Xuxa será mãe da protagonista de nova série da Disney+
A atriz e apresentadora Xuxa Meneghel teve detalhes de seu papel na série “Tarã” revelados pelo jornal O Globo. Desta vez, ela não será rainha, princesa ou fada. Em seu retorno à atuação, após uma pausa de quase uma década, ela viverá uma farmacêutica que trabalha na indústria de remédios fitoterápicos. Sua personagem também é a mãe da protagonista, uma menina de 14 anos descendente do povo originário da Amazônia. Na produção da Disney+, a personagem de Xuxa foi à Amazônia fazer uma pesquisa profissional e acabou se envolvendo com um morador local, mas, após engravidar, decidiu voltar para o Rio de Janeiro e criar a filha sozinha. Só que, quando a garota menstrua pela primeira vez, recebe um chamado do seu povo para retornar à tribo, que fica na fronteira com o Peru. É a partir daí que a história se desenrola. Apesar de muitos elementos de fantasia, “Tarã” tratará de temas relevantes, como queimadas, devastação das florestas e invasão de terras indígenas. Os roteiros são de Anna Lee (“Ilha de Ferro”) e a direção dos oito episódios será compartilhada por dois especialistas em terror, Marco Dutra e Juliana Rojas (parceiros em “Trabalhar Cansa” e “As Boas Maneiras”). O resto do elenco ainda está sendo escalado para dar início à produção em julho, em locações no Rio e no Acre.
Diretores de Alguma Coisa Assim e As Boas Maneiras se juntam em nova série da Netflix
A Netflix anunciou a produção de mais uma série brasileira, “Boca a Boca”. A produção de seis episódios vai combinar trama adolescente e epidemia. A trama gira em torno de uma doença contagiosa disseminada pelo beijo, que se espalha entre os jovens e afeta o comportamento de uma até então pacata comunidade interiorana. A princípio, parece uma metáfora para o pânico e a intolerância relacionados à Aids. A produção está a cargo de Esmir Filho, o cineasta premiado de “Os Famosos e Os Duendes da Morte” (2009) e “Alguma Coisa Assim” (2017), que também divide o roteiro e a direção dos episódios com outra cineasta premiada, Juliana Rojas, de “Trabalhar Cansa” (2011), “Sinfonia da Necrópole” (2014) e “As Boas Maneiras” (2017). A equipe de roteiristas ainda inclui Marcelo Marchi, Jaqueline Souza e Thais Guisasola. A produção é uma parceria da Gullane e da Fetiche com a Netflix. O elenco ainda não foi definido e não há previsão de estreia.
Pior escolha possível, O Grande Circo Místico vai representar o Brasil no Oscar 2019
A Academia Brasileira de Cinema (ABC) escolheu “O Grande Circo Místico”, novo filme de Cacá Diegues, para representar o Brasil na disputa por uma indicação ao Oscar 2019 na categoria de Melhor Filme em Língua Estrangeira. A escolha foi anunciada nesta terça-feira (11/9) durante um encontro com a imprensa na Cinemateca Brasileira. E é um grande mico, garantia de mais um ano de irrelevância nacional no Oscar. Sem nenhum prêmio internacional, nem mesmo nacional, o filme de Cacá Diegues tem como maior distinção o fato de ter sido exibido fora de competição no Festival de Cannes, ocasião em que foi trucidado pela imprensa mundial. “Narrativa desarticulada e personagens quase inexistentes”, descreveu a revista The Hollywood Reporter. “Novelão desconfortável” que “tropeça no começo e não para de tropeçar até o final”, demoliu a Variety. Entretanto, havia pelo menos quatro opções viáveis, de filmes premiados no Brasil e no exterior. Dois deles tratavam de temas modernos, ligados ao bullying nas redes sociais: “Aos Teus Olhos”, de Carolina Jabor, e “Ferrugem”, de Aly Muritiba, que foi o vencedor do Festival de Gramado. O terceiro é o terror “As Boas Maneiras”, de Juliana Rojas e Marco Dutra, vencedor do Festival do Rio, premiado em dezenas de festivais internacionais e com 92% de aprovação no site americano Rotten Tomatoes. E há ainda o caso de “Benzinho”, de Gustavo Pizzi, também premiado em Gramado e que encantou a crítica americana ao passar pelo Festival de Sundance, arrancando 93% de aprovação no site Rotten Tomatoes. Como parâmetro, “A Forma da Água”, filme vencedor do Oscar 2018, tem 92% de aprovação. O problema da seleção dos representantes nacionais ao Oscar já se tornou crônico. Não adiantou nada tirar a decisão das mãos da Secretaria do Audiovisual, após a polêmica da definição de “Pequeno Segredo” sobre “Aquarius” em 2016, passando-o para a ABC. A escolha continua a ser definida por um punhado de iluminados, que não seguem critérios reconhecidos, mas gosto pessoal, amizade e relacionamentos. A comissão que escolheu “O Grande Circo Místico” foi formada por Lucy Barreto (presidente), Bárbara Paz, Flavio Ramos Tambellini, Jeferson De, Hsu Chien Hsin, Katia Adler e Claudia Da Natividade. Enquanto não forem instituídas regras claras para a definição, como, por exemplo, premiação em algum festival relevante, o filme do amigo da comissão sempre prevalecerá sobre o candidato com mais condições de ser levado à sério pela Academia. Com “O Grande Circo Místico”, o Brasil completará a maioridade, 21 anos sem emplacar um longa na categoria de Melhor Filme em Língua Estrangeira.
Vencedor do Festival de Brasília não entra na disputa do Oscar para protestar contra “governo ilegítimo”
Uma ausência chamou atenção na lista dos filmes inscritos para representar o Brasil na busca por uma indicação na categoria de Melhor Filme em Língua Estrangeira do Oscar 2019. Vencedor do Festival de Brasília, “Arábia” não apareceu entre os 22 títulos divulgados pelo Ministério da Cultura. A decisão partiu dos próprios diretores do longa, que não quiseram inscrevê-lo. João Dumans e Affonso Uchoa divulgaram um comunicado conjunto em que justificam a ausência por motivação política. “Não nos inscrevemos porque o Oscar não representa o tipo de cinema no qual acreditamos. Preferimos também não fazer parte de um processo conduzido por um governo ilegítimo e por um Ministério da Cultura que recentemente politizou o processo de indicação dos filmes brasileiros para disputarem o Oscar, além de atuar sistematicamente pra sufocar o cinema independente brasileiro. As novas políticas de incentivo do ministério e do FSA (Fundo Setorial Audiovisual) vão dificultar justamente que filmes como o nosso sejam produzidos.” A recente politização citada faz referência à polêmica envolvendo a escolha de “Pequeno Segredo”, de David Schurmann, sobre “Aquarius”, de Kleber Mendonça Filho, no Oscar 2017. Desde então, a escolha dos representes do país deixou de estar a cargo da Secretaria do Audiovisual para ser definida por uma comissão selecionada pela Academia Brasileira de Cinema, entidade formada por profissionais da indústria cinematográfica nacional. 22 filmes foram inscritos para representar o país no Oscar 2019, entre eles os vencedores dos festivais do Rio (“As Boas Maneiras”) e Gramado (“Ferrugem”), que também possuem premiadas carreiras internacionais, assim como “Benzinho”, que levou os prêmios do público e da crítica em Gramado, além de ter vencido o festival espanhol de Málaga. Os únicos quatro filmes que o Brasil já emplacou na disputa do Oscar foram “O Pagador de Promessas” (1962), “O Quatrilho” (1995), “O que É Isso, Companheiro?” (1997) e “Central do Brasil” (1998). Nos últimos anos da premiação, o Oscar tem destacado em geral filmes autorais e independentes. “Moonlight”, vencedor do ano passado, foi feito por US$ 4 milhões.
Lista dos candidatos brasileiros à vaga ao Oscar destaca filmes de cineastas femininas
A Secretaria do Audiovisual, do Ministério da Cultura, divulgou a lista dos filmes que disputarão por representar o Brasil entre os candidatos às vagas do Oscar 2019 de Melhor Filme em Língua Estrangeira. Ao todo, habilitaram-se 23 longas, mesmo número do ano passado, dos quais 4 são documentários. E o que chama atenção é a forte representatividade feminina entre os diretores. 40% dos filmes são dirigidos por mulheres. Quatro títulos se destacam entre os mais premiados da lista. Dois deles tratam de temas modernos, ligados ao bullying nas redes sociais: “Aos Teus Olhos”, de Carolina Jabor, e “Ferrugem”, de Aly Muritiba. O terceiro é o terror “As Boas Maneiras”, de Juliana Rojas e Marco Dutra. E há ainda o caso de “Benzinho”, de Gustavo Pizzi, que encantou a crítica americana ao passar pelo Festival de Sundance. Curiosamente, o longa mineiro “Arábia”, de Affonso Uchoa e João Dumans, vencedor do Festival de Brasília, não entrou na seleção. A comissão que avaliará e escolherá o representante brasileiro é formado pelo presidente da Academia Brasileira de Cinema, Jorge Peregrino, a produtora Lucy Barreto, os diretores Flávio Tambellini, Jeferson De, João Jardim, Hsu Chien e a atriz Bárbara Paz. No ano passado, o escolhido foi “Bingo – O Rei das Manhãs”, que não conseguiu vaga no Oscar, completando duas décadas em que o país ficou de fora da disputa de Melhor Filme em Língua Estrangeira. O último filme nacional que obteve indicação ao prêmio foi “Que É Isso Companheiro?”, de Bruno Barreto, que concorreu ao Oscar em 1998. O filme escolhido será conhecido no dia 11 de setembro. Veja a lista completa dos concorrentes: “O Grande Circo Místico”, de Cacá Diegues “Benzinho”, de Gustavo Pizzi “As Boas Maneiras”, de Juliana Rojas e Marco Dutra “Aos Teus Olhos”, de Carolina Jabor “Ferrugem”, de Aly Muritiba “Antes que Eu Me Esqueça”, de Tiago Arakilian “O Caso do Homem Errado”, de Camila de Moraes “O Desmonte do Monte”, de Sinai Sganzerla “Como é Cruel Viver Assim”, de Julia Rezende “Dedo na Ferida”, de Silvio Tendler “Encantados”, de Tizuka Yamasaki “Talvez uma História de Amor”, de Rodrigo Bernardo “Entre Irmãs”, de Breno Silveira “Canastra Suja”, de Caio Soh “Ex-Pajé”, de Luiz Bolognesi “Alguma Coisa Assim”, de Esmir Filho e Mariana Bastos “O Animal Cordial”, de Gabriela Amaral Almeida “Além do Homem”, de Willy Biondani “Canastra Suja”, de Caio Soh “Não Devore Meu Coração!”, de Filipe Bragança “Unicórnio”, de Eduardo Nunes “Yonlu”, de Hique Montanari “Paraíso Perdido”, de Monique Gardenberg
As Boas Maneiras vence o medo do cinema brasileiro de fazer terror de qualidade
A pouca popularidade da literatura fantástica feita no Brasil, pelo menos dentre os best-sellers nacionais, na comparação com seu sucesso nos Estados Unidos e na Inglaterra, acabou por ricochetear em nosso cinema, que tem bem mais títulos do gênero que muitos imaginam, ainda que apelem mais para o trash e para a comédia. O fato é que a falta desta tradição criou uma resistência ao terror brasileiro entre o público médio, que desconfia das investidas nacionais no gênero. Mas o salto que a dupla Juliana Rojas e Marco Dutra dá, do suspense psicológico de “Trabalhar Cansa” (2011) para a fábula de terror “As Boas Maneiras” é bem grande – ainda que, pelo meio do caminho, Marco Dutra tenha apresentado um belíssimo filme de possessão e casa assombrada, “Quando Eu Era Vivo” (2014). “As Boas Maneiras” é um filme de lobisomem, que entretanto acumula elementos que podem parecer corpos estranhos dentro do que se espera desse contexto. Há até mesmo cenas em que alguns personagens começam a cantar, evocando o drama musical “O que se Move” (2012), de Caetano Gotardo – com a presença de Cida Moreira aproximando os dois. A narrativa é visivelmente dividida em duas partes. No começo, Clara (Isabél Zuaa, que conquistou muitos fãs com sua performance de mulher intensa e forte em “Joaquim”) vai pedir emprego de babá na casa de Ana (Marjorie Estiano, excelente). Mas Ana procura uma pessoa que também cuide da casa e dela mesma, nos primeiros estágios da gravidez. Como precisa de dinheiro com urgência, Clara aceita, dando início a uma relação de cada vez maior intimidade entre as duas. Uma intimidade que une tanto a carência afetiva quanto o gosto de Clara por mulheres. Aos poucos, e de maneira deliciosa, começa a vir à tona a situação de Ana, seu misterioso gosto por carne, as dores grandes que sente na gestação e também somos apresentados à história de quando ela engravidou. De fato, a relação entre Ana e Clara é tão bela e singular que quando o filme parte para novos rumos se torna difícil não sentir falta dessa primeira parte. No entanto, a segunda parte tem o grande mérito de ser ainda mais corajosa, ao assumir explicitamente o cinema de horror, via homenagem ao clássico “Um Lobisomem Americano em Londres” (1981), de John Landis, além de evocar “Filhos do Medo” (1979), de David Cronenberg, e “Nasce um Monstro” (1974), de Larry Cohen, entre outros. Apesar dessas citações, “As Boas Maneiras” tem uma brasilidade muito forte, com festas juninas e uma projeção de São Paulo próxima do gótico, com a força da lua sempre sendo um elemento presente. A fotografia é linda e de autoria do português Rui Poças, conhecido por obras tão belas e distintas quanto “Tabu” (2012), “O Ornitólogo” (2016), “Zama” (2017) e “Severina” (2017). Mas o filme também conquista do ponto de vista humano. Tanto nas relações de afeto entre Clara e Ana, quanto nas relações de mãe e filho entre Clara e o menino Joel (Miguel Lobo). O pequeno Joel, dada sua condição de lobo, precisa se submeter a certos sacrifícios. É até possível que o espectador saia um pouco contrariado da sessão, por não encontrar nem um terror tradicional nem um drama típico, sem perceber que ver uma obra como esta no cinema brasileiro é um privilégio e tanto. Uma obra que marca época e impacta o desenvolvimento dos filmes de gênero no país.
Premiadíssimo terror brasileiro As Boas Maneiras ganha trailer e cartaz
A Imovision divulgou o pôster e o trailer do terror “As Boas Maneiras”, um dos filmes brasileiros mais premiados dos últimos meses. A prévia revela uma gravidez monstruosa, acompanhada por elogios da crítica internacional. Na trama, uma enfermeira da periferia de São Paulo (Isabél Zuaa, de “Joaquim”) é contratada por uma mulher rica, grávida e misteriosa (Marjorie Estiano, de “Sob Pressão”), para ajudar na casa e, após o nascimento, ser babá de seu filho. As duas desenvolvem uma forte relação de amizade, mas a gravidez se revela um horror, especialmente nas noites de lua cheia, a ponto de transformar a mulher conforme chega a hora do parto. O segundo longa realizado em parceria pelos diretores Juliana Rojas e Marco Dutra (de “Trabalhar Cansa”) foi o grande vencedor do Festival do Rio 2017, onde arrematou os troféus de Melhor Filme, Atriz Coadjuvante (Marjorie Estiano) e Fotografia (o português Rui Poças, de “Uma Mulher Fantástica”). Além disso, também venceu o Festival do Uruguai, o Prêmio Especial do Júri no Festival de Locarno, na Suiça, o Prêmio do Público no L’Etrange Festival, na França, e o Prêmio da Crítica no Festival de Sitges, na Espanha, entre muitas outras consagrações internacionais. A estreia nos cinemas brasileiros está marcada para 7 de junho.
Terror As Boas Maneiras vence Festival do Rio 2017
O terror “As Boas Maneiras” foi o grande vencedor do Festival do Rio 2017. O segundo longa realizado em parceria pelos diretores Juliana Rojas e Marco Dutra (de “Trabalhar Cansa”) venceu três troféus Redentor: Melhor Filme, Atriz Coadjuvante (Marjorie Estiano) e Fotografia (Rui Poças). Além disso, conquistou consagrações paralelas, como os prêmios da Crítica Internacional, o Felix, para obras de temáticas LGBT+, e o Petrobrás, que incentiva sua distribuição nos cinemas. O filme já tinha apavorado em festivais internacionais, vencendo o Prêmio Especial do Júri no Festival de Locarno, na Suiça, o Prêmio do Público no L’Etrange Festival, de Paris, e o da Prêmio da Crítica no Festival de Sitges, na Espanha – este, considerado o “Cannes do Cinema Fantástico”. Fábula de horror e fantasia, “As Boas Maneiras” parte do envolvimento de duas mulheres de mundos opostos. Clara (Isabél Zuaa, de “Joaquim”) é uma enfermeira da periferia de São Paulo contratada para ser a babá do filho que a rica Ana (Marjorie Estiano, de “Sob Pressão”) está esperando. Uma noite de lua cheia provoca uma inesperada mudança de planos e Clara se vê assumindo a maternidade de uma criança diferente das outras. A cerimônia de premiação, realizada no Cine Odeon na noite de domingo (15/10), também destacou “Aos Teus Olhos”, de Carolina Jabor, sobre um professor acusado de pedofilia, que venceu em quatro categorias: Melhor Ator (Daniel de Oliveira, em vitória compartilhada com Murilo Benício, de “O Animal Cordial”), Ator Coadjuvante (Marco Rica), Roteiro (Lucas Paraizo) e o Prêmio do Público. “Praça Paris”, de Lucia Murat, conquistou dois troféus: Melhor Direção e Atriz, vencido por Grace Passô no papel de uma moradora do Morro da Providência assombrada pela violência do Rio. E “O Animal Cordial”, de Gabriela Amaral, ficou com o prêmio de Ator já mencionado. Na categoria de Melhor Documentário, o vencedor foi “Piripkura”, de Mariana Oliva, Renata Terra e Bruno Jorge, sobre os últimos sobreviventes do povo indígena Piripkura, após anos de enfrentamento contra madeireiros. Chama atenção o fato de todos os longas premiados serem dirigidos ou codirigidos por mulheres, numa valorização do talento das cineastas brasileiras. Isto acontece em grande contraste com a pequena representação feminina nas seleções dos festivais de prestígio internacional, inclusive o Festival de Cannes, o que já motivou protestos e acusações de sexismo. Confira abaixo a lista completa dos premiados. Vencedores do Festival do Rio 2017 PREMIÈRE BRASIL MELHOR FILME: “As Boas Maneiras”, de Juliana Rojas e Marco Dutra MELHOR DIREÇÃO: Lúcia Murat, por “Praça Paris” MELHOR ATRIZ: Grace Passô, por “Praça Paris” MELHOR ATOR: Daniel de Oliveira, por “Aos Teus Olhos”, e Murilo Benício por “O Animal Cordial” MELHOR ATRIZ COADJUVANTE: Marjorie Estiano, por “As Boas Maneiras” MELHOR ATOR COADJUVANTE: Marco Rica, por “Aos Teus Olhos” MELHOR FOTOGRAFIA: Rui Poças, por “As Boas Maneiras” MELHOR MONTAGEM: Caroline Leone, por “Alguma Coisa Assim” MELHOR ROTEIRO: Lucas Paraizo, por “Aos Teus Olhos” MELHOR DOCUMENTÁRIO: “Piripkura”, de Mariana Oliva, Renata Terra, Bruno Jorge MELHOR DIREÇÃO DE DOCUMENTÁRIO: Tatiana Lohmann e Roberta Estrela D’Alva, por Slam: “Voz de Levante” PRÊMIO ESPECIAL DO JÚRI: “Slam: Voz de Levante” MELHOR CURTA: “Borá”, de Angelo Defanti. MENÇÃO HONROSA EM CURTA: Roberta Gretchen Coppola, por “Vaca Profana” NOVOS RUMOS MELHOR FILME: “A Parte do Mundo que Me Pertence” de Marcos Pimentel MELHOR CURTA: “Atrito”, de Diego Lima PRÊMIO ESPECIAL DO JÚRI: “Vende-se Esta Moto”, de Marcus Faustini PRÊMIO DO PÚBLICO MELHOR FILME: “Aos Teus Olhos”, de Carolina Jabor MELHOR DOCUMENTÁRIO: “Dedo na Ferida”, de Silvio Tendler MELHOR CURTA: “Vaca Profana”, de René Guerra PRÊMIO DA CRÍTICA INTERNACIONAL (FIPRESCI) MELHOR FILME: “As Boas Maneiras”, de Juliana Rojas e Marco Dutra PRÊMIO FELIX MELHOR FILME: “As Boas Maneiras”, de Juliana Rojas e Marco Dutra MELHOR DOCUMENTÁRIO: “Queercore: How to Punk a Revolution”, de Yony Leyser. produzido por Thomas Janze MELHOR CURTA: “Sandra Chamando”, de João Cândido Zacharias. produzido por Tatiana Leite
Terror brasileiro As Boas Maneiras é premiado no Festival de Sitges
O terror brasileiro “As Boas Maneiras”, de Juliana Rojas e Marco Dutra, foi premiado no mais famoso festival de Cinema Fantástico do mundo, o Festival de Sitges, na Espanha, com o Prêmio da Crítica e uma menção especial para sua protagonista, Isabél Zuaa. O segundo longa realizado em parceria pela dupla de “Trabalhar Cansa” (2011) já tinha vencido o Prêmio Especial do Júri no Festival de Locarno, na Suiça, e o Prêmio do Público no L’Etrange Festival, de Paris. Fábula de horror e fantasia, “As Boas Maneiras” parte do envolvimento de duas mulheres de mundos opostos. Clara (Isabél Zuaa, de “Joaquim”) é uma enfermeira da periferia de São Paulo contratada para ser a babá do filho que a rica Ana (Marjorie Estiano, de “Sob Pressão”) está esperando. Uma noite de lua cheia provoca uma inesperada mudança de planos e Clara se vê assumindo a maternidade de uma criança diferente das outras. Além deste longa, outro filme brasileiro, “O Animal Cordial”, estreia na direção de Gabriela Amaral, também teve recepção positiva da crítica no festival, que equivale a Cannes no circuito do cinema fantástico. O vencedor de Sitges foi uma produção húngara, “Jupiter’s Moon”, uma parábola sobre a situação dos refugiados na Europa, dirigida por Kornél Mundruczó (do excelente “White God”).
Festival do Rio 2017 exibirá número recorde de filmes brasileiros
O Festival do Rio divulgou nesta terça-feira (5/9) a lista dos filmes selecionados para a Première Brasil, a seção competitiva de cinema brasileiro do evento, que vai exibir, em sua 19ª edição, 33 produções inéditas. Serão 22 longas e 11 curtas brasileiros, além de seis filmes fora de competição. O público escolhe o melhor filme nas categorias ficção, documentário e curta, através do voto popular, enquanto um júri oficial elege as demais categorias. O vencedor da Première Brasil leva R$ 200 mil, enquanto o Melhor Filme da mostra Novos Rumos, também competitiva, ganha R$ 100 mil. São valores acima da média das premiações do cinema brasileiro, o que ajuda a explicar porque o evento carioca, originalmente concebido como festival internacional, se tornou o maior festival do cinema brasileiro em quantidade de filmes. São tantas inscrições de produções de qualidade que, neste ano, o evento também espalhou produções nacionais pelas demais seções de sua programação. Assim, serão exibidas ao todo 75 produções brasileiras, sendo 59 longas e 16 curtas. “Nos últimos anos, a Première Brasil ampliou sua grade, abrindo espaço para as mostras Novos Rumos e Retratos. Este ano, a qualidade dos filmes e a diversidade de temas abordados nos levou a selecionar filmes brasileiros para outras mostras do Festival do Rio, como Panorama, Midnight, Itinerários Únicos, Fronteiras, Première Latina, Expectativa 2017, Geração’, explicou Ilda Santiago, diretora executiva do Festival, em comunicado. A quantidade de obras nacionais é recorde em eventos de cinema no país. Mas só os 22 longas da Première Brasil já estabelece como o Festival do Rio virou a principal plataforma de lançamentos do mercado. Ao mesmo tempo, o festival está mais compacto, com apenas 11 dias de duração. Neste ano, acontecerá entre 5 a 15 de outubro. A lista das obras em competição incluem “Boas Maneiras”, de Juliana Rojas e Marco Dutra, já premiado no Festival de Locarno, na Suiça, assim como novas obras de outros cineasta interessantes. Vale destacar que, ao contrário de festivais como Cannes, Berlim e Veneza, criticados pelo pouco espaço dado às cineastas femininas, a maioria dos filmes de ficção selecionados na Première Brasil é dirigido ou codirigido por mulheres. Filmes Brasileiros do Festival do Rio 2017 Competição: Ficção “Açúcar”, de Renata Pinheiro e Sérgio Oliveira “Alguma Coisa Assim”, de Esmir Filho e Mariana Bastos “Animal Cordial”, de Gabriela Amaral Almeida “Aos Teus Olhos”, de Carolina Jabor “Boas Maneiras”, de Juliana Rojas e Marco Dutra “Como É Cruel Viver Assim”, de Júlia Rezende “O Nome da Morte”, de Henrique Goldman “Praça Paris”, de Lúcia Murat “Unicórnio”, de Eduardo Nunes Competição: Documentário “Cartas para um Ladrão de Livros”, de Carlos Juliano Barros e Caio Cavechini “Dedo na Ferida”, de Silvio Tendler “Em Nome da América”, de Fernando Weller “Iran”, de Walter Carvalho “Pastor Cláudio”, de Beth Formaggini “Piripkura”, de Mariana Oliva, Renata Terra e Bruno Jorge “SLAM: Voz de Levante”, de Tatiana Lohmann e Roberta Estrela D’Alva Competição: Curtas “Adeus à Carne”, de Júlia Anquier “Alcibíades”, de Breno Nina “O Bagre de Bolas”, de Luiz Botosso e Thiago Veiga “Borá”, de Angelo Defanti “Maria”, de Lucas Pena “Namoro à Distância”, de Carolina Markowicz “Vaca Profana”, de René Guerra Competição: Novos Rumos “A Pparte do Mundo que me Pertence”, de Marcos Pimentel “Amores de Chumbo”, de Tuca Siqueira “Até o Próximo Domingo”, de Evaldo Mocarzel “Copa 181”, de Dannon Lacerda “O Muro”, de Lula Buarque “Vende-se Esta Moto”, de Marcus Faustini Competição: Curtas Novos Rumos “Atrito”, de Diego Lima “Capitão Brasil”, de Felipe Arrojo Poroger “Sandra Chamando”, de João Cândido Zacharias “Tailor”, e Calí dos Anjos Fora de Competição: Ficção “Entre Irmãs”, de Breno Silveira “Gabriel e a Montanha”, de Fellipe Barbosa “Legalize Já!”, de Johnny Araújo e Gustavo Bonafé “Motorrad”, de Vicente Amorim “Zama”, de Lucrecia Martel “BIO”, de Carlos Gerbase Fora de Competição: Documentários “Eu, Pecador”, de Nelson Hoineff “Os 8 Magnificos”, de Domingos de Oliveira “Todos os Paulos do Mundo”, de Gustavo Ribeiro e Rodrigo de Oliveira “Torquato Neto – Todas as Horas do Fim”, de Eduardo Ades e Marcus Fernando Fora de Competição: Curta “O Quebra-cabeça de Sara”, de Allan Ribeiro Retratos “A Vida Extra-Ordinária de Tarso de Castro”, de Leo Garcia e Zeca Brito “Callado”, de Emília Silveira “Clara Estrela”, de Susanna Lira e Rodrigo Alzuguir “Desarquivando Alice Gonzaga”, de Betse de Paula “Fevereiros”, de Marcio Debellian “Henfil”, de Angela Zoé “O Cravo e a Rosa”, de Jorge Farjalla “Querido Embaixador”, de Luiz Fernando Goulart Première Latina “Invisible”, de Pablo Giorgelli (Brasil-Argentina) “Los Territórios”, de Iván Granovsky (Argentina-Brasil-Palestina) “Nadie nos Mire”, de Julia Solomonoff (Argentina-Brasil-Colombia) “O Gato de Havana”, de Dácio Malta “Severina”, de Felipe Hirsch Panorama do Cinema Mundial “A Comédia Divina”, de Toni Venturi “A Última Chance”, de Paulo Thiago “Berenice Procura”, de Allan Fiterman “On Yoga the Architecture of Peace”, de Heitor Dhalia Expectativa “Todas As Razões Para Esquecer”, de Pedro Coutinho Fronteiras “Limpam com Fogo”, de César Vieira, Conrado Ferato e Rafael Crespo “Livres”, de Patrick Granja Mostra Geração “Que Língua Você Fala?”, de Elisa Bracher “Sobre Rodas”, de Mauro D’Addio “Yonlu”, de Henrique Montanari Mostra Geração: Curtas “Caminho dos Gigantes”, de Alois Di Leo “Cabelo Bom”, de Swahili Vidal “Em Busca da Terra sem Males”, de Anna Azevedo Itinerários Únicos “Maria – Não Esqueça que Eu Venho dos Trópicos”, de Francisco C. Martins “O Silêncio É uma Prece”, de Candé Salles “Tudo É Projeto”, de Joana Mendes da Rocha e Patricia Rubano Midnight “Serguei, O Último Psicodélico”, de Ching Lee Midnight: Curta “Sal”, de Diego Freitas
Novo terror da dupla Marco Dutra e Juliana Rojas é premiado no Festival de Locarno
O filme brasileiro “As Boas Maneiras” foi premiado no 70º Festival de Locarno, na Suíça, onde realizou sua estreia mundial. Novo terror da dupla Marco Dutra e Juliana Rojas, de “Trabalhar Cansa” (2011), o longa recebeu o Prêmio Especial do Júri do festival. Fábula de horror e fantasia, “As Boas Maneiras” parte do envolvimento de duas mulheres de mundos opostos. Clara (Isabél Zuaa, de “Joaquim”) é uma enfermeira da periferia de São Paulo contratada para ser a babá do filho que a rica Ana (Marjorie Estiano, de “Sob Pressão”) está esperando. Uma noite de lua cheia provoca uma inesperada mudança de planos e Clara se vê assumindo a maternidade de uma criança diferente das outras. O júri do festival foi formado pelos diretores Olivier Assayas (França), Miguel Gomes (Portugal), Jean-Stéphane Bron (Suíça), pelo produtor Christos Konstantakopoulos (Grécia) e pela atriz Birgit Minichmayr (Áustria). O Leopardo de Ouro foi para “Fang”, do chinês Wang Bing, o prêmio de Melhor Direção ficou com o francês F. J. Ossang, por “9 Doigts”, a francesa Isabelle Huppert levou o prêmio de Melhor Atriz por “Madame Hyde”, e o dinamarquês Elliott Crosset Hove foi eleito Melhor Ator por “Vinterbrødre”
Estreias: Mogli e O Escaravelho do Diabo disputam o público infantil
Os lançamentos mais amplos da semana são duas produções infantis, que devem lotar os cinemas dos shoppings. Com maior distribuição, “Mogli – O Menino Lobo” estreia em 1.030 salas, das quais 70% têm projeção 3D e 12 são Imax. Mais recente versão “live action” das animações clássicas da Disney, o filme é, na verdade, estrelado por apenas um ator real, o menino Neel Sethi, de 10 anos de idade, que tem o papel-título e contracena com animais falantes criados por computação gráfica. O realismo das criaturas, entretanto, é impressionante e tem sido exaltado por toda a crítica (93% de aprovação no site Rotten Tomatoes), assim como a direção de Jon Favreau (“Homem de Ferro”), que rodou o filme inteiro num estúdio em Los Angeles, embora a experiência leve o espectador para as selvas da Índia. Outro destaque da produção é sua dublagem repleta de feras (de Scarlett Johansson a Bill Murray), que, claro, serão substituídas nos cinemas nacionais por sotaques paulistas e cariocas. Como o debate sobre a exibição de filmes dublados versus legendados geralmente releva o cinema infantil, cuja tradição já é a substituição de vozes, a estreia do brasileiro “O Escaravelho do Diabo” oferece uma alternativa que preserva o idioma original. No best-seller da coleção Vaga-Lume dos anos 1970, o protagonista é um jovem adulto, mas o diretor Carlo Milani (filho do falecido ator Francisco Milani), que faz sua estreia no cinema, optou por transformá-lo em um pré-adolescente de 13 anos. Envolvente, o filme de mistério gira em torno de um garoto que resolve investigar um serial killer que ataca apenas ruivos, enviando antes às vítimas um escaravelho. O filme chega a 334 salas com elogios da crítica nacional e classificação para maiores de 12 anos. Os shoppings ainda recebem o thriller fantasioso “Mente Criminosa” (107 salas), em que um criminoso condenado (Kevin Costner, de “3 Dias para Matar”) recebe um implante de memórias de um agente da CIA (Ryan Reynolds, de “Deadpool”), numa trama tão mirabolante que logo perde o sentido, mas nem por isso deixa de ser previsível em cada minuto de sua projeção. Podre, teve apenas 14% de aprvação no Rotten Tomatoes. Graças às presenças dos astros George Clooney (“Gravidade”), Scarlett Johansson (“Os Vingadores”), Josh Brolin (“Homens de Preto 3”) e Channing Tatum (“Anjos da Lei”), o novo filme dos irmãos Coen vai chegar em 71 telas. Infelizmente, “Ave, César!” é um dos trabalhos mais fracos dos diretores, que já venceram o Oscar por “Fargo” (1996) e “Onde os Fracos Não Têm Vez” (2007). Trata-se de uma comédia passada nos bastidores de Hollywood durante os anos 1950, que gira em torno do sequestro de um astro de cinema (Clooney). No circuito limitado, o maior destaque pertence a “Truman”, de Cesc Gay, grande vencedor do prêmio Goya 2016 (o Oscar espanhol), que traz o argentino Richardo Darín como um homem que, ao saber que morrerá em breve, busca encontrar quem fique com seu cão fiel, Truman. Parte drama, parte comédia, é um filmaço com simplesmente 100% de aprovação no Rotten Tomatoes, cuja crítica pode ser lida aqui. O longa estreia em 39 salas no Brasil. A lista ainda inclui dois filmes sobre lesbianismo. A comédia francesa “A Três Vamos Lá” retrata, de forma leve, a forma de amor popularizada no país do “ménage à trois”, mostrando o envolvimento de um casal e uma amante compartilhada por cada um deles – com exibição apenas em São Paulo e Campinas. Já “Onde o Mar Descansa” mergulha no drama poético, usando fragmentos de poesia decadente, dança e expressão corporal para narrar o relacionamento de duas mulheres suecas no fim do século 19, bruscamente interrompido pela morte de uma delas. O filme é uma produção britânica, falada em sueco e filmada na Escandinávia, mas seus diretores são brasileiros, André Semenza e Fernanda Lippi (ambos de “Ashes of God”), bem conhecidos do teatro nacional, responsáveis por montagens do Zikzira Teatro Físico. O filme será exibido em três salas entre São Paulo, Rio e Belo Horizonte. Outros dois filmes brasileiros completam a programação. O divertido e original “Sinfonia da Necrópole”, de Juliana Rojas, premiado no Festival de Gramado, ocupa sete salas com a história de amor entre um coveiro e uma funcionária do serviço funerário, que acontece entre cemitérios paulistas, números musicais e zumbis. A crítica já está disponível aqui. Por fim, “O Signo das Tetas”, do maranhense Francisco Machado (“O Exercício do Caos”), segue um homem sem nome (Lauande Aires) que, atormentado pela figura da mãe idosa, vaga pelas cidades do interior do Maranhão, projetando seu Complexo de Édipo em situações fragmentadas. Aclamado pela crítica, a obra passa longe do cinema comercial para buscar seu nicho como “filme de festival”. Passa tão longe do cinema comercial que nem sequer há confirmação de onde está em cartaz – o circuito não foi divulgado e a pesquisa pelo Google não trouxe resultados. Estreias de cinema nos shoppings https://www.youtube.com/watch?v=K53t9lhL498 Estreias em circuito limitado







