Críticos de Nova York elegem filme japonês como melhor do ano
O drama japonês “Drive My Car”, de Ryusuke Hamaguchi, foi eleito o Melhor Filme de 2021 pelo Círculo de Críticos de Cinema de Nova York (NYFCC, na sigla em inglês) na noite de sexta-feira (3/12). Vencedor do prêmio de Melhor Roteiro do Festival de Cannes deste ano e indicado pelo Japão a disputar uma vaga no Oscar de Melhor Filme Internacional, o longa acompanha um diretor viúvo que, ao ser convidado a comandar uma peça em Hiroshima, passa a contar com os serviços de uma motorista estoica, com quem começa a dividir histórias e segredos. Os críticos de Nova York também votaram em Lady Gaga (por “Casa Gucci”) e Benedict Cumberbatch (por “Ataque dos Cães”) como melhores atores do ano. Título mais premiado da lista, “Ataque dos Cães” ainda rendeu citações a Jane Campion pela Melhor Direção e a Kodi Smit-McPhee como Melhor Ator Coadjuvante. Kathryn Hunter foi eleita Melhor Atriz Coadjuvante por sua atuação em “The Tragedy of Macbeth”. A lista ainda incluiu os vencedores de outras duas votações desta semana. “Licorice Pizza” (Melhor Filme da votação do National Board of Review, na quinta) como Melhor Roteiro e “A Filha Perdida” (Melhor Filme do Gotham Awards, na segunda) como Melhor Direção de Estreia – premiando, respectivamente, os cineastas Paul Thomas Anderson e Maggie Gyllenhaal. O musical “Amor, Sublime Amor”, de Steven Spielberg, levou o prêmio de Melhor Fotografia, “A Família Mitchell e a Revolta das Máquinas” foi a Melhor Animação, o dinamarquês “Flee”, de Jonas Poher Rasmussen, foi eleito Melhor Documentário, e o norueguês “The Worst Person in the World”, de Joachim Trier, destacou-se como Melhor Filme Estrangeiro. Fundado em 1935, o NYFCC inclui críticos de jornais, revistas e blogs especializados, mas não integrantes da crítica televisiva, por isso tende a favorecer uma produção mais independente. No ano passado, o vencedor de sua votação foi o drama indie “First Cow”, de Kelly Reichardt, que nem sequer foi indicado ao Oscar. Veja abaixo o trailer de “Drive My Car”, que ainda não tem previsão de estreia no Brasil.
Benedict Cumberbatch teve intoxicação por fumar no filme “Ataque dos Cães”
O ator Benedict Cumberbatch (“Doutor Estranho”) revelou que teve três intoxicações por nicotina ao fumar cigarros reais nas filmagens “Ataque dos Cães” (The Power of the Dog), que estreia na Netflix em 1º de dezembro. “Cigarros sem filtro, tomada após tomada após tomada. Eu tive intoxicação por nicotina três vezes. Quando você precisa fumar muito, é horrível de verdade”, disse o ator em entrevista à revista Esquire. Ele contou que, em busca da maior fidelidade possível para o primeiro papel de cowboy de sua carreira, também evitou tomar banho para ter um fedor autêntico do Velho Oeste. “Eu queria aquela camada de fedor em mim. Queria que as pessoas ao meu redor soubessem o meu cheiro. Mas foi difícil, não foi só durante os ensaios. Eu saía para comer e conhecer amigos da Jane [Campion, a diretora do filme]. Fiquei com um pouco de vergonha da faxineira do local onde eu estava morando”, confessou. Indo além, passou a manter o sotaque e só atender quem lhe chamasse pelo nome de seu personagem, Phil. O ator mantinha até o sotaque para não sair do personagem, e não respondia quando alguém o chamava pelo seu nome real: “Quando alguém esquecia, no primeiro dia, e me chamava de Benedict, eu não me mexia”. O personagem do ator é um homem intimidador e bruto, e razão de desespero para a personagem de Kirsten Dunst (“Melancolia”), diante do bullying que ele pratica contra seu filho, encarnado por Kodi Smit-McPhee (“X-Men: Fênix Negra”). A perseguição maldosa também deixa claro o subtexto gay do interesse do vilão em sua vítima. O elenco ainda destaca Jesse Plemons (“Judas e o Messias Negro”), casado com Dunst na vida real. A trama adapta o romance homônimo de Thomas Savage sobre o relacionamento complicado entre dois irmãos, Phil (Cumberbatch) e George Burbank (Plemons). Quando George se casa secretamente com uma viúva (Dunst), seu irmão trava uma guerra implacável para destrui-la. A adaptação é dirigida por Jane Campion, primeira mulher a vencer a Palma de Ouro do Festival de Cannes – por “O Piano”, em 1993 – e que acrescentou em sua estante o troféu de Melhor Direção no Festival de Veneza deste ano com esta nova obra. “Ataque dos Cães” também venceu o Festival de San Sebastián e atingiu 92% de aprovação da crítica norte-americana e britânica no site Rotten Tomatoes.
Ataque dos Cães: Benedict Cumberbatch é cowboy maldoso em trailer tenso
A Netflix divulgou novos pôsteres e o trailer legendado de “Ataque dos Cães” (The Power of the Dog), western dirigido por Jane Campion, primeira mulher a vencer a Palma de Ouro do Festival de Cannes – por “O Piano”, em 1993 – e que acrescentou em sua estante o troféu de Melhor Direção no Festival de Veneza deste ano com esta nova obra. A prévia explora o poder intimidador do protagonista, um homem bruto encarnado pelo ator inglês Benedict Cumberbatch (“Dr. Estranho”) no primeiro papel de cowboy de sua carreira, e o desespero da personagem de Kirsten Dunst (“Melancolia”) diante do bullying que ele pratica contra seu filho, encarnado por Kodi Smit-McPhee (“X-Men: Fênix Negra”). A perseguição maldosa também deixa claro o subtexto gay do interesse do vilão em sua vítima. O elenco ainda destaca Jesse Plemons (“Judas e o Messias Negro”), casado com Dunst na vida real. A trama adapta o romance homônimo de Thomas Savage sobre o relacionamento complicado entre dois irmãos, Phil (Cumberbatch) e George Burbank (Plemons). Quando George se casa secretamente com uma viúva (Dunst), seu irmão trava uma guerra implacável para destrui-la. “Ataque dos Cães” também venceu o Festival de San Sebastián e atingiu 92% de aprovação da crítica norte-americana e britânica no site Rotten Tomatoes. A estreia em streaming vai acontecer em 1 de dezembro.
Produções da Netflix dominam indicações ao Gotham Awards
O Gotham Awards, troféu nova-iorquino dedicado a produções independentes, que tradicionalmente marca o começo da temporada anual de premiações de cinema nos EUA, divulgou os indicados de sua edição de 2021 nesta quinta (21/10). E a lista cria um polêmica em relação à definição do conceito de produção independente, já que foi completamente dominada pela Netflix. A empresa multibilionária e nada indie ficou com 14 indicações, com destaque para “The Lost Daughter” e “Passing”, que se tornaram os títulos mais nomeados com cinco citações cada, incluindo na categoria de Melhor Filme. A Netflix também lidera em indicações individuais com Rebecca Hall e Maggie Gyllenhaal, que em suas estreias como diretoras em “The Lost Daughter” e “Passing” vão disputar os prêmios de Cineasta Revelação e Melhor Roteiro, ambas. E ainda emplacou os primeiros reconhecimentos da indústria americana a “Round 6”, com duas indicações nas categorias de Séries. Como se não bastasse, a programação do serviço de streaming será homenageada com dois prêmios especiais: “Vingança & Castigo” (The Harder They Fall) receberá o prêmio de Melhor Elenco e Jane Campion, que assina “The Power of the Dog”, o Tributo de Direção deste ano. Outro título de streaming, “No ritmo do coração” (CODA), adquirido pela Apple após vencer o Festival de Sundance, também conseguiu destaque, ao conquistar três indicações, todas por atuação. Já a lista de Melhor Filme inclui, além “The Lost Daughter” e “Passing”, mais três títulos inéditos no Brasil: “The Green Knight”, “Test Pattern” e “Pig”. No ano passado, o vencedor foi “Nomadlands”, que acabou conquistando o Oscar. O Gotham Awards deste ano vai acontecer no prédio histórico Cipriani Wall Street, localizado no coração de Manhattan, no dia 29 de novembro, abrindo a temporada de premiações dos melhores do ano no cinema americano, que se estende até a entrega do Oscar. MELHOR FILME The Green Knight The Lost Daughter Passing Pig Test Pattern MELHOR DOCUMENTÁRIO Ascension Faya Dayi Flee President Summer Of Soul (…Or, When The Revolution Could Not Be Televised) MELHOR FILME INTERNACIONAL Azor Drive My Car The Souvenir Part II Titane What Do We See When We Look at the Sky? The Worst Person In The World PRÊMIO BINGHAM RAY PARA CINEASTA REVELAÇÃO Maggie Gyllenhaal (The Lost Daughter) Edson Oda (Nine Days) Rebecca Hall (Passing) Emma Seligman (Shiva Baby) Shatara Michelle Ford (Test Pattern) MELHOR ROTEIRO The Card Counter (Paul Schrader) El Planeta (Amalia Ulman) The Green Knight (David Lowery) The Lost Daughter (Maggie Gyllenhaal) Passing (Rebecca Hall) Red Rocket (Sean Baker & Chris Bergoch) MELHOR ATUAÇÃO Olivia Colman (The Lost Daughter) Frankie Faison (The Killing of Kenneth Chamberlain) Michael Greyeyes (Wild Indian) Brittany S. Hall (Test Pattern) Oscar Isaac (The Card Counter) Taylour Paige (Zola) Joaquin Phoenix (C’mon C’mon) Simon Rex (Red Rocket) Lili Taylor (Paper Spiders) Tessa Thompson (Passing) MELHOR ATUAÇÃO COADJUVANTE Reed Birney (Mass) Jessie Buckley (The Lost Daughter) Colman Domingo (Zola) Gaby Hoffmann (C’mon C’mon) Troy Kotsur (CODA) Marlee Matlin (CODA) Ruth Negga (Passing) ATOR/ATRIZ REVELAÇÃO Emilia Jones (CODA) Natalie Morales (Language Lessons) Rachel Sennott (Shiva Baby) Suzanna Son (Red Rocket) Amalia Ulman (El Planeta) SÉRIE REVELAÇÃO (MAIS DE 40 MIN) The Good Lord Bird It’s A Sin Small Axe Round 6 The Underground Railroad The White Lotus SÉRIE REVELAÇÃO (MENOS DE 40 MIN) Blindspotting Hacks Reservation Dogs Run the World We Are Lady Parts SÉRIE REVELAÇÃO DOCUMENTAL Exterminate All the Brutes How To with John Wilson Philly D.A Pride MELHOR ATUAÇÃO EM SÉRIE NOVA Jennifer Coolidge (The White Lotus) Michael Greyeyes (Rutherford Falls) Ethan Hawke in (The Good Lord Bird) Devery Jacobs (Reservation Dogs) Lee Jung-jae (Round 6) Thuso Mbedu (The Underground Railroad) Jean Smart (Hacks) Omar Sy (Lupin) Anya Taylor-Joy (O Gambito da Rainha) Anjana Vasan (We Are Lady Parts)
Festival de Veneza premia temáticas e cineastas femininas
O drama francês “Happening”, da cineasta Audrey Diwan, venceu neste sábado (11/9) o Leão de Ouro no Festival de Veneza, numa premiação histórica, que pode ser vista como uma forte mensagem pelos direitos das mulheres, com muitos troféus distribuídos para cineastas e temas femininos. “Sinto-me ouvido esta noite!”, disse Diwan ao aceitar o prêmio. Adaptação do romance homônimo de Annie Ernaux, “Happening” (L’Événement, em francês) conta a história de uma brilhante estudante universitária francesa do início dos anos 1960 que vê sua emancipação ameaçada ao engravidar. Sem opções legais disponíveis, ela tenta encontrar uma maneira de abortar ilegalmente. Além de escolher este filme, o Júri de Veneza, presidido pelo diretor sul-coreano Bong Joon-ho (“Parasita”), também enalteceu um filme sobre maternidade, “Madres Paralelas”, de Pedro Almodóvar, dando à Penélope Cruz o troféu de Melhor Atriz. Numa premiação bastante focada em conquistas femininas, o troféu de Melhor Direção foi para outra cineasta, a neozelandesa Jane Campion por seu primeiro longa em 12 anos, o faroeste empoderador da Netflix “The Power of the Dog”. Para completar o festival das mulheres, a atriz Maggie Gyllenhaal levou o prêmio de Melhor Roteiro por sua estreia na direção, “The Lost Daughter”, adaptação de um romance da escritora italiana Elena Ferrante (pseudônimo de autor desconhecido). O filme masculino mais bem cotado foi o nostálgico “The Hand of God”, inspirado pela juventude do diretor italiano Pablo Sorrentino, que ganhou o Grande Prêmio do Júri (2º lugar) e rendeu ao protagonista Filippo Scotti o troféu de Melhor Jovem Ator. O filipino John Arcilla ficou com a Copa Volpi de Melhor Ator por “On The Job: The Missing 8”, e “Il Buco”, exploração cinematográfica do italiano Michelangelo Frammartino de uma das cavernas mais profundas do mundo, com o Prêmio Especial do Júri. Veja abaixo a premiação completa. Leão de Ouro (Melhor Filme) “Happening”, de Audrey Diwan Grande Prêmio de Júri (2ª Lugar) “The Hand of God”, de Paolo Sorrentino Leão de Prata (Melhor Direção) Jane Campion (“The Power of the Dog”) Copa Volpi Feminina (Melhor Atriz) Penélope Cruz (“Madres Paralelas”) Copa Volpi Masculina (Melhor Ator) John Arcilla (“On The Job: The Missing 8”) Osella de Ouro (Melhor Roteiro) Maggie Gyllenhaal (“The Lost Daughter”) Prêmio Especial do Júri (3ª Lugar) “Il Buco”, de Michelangelo Frammartino Prêmio Marcello Mastroianni (Melhor Ator Jovem) Filippo Scotti (“The Hand of God”) Leão do Futuro (Melhor Filme de Estreia) “Imaculat”, de Monica Stan e George Chiper-Lillemark
Benedict Cumberbatch é cowboy mal intencionado em teaser atmosférico
A Netflix divulgou o pôster e o primeiro teaser de “The Power of the Dog”, novo filme de Jane Campion, primeira mulher a vencer a Palma de Ouro do Festival de Cannes – por “O Piano”, em 1993 – , que terá première mundial em 1 de setembro, na abertura do Festival de Veneza. A prévia atmosférica explora o poder intimidante do assobio do protagonista, encarnado pelo ator inglês Benedict Cumberbatch (“Dr. Estranho”) no primeiro papel de cowboy de sua carreira, e o desespero da personagem de Kirsten Dunst (“Melancolia”) diante do bullying contra seu filho, encarnado por Kodi Smit-McPhee (“X-Men: Fênix Negra”). O elenco do western também inclui Jesse Plemons (“Judas e o Messias Negro”), casado com Dunst na vida real. A trama adapta o romance homônimo de Thomas Savage sobre o relacionamento complicado entre dois irmãos, Phil (Cumberbatch) e George Burbank (Plemons). Quando George se casa secretamente com uma viúva (Dunst), seu irmão trava uma guerra implacável para destrui-la. Após abrir o Festival de Veneza, “The Power of the Dog” ainda será exibido nos festivais de Toronto, Nova York e Londres, antes de chegar ao streaming em dezembro.
Benedict Cumberbatch vira cowboy nas fotos do novo filme de Jane Campion
A Netflix divulgou cinco fotos de “The Power of the Dog”, novo filme de Jane Campion, primeira mulher a vencer a Palma de Ouro do Festival de Cannes – por “O Piano”, em 1993 – , que terá première mundial em 1 de setembro, na abertura do Festival de Veneza. As imagens destacam o primeiro papel de cowboy da carreira do ator inglês Benedict Cumberbatch (“Dr. Estranho”), além do jovem Kodi Smit-McPhee (“X-Men: Fênix Negra”) e do casal da vida real Kirsten Dunst (“Melancolia”) e Jesse Plemons (“Judas e o Messias Negro”). A trama adapta o romance homônimo de Thomas Savage sobre o relacionamento complicado entre dois irmãos, Phil (Cumberbatch) e George Burbank (Plemons). Quando George se casa secretamente com uma viúva (Dunst), seu irmão trava uma guerra implacável para destrui-la. Após abrir o Festival de Veneza, “The Power of the Dog” ainda será exibido nos festivais de Toronto, Nova York e Londres, antes de chegar ao streaming em dezembro. Writer-director Jane Campion is back with THE POWER OF THE DOG. Adapted from Thomas Savage's novel, Campion says the book "stayed with me a long time and it didn’t let me go." In select theaters November 17 and on Netflix December 1. pic.twitter.com/dZ96EZUh96 — NetflixFilm (@NetflixFilm) August 23, 2021
Netflix vai lançar novo filme de Jane Campion no Festival de Veneza
Com a briga entre a Netflix e o Festival de Cannes, o novo filme da cineasta neozelandesa Jane Campion, que já venceu a Palma de Ouro por “O Piano” (1993), será lançado no Festival de Veneza. A Netflix fechou a première mundial com os organizadores do evento italiano, que por sinal tem sido palco para os principais filmes premiados no Oscar nos últimos anos. Intitulado “The Power of the Dog”, o filme de Jane Campion é estrelado por Benedict Cumberbatch (“Dr. Estranho”) e o casal da vida real Kirsten Dunst (“Melancolia”) e Jesse Plemons (“Judas e o Messias Negro”). A trama adapta o romance homônimo de Thomas Savage sobre o relacionamento complicado entre dois irmãos, Phil (Cumberbatch) e George Burbank (Plemons). Quando George se casa secretamente com uma viúva (Dunst), seu irmão trava uma guerra implacável para destrui-la. O problema da Netflix com Cannes é que o festival aceitou a pressão dos exibidores franceses, após incluir filmes da plataforma na competição de 2017, e passou a proibir lançamentos de streaming na disputa da Palma de Ouro. Mesmo após o Oscar e vários outros festivais fazerem concessões ao streaming durante a pandemia, Cannes se mantém irredutível, falando em “regras” que não considerava até a pressão de 2017. A única forma de a Netflix exibir seus filmes no evento francês seria incluí-los em exibições especiais, fora de competição, mas a plataforma acha isso uma desfeita, afirmando que desprestigiaria seus cineastas. Em vez de aceitar o tratamento de marginalização em Cannes, prefere uma aliança com Veneza, que está se fortalecendo com essa briga. Mas não fica nisso. A Netflix já demonstrou que é vingativa, ao comprar os direitos de vários filmes premiados em Cannes para impedi-los de chegar aos cinemas e exibi-los como lançamentos de streaming, ridicularizando as tais regras do festival.
BBC elege os 100 melhores filmes dirigidos por mulheres
A rede BBC publicou uma lista com os 100 melhores filmes dirigidos por mulheres em todos os tempos, resultante de uma votação com 368 especialistas em cinema de 84 países – críticos, jornalistas, programadores de festivais e acadêmicos. A votação elegeu “O Piano” (1993), da neozelandesa Jane Campion, em 1º lugar, citado por quase 10% dos críticos. Segundo a crítica Hannah Woodhead, a produção é bastante sensível e tem personagens femininas difíceis e reais. Para ela, o longa é “uma fábula penetrante que fala do desejo universal de amar e ser amado”. “O Piano” venceu três Oscars, todos conquistados por mulheres – a atriz Holly Hunter, a atriz coadjuvante Anna Paquin (então com 11 anos) e a cineasta Jane Campion, pelo Roteiro Original. Além disso, conquistou a Palma de Ouro no Festival de Cannes. Já a diretora de maior presença foi Agnès Varda, que morreu em março deste ano. Ela teve seis filmes entre os 100 melhores, inclusive o 2º colocado, o clássico “Cléo das 5 às 7” (1962). Outras cineastas bastante citadas foram Kathryn Bigelow (5 filmes), Claire Denis, Lynne Ramsay e Sofia Coppola (4 filmes cada). A lista nasceu em consequência do debate sobre relações anteriores, que ganhou maior relevância a partir da seleção compilada no ano passado, com os 100 melhores filmes em língua não inglesa. Chamou atenção que, dentre os filmes eleitos, apenas quatro eram dirigidos por mulheres. Mas essa escassez de diretoras já vinha se repetindo em outras listas anuais da BBC: no ranking de 100 maiores comédias, de 2017, igualmente só havia quatro mulheres. Da compilação dos 100 melhores filmes do século 21, feita em 2016, apareceram 12 – e nenhuma delas ficou entre as 20 primeiras posições. E na primeira pesquisa da BBC sobre os 100 maiores filmes americanos de todos os tempos, só dois tinham mulheres à sua frente – e ainda assim em codireção. Apesar da nova lista destacar apenas filmes de cineastas femininas, metade dos críticos que votaram foram homens. Cada eleitor listou seus 10 filmes favoritos dirigidos por mulheres, gerando mais de 700 citações diferentes. Portanto, a lista apresenta os 100 que melhor pontuaram, abrangendo desde o cinema mudo, caso de “Sapatos” (1916), até lançamentos deste ano, como “The Souvenir” e “Retrato de Uma Jovem em Chamas”. Infelizmente, não há nenhum filme brasileiro na lista, apesar de alguns dos melhores longas recentes do país terem sido dirigidos por mulheres – como “Que Horas Ela Volta?” (2015), de Anna Muylaert, “Como Nossos Pais” (2017), de Laís Bodanzky, sem esquecer de “Cidade de Deus” (2002), codirigido por Kátia Lund, e clássicos como “Mar de Rosas” (1978), de Ana Carolina, e “A Hora da Estrela” (1985), de Suzana Amaral. Eis a lista, segundo a opinião dos críticos consultados pela BBC: 100 – Minhas Mães e Meu Pai (Lisa Cholodenko, 2010) 99 – The Souvenir (Joanna Hogg, 2019) 98 – Um Lugar Qualquer (Sofia Coppola, 2010) 97 – Örökbefogadás (Márta Mészáros, 1975) 96 – Os Encontros de Anna (Chantal Akerman, 1977) 95 – Ritual in Transfigured Time (Maya Deren, 1946) 94 – Notícias de Casa (Chantal Akerman, 1977) 93 – Marcas da Vida (Andrea Arnold, 2006) 92 – Raw (Julia Ducournau, 2016) 91 – Minha Terra África (Claire Denis, 2009) 90 – Fast Times at Ridgemont High (Amy Heckerling, 1982) 89 – As Praias de Agnès (Agnès Varda, 2008) 88 – Os Silêncios do Palácio (Moufida Tlatli, 1994) 87 – 35 Doses de Rum (Claire Denis, 2008) 86 – O Sonho de Wadjda (Haifaa Al-Mansour, 2012) 85 – Uma Canta, a Outra Não (Agnès Varda, 1977) 84 – Retrato de Jason (Shirley Clarke, 1967) 83 – Sintonia de Amor (Nora Ephron, 1993) 82 – At Land (Maya Deren, 1944) 81 – Garota Sombria Caminha pela Noite (Ana Lily Amirpour, 2014) 80 – Quero Ser Grande (Penny Marshall, 1988) 79 – Sapatos (Lois Weber, 1916) 78 – A Maçã (Samira Makhmalbaf, 1988) 77 – Tomboy (Céline Sciamma, 2011) 76 – Garotas (Céline Sciamma, 2014) 75 – O Atalho (Kelly Reichardt, 2010) 74 – Chocolate (Claire Denis, 1988) 73 – Corpo e Alma (Ildikó Enyedi, 2017) 72 – Europa Europa (Agnieszka Holland, 1980) 71 – A Concha e o Clérigo (Germaine Dulac, 1928) 70 – Encantadora de Baleias (Niki Caro, 2002) 69 – The Connection (Shirley Clarke, 1961) 68 – Eve’s Bayou (Kasi Lemmons, 1997) 67 – Os Anos de Chumbo (Margarethe von Trotta, 1981) 66 – O Lixo e o Sonho (Lynne Ramsay, 1999) 65 – Sem Rastros (Debra Granik, 2018) 64 – Domando o Destino (Chloe Zhao, 2017) 63 – Maria Antonieta (Sofia Coppola, 2006) 62 – Estranhos Prazeres (Kathryn Bigelow, 1995) 61 – India Song (Marguerite Duras, 1975) 60 – Uma Equipe Muito Especial (Penny Marshall, 1992) 59 – O Longo Adeus (Kira Muratova, 1971) 58 – Procura-se Susan Desesperadamente (Susam Seidelman, 1985) 57 – O Babadook (Jennifer Kent, 2014) 56 – A 13ª Emenda (Ava DuVernay, 2016) 55 – Monster – Desejo Assassino (Patty Jenkins, 2003) 54 – Brilho de Uma Paixão (Jane Campion, 2009) 53 – La mujer sin cabeza (Lucrecia Martel, 2008) 52 – Lazzaro Felice (Alice Rohrwacher, 2018) 51 – Harlan County: Tragédia Americana (Barbara Kopple, 1976) 50 – O Mundo é o Culpado (Ida Lupino, 1950) 49 – Salaam Bombay! (Mira Nair, 1988) 48 – Síndrome Astênica (Kira Muratova, 1989) 47 – Um Anjo em Minha Mesa (Jane Campion, 1990) 46 – Quando Chega a Escuridão (Kathryn Bigelow, 1987) 45 – Triunfo da Vontade (Leni Riefenstahl, 1935) 44 – Docinho da América (Andrea Arnold, 2016) 43 – As Virgens Suicidas (Sofia Coppola, 1999) 42 – As Aventuras do Príncipe Achmed (Lotte Reiniger, 1926) 41 – Cafarnaum (Nadine Labaki, 2018) 40 – Meninos Não Choram (Kimberly Peirce, 1999) 39 – Retrato de Uma Jovem em Chamas (Céline Sciamma, 2019) 38 – Paris is Burning (Jennie Livingston, 1990) 37 – Olympia (Leni Riefenstahl, 1938) 36 – Wendy e Lucy (Kelly Reichardt, 2008) 35 – Matrix (Lana e Lilly Wachowski, 1999) 34 – O Romance de Morvern Callar (Lynne Ramsay, 2002) 33 – Você Nunca Esteve Realmente Aqui (Lynne Ramsay, 2017) 32 – O Porteiro da Noite (Liliana Cavani, 1974) 31 – Os Catadores e Eu (Agnès Varda, 2000) 30 – Zama (Lucrecia Martel, 2017) 29 – Um Casamento à Indiana (Mira Nair, 2001) 28 – As Duas Faces da Felicidade (Agnès Varda, 1965) 27 – Selma: Uma Luta pela Igualdade (Ava DuVernay, 2014) 26 – Histórias que Contamos (Sarah Polley, 2012) 25 – The House is Black (Forough Farrokhzad, 1963) 24 – Lady Bird (Greta Gerwig, 2017) 23 – O Mundo Odeia-me (Ida Lupino, 1953) 22 – Precisamos Falar Sobre Kevin (Lynne Ramsay, 2011) 21 – Inverno da Alma (Debra Granik, 2010) 20 – Clueless (Amy Heckerling, 1995) 19 – Orlando (Sally Potter, 1992) 18 – Psicopata Americano (Mary Harron, 2000) 17 – Pasqualino Sete Belezas (Lina Wertmüller, 1975) 16 – Wanda (Barbara Loden, 1970) 15 – La Cienaga (Lucrecia Martel, 2001) 14 – O Pântano (Lucrecia Martel, 2001) 13 – Caçadores de Emoção (Kathryn Bigelow, 1991) 12 – Os Renegados (Agnès Varda, 1985) 11 – A Hora Mais Escura (Kathryn Bigelow, 2012) 10 – Filhas do Pó (Julie Dash, 1991) 9 – Aquário (Andrea Arnold, 2009) 8 – Toni Erdmann (Maren Ade, 2016) 7 – Guerra ao Terror (Kathryn Bigelow, 2008) 6 – As Pequenas Margaridas (V?ra Chytilová, 1966) 5 – Encontros e Desencontro (Sofia Coppola, 2003) 4 – Bom Trabalho (Claire Denis, 1999) 3 – Jeanne Dielman (Chantal Akerman, 1975) 2 – Cléo das 5 às 7 (Agnès Varda, 1962) 1 – O Piano (Jane Campion, 1993)





