Mais uma bolsonarista é desligada da Jovem Pan
A Jovem Pan segue fazendo uma limpa em seus quadros mais radicais. A comentarista Cristina Graeml é a mais recente baixa da emissora. Ela entrou na lista de dispensas feitas após as eleições presidenciais do domingo (30/11), em que Jair Bolsonaro foi derrotado por Luiz Inácio Lula da Silva. “Minha bio mudou. Não integro mais o quadro de comentaristas da Jovem Pan News”, anunciou a própria jornalista no Twitter. Colunista do jornal de direita Gazeta do Povo, Cristina Graeml é bolsonarista ferrenha e chegou a usar seu perfil na segunda-feira (31/11) para dizer que era vítima de “censura” da empresa. “Sigo sob censura na Jovem Pan, porque é assim que tiranos agem, tentando calar quem não se curva às mentiras oficiais de um sistema aparelhado. Mas estarei logo mais ao vivo na Gazeta do Povo”, ela escreveu. Graeml se junta a outros radicais, como Caio Coppolla, Augusto Nunes, Guilherme Fiuza e Carla Cecato, nos cortes da empresa, que também dispensou Guga Noblat e o repórter Maicon Mendes. Essa combinação de nomes é estranha porque, se de um lado tira do ar expoentes da extrema direita hidrófoba – inclusive alguns que seguem insuflando a população contra o resultado das eleições nas redes sociais – , também atinge dois dos nomes mais ponderados e responsáveis da emissora. Uma explicação foi esboçada no Painel da Folha de S. Paulo. Segundo as fontes da coluna, a Jovem Pan não estaria mudando sua linha editorial, como chegou a ser alardeado, apenas se livrando de jornalistas que não estariam seguindo as orientações da empresa. No caso de Noblat, ele não quis aderir à narrativa de que a Jovem Pan estava sob censura. Já os extremistas mantiveram sua linha de xingamentos contra Lula e o parcialismo durante o período eleitoral, indo contra orientações do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) a ponto de precisarem ser afastados da programação. O Painel chega a citar uma frase que teria sido dita por Antônio Augusto Amaral de Carvalho Filho, o Tutinha, dono do grupo Jovem Pan, em reuniões internas, afirmando que “a desobediência civil não sairá do meu bolso”. Isto porque a recusa em seguir as orientações da Justiça previa multas salgadas, que não foram consideradas pelos defensores da “liberdade de expressão” contra Lula. O grupo vai continuar com tom direitista, mas deve moderar a linha editorial, fazendo uma cobertura crítica do novo governo, que toma posse em 1° de janeiro. O objetivo é demonstrar que faz jornalismo e não militância política.
Mais jornalistas da Jovem Pan são demitidos em “limpa”
A Jovem Pan demitiu diversos jornalistas nesta segunda-feira (31/10), um dia após a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva. Rumores vazados da redação sugerem uma mudança editorial no jornalismo do grupo. Após a Jovem Pan News tornar-se porta-voz da extrema direita no Brasil, o grupo responsável pela emissora estaria recalculando sua rota com a derrota de Jair Bolsonaro. Assim, os nomes do comentarista Guilherme Fiuza, da apresentadora Carla Cecato e do repórter Maicon Mendes, que participou da cobertura das eleições de 2022, juntaram-se aos ilustres dispensados do começo do dia, Augusto Nunes e Caio Coppola. Mas a lista também incluiu Guga Noblat, um dos mais ponderados – e “esquerdista” perdido no elenco da emissora. Noblat deu sua própria versão para sua demissão, sugerindo retaliação da emissora: “Acabo de ser comunicado que estou fora da Jovem Pan por não ter defendido a rádio na história da censura. Estava desde a semana passada afastado e agora é definitivo”, disse nas redes sociais. O jornalista não se juntou aos funcionários da Jovem Pan News que acusaram o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) de realizar censura na programação da emissora por exigir que eles parassem de atacar o então candidato Lula com fake news e dessem o mesmo tratamento dispensado ao incumbente, sempre muito elogiado. A legislação eleitoral exige tratamento isonômico entre candidatos em veículos jornalísticos e Noblat deu razão à lei. Ele ainda retuitou um post de Bob Fernandes que disse: “Os que alardeavam terem sido ‘censurados’, censuram Guga, suspenso da Pan desde quarta-feira. E hoje, segunda-feira, ele foi demitido”. Carla Cecato estava afastada da Jovem Pan desde o início de outubro, quando decidiu se licenciar para participar da campanha de reeleição de Jair Bolsonaro, e não vai voltar ao grupo. Durante esse período, ela teve sua credibilidade jornalística questionada por virar uma disseminadora de notícias falsas em seu Instagram. Por conta disso, teve posts bloqueados e recebeu um aviso de que seu perfil não era confiável para informações jornalísticas devido a quantidade de vídeos manipulados. Ela apostava em outra carreira, tentando uma vaga como deputada federal, mas não se elegeu. Já Guilherme Fiuza era o mais extremista do grupo dispensado. Seu último tuite antes da demissão insinuava que as eleições foram fraudadas. “Os caminhoneiros não estão parados contra o resultado da eleição. Estão parados porque, como a totalidade da população que vive do seu trabalho, pediram eleições limpas e não foram atendidos. Eleição limpa tem que poder ser auditada e não precisa de censura”, ele escreveu pouco antes de ser sacado. Este post era frontalmente contrário a um editorial publicado pelo grupo na noite de domingo (30/10), para reforçar a lisura das eleições e a defesa da democracia, e indicar que a Jovem Pan “não irá se omitir” caso ocorresse algum golpe. “Com a proclamação do presidente que conduzirá o país pelos próximos quatro anos, renovamos nosso compromisso com o Brasil, com a democracia, com a nossa Constituição cidadã e com os Poderes e Instituições que sustentam a nossa República”, disse o trecho principal do editorial. “Os candidatos que disputaram as eleições deste ano devem ter esse compromisso claro e serem os primeiros — tenham vencido ou não — a manifestar a defesa e a confiança na decisão soberana do povo”. Fiuza e Augusto Nunes também já estavam afastados da emissora, por se recusarem a deixar de chamar Lula de “ex-presidiário”, “condenado” ou “descondenado”, entre outras denominações pejorativas, em descumprimento à orientação do TSE. Junto com eles, também foram afastados pelo mesmo motivo Ana Paula Henkel e Zoe Martínez. Ao voltar ao “Morning Show” nesta segunda (31/10), Zoe chorou com o resultado das eleições. De todos os afastados, Augusto Nunes foi o único que foi saudado com um comunicado padrão, incluindo a desculpa da saída “em comum acordo”, mas com alerta de “cláusula de confidencialidade”. “Em comum acordo, O Grupo Jovem Pan e o jornalista Augusto Nunes entenderam por bem pôr fim à parceria de trabalho que estava vigente há mais de cinco anos, através da empresa do Augusto, Lauda Comunicação Ltda, sem qualquer animosidade ou juízo de valor”, diz o texto. “Os termos e detalhes do deslinde não serão objetos de comentários por conta de o contrato de origem estar acobertado e protegido por cláusula de sigilo e confidencialidade. O Grupo Jovem Pan agradece o jornalista Augusto Nunes e deseja sucesso nas novas fronteiras que ele haverá de desbravar.” Nunes, que chegou a agredir fisicamente outro jornalista, convidado do programa “Pânico” da Jovem Pan, é alvo de alguns processos por calúnia e difamação na Justiça. Não está claro se as demissões acabaram ou se outros nomes da Jovem Pan ainda vão se juntar à lista de futuros YouTubers independentes. Por via das dúvidas, Zoe Martínez lançou seu próprio site nesta segunda para divulgar seus vídeos.
Jovem Pan reconhece vitória de Lula e começa “limpa” de radicais
A Jovem Pan está em processo de mudança editorial. Em seu site oficial, a empresa de rádio, TV e internet publicou um texto reconhecendo a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva e pedindo que Jair Bolsonaro faça o mesmo. Ao mesmo tempo, demitiu alguns de seus funcionários mais radicais, como Augusto Nunes e Caio Coppola, mas também Guga Noblat, um dos mais ponderados – e “esquerdista” perdido em seu elenco – , e há rumores de que outros nomes os seguirão, numa mudança de rumo, após seu canal jornalístico, Jovem Pan News, tornar-se porta-voz da extrema direita no Brasil. Publicado na noite de domingo (30/10), o texto editorial não cita nominalmente Lula e Bolsonaro, mas reforça uma defesa da democracia e indica que a emissora “não irá se omitir” caso ocorra algum golpe. “Com a proclamação do presidente que conduzirá o país pelos próximos quatro anos, renovamos nosso compromisso com o Brasil, com a democracia, com a nossa Constituição cidadã e com os Poderes e Instituições que sustentam a nossa República”, diz o trecho principal. “Os candidatos que disputaram as eleições deste ano devem ter esse compromisso claro e serem os primeiros — tenham vencido ou não — a manifestar a defesa e a confiança na decisão soberana do povo”, segue. O texto ainda lista uma série de “pedidos” a Lula sobre bandeiras liberais que, na visão da emissora, devem ser defendidas no futuro governo. Pede, por exemplo, por “desestatização”, que não foi feita por Bolsonaro, e que Lula combata as desigualdades sociais “sem assistencialismo barato”, embora Bolsonaro tivesse praticado eleitoralmente o chamado “assistencialismo barato” com o programa Auxílio Brasil. Nada disso faz sentido nem como bandeira bolsonarista nem está alinhado ao plano de governo de Lula. Por outro lado, a Jovem Pan sinalizou que não pretende ecoar eventuais ataques antidemocráticos de Bolsonaro. “Mais importante: a Jovem Pan não vai se omitir e jamais vai aceitar afrontas ao Estado Democrático de Direito e a destruição de nosso país”. Há boatos sobre motivos extras para a demissão de Coppola, que podem se tornar notícia mais adiante, mas ele não se manifestou. Já Guga Noblat deu sua própria versão para sua demissão, sugerindo retaliação da emissora: “Acabo de ser comunicado que estou fora da Jovem Pan por não ter defendido a rádio na história da censura. Estava desde a semana passada afastado e agora é definitivo”, disse nas redes sociais. Noblat não esteve entre os funcionários da Jovem Pan News que acusaram o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) de realizar censura na programação da emissora por exigir que eles parassem de atacar o então candidato Lula com fake news e dessem o mesmo tratamento dispensado ao incumbente, sempre muito elogiado. A legislação eleitoral exige tratamento isonômico entre candidatos em veículos jornalísticos. De todo modo, a despedida dos dois não gerou a mesma deferência concedida a Augusto Nunes, que foi afastado com direito a comunicado padrão, com a desculpa da saída “em comum acordo”, mas com alerta de “cláusula de confidencialidade”. “Em comum acordo, O Grupo Jovem Pan e o jornalista Augusto Nunes entenderam por bem pôr fim à parceria de trabalho que estava vigente há mais de cinco anos, através da empresa do Augusto, Lauda Comunicação Ltda, sem qualquer animosidade ou juízo de valor”, diz o texto. “Os termos e detalhes do deslinde não serão objetos de comentários por conta de o contrato de origem estar acobertado e protegido por cláusula de sigilo e confidencialidade. O Grupo Jovem Pan agradece o jornalista Augusto Nunes e deseja sucesso nas novas fronteiras que ele haverá de desbravar.” Circulam comentários de bastidores que outros nomes da Jovem Pan devem se somar à lista de futuros YouTubers independentes.
Globo anuncia volta de “Linha Direta” com Pedro Bial
A Globo confirmou a volta de seu principal programa policial, o “Linha Direta”, que teve episódios exibidos entre 1990 e 2007. Originalmente apresentado pelos jornalistas Domingos Meirelles e Marcelo Rezende, o programa será assumido agora por Pedro Bial (que atualmente apresenta o “Conversa com Bial”), num retorno previsto para 2023. O anúncio foi feito nesta quinta-feira (27/10) em um evento voltado ao mercado publicitário em São Paulo e compartilhado no Twitter da empresa. A volta do programa foi revelada em setembro pela coluna de Patricia Kogut, no jornal O Globo, enquanto estava sendo desenvolvido pelo diretor Mariano Boni. O sucesso do podcast/série sobre o Caso Evandro, na Globoplay, teria alertado a empresa para o interesse do público nas notícias de crime real. E o fenômeno da audiência da série sobre o assassinato de Daniella Perez, na HBO Max, só confirmou a tendência. Além disso, um canal independente que reúne edições antigas do próprio “Linha Direta” virou um fenômeno no YouTube, com quase 200 mil inscritos e 3 milhões de visualizações em alguns episódios. Ainda não há detalhes sobre a nova produção, nem se a atração seguirá o mesmo formato dos últimos anos em que ficou no ar. A versão original do “Linha Direta” estreou em março de 1990 com casos de crimes em que os suspeitos estavam foragidos da Justiça. O programa exibia simulações feitas por atores e depoimentos de testemunhas. Essa primeira fase do Linha Direta ficou no ar até julho daquele ano, apresentada por Hélio Costa. Em 1999 o programa voltou, desta vez sob o comando de Marcelo Rezende (1951-2017) e com base em noticiários recentes, mas também reconstituindo casos célebres, como o assassinato de Ângela Diniz. Domingos Meirelles assumiu o programa em 2002 e permaneceu até o fim da atração, em 2007. Ao longo de sua exibição, a produção jornalística contribuiu para a prisão de quase 400 foragidos. Em setembro de 2002, representantes do Centro Brasileiro de Defesa dos Direitos Humanos afirmaram que a atração era de utilidade pública. “Linha Direta” também teve edições especiais sobre casos com elementos sobrenaturais, como o do Edifício Joelma e o da Operação Prato. O #LinhaDireta volta em 2023 e com Pedro Bial no comando! #Vemaí pic.twitter.com/JePkTuQevZ — TV Globo 📺 (@tvglobo) October 27, 2022
Estreia de “Rota 66” retrata um Brasil “muito triste, muito violento”
A série “Rota 66 – A Polícia que Mata”, que estreou nessa quinta (22/9) na plataforma de streaming Globoplay, é baseada no livro homônimo do jornalista Caco Barcellos, que em 1992, muito antes do movimento “Vidas Negras Importam”, causou furor por apontar ações de extermínio da tropa de elite da PM paulista, a Rota, na periferia de São Paulo, que vitimaram basicamente pessoas negras e pobres. “A expectativa para o lançamento é muito grande”, contou Barcellos, durante a coletiva de imprensa da série. “Trabalhei sete anos na investigação dessa história. Durante o processo de apuração, imaginava isso virando um roteiro para o cinema.” “Andava pelas comunidades e, quando cruzava com a história de alguém que havia sido vítima das ações da Rota, tentava captar os diálogos das pessoas, fazendo com que elas relembrassem todos os detalhes dos episódios que levaram à morte de um filho, de um irmão, por exemplo, pensando justamente em construir esses diálogos, imaginando um futuro roteiro. Nunca deixei esse assunto de lado”, completou ele. Na série, Barcellos é vivido por Humberto Carrão (“Marighella”), que na trama arrisca a própria vida para denunciar o aparente genocídio. “Foi uma grande responsabilidade para mim, como ator, e para todo o elenco, roteiristas e diretores dar conta de adaptar um livro como o ‘Rota 66’ para o audiovisual”, contou o ator. “A série, ao mesmo tempo, é uma aventura muito bonita, não só pelo Caco ser um grande jornalista, mas também por retratar o ‘jornalismo de acompanhamento’, que ele tanto faz em suas reportagens. Diria que é quase uma forma de homenagear a forma dele de pensar e fazer o jornalismo”. Carrão também falou sobre o processo de preparação para interpretar o jornalista na série. “Tentei aprender as coisas do corpo, a forma de ouvir. Vi mil reportagens, de diferentes épocas, já que a série abrange dez anos. Isso cria um caldo de referências, e ainda tem a afetiva. Mas não senti um peso de que teria que ser o Caco”, explicou ele. A série não vai mostrar apenas a vida profissional do repórter, mas também o seu lado pessoal. “Estive muito tenso antes de ver as primeiras cenas, mas acho que fiquei melhor na ficção do que na vida real”, brincou Barcellos, que também contou que não participou do desenvolvimento do roteiro da série, mas colaborou da maneira que pôde. “Minha postura foi colaborar ao máximo”, explicou ele. “Sugeri a eles: ‘Vão atrás das pessoas que não gostam do meu trabalho, não gostam de mim, para construir um personagem mais complexo, talvez’. E eles se dedicaram muito a me investigar. Quando você é investigado, é claro que fica numa certa tensão. O que será que falam de mim por aí?” A trama da série mergulha no período mais violento de atuação da Rota, entre 1970 e 1990. E o que o jornalista descobriu durante as suas investigações foi que não eram só os bandidos que eram mortos pela polícia. “Embora eu considere grave matar criminoso, evidentemente é mais grave ainda matar pessoas inocentes que nem sequer tiveram um ato ilícito ou um confronto com a polícia. Isso me assustou muito”, disse Barcellos. Falando sobre o processo de escrita do livro, o jornalista explicou que “a maior dificuldade do processo era conviver com as pessoas vítimas dessa violência, enquanto a maior motivação era fazer essa denúncia. Só não desisti por conta disso – sofro muito com a injustiça, mas esse sofrimento não me paralisa, pelo contrário, me movimenta, é um combustível, minha energia para continuar.” “Eu não saberia contar quantas vezes eu acordei com pesadelos horrorosos, com gritos horrorosos. Evidentemente, fiz um processo terapêutico para entender que eram essas vidas eliminadas que (me) acompanham”, completou ele. Barcellos diz que se emocionou ao ver seu esforço traduzido para a tela. “Ver tudo o que eu apurei realizado visualmente é especial e emocionante. Fiquei sensibilizado com a interpretação dos atores”, contou ele. O elenco também destaca Lara Tremouroux (“Medusa”) no papel de uma jornalista que trabalha com Carrão, Adriano Garib (“Bom Dia, Verônica”) como um repórter experiente e mentor da dupla principal, além de Aílton Graça (“Carcereiros”), Ariclenes Barroso (“Segunda Chamada”) e Naruna Costa (“Colônia”). Naruna disse que, para se preparar para o seu papel, ela acompanhou as Mães de Maio de São Paulo, uma organização das famílias das quase 500 vítimas dos chamados Crimes de Maio de 2006, praticados pela polícia. “Foi impactante ouvir o quanto uma morte numa família gera outras mortes simbólicas, de afeto, mas, ao mesmo tempo, geram também outras vidas”, contou ela. “Afinal, muitas mulheres se descobriram líderes dentro de suas comunidades.” A atriz contou que trouxe muito da sua própria experiência para sua personagem. “Sou nascida e criada na periferia da Zona Sul de São Paulo, então vivenciei muito desse cenário que a série traz na minha infância e juventude. É muito doído para quem tem uma relação direta com essas histórias atravessar essa dor e poder contá-las”, disse ela. “Minha personagem, Anabela, é a tradução dessa força. Ela teve a vida devastada por essa violência policial.” “Nosso país foi fundado a partir da morte de muitas pessoas, especialmente pretas, e ainda carrega essa realidade. Então a série fala muito do hoje também”, continua ela. “É uma história que presta um serviço forte sobre [a denúncia d]o genocídio negro no Brasil. É importante que esse tema atinja todos os tipos de público, com variadas visões. Ela percorre anos de um Brasil infelizmente muito próximo do que estamos vivendo hoje. Mais do que representar uma personagem, penso na representatividade que tenho nesse projeto”, concluiu. Falando sobre essa história violenta contemporânea, Caco Barcellos conta que, na época da escrita do livro, a “mentalidade miliciana” estava embrenhada na Rota. “O miliciano é essencialmente um preguiçoso. O violento não gosta de trabalhar, inclusive os fardados. Porque é complicado trabalhar, investigar. É mais simples, entre aspas, usar a perversidade da tortura.” Humberto Carrão, que acompanhou o jornalista numa reportagem no Morro do Salgueiro como parte de sua pesquisa, contou que experimentou o impacto da violência nessa incursão. “É muito complexo, muito triste, muito violento. Enquanto o Caco estava entrevistando uma mãe, eu ouvi comentários de que tinha acabado de acontecer uma Troia, um método inconstitucional no qual o policial se esconde na mata ou em uma casa e espera um jovem considerado suspeito passar para executá-lo”, contou. Apesar disso, Caco Barcellos é esperançoso em relação ao futuro. “Tenho esperança nas novas gerações, as bandeiras identitárias significam gestos de esperança. Os jovens são mais conscientes e não estão admitindo, como aceitavam no passado, essa brutalidade contra eles. Tenho uma grande esperança que as coisas melhorem, a mesma que tinha quando fiz aquela investigação no passado”, disse ele. “Eu divido com o Caco a esperança de que as coisas possam se transformar, mas também a frustração e a tristeza de que trabalhos tão contundentes tenham sido feitos durante esses anos e, mesmo assim, os números de violência continuam grandes ou até maiores do que eram 30 anos atrás”, denunciou o ator. “A realidade continua e está até pior, pois vivemos um momento de estímulo e intenção de volta a esse passado” “‘Rota 66’ é uma série dura, sobre as pessoas que sobrevivem a esse cenário de violência, e que traz uma ferramenta política muito importante”, completou Carrão. Coprodução da Boutique Filmes, “Rota 66 – A Polícia que Mata” tem roteiro de Teodoro Poppovic, criador de “Ninguém Tá Olhando” na Netflix, e direção de Philippe Barcinski (“Entre Vales”) e Diego Martins (“Hard”). A série teve seus primeiros quatro episódios disponibilizados na madrugada desta quinta (22/9) e novos capítulos serão adicionados semanalmente no serviço de streaming Globoplay. Assista abaixo ao trailer.
Rota 66: Humberto Carrão denuncia violência policial em trailer tenso da Globoplay
A Globoplay divulgou o trailer de “Rota 66 – A Polícia que Mata”, série policial que estreia na quinta-feira (22/9). A prévia impactante mostra ações de extermínio da polícia paulista em bairros pobres e a falta de ação da Justiça para impedir que pessoas inocentes continuassem a ser assassinadas por conta da cor de suas peles. A trama adapta o livro homônimo do jornalista Caco Barcellos, lançado em 1992, que mergulha no período mais violento de atuação da Rota, a tropa de elite da PM paulista, entre 1970 e 1990. Na série, o repórter vivido por Humberto Carrão (“Marighella”) descobre cada vez mais vítimas inocentes da polícia na periferia de São Paulo, percebendo que a violência excessiva é cometida exclusivamente contra negros e pobres. Ele arrisca a própria vida para denunciar o aparente genocídio. O elenco também destaca Lara Tremouroux (“Medusa”) no papel de uma jornalista que trabalha com Carrão, Adriano Garib (“Bom Dia, Verônica”) como um repórter experiente e mentor da dupla principal, além de Aílton Graça (“Carcereiros”), Naruna Costa (“Colônia”), Ariclenes Barroso (“Segunda Chamada”) e outros. Coprodução da Boutique Filmes, a série tem roteiro de Teodoro Poppovic, criador de “Ninguém Tá Olhando” na Netflix, e direção de Philippe Barcinski (“Entre Vales”) e Diego Martins (“Hard”).
Humberto Carrão encontra Caco Barcellos nos bastidores da nova série “Rota 66″
O ator Humberto Carrão (“Marighella”) compartilhou em seu Instagram uma foto com o jornalista Caco Barcellos (“Profissão Repórter”), tirada nos bastidores de “Rota 66 – A Polícia que Mata”, série que estreia no próximo dia 22 no Globoplay. “Que alegria estar perto do Caco!”, escreveu o ator, que interpreta o jornalista na produção. A trama adapta o livro homônimo de Barcellos e é focada no período mais violento de atuação da Rota, a tropa de elite da PM paulista, entre 1970 e 1990. Na série, o repórter vivido por Carrão descobre cada vez mais vítimas inocentes da polícia na periferia de São Paulo. Longe dos holofotes, a violência excessiva é cometida contra jovens negros e pobres. O elenco também destaca Lara Tremouroux (“Medusa”) no papel de uma jornalista que trabalha com Carrão, Adriano Garib (“Bom Dia, Verônica”) como um repórter experiente e mentor da dupla principal, além de Aílton Graça (“Carcereiros”) como integrante do núcleo policial da história. Coprodução da Boutique Filmes, a série tem roteiro de Teodoro Poppovic, criador de “Ninguém Tá Olhando” na Netflix, e direção de Philippe Barcinski (“Entre Vales”) e Diego Martins (“Hard”). Barcellos ganhou o Prêmio Jabuti na categoria Reportagem pelo livro “Rota 66”, lançado em 1992. Ver essa foto no Instagram Uma publicação compartilhada por humbertocarrao (@humbertocarrao)
Globo planeja volta do “Linha Direta” na onda da temática “true crime”
Em meio à disparada de interesses por podcasts e documentários de true crime, a Globo decidiu resgatar seu principal programa policial, o “Linha Direta”, que teve episódios exibidos entre 1990 e 2007. Segundo a coluna de Patricia Kogut, no jornal O Globo, o projeto de resgate ainda está em fase inicial e sendo desenvolvido em sigilo pelo diretor Mariano Boni. O sucesso do podcast/série sobre o Caso Evandro, na Globoplay, teria alertado para o interesse do público nas notícias de crime real. E o fenômeno da audiência da série sobre o assassinato de Daniella Perez, na HBO Max, só confirmou a tendência. Além disso, um canal independente que reúne edições antigas do próprio “Linha Direta” virou um fenômeno no YouTube, com quase 200 mil inscritos e 3 milhões de visualizações em alguns episódios. Ainda não há detalhes sobre quem seria o novo apresentador, nem se a atração seguirá o mesmo formato dos últimos anos em que ficou no ar. A versão original do “Linha Direta” estreou em março de 1990 com casos de crimes em que os suspeitos estavam foragidos da Justiça. O programa exibia simulações feitas por atores e depoimentos de testemunhas. Essa primeira fase do Linha Direta ficou no ar até julho daquele ano, apresentada por Hélio Costa. Em 1999 o programa voltou, desta vez sob o comando de Marcelo Rezende (1951-2017), com base em noticiários recentes, mas também reconstituindo casos célebres, como o assassinato de Ângela Diniz. Domingos Meirelles assumiu o programa em 2002 e permaneceu até o fim da atração, em 2007. Ao longo de sua exibição, a produção jornalística contribuiu para a prisão de quase 400 foragidos. Em setembro de 2002, representantes do Centro Brasileiro de Defesa dos Direitos Humanos afirmaram que a atração era de utilidade pública. “Linha Direta” também teve edições especiais sobre casos com elementos sobrenaturais, como o do Edifício Joelma e o da Operação Prato.
Julianna Margulies vai retornar na 3ª temporada de “The Morning Show”
A Apple TV+ anunciou que a atriz Julianna Margulies (“The Good Wife”) retornará para a 3ª temporada de “The Morning Show”. Ela vai reprisar sua atuação como Laura Peterson, âncora da UBA News, juntando-se ao estrelado elenco da série, que nos novos episódios também vai incluir o recém-anunciado Jon Hamm (“Mad Men”) A 3ª temporada de “The Morning Show” já está sendo rodada e vai marcar a estreia de Charlotte Stroud (“Fosse/Verdon”) no cargo de showrunner, substituindo Kerry Ehrin à frente da produção. A criadora da série, que está desenvolvendo novas atrações para a Apple TV+, continuará como consultora do programa. O drama estrelado por Jennifer Aniston e Reese Witherspoon teve vários eventos polarizadores em seu segundo ano de produção, incluindo a saída de Steve Carell, que ajudou a tornar a série uma das mais comentadas da Apple. O elenco também conta com Billy Crudup, Mark Duplass, Karen Pittman, Bel Powley, Desean Terry, Janina Gavankar, Victoria Tate, Greta Lee, Valeria Golino, Ruairi O’Connor, Holland Taylor e Nestor Carbonell. Ainda não há previsão de estreia para os novos episódios.
Reese Witherspoon anuncia início das gravações de “The Morning Show 3”
A atriz e produtora Reese Witherspoon usou sua conta do Instagram para avisar aos fãs que as gravações da 3ª temporada de “The Morning Show” já começaram. Ela postou um vídeo no set do telejornal da série, ao som de “Guess Who’s Back”, de Eminem. “Nós estamos de volta”, celebrou a estrela na publicação. A 3ª temporada vem com uma mudança nos bastidores: Charlotte Stroud (“Fosse/Verdon”) assumiu o cargo de showrunner, substituindo Kerry Ehrin na produção. A criadora da série, que está desenvolvendo novas atrações para a Apple TV+, continuará como consultora do programa. O drama estrelado por Jennifer Aniston e Reese Witherspoon teve vários eventos polarizadores em seu segundo ano de produção, incluindo a saída de Steve Carell do elenco, que ajudou a tornar a série uma das mais comentadas da Apple. O elenco também conta com Billy Crudup, Mark Duplass, Karen Pittman, Bel Powley, Desean Terry, Janina Gavankar, Victoria Tate, Greta Lee, Valeria Golino, Ruairi O’Connor, Holland Taylor e Nestor Carbonell. Ainda não há previsão de estreia para os novos episódios. Ver essa foto no Instagram Uma publicação compartilhada por Reese Witherspoon (@reesewitherspoon)
Jon Hamm entra na 3ª temporada de “The Morning Show”
O ator Jon Hamm está se juntando à 3ª temporada de “The Morning Show”, da Apple TV+. O astro de “Mad Man” e do blockbuster “Top Gun: Maverick” interpretará Paul Marks, um titã corporativo que está de olho no canal UBA, atraindo os personagens para sua poderosa órbita. A 3ª temporada da série dramática terá Charlotte Stoudt (criadora de “Ninguém Pode Saber”) como showrunner e entra em produção no final deste mês. Stroud substitui Kerry Ehrin na produção porque a criadora da série está desenvolvendo novas atrações para a plataforma de streaming – ela continuará como consultora do programa. O drama estrelado por Jennifer Aniston e Reese Witherspoon teve vários eventos polarizadores em seu segundo ano de produção, incluindo a saída de Steve Carell do elenco, que ajudou a tornar a série uma das mais comentadas da Apple. O elenco também conta com Billy Crudup, Mark Duplass, Karen Pittman, Bel Powley, Desean Terry, Janina Gavankar, Victoria Tate, Greta Lee, Valeria Golino, Ruairi O’Connor, Holland Taylor e Nestor Carbonell.
O Debate: Primeiro filme dirigido por Caio Blat ganha trailer
A Paris Filmes divulgou o pôster e o trailer de “O Debate”, drama político que marca a estreia do ator Caio Blat (“Califórnia”) como diretor de cinema. O ator conta com padrinhos fortes para iniciar a nova função: o filme foi escrito pelos cineastas Guel Arraes (“O Auto da Compadecida”) e Jorge Furtado (“Real Beleza”), adaptando um livro/peça de mesmo nome que os dois escreveram. A trama se passa durante o último debate presidencial antes do segundo turno das eleições no Brasil e acompanha o ponto de vista conflitante de dois jornalistas casados, que trabalham juntos numa emissora de televisão e estão se separando após quase 20 anos. Os protagonistas são vividos por Débora Bloch (“Segunda Chamada”) e Paulo Betti (“Órfãos da Terra”), e, além de dirigir, Blat também faz uma participação diante das câmeras. A separação serve de pano de fundo para debates intensos sobre amor, liberdade, política e a vida do país nos últimos anos. Ele é editor-chefe e ela apresentadora do mesmo telejornal, e suas visões distintas sobre como devem conduzir a edição dos melhores momentos do debate que a TV vai exibir pode interferir na escolha de centenas de milhares de eleitores indecisos. Vale observar um clima de encenação teatral na prévia, totalmente centrada em diálogos dos dois personagens centrais, e um viés “militante”, que lembra que o co-roteirista Jorge Furtado já usou uma peça como ponto de partida de um documentário para questionar a cobertura política da imprensa, “O Mercado de Notícias” (2014). “O Debate” será lançado nos cinemas de todo o país no dia 25 de agosto. A produção é da Giros Filmes, que já prepara o segundo filme de Caio Blat como diretor: “Cacilda Becker em Cena Aberta”, que trará Marjorie Estiano (“Sob Pressão”) como a lendária Cacilda Becker, uma das maiores atrizes da história do teatro no Brasil.
Caio Blat vai estrear como diretor em filme sobre eleições presidenciais
Caio Blat já atuou em muitos filmes premiados, de “Lavoura Arcaica” (2001) a “BR 716” (2016), e agora se encaminha para uma nova fase de sua carreira. Ele vai estrear na direção com o lançamento em agosto de “O Debate”. O ator conta com padrinhos fortes para iniciar a nova função: o filme foi escrito pelos cineastas Guel Arraes (“O Auto da Compadecida”) e Jorge Furtado (“Real Beleza”). A trama se passa durante o último debate presidencial antes do segundo turno das eleições no Brasil e acompanha o ponto de vista conflitante de dois jornalistas casados, que trabalham juntos numa emissora de televisão e estão se separando após quase 20 anos. Os protagonistas são vividos por Débora Bloch (“Segunda Chamada”) e Paulo Betti (“Órfãos da Terra”), e Blat também fará uma participação diante das câmeras. A separação serve de pano de fundo para debates intensos sobre amor, liberdade, política e a vida do país nos últimos anos. Ele é editor-chefe e ela apresentadora do mesmo telejornal, e suas visões distintas sobre como devem conduzir a edição dos melhores momentos do debate que a TV vai exibir pode interferir na escolha de centenas de milhares de eleitores indecisos. “O Debate” será lançado nos cinemas de todo o país no dia 25 de agosto, com distribuição da Paris Filmes. A produção é da Giros Filmes, que já prepara o segundo filme de Caio Blat como diretor: “Cacilda Becker em Cena Aberta”, que trará Marjorie Estiano (“Sob Pressão”) como a lendária Cacilda Becker, uma das maiores atrizes da história do teatro no Brasil.











