança de que seja uma morte com honra.

O filme tem direção de David Lowery (“Meu Amigo, O Dragão”), especialista em fantasias de visual deslumbrante, e ainda destaca em seu elenco Alicia Vikander (“Tomb Raider”), Joel Edgerton (“O Rei”), Sean Harris (“Missão: Impossível – Efeito Fallout”) e Barry Keoghan (“Eternos”).

 

| A MULHER DE UM ESPIÃO | MUBI

 

O cineasta japonês Kiyoshi Kurosawa alterna sua filmografia entre terrores cultuados e dramas premiados. O novo trabalho pertence ao segundo grupo e conquistou nove prêmios internacionais, inclusive Melhor Direção no Festival de Veneza de 2020.

A trama gira em torno da decisão de um comerciante de deixar sua esposa no Japão para viajar até a China no começo da 2ª Guerra Mundial, onde testemunha um ato de barbárie. Suas ações causam mal-entendidos, ciúmes e problemas legais para a mulher.

 

| A MULHER REI | VOD*

 

O épico de ação traz Viola Davis (“O Esquadrão Suicida”) como líder de um exército de guerreiras africanas do século 19 – que foram a inspiração real das Dora Milaje dos quadrinhos e filmes do “Pantera Negra”. Durante dois séculos, as Agojie defenderam o Reino de Daomé, uma das nações africanas mais poderosas da era moderna, contra os colonizadores europeus e tribos vizinhas que tentavam invadir o país, mas sua transformação em personagens de cinema pela diretora Gina Prince-Bythewood (“The Old Guard”) deve mais à ficção dos quadrinhos mesmo, evocando as amazonas de “Mulher-Maravilha”, com todas as cenas de lutas e adrenalina que isso implica.

A trama se concentra na relação da general Nanisca (Davis) com uma nova geração de guerreiras, destacando a ambiciosa Nawi (Thuso Mbedu, de “The Underground Railroad”), enquanto combatem lado a lado contra forças escravagistas. Há ainda uma interessante conexão com o tráfico de escravos para o Brasil.

Elogiadíssimo, o filme atingiu 95% de aprovação entre a crítica do Rotten Tomatoes e um raro A+ entre o público americano no CinemaScore. E seu elenco ainda destaca Lashana Lynch (“007 – Sem Tempo Para Morrer”), a cantora Angélique Kidjo (“Arranjo de Natal”), Hero Fiennes Tiffin (“After”) e John Boyega (“Star Wars: A Ascensão Skywalker”) como o rei de Daomé.

 

| A PIOR PESSOA DO MUNDO | VOD*

 

A obra mais premiada do dinamarquês Joachim Trier (“Mais Forte que Bombas”), vencedora de 19 prêmios internacionais, indicada a dois Oscars (Melhor Roteiro Original e Melhor Filme Internacional) e com 97% de aprovação no Rotten Tomatoes, acompanha uma mulher que se aproxima dos 30 anos com uma crise existencial. Vários de seus talentos foram desperdiçados e seu namorado está pressionando para que eles se estabeleçam. Uma noite, ela invade uma festa, conhece um homem charmoso e se joga em um novo relacionamento, esperando encontrar uma perspectiva diferente em sua vida.

Elogiadíssima pelo desempenho, a norueguesa Renate Reinsve (“Oslo, 31 de Agosto”) foi consagrada como Melhor Atriz no Festival de Cannes e se tornou assediadíssima por Hollywood para novos projetos.

 

| ADEUS, IDIOTAS | AMAZON PRIME VIDEO, VOD*

 

Esta comédia de humor sombrio foi a grande vencedora do prêmio César, considerado o “Oscar francês”. O longa conquistou ao todo cinco estatuetas na cerimônia de 2021, incluindo Melhor Filme, Direção e Roteiro Original para o cineasta Albert Dupontel.

A trama absurda acompanha uma mulher gravemente doente (Virginie Efira, de “Benedetta”) que tenta encontrar seu filho há muito perdido com a ajuda de um burocrata suicida (o próprio Dupontel) e um ativista cego (Nicolas Marié). Os três se aliam após a tentativa de suicídio do burocrata ser confundida com um ataque armado à repartição pública em que se encontram. Com o esvaziamento súbito do prédio cercado pela polícia, os homens decidem ajudar a mulher sem a frieza dos funcionários da instituição que a embarreiravam.

 

| AFTERSUN | MUBI (6/1)

 

O premiado drama britânico acompanha as lembranças de uma mulher chamada Sophie. Ela recorda a alegria e a melancolia de um feriado de verão na Turquia, que passou com o pai 20 anos atrás, quando era criança. Nesse passeio pela memória, eventos reais se misturam a fragmentos e fatos imaginários, enquanto ela busca preencher lacunas e reconciliar a imagem do pai com quem conviveu com as verdades sobre o homem que nunca conheceu.

A estreia da diretora Charlotte Wells venceu 15 prêmios internacionais, inclusive nos festivais de Cannes e Deuville, além de concorrer a mais cinco troféus no Spirit Awards 2023 (o Oscar do cinema independente) e render uma indicação a Paul Mescal (“A Filha Perdida”), intérprete do pai, ao troféu de Melhor Ator Europeu do Ano no European Film Awards.

 

| ARGENTINA, 1985 | AMAZON PRIME VIDEO

 

O drama histórico é inspirado na luta real dos promotores Julio Strassera e Luis Moreno Ocampo, que ousaram investigar e processar a ditadura militar da Argentina no ano de 1985. Sem se deixar intimidar pela influência dos militares, que continuava poderosa na nova democracia a ponto de amedrontar os profissionais do Ministério Público, os dois reuniram uma equipe jurídica de jovens, que, sem ter carreira para perder, viraram heróis improváveis na luta contra a impunidade. Sob constante ameaça a si mesmos e suas famílias, eles enfrentaram tudo até trazer justiça às vítimas da junta militar – ao contrário do que aconteceu no Brasil, onde a “anistia” escondeu os crimes da ditadura brasileira.

A direção é do premiado Santiago Mitre (“Paulina”) e o elenco repleto de estrelas destaca Ricardo Darín (“O Segredo de Seus Olhos”) e Peter Lanzani (“O Clã”) como Strassera e Ocampo.

Premiado nos prestigiosos festivais de Veneza (Itália) e San Sebastián (Espanha), e finalista no Oscar 2023 como representante da Argentina, atingiu 97% de aprovação no Rotten Tomatoes.

 

| ATHENA | NETFLIX

 

Premiado no Festival de Veneza, o filme ultraviolento apresenta uma batalha campal entre os moradores de um subúrbio francês, o Athena do título, e tropas de choque da polícia, após a morte acidental de uma criança gerar uma revolta popular.

Visualmente impressionante, o filme é uma extensão dos clipes do diretor Roman Gavras, que já tinha abordado a tensão das periferias no clipe “Stress”, da dupla eletrônica Justice, e mostrado seu forte apuro estético em “Gosh”, de Jamie XX. Para seu longa-metragem, o filho do famoso cineasta político Costa-Gavras (“Z”, “Estado de Sítio”, “Os Desaparecidos”) se juntou ao malinês Ladj Ly, autor do roteiro de “Athena” – que venceu uma prateleira de prêmios com seu longa de estreia, “Os Miseráveis” (2019), também sobre conflito entre polícia e garotos do subúrbio. Opção porrada.

 

| BATMAN | HBO MAX, VOD*

 

A superprodução da Warner Bros. foi uma das maiores bilheterias de 2022. Longo, ambicioso e sombrio, também é o filme que os fãs esperavam que fosse. Nem pior nem melhor, seu tom extremamente sério combina com a abordagem de Christopher Nolan, enquanto o visual expressionista o aproxima do “Batman” de Tim Burton. A maior diferença é que o novo diretor, Matt Reeves, mostra-se mais integrado à visão sinergética do conglomerado, introduzindo vários elementos na trama para multiplicá-los em séries de streaming e na inevitável continuação.

Se Robert Pattinson interpreta o primeiro Batman emo, por outro lado demonstra a melhor química com uma Mulher-Gato do cinema, papel desempenhado por Zoe Kravitz com um visual inspirado na Selina Kyle dos quadrinhos de “Batman: Ano Um”. Esta fase, por sinal, é exatamente a época explorada pela trama, antes da fama do herói se solidificar no submundo do crime.

O período ainda permite apresentar os demais vilões em seus primeiros passos – e bem diferentes dos quadrinhos – , como um Pinguim mafioso (Colin Farrell) e principalmente um Charada serial killer (Paul Dano), mais perigoso que nas publicações da DC Comics – cometendo crimes tão brutais que tornam este “Batman” nada apropriado para crianças.

 

| BELFAST | VOD*

Vencedor do Festival de Toronto e do Oscar de Melhor Roteiro Original de 2022, o novo filme de Kenneth Branagh (“Morte no Nilo”) recria as lembranças da infância do diretor-roteirista na cidade do título durante os anos 1960. Predominantemente em preto e branco, a trama de época é apresentada pelo olhar de um menino de uma família trabalhadora e alterna momentos de nostalgia alegre com cenas de tensão, evocando os sonhos, as músicas e até as séries do período, mas também os perigos da era dos “troubles”, quando enfrentamentos entre nacionalistas que queriam a independência do país e as autoridades leais ao Reino Unido costumavam virar batalhas campais.

A tensão da ameaça de confrontos nas ruas e a cobrança constante de posicionamentos políticos levam o pai do menino a considerar mudar-se com a mulher e os filhos para a Inglaterra. Mas essa possibilidade aperta o coração da criança, que não quer separar-se dos avôs que adora e da menina que finalmente começou a reparar nele.

O elenco da produção destaca Jamie Dornan (“Cinquenta Tons de Cinza”) e Caitriona Balfe (“Outlander”) como os pais, Judi Dench (“007 – Operação Skyfall”) e Ciaran Hinds (“Game of Thrones”) como os avôs, Lewis McAskie (“Here Before”) como o irmão mais velho e o menino Jude Hill no papel de alter-ego mirim de Branagh em sua estreia no cinema.

 

| BELLE | VOD*

 

Versão futurista da fábula de “A Bela e a Fera”, “Belle” também é uma parábola crítica sobre as farsas da internet e os perigos das redes sociais. A trama gira em torno de uma cantora virtual chamada Belle, que tem sua turnê interrompida no metaverso pela viralização de uma criatura batizada pela mídia de a Fera. Nada, porém, é o que parece, já que Belle é o avatar de uma adolescente “caipira” e pouco popular chamada Suzu, e a criatura misteriosa que surge em seu caminho não é realmente uma ameaça, mas uma vítima de bullying digital e cancelamento.

O anime é assinado por Mamoru Hosoda, responsável por “Mirai”, filme indicado ao Oscar de Melhor Animação em 2019 e diretor de obras cultuadas como “Crianças Lobo” (2012), “Guerras de Verão” (2009) e “A Garota que Conquistou o Tempo” (2006).

 

| BENEDETTA | GLOBOPLAY, VOD*

 

A nova provocação de Paul Verhoeven (“Instinto Selvagem”) é das mais polêmicas de sua trajetória, ao trazer cenas de sexo lésbico e blasfêmias variadas em um convento do século 15.

O roteiro de David Birke, que volta a trabalhar com o cineasta após a parceria em “Elle” (2016), é supostamente inspirado na história real de Benedetta Carlini, uma noviça que desde muito cedo foi considerada milagrosa. Seu impacto na vida da comunidade de Toscana é imediato e chama atenção do Vaticano. Mas logo sua pureza é confrontada pela chegada de uma jovem tentadora ao convento, que decide seduzi-la.

Segunda produção consecutiva em francês do cineasta holandês, “Benedetta” é estrelada por Virginie Efira (“Elle”) e Daphné Patakia (“Versailles”), e também destaca Charlotte Rampling (“45 Anos”), Lambert Wilson (“Homens e Deuses”) e Olivier Rabourdin (“Busca Implacável”).

 

| DELICIOSO – DA COZINHA PARA O MUNDO | VOD*

 

A comédia culinária conta a história do primeiro restaurante francês. A trama se passa na véspera da Revolução Francesa, quando um cozinheiro demitido por seu mestre, o duque de Chamfort, conhece uma mulher surpreendente que o estimula a empreender sua própria revolução. Mas ao abrir um lugar para a alimentação de todos, eles não ganham só clientes. Arranjam também um inimigo poderoso.

Dirigida por Éric Besnard (“O Sentido do Amor”), a produção concorreu a dois Césars (o Oscar francês) nas categorias de Figurino e Cenografia (design de produção) e conta com impressionantes 100% de aprovação no site Rotten Tomatoes.

 

| DRIVE MY CAR | MUBI, VOD*

 

Vencedor do Oscar 2022 de Melhor Filme Internacional e mais 68 prêmios – 3 deles no Festival de Cannes – , o novo filme do japonês Ryûsuke Hamaguchi (“Roda do Destino”) segue um diretor de teatro viúvo e ainda enlutado, que viaja a Hiroshima para dirigir uma peça. Para se locomover na cidade, ele passa a contar com uma motorista reticente. Mas ao longo do tempo em que passam juntos, essa estranha o ajuda a confrontar um segredo deixado por sua falecida esposa, que o assombra silenciosamente.

Se por um lado é uma obra contemplativa de três horas de duração, por outro cada segundo conta, e essa duração é fundamental para a jornada dos personagens. Quem embarcar na proposta vai entender porque o filme japonês é quase uma unanimidade, com 98% de aprovação da crítica no Rotten Tomatoes.

 

| ELA DISSE |

 

O drama jornalístico recria os bastidores da primeira publicação de denúncias de assédio, abuso e estupro contra Harvey Weinstein, um dos produtores mais poderosos de Hollywood. Carey Mulligan (“Bela Vingança”) e Zoe Kazan (“Doentes de Amor”) vivem as repórteres do New York Times que realizaram a reportagem, que foi responsável por dar início ao movimento #MeToo.

O filme é baseado no livro de mesmo nome, lançado em 2019, que conta os detalhes da investigação sobre os boatos que circulavam há anos a respeito da conduta sexual de Weinstein. A história acompanha os meses de investigações e obstáculos legais que as jornalistas enfrentaram para publicar suas descobertas, lutando contra a fortuna e o poder de um homem que ganhou mais agradecimentos que Deus na História do Oscar.

Apesar da dificuldade inicial para conseguir quem assumisse as denúncias, uma vez publicada a reportagem inspirou uma centena de mulheres, inclusive estrelas de primeira grandeza de Hollywood, a revelar as tentativas de abusos e até mesmo estupros praticados impunemente pelo produtor – e dono de estúdio de cinema – por mais de três décadas. A sucessão de acusações fez ruir um esquema de proteção que incluía pagamentos por baixo dos panos, acordos de confidencialidade, ameaças de retaliação profissional e até serviços de vigilância e intimidação profissional, levando o magnata à julgamento e para a cadeia, além de render o prêmio Pulitzer para as jornalistas.

Ao vir à tona, os crimes de Weinstein também tiveram um efeito dominó, inspirando novas denúncias contra poderosos chefões que abalaram os alicerces da indústria do entretenimento e as relações trabalhistas em todo o mundo – com ecos até na queda do presidente da CBF e da Caixa Econômica Federal no Brasil.

A dramatização tem roteiro da inglesa Rebecca Lenkiewicz (“Desobediência”) e direção de Maria Schrader (da minissérie “Nada Ortodoxa”).

 

| ELVIS | HBO MAX e VOD*

 

A cinebiografia do Rei do Rock dirigida por Baz Luhrmann (“O Grande Gatsby”) tem tudo que os fãs poderiam desejar, cobrindo todas as fases do cantor com uma recriação primorosa, atenta aos detalhes. Mais que isso, Luhrmann conecta os extremos, encontrando no despertar do interesse do menino Elvis Presley pela performance musical e fervorosa dos cultos de pastores negros a inspiração para seu transe sexual nos primeiros shows e o repertório gospel do final da carreira.

Muitas das cenas refletem a histeria despertada por suas apresentações, acompanhada de perto pela reação conservadora que tentou censurá-lo.

Para incorporar o furor, Austin Butler (“Era uma Vez em… Hollywood”) se transforma, apresentando o gingado e o sotaque caipira do cantor com perfeição. Mais que isso: como o arco da história é ambicioso, ele precisa evoluir rapidamente na tela, de um jovem roqueiro da metade dos anos 1950 a um homem maduro em sua volta triunfal de 1968 até entrar na fase final da carreira, nos megashows dos anos 1970. Para arrematar, sua performance é tão completa que, em vez de dublar, o ator canta mesmo as músicas que apresenta no filme.

“Elvis” ainda destaca o ator Tom Hanks (“Finch”) bastante transformado como o coronel Tom Parker, empresário do Rei do Rock, que é quem narra a história, tentando parecer menos vilão do que a trama demonstra, além de Olivia DeJonge (a Ellie da série “The Society”) no papel de Priscilla, a esposa do cantor, e Maggie Gyllenhaal (a Candy de “The Deuce”) como Gladys, a mãe de Elvis.

 

| EMILY THE CRIMINAL | *VOD

 

O suspense criminal estrelado por Aubrey Plaza (“The White Lotus”) concorre a quatro prêmios na edição de 2023 do Spirit Awards, o Oscar do cinema independente dos EUA, inclusive Melhor Filme e Atriz. A estreia do diretor-roteirista John Patton Ford acompanha a endividada Emily (Plaza) que, sem alternativa financeira, é recrutada por uma gangue de golpistas de cartão de crédito. Entusiasmada com o dinheiro fácil, ela vai cada vez mais fundo no submundo dos pequenos crimes de Los Angeles, até começar a encarar consequências mortais.

Ao mesmo tempo que leva tensão crescente à tela, o filme também retrata a falta de perspectivas de uma geração que sai da faculdade com dívidas volumosas de crédito escolar apenas para encontrar um mercado saturado e a fila do desemprego. Sombrio, violento e envolvente, tem 94% de aprovação no Rotten Tomatoes com mais de 170 críticas positivas.

 

| GLASS ONION: UM MISTÉRIO KNIVES OUT | NETFLIX

 

A continuação de “Entre Facas e Segredos” (2019) volta a trazer o detetive Benoit Blanc (personagem de Daniel Craig) às voltas com um crime sangrento. Desta vez, ele é apenas um dos muitos fãs de mistérios reunidos na ilha de um milionário para resolver um assassinato de brincadeira. Só que tudo se torna sério quando as luzes se apagam e alguém cai morto de verdade.

Como um dos convidados do evento, Blanc logo toma a frente da investigação, vendo-se às voltas com um grupo diversificado de suspeitos excêntricos e ricos, que mentem e não têm álibis perfeitos. A lista de investigados inclui Leslie Odom Jr. (“Uma Noite em Miami”), Kathryn Hahn, (“WandaVision”), Dave Bautista (“Guardiões da Galáxia”), Kate Hudson (“Music”), Jessica Henwick (“Matrix Ressurections”), Madelyn Cline (“Outer Banks”) e Edward Norton (“O Incrível Hulk”), que interpreta o dono da ilha.

A primeira de duas sequências de “Entre Facas e Segredos” (2019) desenvolvidas pelo diretor-roteirista Rian Johnson para a Netflix teve uma première bastante aplaudida no Festival de Toronto, atingindo 93% de aprovação no Rotten Tomatoes. Além disso, figurou no Top 10 dos melhores filmes do ano da National Board of Review (NBR), a mais antiga associação de críticos dos EUA.

 

| GREAT FREEDOM | MUBI, VOD*

 

Premiado nos festivais de Cannes, Viena, Atenas e muitos outros, o filme do austríaco Sebastian Meise chama atenção para um aspecto pouco explorado do pós-guerra, revelando que a libertação dos campos de concentração nazistas não representou o fim da opressão para todas as minorias perseguidas da Europa. Nem todos foram perdoados por seus “crimes” de existência.

A trama traz Franz Rogowski (“Undine”) como um homem condenado por ser gay, que passa a vida na prisão porque a lei de seu país continuou criminalizando a homossexualidade, mesmo após a queda de Hitler. Ele cumpre a pena, mas não demora a voltar a ser preso, numa rotina repetitiva que o aproxima de seu companheiro de cela, um assassino condenado à prisão perpétua. À medida que esse relacionamento floresce, a obra pondera a força do amor contra a opressão e a capacidade do espírito humano de resistir à desumanização.

Impactante, conquistou 38 prêmios internacionais e 96% de aprovação no Rotten Tomatoes.

 

| HISTÓRIAS DE MENINAS | VOD*

 

O grande vencedor do Goya (o Oscar espanhol) do ano passado chegou às plataformas digitais sem cruzar o circuito comercial de cinema. Passado em Zaragoza no início dos anos 1990, numa escola católica para meninas, a trama mostra como a chegada de uma garota vinda de Barcelona apresenta a adolescência para as meninas comportadas do interior, ao mesmo tempo em que revela como a educação conservadora é cheia de tabus e contradições.

O longa de estreia da diretora Pilar Palomero venceu ao todo 29 prêmios internacionais, incluindo o Platino de Melhor Trabalho de Estreia Ibero-americana.

 

| ILUSÕES PERDIDAS | VOD*

 

Grande vencedor do César (o Oscar francês) de 2022, o filme de Xavier Giannoli (“Marguerite”) é uma adaptação do famoso romance homônimo de Honoré de Balzac.

O personagem central é Lucien, um jovem na França do século 19 que sonha virar poeta, mas acaba como jornalista, perdendo as ilusões do título ao se ver num mundo condenado à lei do lucro e das falsidades, onde tudo se compra e se vende, da literatura à imprensa, da política aos sentimentos, das reputações às almas. Mas esse também é um mundo de amores balsaquianos.

Além do troféu de Melhor Filme, conquistou mais cinco categorias no César 2022, incluindo Roteiro e Ator mais Promissor para Benjamin Voisin (“Verão 85”), intérprete de Lucien. O elenco ainda inclui Cécile de France (“A Crônica Francesa”), Vincent Lacoste (“Amanda”), Xavier Dolan (“It – Capítulo 2”), Jeanne Balibar (“Guerra Fria”), André Marcon (“O Oficial e o Espião”) e o veterano Gérard Depardieu (“Bem-Vindo a Nova York”).

 

| LICORICE PIZZA | AMAZON PRIME VIDEO, VOD*

 

Indicado a três Oscars em 2022, inclusive de Melhor Filme, e vencedor de 58 prêmios internacionais, o novo longa de Paul Thomas Anderson (“O Mestre” e “Trama Fantasma”) gira em torno do crush de um adolescente extremamente bem resolvido por uma mulher mais velha nos anos 1970. Tentando capitalizar sua incipiente carreira de ator, o jovem consegue manter a mulher por perto ao convencê-la a embarcar com ele em empreendimentos mirabolantes, levando-a a conhecê-lo melhor. Este romance entre um casal desencontrado poderia render polêmica, mas acaba se mostrando fofo na tela, justamente por tudo o que tem de equivocado, e acabou cativando a crítica americana, que o aclamou (90% no Rotten Tomatoes).

A produção marca a estreia da cantora Alana Haim (do grupo musical Haim), de 30 anos, em seu primeiro papel no cinema. O diretor é muito amigo das irmãs Haim e já dirigiu nada menos que 9 clipes do trio musical (por sinal, Danielle e Heste Haim também aparecem no filme como irmãs da protagonista). Seu parceiro em cena também é estreante: Cooper Hoffman, filho do falecido ator Philip Seymour Hoffman, que fez o filme com 18 anos. O pai do jovem estrelou cinco longas de Anderson.

Em contraste com o casal de iniciantes, o elenco de apoio é uma constelação de estrelas, incluindo Bradley Cooper (“Nasce uma Estrela”), Sean Penn (“O Gênio e o Louco”), Maya Rudolph (“O Halloween do Hubbie”), Ben Stiller (“A Vida Secreta de Walter Mitty”), John C. Reilly (“Kong: A Ilha da Caveira”), Emma Dumont (“The Gifted”), Skyler Gisondo (“Santa Clarita Diet”), Benny Safdie (“Bom Comportamento”), Mary Elizabeth Ellis (“Lodge 49”) e o cantor Tom Waits (“Os Mortos Não Morrem”).

 

| MÃES PARALELAS | NETFLIX

 

Indicado a dois Oscars, o filme mais recente de Pedro Almodóvar reforça a mudança temática de sua filmografia, que há tempos trocou o desejo, principal manifestação de seus primeiros trabalhos, por histórias de mães e filhos.

A trama gira em torno de duas mulheres, vividas pela novata Milena Smit (“No Matarás”) e Penélope Cruz (que volta a trabalhar com o diretor na esteira do sucesso de “Dor e Glória”). A trama acompanha o encontro das duas grávidas em uma maternidade, sem saber que essa circunstância as unirá de maneiras que nunca poderiam imaginar. Ao mesmo tempo, a personagem de Cruz ainda lida com o legado da guerra civil espanhola, que marcou sua família e a de muitos de seus compatriotas. Por seu desempenho, ela conquistou o prêmio de Melhor Atriz no Festival de Veneza e foi indicada ao Oscar deste ano.

O elenco também marca o reencontro de Almodóvar com outras duas colaboradoras de longa data, Julieta Serrano e Rossy de Palma, que trabalharam juntas em “Mulheres à Beira de um Colapso Nervoso” (1988) – o primeiro longa do cineasta espanhol a concorrer ao prêmio da Academia.

 

| MARTE UM |

 

O filme escolhido para representar o Brasil no Oscar não conseguiu indicação. Mas encantou a crítica dos EUA, atingindo 100% de aprovação no Rotten Tomatoes ao ser exibido no Festival de Sundance. Também foi consagrado no Festival de Gramado deste ano, onde venceu os prêmios do Público, Especial do Júri, Melhor Roteiro e Melhor Trilha Sonora.

Dirigido por Gabriel Martins (“Temporada”), acompanha uma família de periferia que tenta viver seus sonhos. Enquanto a mãe comemora mais trabalhos de faxina, o filho mais novo revela seu desejo de deixar de jogar futebol para virar astrofísico e ir à Marte. Rejane Faria (“Segunda Chamada”) e Carlos Francisco (“Bacurau”) vivem os pais.

 

| MEDIDA PROVISÓRIA | GLOBOPLAY, VOD*

 

A estreia de Lázaro Ramos é uma trama distópica passada num futuro não muito distante, em que uma nova lei do governo federal de direita manda deportar todos os brasileiros de “melanina acentuada” para o continente africano. Com a desculpa de se tratar de uma reparação histórica, a iniciativa também visa acabar de vez com o racismo no Brasil, deixando o país só com brancos.

Aplaudido pela crítica mundial, o filme foi comparado a “Corra!” e “The Handmaid’s Tale” nos EUA, atingindo 92% de aprovação no site americano Rotten Tomatoes. Mas apesar de exibido e premiado em festivais internacionais desde 2020, levou dois anos para chegar ao Brasil por enfrentar dificuldades envolvendo a Ancine, a Agência Nacional do Cinema – problema semelhante ao que também atrasou “Marighella”, de Wagner Moura, outro filme politizado com protagonista negro. Atacado por bolsonaristas, acabou tendo sua mensagem reforçada.

O elenco destaca Alfred Enoch (“How to Get Away with Murder”), Seu Jorge (“Marighella”), Taís Araújo (“O Roubo da Taça”), Mariana Xavier (“Minha Mãe É uma Peça”), Adriana Esteves (“Benzinho”), Luís Miranda (“Crô em Família”), Renata Sorrah (“Árido Movie”), Jéssica Ellen (“Três Verões”) e o rapper Emicida.

 

| NADA DE NOVO NO FRONT | NETFLIX

 

A nova adaptação do clássico literário de Erich Maria Remarque sobre soldados alemães durante a 1ª Guerra Mundial é visceral como a história merece. A trama original foi criada a partir da própria experiência de Remarque na guerra e gira em torno de um jovem idealista que, instigado pelo patriotismo de seus professores, alista-se para lutar pelo país. Mas, em vez de glórias, encontra o despreparo, a violência extrema e a loucura no front, testemunhando seus colegas de classe morrerem um por um.

Considerada uma das principais obras sobre o horror da guerra, o livro já tinha sido trazido às telas em 1930, com direção de Lewis Milestone, quando venceu o Oscar de Melhor Filme. A versão da Netflix, entretanto, é a primeira adaptação alemã, com direção de Edward Berger (das séries “Deutschland 83” e “Your Honor”) e um elenco que destaca Sebastian Hülk (“Dark”), Daniel Brühl (“Falcão e o Soldado Invernal”), Albrecht Schuch (“Berlin Alexanderplatz”), Anton von Lucke (“Frantz”) e Devid Striesow (“Eu Estava em Casa, Mas…”).

Muito aplaudido no Festival de Toronto, o filme impressionou a crítica norte-americana (93% no Rotten Tomatoes) e é finalista pela Alemanha a uma vaga no Oscar de 2023.

 

| NÃO! NÃO OLHE! | VOD*

 

O terceiro filme de Jordan Peele (após “Corra!” e “Nós”) é um filme de disco voador diferente do habitual, em que os personagens, em vez de temer o OVNI, pensam em como lucrar com ele. Os protagonistas são dois irmãos que treinam cavalos para filmes de Hollywood. Após a morte repentina do pai, eles se deparam com a visão de algo estranho nos céus. Mas seus planos de gravar o fenômeno acabam virando caos.

O elenco destaca Daniel Kaluuya (vencedor do Oscar por “Judas e o Messias Negro”), que repete a parceria de “Corra!” com Peele, Keke Palmer (“Scream Queens”), Steven Yeun (indicado ao Oscar por “Minari”), Brandon Perea (“The OA”), Michael Wincott (“Westworld”) e Barbie Ferreira (“Euphoria”).

 

| NOITES BRUTAIS | STAR+

 

Cheio de reviravoltas, o terror de Zach Cregger (“Miss Março: A Garota da Capa”) segue uma jovem (Georgina Campbell, da série “Suspicion”) que chega tarde da noite – e em meio à chuva – à sua nova casa alugada num bairro decadente de Detroit, apenas para encontrá-la ocupada por outro inquilino, interpretado por Bill Skarsgård (o Pennywise de “It: A Coisa”). Diante da confusão, ele a convida a passar a noite no local para os dois resolverem a questão com a imobiliária pela manhã. Tudo parece bem, até que, ao ouvir um barulho durante a madrugada, ela descobre um porão subterrâneo e mais horrores do que poderia imaginar.

A crítica adorou, com 92% de aprovação no Rotten Tomatoes, uma das maiores notas de terror do ano. Mesmo assim, o longa pulou o cinema para chegar direto em streaming no Brasil.

 

| O ACONTECIMENTO | HBO MAX

 

O vencedor do Leão de Ouro no Festival de Veneza de 2021 trata de um tema que tem dominado os noticiários atuais: o direito ao aborto. Adaptação do romance homônimo de Annie Ernaux, conta a história de uma brilhante estudante universitária do início dos anos 1960, que vê sua emancipação ameaçada ao engravidar. Determinada a terminar seus estudos e escapar das restrições sociais de sua família operária, ela se vê sem opções legais disponíveis e tenta encontrar uma maneira de abortar ilegalmente.

Além do Leão de Ouro, o segundo longa dirigido por Audrey Diwan (roteirista de “A Conexão Francesa”) conquistou 13 prêmios internacionais, incluindo o César de Atriz Mais Promissora, entregue à jovem estrela do drama, Anamaria Vartolomei (“Troca de Rainhas”). Também recebeu o Prêmio da Crítica em Veneza e atingiu uma das maiores aprovação dos críticos americanos neste ano: 99% no Rotten Tomatoes, com um total de 154 resenhas positivas e apenas uma (conservadora) negativa.

 

| O BECO DO PESADELO | STAR+

 

O novo espetáculo sombrio de Guillermo Del Toro (vencedor do Oscar por “A Forma da Água”) tem clima de terror, mas foi seu primeiro trabalho a deixar de lado elementos sobrenaturais para focar apenas no pior da raça humana. A história é uma adaptação do livro homônimo de William Lindsey Graham, publicado em 1946 e que já foi transformado num clássico do cinema noir, batizado no Brasil como “O Beco das Almas Perdidas” (1947).

A trama gira em torno de um vigarista (Bradley Cooper, de “Nasce uma Estrela”) que entra num circo, aprende os truques de uma suposta vidente (Toni Colette, de “Hereditário”) e resolve aplicar golpes como um falso médium, com a ajuda de uma jovem assistente (Rooney Mara, de “Carol”). Tudo muda quando ele conhece uma psicóloga pilantra (Cate Blanchett, também de “Carol”) que grava as confissões de seus pacientes. E aí percebe que pode tornar seu truque ainda mais convincente e extorquir uma clientela milionária com estas informações. Cheio de estrelas, o trabalho foi reconhecido com quatro indicações ao Oscar.

| O CHOQUE DO FUTURO | FILMICCA

 

A opção mais cult da lista é uma homenagem aos pioneiros da música eletrônica. Passado em Paris no final dos anos 1970, acompanha uma compositora obcecada em criar a música do futuro, apenas para ser desacreditada por todos, porque barulho de sintetizador não seria música. Fãs de rock/eletrônica vão amar as referências e a evolução do processo que levou à criação do pop do futuro (nosso presente), mas o grande público pode não sentir o mesmo apelo em ver uma garota passar quase todo o filme cercada por baterias eletrônicas, sintetizadores, sequenciadores, gravadores de rolo e equipamentos de computação.

Totalmente musical, “O Choque do Futuro” é o primeiro filme dirigido pelo compositor Marc Collin, fundador da banda Nouvelle Vague, e traz em seu elenco vários artistas do pop rock francês, como Clara Luciani (ex-integrante da banda La Femme), Corinne e Elli Medeiros (pioneira do electropop europeu), além de Alma Jodorowsky, neta do cineasta Alejandro Jodorowsky e diretora de clipes, no papel principal.

 

| O CHEF | VOD*

 

Elogiadíssima e eletrizante, a produção dramática britânica traz Stephen Graham (“Venom: Tempo de Carnificina”) como um chef que lida com as pressões da crítica e de funcionários, falta de ingredientes e visitas inesperadas numa noite caótica, tentando manter o controle de seu restaurante. Toda filmada em plano sequência pelo diretor Philip Barantini (“Villain”), ao estilo do filme de guerra “1917”, a obra foi indicada a quatro BAFTAs (o Oscar britânico) e atingiu notáveis 99% de aprovação da crítica no Rotten Tomatoes.

 

| O CONTADOR DE CARTAS | VOD*

 

O novo thriller de Paul Schrader (“Fé Corrompida”) traz Oscar Isaac (“Cavaleiro da Lua”) como um jogador de pôquer de passado complicado. Ex-interrogador militar implicado num crime, ele aprendeu a contar cartas na prisão e tenta esquecer seus traumas nos cassinos. Mas o destino coloca em seu caminho um jovem (Tye Sheridan, de “X-Men: Fênix Negra”) com vingança em mente, que tenta convencê-lo a se juntar a um plano contra seu ex-comandante – interpretado por Willem Dafoe (“Aquaman”).

A produção também traz Tiffany Hadish (“Sócias em Guerra”) como amante do protagonista, além de marcar a retomada da parceria entre Schrader e Martin Scorsese, interrompida após “A Última Tentação de Cristo”, em 1988. O diretor de “O Contador de Cartas” escreveu alguns dos títulos mais famosos de Scorsese, como “Taxi Driver”, “Touro Indomável” e o filme da crucificação, e agora reata as colaborações com o veterano cineasta assumindo a função de produtor do novo filme.

Exibido no Festival de Veneza e indicado ao Gotham Awards de Melhor Roteiro e Ator, o longa reverberou positivamente entre a crítica internacional (87% no Rotten Tomatoes).

 

| O PERDÃO | VOD*

 

A vida de uma mãe viúva do Irã vira de cabeça para baixo quando descobre que seu marido era inocente do crime pelo qual foi executado pela Justiça intransigente de seu país. Empobrecida e tendo que sustentar sozinha sua casa, ela inicia uma batalha contra autoridades cínicas, sofrendo recriminações de vizinhos conservadores por aceitar a visita de um estranho, que diz querer ajudá-la como amigo do marido morto – escondendo seu remorso por ter sido quem causou a morte dele.

O excelente drama de Maryam Moghadam e Behtash Sanaeha faz um forte denúncia contundente contra o regime iraniano e foi premiado nos festivais de Zurique (Suiça) e Valladolid (Espanha).

 

| O PESO DO TALENTO | AMAZON PRIME VIDEO, VOD*

 

A comédia de ação é uma sátira à carreira do astro Nicolas Cage. O filme mostra o ator falido e sem ofertas de trabalho, o que o leva a aceitar o convite para uma aparição paga na festa de um fã milionário espanhol. Na verdade, o personagem interpretado por Pedro Pascal (“The Mandalorian”) comanda um cartel de drogas e a ida à festa se torna uma oportunidade para a CIA fazer Cage virar espião.

A situação se complica por o ator começar a demonstrar sintomas de esquizofrenia, em diálogos com uma versão de si mesmo dos anos 1990, e pela chegada surpresa de sua ex-mulher e a filha, trazidas pelo milionário para uma reconciliação. Com as vidas de quem ama em risco, Cage decide assumir sua própria lenda, canalizando seus personagens mais icônicos para salvar seus entes queridos.

Dirigido por Tom Gormican, que também escreveu o roteiro com Kevin Ettan, seu parceiro criativo na série “Ghosted”, o longa ainda inclui Neil Patrick Harris (“How I Met Your Mother”) como empresário de Cage e Tiffany Haddish (“Rainhas do Crime”) como uma agente da CIA.

 

| O PREDADOR: A CAÇADA | STAR+

 

O quinto filme da franquia sci-fi “Predador” foi produzido para lançamento exclusivo em streaming, mas é provavelmente o melhor de toda a franquia. Sua abordagem é completamente diferente das anteriores, apresentando um combate entre o caçador alienígena e uma tribo Comanche.

A trama se passa 300 anos atrás e destaca uma protagonista feminina, uma guerreira menosprezada por sua tribo por ser mulher, mas que enfrenta ursos e se descreve como especialista em sobrevivência. A personagem tem o melhor desenvolvimento de todos os que já enfrentaram o Predador. A interpretação de Amber Midthunder (a Rosa de “Roswell, New Mexico”) também se destaca no elenco composto principalmente por atores nativo-americanos e das nações originárias. A escalação faz da sci-fi um trabalho mais representativo que muitos westerns convencionais.

O roteiro foi escrito por Patrick Aison, mais conhecido por séries de ação e espionagem (como “Jack Ryan” e “Treadstone”), e a produção foi rodado totalmente sem alarde em Calgari, no Canadá, com direção de Dan Trachtenberg.

“O Predador: A Caçada” é apenas o segundo longa de Trachtenberg, que deu uma sumida após estrear com a ótima sci-fi “Rua Cloverfield, 10” há seis anos. Desde então, ele filmou quatro episódios de séries – “Black Mirror”, “The Boys” e os pilotos da já cancelada “The Lost Symbol” e da vindoura “Waterworld” (baseada no filme homônimo). Mas seu talento foi novamente confirmado com a nova produção, que atingiu mais de 90% de aprovação no Rotten Tomatoes.

 

| O TRAIDOR | VOD*

 

Coprodução com o Brasil, o longa do maestro italiano Marco Bellocchio (“A Bela Que Dorme”) é uma cinebiografia de Tommaso Buscetta, o primeiro chefe de alto escalão da máfia a se transformar em informante da justiça – o traidor do título.

Buscetta viveu no Brasil por um período e a produção tem cenas rodadas no Rio de Janeiro, além de destacar, em seu primeiro papel internacional, Maria Fernanda Cândido como a mulher do mafioso, que o convence a tomar a decisão de cooperar com a justiça italiana em 1984. A repercussão positiva da produção, que conquistou 21 prêmios importantes, abriu as portas para a atriz atuar no exterior.

O filme traz Pierfrancesco Favino (da série “Marco Polo”) no papel do mafioso e foi o grande vencedor do David Di Donatello (o Oscar italiano) de 2020.

 

| PALM SPRINGS | STAR+

 

O conceito do “loop temporal” virou fenômeno pop com a comédia “Feitiço do Tempo” (1993). E depois de passar pela sci-fi, terror e até por séries, finalmente volta ao gênero original neste filme divertidíssimo, em que Cristin Milioti (“How I Met Your Mother”) e Andy Samberg (“Brooklyn Nine-Nine”) acordam sempre no mesmo dia. Presos num reboot infinito, os dois decidem viver como se não houvesse amanhã. E literalmente não há.

O roteiro de Andy Siara (“Lodge 45”) foi indicado ao prêmio do Sindicato dos Roteiristas e premiado no Spirit Awards. O filme dirigido pelo curtametragista Max Barbakow ainda atingiu 95% no Rotten Tomatoes. E seu elenco ainda inclui J.K. Simmons (“Counterpart”), Peter Gallagher (“Covert Affairs”), Camila Mendes (“Riverdale”) e Tyler Hoechlin (“Superman e Lois”).

 

| PIGGY | PARAMOUNT+

 

Outro inédito no circuito comercial de cinema do país, o terror espanhol de Carlota Pereda aborda um caso de obesidade literalmente mórbida. Baseado num curta-metragem anterior da diretora, que venceu o prêmio Goya (o Oscar espanhol) em 2019, a trama acompanha uma adolescente com excesso de peso que sofre bullying de colegas durante o verão em sua cidade natal. Até que as atormentadoras são raptadas por um psicopata, que a “cerdita” passa a admirar e considerar seu salvador.

Além de uma história bastante original, o filme destaca uma performance impressionante da protagonista, vivida por Laura Galán (“Origens Secretas”), que foi premiada no Festival de Toulouse (França) pelo desempenho.

 

| PINÓQUIO POR GUILLERMO DEL TORO | NETFLIX

 

Há mais de uma década em desenvolvimento, a animação em stop-motion do cineasta Guillermo del Toro (vencedor do Oscar por “A Forma da Água”) conta uma versão altamente estilizada da fábula de Carlo Collodi (1826–1890), que abraça o lado mais sombrio da trama clássica, ao se focar na construção da autoestima do boneco/criança.

Concebido com imaginação macabra, o filme surpreende por apresentar de forma inovadora a história excessivamente conhecida – e que neste mesmo ano ganhou nova e tediosa versão da Disney. Em parceria com Mark Gustafson, animador de “O Fantástico Sr. Raposo” (2009), Del Toro se supera ao emocionar e inspirar como as melhores lições dos contos de fada. E faz isso com fantoches impressionantes, criados pela produtora Mackinnon and Saunders (“Noiva Cadáver”).

A versão dublada em idioma inglês traz o estreante Gregory Mann como a voz de Pinóquio, Ewan McGregor (“Aves de Rapina”) como o Grilo Falante e David Bradley (“Game of Thrones”) como Gepeto, além de Cate Blanchett (“Carol”), Tilda Swinton (“Suspiria”), Tim Blake Nelson (“Watchmen”), Finn Wolfhard (“Stranger Things”), Ron Perlman (“Hellboy”), Christoph Waltz (“007 Contra Spectre”), John Turturro (“Transformers”) e Burn Gorman (“The Expanse”) em seu elenco grandioso.

 

| PLEASURE | MUBI

 

Uma das produções mais provocantes do ano – em mais de um sentido – , a estreia premiada da diretora sueca Ninja Thyberg mostra com crueza realista os bastidores ​​da indústria de filmes adultos. A câmera acompanha uma jovem de 19 anos (Sofia Kappel), que deixa sua pequena cidade da Suécia para se aventurar em Los Angeles com o objetivo de se tornar Jessica, a próxima grande estrela pornô mundial. Mas o caminho para esta consagração se prova mais acidentado do que ela imagina.

Com cenas explícitas, mas artísticas – ao estilo de Gaspar Noé – , e com integrantes reais da indústria pornô californiana (Zelda Morrison é a principal coadjuvante) no elenco, o filme traz um ponto de vista diferente da pornografia, desnudando as negociações de cenas adultas e as relações de poder entre artistas e empresários, em busca de sucesso nesse business.

A obra chegou a disputar o prêmio de Descoberta de 2021 da Academia Europeia de Cinema. Perdeu para “Bela Vingança”, mas venceu outros oito troféus internacionais, inclusive o Prêmio do Júri no Festival de Deauville, na França.

 

| RED – CRESCER É UMA FERA | DISNEY+

 

Lançado com exclusividade na Disney+, “Red” é o primeiro longa da cineasta Domee Shi, que venceu o Oscar de Melhor Curta de Animação com outra produção da Pixar, “Bao”, em 2019. Ela assina roteiro e direção da animação que conta a história de Mei, uma adolescente determinada de 13 anos que vira uma panda vermelha gigante quando fica muito agitada.

Foi o terceiro longa consecutivo da Pixar que a Disney tirou dos cinemas. A mesma decisão afetou “Luca” (2021) e “Soul” (2020), distribuídos em streaming apesar de terem sido concebidos para a tela grande. “Soul”, inclusive, venceu o Oscar de Melhor Animação.

Exaltado com 90% de aprovação no Rotten Tomatoes, o filme destaca a menina Rosalie Chiang (“Clique Wars”) como a voz original da protagonista e Sandra Oh (“Killing Eve”) na dublagem de sua mãe superprotetora – para quem preferir assistir legendado.

 

| RED ROCKET | VOD*

 

Em seu novo filme, o diretor Sean Baker volta a explorar as margens da sociedade com humor sombrio. Depois de acompanhar prostitutas transexuais em “Tangerine” (2015) e o cotidiano da filha pequena de uma prostituta adolescente em “Projeto Flórida” (2017), ele conta a história de fracasso de um ator de filmes adultos, que retorna à sua cidade natal após se tornar veterano no ramo e deixar de ser convidado para novos trabalhos. Enquanto tenta se reaproximar de sua família disfuncional, ele conhece uma jovem chamada Strawberry no caixa de uma loja de donuts local e acaba retomando antigos hábitos.

O papel principal é desempenhado por Simon Rex, que foi modelo nos anos 1990, VJ da MTV e até rapper, além de atuar na franquia de comédias “Todo Mundo em Pânico”, enquanto o resto do elenco é composto por atores iniciantes ou pouco conhecidos, como a estreante Brenda Deiss, que vive Strawberry.

“Red Rocket” teve première no Festival de Cannes retrasado, venceu o Prêmio do Júri e da Crítica no Festival de Deauville, o troféu de Melhor Ator do Spirit Awards (o Oscar indie) e mais 10 prêmios internacionais, além de ter atingido 94% de aprovação no site Rotten Tomatoes. Ou seja, é mais uma obra de Sean Baker que rende aplausos mundiais.

 

| RRR | NETFLIX

 

O épico indiano de S.S. Rajamouli apresenta as melhores cenas de ação do ano, combinando o estilo slow motion de John Woo com a tecnologia digital de ponta. Tão espetacular quanto insana, a produção tem de tudo um pouco: drama histórico, coreografias de lutas e de danças elaboradas, multidões de figurantes e tigres selvagens criados por computação gráfica. A cena de luta contra os tigres, por sinal, é um dos pontos altos do cinema em 2022.

Com mais de 3 horas de duração, o longa acompanha a jornada de dois agentes duplos que se tornam amigos, revolucionários e praticamente super-heróis em sua luta contra a opressão do Império Britânico nos anos 1920. O tom vai do sublime ao caricatural de tão exagerado. E impressiona muito.

 

| TICO E TECO: DEFENSORES DA LEI | DISNEY+

 

A amada dupla de esquilos Tico e Teco volta à animação num filme que é metalinguagem ambulante. Com referências a perder de vista, a trama conta com a participação de vários personagens da Disney, além de zoar a evolução da animação nas últimas décadas. De fato, a produção chama atenção pela mistura de todo o tipo de animação existente (da convencional à computadorizada, sem esquecer massinhas), que, como se não bastasse, ainda convivem com atores de carne e osso.

São ecos pós-modernos de “Uma Cilada para Roger Rabbit” (1988), mas em tom de sátira assumida.

A trama encontra os esquilos depois de sua famosa série dos anos 1980 ser cancelada. Desde então, Tico se rendeu a uma vida doméstica suburbana como um vendedor de seguros, enquanto Teco passou por uma harmonização facial em CGI (computação gráfica) e vive no circuito de convenções nostálgicas, desesperado para resgatar seus dias de glória.

Quando um ex-colega de elenco desaparece misteriosamente, eles decidem consertar a amizade rompida e assumir mais uma vez suas personalidades de Defensores da Lei num caso que parece envolver o sumiço de vários personagens da Disney. Sem falar que, 30 anos depois, os executivos do estúdio veem que chegou a hora de um reboot.

Escrita pelos roteiristas de “Dolittle” (Dan Gregor e Doug Mand), a animação destaca as vozes originais dos comediantes John Mulaney (“Saturday Night Live”) e Andy Samberg (“Brooklyn Nine-Nine”) e conta com direção de Akiva Schaffer (“Popstar: Sem Parar, Sem Limites”), parceiro de Samberg na trupe de humor Lonely Island.

 

| TITANE | AMAZON PRIME VIDEO, MUBI

 

Vencedor da Palma de Ouro do Festival de Cannes em 2021, o terror extremo de Julia Ducournau radicaliza o estilo repulsivo de “Raw”, longa de estreia da diretora, que deu muito o que falar ao ser lançado em 2016. A trama combina terror biológico (à moda dos primeiros filmes de David Cronenberg), filme de serial killer feminina, fetiche sexual por carros e é estrelado pelo veterano Vincent Lindon (“O Valor de um Homem”) e a estreante Agathe Rousselle. Repugnante e delirante, não é um filme fácil, muito menos feito para agradar todos os gostos, mas possui algumas das imagens mais impressionantes dessa seleção.

 

| TOP GUN: MAVERICK | PARAMOUNT+, VOD*

 

A maior bilheteria de 2022 é também o melhor filme da carreira de Tom Cruise, que chega aos 60 anos no auge de sua trajetória. Aplaudidíssimo no Festival de Cannes, “Top Gun: Maverick” voou alto com 97% de aprovação da crítica contabilizada no Rotten Tomatoes, tornando-se o filme mais bem avaliado da filmografia do ator. E atingiu um feito ainda mais impressionante nas bilheterias, com US$ 1,4 bilhão de arrecadação, recorde da carreira de Tom Cruise e maior faturamento de 2022.

O mais interessante é que “Top Gun: Maverick” é um filme-fetiche de Tom Cruise, idolatrando-o sem pudor. Toda a trama gira em torno dele, ao retomar o papel que o projetou no cinema de ação. O longa chega a repetir vários elementos do lançamento original – recriações de cenas e até de música-tema – , mas se prova muito melhor que a velha propaganda de recrutamento militar, lançada em 1986 com trilha pop da MTV. Principalmente porque os tempos mudaram. Pilotos de caça viraram uma espécie em extinção nos conflitos modernos de drones. Não há glamour nos jogos de guerra à distância, e nesse sentido o patriotismo da antiga produção virou um espetáculo anacrônico.

Neste contexto, o personagem Maverick retorna mais humilde e tendo uma última chance, após um percurso sem promoções, como instrutor da escola de pilotos em que se graduou. E ele vai precisar lidar com alunos que o acham ultrapassado, entre eles o filho amargurado de Goose (Anthony Edwards), falecido no filme de 1986. O desafio se torna ainda maior quando tem que liderar os pilotos numa situação de batalha real.

O filho de Goose é vivido por Miles Teller (“Whiplash”) e os demais intérpretes de pilotos são Monica Barbaro (“Chicago Justice”), Glen Powell (“Estrelas Além do Tempo”), Danny Ramirez (“Falcão e o Soldado Invernal”), Jay Ellis (“Insecure”) e Lewis Pullman (filho de Bill Pullman, visto em “A Guerra dos Sexos”). Além deles, o elenco ainda inclui Jennifer Connelly (“Expresso do Amanhã”), Ed Harris (“Westworld”), Jon Hamm (“Mad Men”) e Val Kilmer, que também reprisa seu papel do primeiro “Top Gun” como Iceman.

A direção é de Joseph Kosinski, que já tinha dirigido Cruise na sci-fi “Oblivion” (2013) e se consagra de vez no comando das cenas aéreas. Para ver nas maiores Smart TVs e sentir toda a vertigem.

 

| TREMORES | VOD*

 

Aos 40 anos, um homem evangélico, casado e com dois filhos, se envolve em um relacionamento amoroso com outro homem. Na tentativa de “curá-lo”, sua esposa recorre ao pastor da igreja que frequentam, e logo sua comunidade se volta contra ele, revelando uma sociedade profundamente repressiva.

A nova consagração de Jayro Bustamante, o premiado diretor guatemalteco de “A Chorona” (2019), venceu o LA Outfest, o troféu de Melhor Filme Latino-americano do Festival de San Sebastián e mais 12 prêmios internacionais. Elogiadíssimo pela crítica, atingiu 90% de aprovação no Rotten Tomatoes.

 

| TUDO EM TODO O LUGAR AO MESMO TEMPO | VOD*

 

Maior sucesso da História do estúdio indie A24 (de filmes como “Midsommar” e “Ex Machina”), a comédia sci-fi com 95% de aprovação da crítica americana no Rotten Tomatoes conta a história de uma mãe de família exaurida pela dificuldade de pagar seus impostos, quando descobre a existência do multiverso e de muitas versões dela mesma em diferentes realidades.

Não só isso: um de seus maridos de outro mundo lhe revela que o destino do multiverso está em suas mãos. E para impedir o fim de todos os mundos, a personagem vivida por Michelle Yeoh (“Star Trek: Discovery”) precisará incorporar as habilidades da totalidade de suas versões para enfrentar Jamie Lee Curtis (“Halloween”) e outras ameaças perigosas que a aguardam em sua missão.

O elenco ainda destaca Ke Huy Quan (que foi o menino Short Round de “Indiana no Templo da Perdição”) como o marido de Yeoh, Stephanie Hsu (“Shang-Chi e a Lenda dos Dez Anéis”) como sua filha e o veterano James Hong (“Aventureiros do Bairro Proibido”), entre outros. Roteiro e direção são dos Daniels, pseudônimo da dupla Daniel Kwan e Daniel Scheinert (ambos de “Um Cadáver Para Sobreviver”), e a produção já é considerada cult.

 

| X – A MARCA DA MORTE | AMAZON PRIME VIDEO, VOD*

 

Um dos terrores mais elogiados do ano, o filme do diretor Ti West (“Cabana do Inferno 2”) atingiu 95% de aprovação no agregador Rotten Tomatoes. Fez tanto sucesso que já ganhou um prólogo (ainda inédito no Brasil) e tem um continuação confirmada.

O “X” do título se refere à classificação americana para filmes proibidos para menores. Passado nos anos 1970, o longa acompanha a equipe de um filme adulto, que aluga uma casa de um casal de velhinhos no interior do Texas para usar como cenário de uma nova produção. Só que os velhinhos não são inocentes e a locação se revela uma armadilha, que transforma a produção do pornô num terror slasher sanguinário, com direito a ataques de crocodilos e assassinatos sádicos.

O elenco destaca Mia Goth (“Ninfomaníaca”) em papel duplo (como porn star e velhinha decrépita), Jenna Ortega (“Wandinha”), Martin Henderson (“Virgin River”), Brittany Snow (“A Escolha Perfeita”), Owen Campbell (“A Mulher Invisível”), Stephen Ure (“Máquinas Mortais”) e Scott Mescudi (mais conhecido como o rapper Kid Cudi, visto em “Não Olhe para Cima”).

 

 

* Os lançamentos em VOD (video on demand) podem ser alugados individualmente em plataformas como Apple TV, Claro TV+, Google Play, Loja Prime, Microsoft Store, Vivo Play e YouTube, entre outras, sem necessidade de assinatura mensal.