Terror As Boas Maneiras vence Festival do Rio 2017

O terror “As Boas Maneiras” foi o grande vencedor do Festival do Rio 2017. O segundo longa realizado em parceria pelos diretores Juliana Rojas e Marco Dutra (de “Trabalhar Cansa”) venceu três […]

O terror “As Boas Maneiras” foi o grande vencedor do Festival do Rio 2017. O segundo longa realizado em parceria pelos diretores Juliana Rojas e Marco Dutra (de “Trabalhar Cansa”) venceu três troféus Redentor: Melhor Filme, Atriz Coadjuvante (Marjorie Estiano) e Fotografia (Rui Poças). Além disso, conquistou consagrações paralelas, como os prêmios da Crítica Internacional, o Felix, para obras de temáticas LGBT+, e o Petrobrás, que incentiva sua distribuição nos cinemas.

O filme já tinha apavorado em festivais internacionais, vencendo o Prêmio Especial do Júri no Festival de Locarno, na Suiça, o Prêmio do Público no L’Etrange Festival, de Paris, e o da Prêmio da Crítica no Festival de Sitges, na Espanha – este, considerado o “Cannes do Cinema Fantástico”.

Fábula de horror e fantasia, “As Boas Maneiras” parte do envolvimento de duas mulheres de mundos opostos. Clara (Isabél Zuaa, de “Joaquim”) é uma enfermeira da periferia de São Paulo contratada para ser a babá do filho que a rica Ana (Marjorie Estiano, de “Sob Pressão”) está esperando. Uma noite de lua cheia provoca uma inesperada mudança de planos e Clara se vê assumindo a maternidade de uma criança diferente das outras.

A cerimônia de premiação, realizada no Cine Odeon na noite de domingo (15/10), também destacou “Aos Teus Olhos”, de Carolina Jabor, sobre um professor acusado de pedofilia, que venceu em quatro categorias: Melhor Ator (Daniel de Oliveira, em vitória compartilhada com Murilo Benício, de “O Animal Cordial”), Ator Coadjuvante (Marco Rica), Roteiro (Lucas Paraizo) e o Prêmio do Público.

“Praça Paris”, de Lucia Murat, conquistou dois troféus: Melhor Direção e Atriz, vencido por Grace Passô no papel de uma moradora do Morro da Providência assombrada pela violência do Rio. E “O Animal Cordial”, de Gabriela Amaral, ficou com o prêmio de Ator já mencionado.

Na categoria de Melhor Documentário, o vencedor foi “Piripkura”, de Mariana Oliva, Renata Terra e Bruno Jorge, sobre os últimos sobreviventes do povo indígena Piripkura, após anos de enfrentamento contra madeireiros.

Chama atenção o fato de todos os longas premiados serem dirigidos ou codirigidos por mulheres, numa valorização do talento das cineastas brasileiras. Isto acontece em grande contraste com a pequena representação feminina nas seleções dos festivais de prestígio internacional, inclusive o Festival de Cannes, o que já motivou protestos e acusações de sexismo.

Confira abaixo a lista completa dos premiados.

Vencedores do Festival do Rio 2017

PREMIÈRE BRASIL

MELHOR FILME: “As Boas Maneiras”, de Juliana Rojas e Marco Dutra
MELHOR DIREÇÃO: Lúcia Murat, por “Praça Paris”
MELHOR ATRIZ: Grace Passô, por “Praça Paris”
MELHOR ATOR: Daniel de Oliveira, por “Aos Teus Olhos”, e Murilo Benício por “O Animal Cordial”
MELHOR ATRIZ COADJUVANTE: Marjorie Estiano, por “As Boas Maneiras”
MELHOR ATOR COADJUVANTE: Marco Rica, por “Aos Teus Olhos”
MELHOR FOTOGRAFIA: Rui Poças, por “As Boas Maneiras”
MELHOR MONTAGEM: Caroline Leone, por “Alguma Coisa Assim”
MELHOR ROTEIRO: Lucas Paraizo, por “Aos Teus Olhos”
MELHOR DOCUMENTÁRIO: “Piripkura”, de Mariana Oliva, Renata Terra, Bruno Jorge
MELHOR DIREÇÃO DE DOCUMENTÁRIO: Tatiana Lohmann e Roberta Estrela D’Alva, por Slam: “Voz de Levante”
PRÊMIO ESPECIAL DO JÚRI: “Slam: Voz de Levante”
MELHOR CURTA: “Borá”, de Angelo Defanti.
MENÇÃO HONROSA EM CURTA: Roberta Gretchen Coppola, por “Vaca Profana”

NOVOS RUMOS

MELHOR FILME: “A Parte do Mundo que Me Pertence” de Marcos Pimentel
MELHOR CURTA: “Atrito”, de Diego Lima
PRÊMIO ESPECIAL DO JÚRI: “Vende-se Esta Moto”, de Marcus Faustini

PRÊMIO DO PÚBLICO

MELHOR FILME: “Aos Teus Olhos”, de Carolina Jabor
MELHOR DOCUMENTÁRIO: “Dedo na Ferida”, de Silvio Tendler
MELHOR CURTA: “Vaca Profana”, de René Guerra

PRÊMIO DA CRÍTICA INTERNACIONAL (FIPRESCI)

MELHOR FILME: “As Boas Maneiras”, de Juliana Rojas e Marco Dutra

PRÊMIO FELIX

MELHOR FILME: “As Boas Maneiras”, de Juliana Rojas e Marco Dutra
MELHOR DOCUMENTÁRIO: “Queercore: How to Punk a Revolution”, de Yony Leyser. produzido por Thomas Janze
MELHOR CURTA: “Sandra Chamando”, de João Cândido Zacharias. produzido por Tatiana Leite