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    Regina Duarte continua bolsonarista com posts polêmicos nas redes sociais

    21 de novembro de 2021 /

    A ex-atriz Regina Duarte demonstrou neste fim de semana nas redes sociais que continua uma bolsonarista convicta, com posts criticando o Dia da Consciência Negra e o “fique em casa maligno”. “Fique em casa” é como Bolsonaro batizou, de forma pejorativa, o isolamento social necessário para evitar a superlotação dos hospitais e o morticínio durante o pico da pandemia de covid-19. No sábado, ela postou um texto no Instagram em que (ainda) reclama do isolamento social e, paradoxalmente, critica o fim dele. “Te proibiram de viver e agora querem festejar o Carnaval?” diz o texto. Na legenda, Regina Duarte reforçou seu posicionamento acusando o “‘fique em casa’ maligno” de ter feito mal ao país, desde prejudicar a saúde (sério!) pela falta de sol até a economia. “E a Economia, agora, quem assume?”, questionou, ironicamente sugerindo que o país não tem governo. Vale lembrar que o tal movimento “fique em casa” chegou a ser defendido até por Gabriela Duarte, filha da atriz – entre outras pessoas sensatas que ajudaram o país a passar pela pior fase da pandemia, seguindo recomendação da Organização Mundial da Saúde. Não contente, ela dobrou a aposta neste domingo (21/11) com uma crítica ao Dia da Consciência Negra. Ao lado do vídeo de uma entrevista infeliz do ator Morgan Freeman, da qual ele já se arrependeu, a ex-atriz escreveu: “Ontem foi comemorado o Dia da Consciência Negra. Quando teremos o Dia da Consciência Branca, Amarela, Parda…?”. Sugerindo que não existe racismo a ser enfrentado no Brasil, ela ainda lamentou a vitimização por “culpas antepassadas”, sugerindo que lutar por melhores condições de igualdade é “olhar para trás”. O texto original diz: “Quanto tempo vamos ainda nos vitimizar ao peso de anos, de séculos de dor por culpas antepassadas? Quando vamos parar de olhar pra trás e enfrentar o hoje e nós olharmos com a coragem da cara limpa? Maduros, evoluídos, conscientes de nossa luta, irmanados em nossa capacidade, de sermos… HUMANOS? Simplesmente IRMÃOS?”. Regina Duarte virou ex-atriz ao aceitar o convite de Bolsonaro para encerrar um contrato lucrativo com a rede Globo e assumir a pasta da secretaria de Cultura. Ficou no cargo três meses, sendo demitida num vídeo risível em que Bolsonaro a engabelou com outra de suas muitas lorotas – prometendo lhe dar a presidência da Cinemateca. Durante o período em que esteve à frente da secretaria, ela conseguiu desagradar a maioria da classe artística do país, dar entrevistas constrangedoras, transformar velhos amigos em inimigos e liquidar todo o respeito que tinha conquistado ao longo da carreira. A desmoralização, porém, não parece ter sido suficiente para quebrar seu encantamento com o ideário bolsonarista. Ela continua firme no compartilhamento de memes e mensagens extremistas. Ver essa foto no Instagram Uma publicação compartilhada por Regina (@reginaduarte) Ver essa foto no Instagram Uma publicação compartilhada por Regina (@reginaduarte)

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    Governo Bolsonaro tenta acabar com Lei do Audiovisual

    18 de setembro de 2021 /

    O governo Bolsonaro deu outro passo importante em seu projeto anticultural, visando acabar com o incentivo à produção do cinema brasileiro. O Ministério da Economia enviou à Câmara dos Deputados o Projeto de Lei 3203/2021 que acaba com mecanismos de incentivo responsáveis pelo financiamento da indústria audiovisual. O PL faz parte de Plano de Redução de Incentivos e Benefícios Federais de Natureza Tributária, que propõe a não prorrogação de benefícios fiscais que têm prazo determinado. Com isso, não seriam prorrogados 21 benefícios, destinados a diversas áreas da economia, que findam entre 2022 e 2025. Embutido no projeto estão cortes de alguns dos artigos mais importantes da Lei do Audiovisual, como aquele que concede dedução do imposto de renda do valor aplicado na produção de obras cinematográficas, além da extinção do Recine, responsável pelo investimento no parque exibidor (isto é, na construção, manutenção e abertura de novos cinemas). Bolsonaro já tinha tentado acabar com a Lei do Audiovisual e o Recine com um veto às suas prorrogações em dezembro de 2019. Mas o Congresso conseguiu reverter a situação, derrubando a canetada em agosto do ano passado. Com ideia fixa, o governo não desistiu e agora embute sua guerra cultural em projetos de viés econômico. As medidas podem trazer impactos desastrosos à indústria do audiovisual, que parece ser considerada uma das grandes inimigas a ser destruída por Bolsonaro, desde que assumiu o poder em 2019 falando mal do cinema brasileiro e dizendo que mandaria cortar financiamento ao “setor que alguns dizem ser de Cultura”.

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    Marcelo Adnet zoa áudio de Bolsonaro para caminhoneiros

    9 de setembro de 2021 /

    Primeiro presidente da História do Brasil que tem pronunciamento confundido com fake news por seus próprios apoiadores, Jair Bolsonaro virou uma piada pronta que Marcelo Adnet não deixou passar. Vale lembrar que, podendo usar as redes de TV e rádio para um pronunciamento oficial, Bolsonaro preferiu gravar um áudio de Whatsapp na noite de quarta (8/9) para pedir aos caminhoneiros que, após interditarem estradas do país em nome dele, encerrassem o movimento. Ironia suprema, o foragido conhecido como Zé Trovão duvidou da veracidade do pedido. Num vídeo curioso, ele pediu que o presidente ouvido no “zap” fizesse um pronunciamento oficial, sugerindo que o meio de comunicação favorito do grande líder é o aplicativo número um das fake news. Divertindo-se com a situação, o humorista Marcelo Adnet, conhecido por suas imitações, publicou em suas redes sociais um áudio simulando a voz de Jair Bolsonaro, afirmando que o primeiro áudio era fake. O pedido real era para os caminhoneiros que estão bloqueando as estradas deixarem a “boleia” e começarem a “dançar Macarena”. “Gostaria até de pedir aí que encaminhe esse áudio aí a todos os caminhoneiros que estão aí com a gente nessa questão. O que eu tenho a dizer aí que o áudio que circulou ai é falso, tá ok? Esse sim que é o verdadeiro, e para vocês permanecerem aí, e começarem a dançar maracarena, agora, 3h15 da manhã, e não pararem mais. Quero ver ninguém na boleia! Todos pra fora dançando macarena até aquele outro lá pedir pra sair’, disse Adnet, imitando voz e arrotos de Bolsonaro. O áudio, claro, viralizou. Ouça abaixo. pic.twitter.com/Udyi1NjDnk — Marcelo Adnet (@MarceloAdnet) September 9, 2021

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    The Bolsonaros: BBC prepara série sobre “polêmico” presidente do Brasil

    9 de agosto de 2021 /

    A rede pública britânica BBC encomendou a produção de “The Bolsonaros”, uma série documental de três episódios sobre Jair Bolsonaro, descrito como “polêmico”, e sua família de políticos. De acordo com o comunicado oficial do projeto, a série contará com “entrevistas íntimas com as pessoas mais próximas do presidente Jair Bolsonaro” para apresentar “sua ascensão da obscuridade à presidência, suas visões polêmicas sobre gênero, direitos indígenas, a Amazônia e como lidar com a pandemia de covid-19”. “The Bolsonaros” está sendo desenvolvida pela Unidade de Documentário da BBC Studios Productions e conta com Ricardo Pollack (“Bill Cosby: Fall of an American Icon”) como produtor executivo, Raquel Toniolo (“Unnatural Histories”) como produtora e Matt Hill (“Oh! You Pretty Things: The Story of British Music and Fashion”) como diretor.

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    Atacado pela Ancine, documentário sobre FHC deve ser lançado pela Globoplay

    9 de agosto de 2021 /

    “Presidente Improvável”, documentário sobre o governo de Fernando Henrique Cardoso, está sendo negociado com a plataforma Globoplay, após ter sido atacado pela Ancine. O projeto é da produtora Giro Filmes e tinha sido aprovado para captação de incentivos em 2018 pela Ancine. Só que, depois que Jair Bolsonaro virou presidente, a nova diretoria reverteu a decisão. Na justificativa para a medida, os diretores da entidade atacaram a obra, dizendo que a aprovação de seu incentivo “dá margem a inegável promoção da imagem pessoal do ex-presidente da república homenageado no documentário, com o notório aproveitamento político, às custas dos cofres públicos”. Bolsonaro já disse que gostaria de matar FHC. Em 1999, ele adiantou seus planos de golpe e assassinato em massa, caso chegasse ao poder, com a seguinte frase histórica: “Através do voto você não vai mudar nada nesse país, nada, absolutamente nada. Você só vai mudar, infelizmente, quando um dia nós partirmos para uma guerra civil aqui dentro. E fazendo um trabalho que o regime militar não fez, matando uns 30 mil. Começando com FHC, não deixando ir para fora, não. Matando! Se vai (sic) morrer alguns inocentes, tudo bem”. A mesma Ancine que vetou incentivos ao filme de FHC para não permitir “notório aproveitamento político, às custas dos cofres públicos” também aprovou um filme sobre a eleição de Bolsonaro, “Nem Tudo se Desfaz”, do cineasta Josias Teófilo, que antes tinha filmado um documentário bonzinho sobre o infame terraplanista Olavo de Carvalho, mentor do que de pior há no bolsonarismo. A decisão da Ancine contra “Presidente Improvável” foi considerada “indevida” pela associação de servidores da entidade. “Rechaçamos qualquer interferência política na análise e aprovação dos projetos audiovisuais apresentados à Ancine”, disse em nota. A Apaci (Associação Paulista de Cineastas) também pediu que essa decisão fosse anulada e, em nota enviada à Ancine e à Secretaria Especial da Cultura, se posicionou “contra toda e qualquer censura”. Apesar da tentativa de inviabilizar financeiramente sua produção, o documentário já está em desenvolvimento e conta com entrevistas com Gilberto Gil, Bill Clinton e Pedro Malan, entre outros. A direção é de Belisário Franca, responsável pelo premiadíssimo documentário “Menino 23: Infâncias Perdidas no Brasil” (2016). Em sua concepção, o projeto foi pensado para ser posteriormente desdobrado numa série de cinco episódios e este pode ser o formato em negociação com a Globoplay.

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    Regina Duarte, que iria “presidir” Cinemateca, cala-se sobre o incêndio

    31 de julho de 2021 /

    A atriz Regina Duarte, que ganhou a promessa de Jair Bolsonaro de virar “presidente” da Cinemateca Brasileira ao ser demitida da secretaria da Cultura no ano passado, silenciou sobre o incêndio que atingiu a instituição após intervenção do governo federal. Num vídeo divulgado durante sua demissão, em maio de 2020, a atriz chegou a celebrar o “cargo” imaginário – uma suposta compensação – como um grande presente. “Acabo de ganhar um presente, que é o sonho de qualquer profissional de comunicação, de audiovisual, de cinema e de teatro, um convite para fazer a Cinemateca, que é um braço da cultura em São Paulo. Ficar secretariando o governo na cultura dentro da Cinemateca. Pode ter presente maior do que isso?” Ao lado da atriz no mesmo vídeo, Bolsonaro ainda comentou: “Ir para Cinemateca do lado do apartamento, saber que você vai ser feliz e produzir muito mais. Fico feliz por isso”. Só que o tal “cargo” não existia. Nenhuma surpresa nisso, para quem acompanha as famosas “lives” de universo paralelo. O problema, entretanto, foi o que aconteceu depois. Na ocasião em que Bolsonaro prometeu dar a Regina Duarte o controle da Cinemateca Brasileira, a instituição não era administrada diretamente pelo governo federal, mas por uma organização social, a Acerp (Associação de Comunicação Educativa Roquette Pinto). Só após promover o retorno da Cinemateca à administração federal é que o governo poderia alterar sua diretoria. E foi o que aconteceu. Para pressionar a Acerp, Bolsonaro cortou as verbas destinadas à administração da Cinemateca. Em 2019, a previsão era de entrada de R$ 13 milhões, mas só R$ 7 milhões foram transferidos até dezembro. Em 2020, nada. Paralelamente, o polêmico ex-ministro da Educação Abraham Weintraub criou uma confusão jurídica ao romper unilateralmente o contrato com a Acerp para a produção de programas da TV Escola. Como a administração da Cinemateca era um adendo daquele contrato, a gestão do mais importante espaço de preservação da história do cinema brasileiro caiu no limbo. Diante do caos criado por Weintraub, a expectativa da Acerp era obter um contrato de emergência com a Secretaria Especial de Cultura, que marcou uma reunião para discutir a situação. Mas o resultado do encontro em junho foi uma nota, divulgada pelo ministério do Turismo, que afirmava que a Cinemateca Brasileira seria reincorporada à União. Para tanto, o governo decidiu pela oficialização do encerramento do contrato de gestão com a Acerp. “A Cinemateca Brasileira não será fechada e agora entra na fase natural de reincorporação pela União, uma vez que não existe respaldo contratual para a Organização Social permanecer”, disse a nota. E o texto oficial ainda completou: “A Cinemateca Brasileira, que detém uma parcela significativa da memória audiovisual e documental brasileira, prosseguirá sob a Direção da Secretária Regina Duarte​”. Dias depois, ao assumir o cargo que pertencia a Regina Duarte, Mario Frias confirmou os planos. “A Regina é um ícone que faz parte da nossa história, merece todo o respeito. É um pedido pessoal do presidente da República. Existe, sim, a possibilidade de ser criada uma secretaria para ela cuidar da Cinemateca e ela vai ser tratada com toda dignidade que merece. Assim que o imbróglio jurídico se resolver, a Regina Duarte vai ter um lugar de destaque na Cinemateca”, afirmou Frias à Rádio Jovem Pan. Durante a entrevista, o ex-ator de “Malhação” ainda disse que havia um movimento “forte” para tentar resolver o impasse. “A minha primeira ação como secretário foi fazer uma visita técnica. O contrato acabou em 2019 e não foi renovado. O acervo e os profissionais deveriam ser muito valorizados porque são profissionais únicos. Não tenho dúvida nenhuma de que aquele acervo é do povo brasileiro. Há um imbróglio jurídico, a meu ver lamento o fato de as pessoas não estarem pensando no acervo e no potencial que aquilo tem. Juridicamente a gente não pode intervir nesse momento enquanto não há uma solução. Há um movimento muito forte tanto meu quanto do ministro do Turismo Marcelo Álvaro Antônio. Temos um projeto emergencial para ajudar”, disse. Ele ainda acrescentou: “Mandamos um corpo técnico para uma visita e avaliação de inventário, para averiguar as necessidades emergenciais. A nossa equipe foi impedida de entrar, fizemos um boletim de ocorrência porque não podem impedir, pois é patrimônio do brasileiro e responsabilidade nossa cuidar. Hoje estou aguardando um parecer jurídico, com toda vontade do mundo de fazer o bem”, ressaltou. Na verdade, o chamado “corpo técnico” da secretaria de Cultura foi enviado para pegar as chaves da instituição, com a intenção de assumir a Cinemateca na marra. Apesar do chamado “imbróglio jurídico” – isto é, o contrato original de seção pública da Cinemateca, datado de 1984, que proibia o governo de assumir seu controle – , três meses após Bolsonaro prometer dar a Cinemateca de “presente” para Regina Duarte, viaturas da PF ocuparam a frente do prédio e, com escolta ostensiva, um representante da secretaria da Cultura pegou as chaves da Cinemateca Brasileira. Em seguida, todo corpo técnico da instituição, responsável pela manutenção e preservação de seu arquivo histórico, foi demitido. Weintraud rasgou o contrato com a Acerp em dezembro de 2019. Bolsonaro prometeu dar a Cinemateca para Regina Duarte em maio de 2020. Em agosto de 2020, a Polícia Federal foi usada para a tomada das chaves da instituição e todos os funcionários foram demitidos. Em abril de 2021, os ex-funcionários alertaram que a falta de responsáveis pela manutenção do acervo poderia gerar um incêndio. Em julho de 2021, o MPF-SP (Ministério Público de São Paulo) reforçou o alerta de perigo de incêndio. Uma semana depois, o acervo da Cinemateca Brasileira pegou fogo. Um dia depois, a secretaria de Cultura publicou edital para contratar uma nova organização social que tomasse conta da Cinemateca, oficialmente desistindo dos planos de transformar Regina Duarte em sua presidente. Nem Weintraud, nem Bolsonaro, muito menos Regina Duarte se manifestaram sobre o incêndio do patrimônio histórico e cultural brasileiro, que aconteceu na quinta-feira (31/7). Na sexta-feira (30/7), Regina Duarte publicou o seguinte texto em seu Instagram: “O segredo dessa vida é beleza e paciência. Se der certo: beleza! Se der errado: paciência”.

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    Samantha Schmütz cobra reação ao incêndio na Cinemateca e Marina Ruy Barbosa veste a carapuça

    31 de julho de 2021 /

    A atriz Samantha Schmütz comprou nova briga com colegas num protesto contundente em suas redes sociais após o incêndio na Cinemateca Brasileira, em São Paulo. “É muito triste o que está acontecendo com o nosso cinema, com a nossa cultura. E eu fico pensando que as artistas que apoiam esse governo, que ajudaram a eleger esse governo, que fazem cinema, estão quietas. Essas pessoas que usurpam da arte somente pra fazer coisas periféricas, elas usam da arte somente pra fazer publis, capas, eventos, presenças… Mas elas não estão nem aí pro cinema nacional. Essas pessoas deveriam ter vergonha na cara e nunca mais pisar num set de filmagem. Nem pra fazer figuração, que fosse”, iniciou a atriz numa sequência de posts. “E cadê as beldades que estavam em Cannes, desfilando seu colares? Atrizes, modelos… Cadê vocês, lindas, que foram pra Cannes? Cadê vocês que têm milhões de seguidores, que vão pra lá e desfilam vestidos de marca? Pessoas vão pra Cannes representar o cinema brasileiro, mas não venderam um ingresso”, continuou, manifestando inconformismo e raiva. “Está tudo errado! Parem de pensar só no seu umbigo, na sua conta bancária. Meu sonho é que pseudos artistas não ocupem o lugar de verdadeiros artistas. Ao invés de estar em Cannes vocês deveriam estar em cana. É isso que eu acho. Presos por omissão, por colaborar, por serem coniventes com a destruição, com o sucateamento da nossa profissão”. Os seguidores da artista logo deram nomes para os alvos do desabafo. E uma das atrizes que esteve este ano no Festival de Cannes sem filme para divulgar resolveu se manifestar. Marina Ruy Barbosa, que cruzou o tapete vermelho de Cannes com um longo vestido preto de tule da Maison Valentino, além de joias da grife Chopard, num passeio com o namorado deputado do PP, partido do Centrão, publicou um textão de resposta. “O incêndio à Cinemateca é uma agressão à cultura do nosso país. Estamos vendo nossa história ser queimada há tempos, nossa cultura sendo completamente abandonada. Isso é inquestionável. E é sobre isso que devemos falar. E cobrar do governo, que é quem realmente pode fazer alguma coisa. A cobrança em relação à minha ida e participação no festival de Cannes, não deveria ser pauta e nem motivo de preocupação”, ela escreveu. “Eu tenho muito orgulho de ser atriz, de trabalhar com o que eu amo desde os nove anos de idade, buscando meu espaço. O fato de ter ido para o festival, contratada por uma marca para trabalhar, e estar ao lado de mulheres incríveis como Sharon Stone e Melanie Thierry, não deveria causar tamanha indignação de alguns. Devemos respeitar todos os profissionais e todos os trabalhos, independentemente da nossa opinião. Não podemos nos achar no direito de desqualificar nossos colegas. Somos todos muito rápidos para cobrar. Mas lembremos: na rapidez que cobramos seremos cobrados também”, continuou. “A cobrança por um posicionamento imediato, que se traduz em um ‘post’ sobre algo que aconteceu há algumas horas, não reflete o que alguém pensa ou com o que ela realmente se importa. Existe muita vida fora das redes sociais. As redes sociais são apenas um recorte de uma pequena parte da vida. Enquanto eu estiver viva e houver oportunidade, seguirei trabalhando com muita dedicação, como sempre fiz desde criança. Acabamos de enaltecer a sábia decisão tomada por Simone Balis (sic), por exemplo, que abriu mão de competir nas olimpíadas para priorizar sua saúde mental. Ela declarou: ‘Eu não confio mais tanto em mim mesma.’ Vamos começar a pensar no quanto estamos colaborando e sendo responsáveis por esse tipo de pressão nas pessoas? Vamos olhar para como estamos utilizando de forma equivocada as nossas cobranças? Devemos acreditar em nós mesmos – e isso vale especialmente para as mulheres – , levantar sempre a cabeça, fazer o que está ao nosso alcance e não deixar nunca ninguém nos desmerecer ou subjugar”, finalizou, errando o nome da atleta americana Simone Biles. Enquanto isso, outras artistas que apoiam o governo continuam caladas. “Continuam em Narnia com seus tik tques”, lamentou Schmütz no Twitter.

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    #MarioFriasnaCadeia vira tendência no Twitter após incêndio da Cinemateca

    30 de julho de 2021 /

    Artistas, políticos de oposição e anônimos transformaram a hashtag #MarioFriasnaCadeia numa das principais tendências do Twitter nesta sexta (30/7), um dia após o incêndio da Cinemateca. Contando com uma multidão virtual, da cantora Mart’nália ao senador Randolfe Rodrigues, vice-presidente da CPI da Covid, o protesto teve engajamento até do autor de novelas Walcyr Carrasco, que postou em seu Instagram: “Há responsabilidades que devem ser apuradas. #MarioFriasnaCadeia”. Enquanto isso, nas redes sociais, o secretário de Cultura Mario Frias tentou colar a culpa da tragédia no PT… “O estado que recebemos a Cinemateca é uma das heranças malditas do governo apocalíptico do petismo, que destruiu todo o estado para rapinar o dinheiro público e sustentar uma imensa quadrilha de corrupção e sujeira criminosa. Não tivessem feito isto, teríamos verba para criar mil novas Cinematecas”, afirmou o secretário, que coordenou o despejo da Acerp (vencedora de edital e no período de vigência de seu contrato) da Cinemateca com escolta da Polícia Federal. O incêndio aconteceu enquanto o Ministério Público Federal (MPF) investigava o que levou o governo a romper com a Acerp (Associação de Comunicação Educativa Roquette Pinto) de forma unilateral em dezembro de 2019, e após a realização de uma primeira inspeção que teria apontado vários problemas na manutenção do prédio e do acervo, sob responsabilidade exclusiva da secretaria de Frias. Desde que foi fechada em agosto de 2020, quando um representante de Frias chegou com escolta ostensiva da Polícia Federal para pegar as chaves e expulsar a organização social responsável por sua manutenção e preservação, não faltaram avisos de perigo de incêndio na entidade. Foi uma tragédia mais que anunciada. Mesmo sem vínculo empregatício, vários funcionários antigos emitiram um comunicado em abril deste ano alertando para o perigo criado com o abandono da instituição e pedindo uma ação emergencial, de modo a evitar um desastre como o do Museu Nacional, no Rio de Janeiro. “A possibilidade de autocombustão das películas em nitrato de celulose, e o consequente risco de incêndio frequentemente recebem atenção da mídia e do público. A instituição enfrentou quatro incêndios em seus 74 anos, sendo o último em 2016, com a destruição de cerca de 500 obras. O risco de um novo incêndio é real”, alertava o texto. Foi ignorado. Há menos de duas semanas, o Ministério Público Federal em São Paulo (MPF-SP) fez outro alerta ao governo federal sobre o risco de incêndio. A audiência realizada no dia 20 de julho na Primeira Vara Federal integrava a ação do MPF contra a União por abandono da Cinemateca, e reforçou aviso feito há um ano sobre o perigo de sinistro. “O MPF tem alertado a União e ao poder Judiciário federal desde 15 de julho do ano passado sobre o perigo incessante de incêndio. E ele hoje infelizmente se consumou”, afirmou o procurador da República Gustavo Torres Soares, autor da ação civil pública sobre a Cinemateca. Já há, portanto, uma ação correndo na Justiça que pode vir a transformar hashtag em realidade.

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    Depois do incêndio, secretaria da Cultura lança edital de gestão da Cinemateca

    30 de julho de 2021 /

    Parece piada. Um dia depois de um galpão da Cinemateca Brasileira pegar fogo, com prejuízo incalculável para o patrimônio e a memória do audiovisual nacional, a secretaria de Cultura do governo Bolsonaro finalmente fez um “chamamento público” para escolher uma “entidade privada sem fins lucrativos” para gerir o órgão. O edital foi publicado nesta sexta-feira (30/7) no Diário Oficial, com um atraso de apenas dois anos: em 7 de agosto de 2020 a secretaria de Cultura cancelou o contrato firmado com a Acerp (Associação de Comunicação Educativa Roquette Pinto), que administrava a Cinemateca e, desde então, ignorou todos os avisos de perigo de incêndio e tentativas da impedir o desastre. De acordo com o edital, a organização social contratada deverá executar “atividades de guarda, preservação, documentação e difusão do acervo audiovisual da produção nacional por meio da gestão, operação e manutenção da Cinemateca Brasileira.”. Quem vencer o edital pode ter pouco trabalho, pois ainda não se sabe o que restou de material da Cinemateca para ser preservado. Enquanto isso, nas redes sociais, o secretário de Cultura Mario Frias tentou colar a culpa da tragédia no PT… “O estado que recebemos a Cinemateca é uma das heranças malditas do governo apocalíptico do petismo, que destruiu todo o estado para rapinar o dinheiro público e sustentar uma imensa quadrilha de corrupção e sujeira criminosa. Não tivessem feito isto, teríamos verba para criar mil novas Cinematecas”, afirmou o secretário, que coordenou o despejo da Acerp (vencedora de edital e no período de vigência de seu contrato) da Cinemateca com escolta da Polícia Federal. O mesmo secretário pediu para a mesma Polícia Federal investigar se o incêndio da Cinemateca foi criminoso. Mas não é piada.

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    Cinemateca pega fogo em tragédia anunciada

    29 de julho de 2021 /

    Um incêndio de grandes proporções atingiu uma unidade da Cinemateca Brasileira, em São Paulo, por volta das 18h desta quinta-feira (29/7). Um galpão de cerca de 1 mil m², com acervo inestimável e insubstituível, teria sido totalmente perdido. Ao todo, 70 bombeiros e 18 viaturas foram mobilizadas para controlar as chamas. De acordo com declarações dos bombeiros, o fogo teria iniciado em uma sala de acervo histórico de filmes, no 1º andar, durante uma manutenção de ar condicionado, conduzida por empresa terceirizada contratada pelo governo federal. “É o galpão de arquivo. Acreditamos ter muito filme, CD, cartazes… Filme antigo tem nitrato de celulose, é um tipo de produto que pega fogo muito fácil, bastante inflamável, e suspeitamos que esse seja o principal material, até pela coloração do fogo”, explicou o porta-voz dos Bombeiros, Marcus Palumbo. Fundada em 1946, a Cinemateca guarda registros de valores incalculáveis, como filmes feitos durante as incursões do Exército brasileiro na 2ª Guerra Mundial, clássicos do Cinema Novo, documentários do Brasil do começo do século 20, coleção de imagens raras da TV Tupi, primeira emissora de TV do país, inaugurada em 1950, 1 milhão de documentos relacionados à área do audiovisual, 245 mil rolos de filmes e 30 mil títulos de cinema, entre obras de ficção, documentários, cinejornais, filmes publicitários e registros familiares de personalidades históricas. O incêndio acontece enquanto o Ministério Público Federal (MPF) investiga o que levou o governo a romper com a Acerp (Associação de Comunicação Educativa Roquette Pinto) de forma unilateral em dezembro de 2019, e após a realização de uma primeira inspeção que teria apontado vários problemas na manutenção do prédio e do acervo, sob responsabilidade exclusiva do governo federal. Desde que foi fechada em agosto de 2020, quando um representante da secretaria da Cultura chegou com escolta ostensiva da Polícia Federal para pegar as chaves e expulsar a organização social responsável por sua manutenção e preservação, não faltaram avisos de perigo de incêndio na entidade. Foi uma tragédia mais que anunciada. Sem diálogo com Jair Bolsonaro e seus subalternos, nem dinheiro para evitar uma catástrofe, a Acerp entregou as chaves para também livrar-se da responsabilidade por esse desastre inevitável, optando por deixar a União prometer o que não teria condições de cumprir, após rompimento unilateral de contrato vigente. Para entender como o incêndio começou, é preciso voltar a dezembro de 2019, quando o então ministro da Educação, Abraham Weintraub, encerrou o contrato da Acerp para a realização da TV Escola, visando colocar olavistas para tocar o canal. Só que os direitos do canal eram exclusivos da Acerp, impedindo seus planos. Só que, além de tirar a TV Escola do ar, Weintraub criou um imbrólgio jurídico ao rasgar o contrato, porque a administração da Cinemateca estava definida num aditivo daquele documento. A Acerp entendeu que a parceria não poderia ser rompida, porque o acordo original para que cuidasse da Cinemateca iria até março de 2021, e continuou a administrar a entidade com recursos do próprio caixa por vários meses. Por conta disso, alega que o governo lhe deve R$ 14 milhões, correspondentes aos valores não repassados inclusive quando o contrato estava vigente. Segundo a Acerp, dos R$ 13 milhões do orçamento previsto em 2019, o governo só entregou R$ 7 milhões – e nada desde 2020. O objetivo da secretaria de Cultura, ao congelar o repasse, teria sido justamente inviabilizar o funcionamento da Cinemateca, de modo a assumir o controle administrativo da entidade de forma emergencial. Bolsonaro chegou a posar ao lado da atriz Regina Duarte, dizendo que lhe daria a presidência da Cinemateca como compensação por demiti-la da Secretaria da Cultura. Mas o cargo que ele prometeu nunca existiu, uma vez que a administração da Cinemateca não poderia ser exercita pelo poder federal. O detalhe é que, apesar de o contrato de seção pública da Cinemateca, datado de 1984, proibir o governo de assumir seu controle, em agosto de 2020, por pressão federal – com direito à viaturas da PF – as chaves da Cinemateca Brasileira foram entregues à União e todo corpo técnico da instituição foi demitido. O caso acabou ganhando repercussão internacional, virando um dos maiores símbolos da política cultural do governo Bolsonaro – que, conforme apontam as evidências, é simplesmente destruir tudo. Entre as manifestações de protesto incluem-se a voz do diretor do Festival de Cannes, o francês Thierry Frémaux, que abordou o descaso sofrido pela Cinemateca, considerando Bolsonaro uma ameaça à Cultura. “Quero expressar meu apoio à Cinemateca Brasileira, ameaçada pelo atual governo”, disse ele, em entrevista coletiva com a participação dos diretores dos sete maiores festivais de cinema da Europa, durante o Festival de Veneza no ano passado. Mesmo sem vínculo empregatício, vários funcionários antigos emitiram um comunicado em abril deste ano alertando para o perigo criado com o abandono da instituição e pedindo uma ação emergencial, de modo a evitar um desastre como o do Museu Nacional, no Rio de Janeiro. “A possibilidade de autocombustão das películas em nitrato de celulose, e o consequente risco de incêndio frequentemente recebem atenção da mídia e do público. A instituição enfrentou quatro incêndios em seus 74 anos, sendo o último em 2016, com a destruição de cerca de 500 obras. O risco de um novo incêndio é real”, alertava o texto. Foi ignorado. Há menos de duas semanas, o Ministério Público Federal em São Paulo (MPF-SP) fez outro alerta ao governo federal sobre o risco de incêndio. A audiência realizada no dia 20 de julho na Primeira Vara Federal integra uma ação do MPF contra a União por abandono da Cinemateca, e reforçou aviso feito há um ano sobre o perigo de sinistro. “O MPF tem alertado a União e ao poder Judiciário federal desde 15 de julho do ano passado sobre o perigo incessante de incêndio. E ele hoje infelizmente se consumou”, afirmou o procurador da República Gustavo Torres Soares, autor da ação civil pública sobre a Cinemateca. Após o incêndio, o governador de São Paulo, João Doria, também se manifestou sobre a situação, afirmando que a ocorrência foi um crime contra a Cultura e representou um “desprezo pela arte e pela memória”. Mas foram os artistas que mais lamentaram. Em uma sequência de posts nas redes sociais, a atriz Leandra Leal afirmou que o incêndio da Cinemateca é “inaceitável e triste”. O Youtuber Felipe Neto foi além, lembrando dos avisos ignorados. “O incêndio da Cinemateca não é tragédia, não é acidente. É um incêndio causado pela inoperância e vagabundagem do governo federal, através do ministério do turismo. Em 12 de abril, os trabalhadores da Cinemateca avisaram que pegaria fogo. Eles avisaram com todas as letras!”, escreveu nas redes sociais. O comunicado dos antigos funcionários também foi citado pelo comediante Gregório Duvivier e pela cantora Leci Brandão – que ainda ressaltou que o descaso dos governantes foi “criminoso”. A atriz Ana Hikari reforçou a situação de “tragédia anunciada”, ao definir o incêndio como “fruto de um projeto de sucateamento da cultura. Literalmente, apagamento da nossa memória brasileira”. “É lamentável, porque isso está acontecendo por descaso do governo Bolsonaro. Funcionários foram demitidos num lugar que precisa de monitoramento diário pra não pegar fogo”, ela apontou. O músico Tico Santa Cruz relacionou o incêndio ao apagão de dados do CNPq, também ocorrido nos últimos dias, observando que o governo Bolsonaro não se preocupou em conservar nem a Cultura e nem a Ciência brasileiras. “Alguém duvida que isso tudo seja um projeto de destruição?”, ponderou. O incêndio na Cinemateca de São Paulo é um crime com a cultura do país. Desprezo pela arte e pela memória do Brasil dá nisso: a morte gradual da cultura nacional. — João Doria (@jdoriajr) July 29, 2021 Estou rezando para que os bombeiros consigam controlar o fogo e salvar algo da nossa identidade. — Leandra Leal 🇧🇷🏴 (@leandraleal) July 29, 2021 SEM TRABALHADOR NÃO TEM ACERVO (post de Abril, alertando pro que poderia acontecer com a cinemateca) https://t.co/xUijac0hpY — Gregorio Duvivier (@gduvivier) July 29, 2021 Uma tragédia anunciada!Tristeza! O galpão da Cinemateca da Vila Leopoldina está em chamas. É criminoso o descaso do governo com a cultura e a memória do nosso povo. Os @trabalhadorescb tem alertado que é preciso cuidar desse patrimônio. Precisamos tirar o genocida do poder! — Leci Brandão (@lecibrandao) July 29, 2021 isso é TÃO triste… Vocês têm nocão de que são registros da nossa história sendo queimados aí? MUITOS REGISTROS! É lamentável, pq isso tá acontecendo por descaso do Governo BolsonaroFuncionários foram demitidos num lugar que precisa de monitoramento DIÁRIO pra não pegar fogo.. pic.twitter.com/5WnCDn2V7N — Ana Hikari (@_anahikari) July 29, 2021 Uma hora são os dados do CNPq – Ciência ( pesquisa ) Outro dia – Incêndio na Cinemateca Brasileira ( Cultura ) Alguém duvida que isso tudo seja um projeto de destruição? https://t.co/FOCzoUuyXy — Tico Santa Cruz 🆘🇧🇷 (@Ticostacruz) July 29, 2021

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  • Etc

    Governo Bolsonaro muda Programa Nacional de Apoio à Cultura

    27 de julho de 2021 /

    O governo Bolsonaro mudou as diretrizes da política de fomento cultural com a publicação de um decreto nesta terça (27/7), que dá novo texto ao Programa Nacional de Apoio à Cultura (Pronac). A portaria redefine a classificação das áreas culturais contempladas pela Lei Rouanet, criando divisões de “arte sacra” e “belas artes” como categorias distintas, que abrangeriam as demais. O decreto também tira o poder da Comissão Nacional de Incentivo à Cultura (CNIC), colegiado formado por representantes das áreas culturais que definem os projetos habilitados a captar verbas. Agora, basta o secretário de Cultura dizer o que o pode e o que não pode ser feito, concentrando todas as decisões sobre fomento e incentivo cultural. As mudanças ecoam manifestações do secretário Mario Frias e seu assistente, o ex-policial militar André Porciuncula, em redes sociais sobre a “verdadeira” natureza da arte, frequentemente referida pela dupla como “o belo” e “o sublime”, além de vetos a projetos que não os agradam, entre eles um filme sobre o presidente Fernando Henrique Cardoso – que Jair Bolsonaro já quis matar – , um festival de jazz “antifacista” e um documentário sobre a escalada política da Igreja Universal – que a criação da divisão de “arte sacra” reforça. Jair Bolsonaro celebrou a publicação da portaria, escrevendo no Twitter que “o instrumento objetiva uma gestão eficiente, com controle de prestação de contas — e traz inédita valorização de Belas Artes e Arte Sacra”. Na superfície, parece só mais uma malvadeza do governo contra a classe artística, mas esse pequeno decreto embute algo muito pior e perigoso para o Brasil. A mudança acontece após o ex-secretário Roberto Alvim, definido por Bolsonaro como “um secretário de Cultura de verdade”, fazer um discurso de teor nazista, parafraseando Joseph Goebbels, ministro da Propaganda da Alemanha do governo de Adolf Hitler, para definir o projeto do governo atual para a Cultura. Hitler era admirador das artes clássicas grega e romana, que ele julgava estarem livres de influências judaicas. Para ele, a arte deveria visar a um ideal de beleza e perfeição. Para Alvim, Frias e o governo Bolsonaro também. Nazistas dividiam a cultura em “belas artes” e “artes degeneradas” e culpavam os comunistas (muitos deles judeus) pela decadência das artes. Não é diferente com o governo Bolsonaro, que ao vetar incentivos de manifestações críticas sugere estar acabando com “a mamata” da esquerda na Cultura, barrando também produções degeneradas, como o filme da “Bruna Surfistinha” – citado pelo capitão reformado como exemplo de um suposto baixo nível do cinema brasileiro. São fatos, que até rendem justificativas na seara do “mal entendido”. “No meu pronunciamento, havia uma frase parecida com uma frase de um nazista. Não havia nenhuma menção ao nazismo na frase, e eu não sabia a origem dela”, disse Alvim ao buscar se defender. Só que, nos últimos dias, a proximidade do governo Bolsonaro com o nazismo deixou o campo abstrato para ganhar fatos concretos. Eduardo Bolsonaro simplesmente postou foto e frases de Hitler em suas redes sociais e, depois de ser bloqueado pelo Facebook, alegou que a plataforma estava “cerceando o seu direito de livre manifestação de maneira unilateral e autoritária”. Em seguida, encontrou-se com a neta de um ministro da Alemanha nazista, que ainda foi recebida no Palácio do Planalto. Beatrix von Storch, vice-líder do AfD (Alternativa para Alemanha), partido da extrema direita alemã vigiado pelo próprio governo de seu país por atos antidemocráticos, posou para fotos até com um sorridente Jair Bolsonaro. O presidente, inclusive, postou a imagem em seu Twitter. Isto mesmo: a neta de um ministro de Adolf Hitler, líder de um partido tido como neonazista e conhecida por discursos xenofóbicos, foi recebida pelo presidente do Brasil na sede do governo federal, e ele ainda divulgou o fato espontaneamente e feliz. “Somos unidos por ideais de defesa da família, proteção das fronteiras e cultura nacional”, escreveu Eduardo Bolsonaro, reforçando o que o governo de seu pai tem em comum com a neta do Ministro das Finanças de Hitler, que ficou conhecido por não aceitar a rendição da Alemanha e desejar continuar a guerra, mesmo após o suicídio de Hitler, com crianças, mulheres e quem restasse. Vale lembrar que “proteção das fronteiras” foi a desculpa nazista para o começo da 2ª Guerra Mundial. Quanto à “cultura nacional”… O ministro da Propaganda nazista, que inspirou discurso do antecessor de Frias, censurou material didático, livros, imprensa, cinema, rádio, música, teatro, museus e galerias de arte para permitir que apenas a ideologia nazista fosse vista e transmitida, de modo a realizar lavagem cerebral na população. O governo Bolsonaro não pode fazer isso, porque o Brasil ainda é uma democracia, mas está levando a cabo algo muito próximo, ao concentrar em Mario Frias e companhia a decisão de bloquear verbas e incentivos de conteúdos contrários à sua ideologia, dificultando ao máximo a produção de contraditórios. O ministro da Propaganda de Hitler foi extremamente bem-sucedido em seu projeto, e as consequências incluíram o Holocausto. Lembram qual é o slogan oficial do governo Bolsonaro? “Brasil acima de tudo, Deus acima de todos”? Em alemão, começa assim: “Brasil Uber Alles”, igual ao “Deutchland Uber Alles” nazista, slogan extraído da canção nacionalista “Das Lied der Deutschen” (A canção dos alemães). Hitler era um fã declarado da canção. Ele chegou a dizer que se tratava da canção que os alemães consideravam “a mais sagrada”. Em 1936, ela foi cantada na abertura dos Jogos Olímpicos de Berlim, quando Hitler e o séquito nazista entraram no Estádio Olímpico. Mesmo assim, não dá para qualificar o governo atual do Brasil como nazista, porque o nazismo não tinha a obsessão religiosa que o capitão reformado demonstra. E é bom que exista esta distinção, com Deus acima de tudo, porque maiores semelhanças seriam muito preocupantes. O governo Bolsonaro não é nazista, mas as coincidências, brevemente listadas, são muitas e se somam, a ponto de gerar este questionamento.

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    Guaraná Jesus vai virar filme com Pabllo Vittar

    26 de julho de 2021 /

    A história do farmacêutico maranhense Jesus Norberto Gomes, que nos anos 1920 inventou o Guaraná Jesus, refrigerante mais popular no Nordeste, vai virar filme. O refrigerante, que foi comprado em 2001 pela Coca-Cola, virou notícia recentemente ao ser alvo de uma das muitas piadas homofóbicas de Jair Bolsonaro, quando, em visita ao Maranhão, o presidente tomou o guaraná de cor rosa e questionou se teria virado “boiola”. Intitulado “Além do Sonho Cor de Rosa”, o filme está sendo desenvolvido pela carioca Fernanda Kalume e a bisneta de Jesus, Roberta Gomes, que também assina o roteiro. Segundo a coluna de Ancelmo Gois no jornal O Globo, Pablo Vittar está entre as pessoas convidadas a dar depoimentos para o longa. Jesus Norberto Gomes era comunista e foi uma das primeiras pessoas a pagar 13º salário no Brasil, antes da prática virar lei, dividindo com os funcionários o lucro da empresa desde os anos 1930. Por conta disso e diante do aparelhamento ideológico da Ancine pelo governo Bolsonaro, a produção corre o risco de ficar sem incentivo e ainda ter vetada a possibilidade de captação do projeto.

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  • Filme

    Ancine de Bolsonaro censura filmes sobre FHC e Igreja Universal

    26 de julho de 2021 /

    Os diretores nomeados pelo governo Bolsonaro para a Ancine tem seguido a recomendação do presidente para usar “filtros” nos (pouquíssimos) projetos aprovados para captação de recursos. Na prática, verifica-se uma censura política e ideológica na entidade que deveria fomentar o cinema no Brasil, com a rejeição de um filme sobre o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que Bolsonaro já sugeriu matar (“Começando com FHC, não deixando ir para fora, não. Matando!”), e de um documentário sobre o avanço da Igreja Universal do Reino de Deus e de outras denominações evangélicas na política nacional – “Os Evangélicos”, em desenvolvimento pelos cineastas Helena Solberg e David Meyer. O avanço político dos pastores tem apoio explícito de Bolsonaro, que recentemente enviou o vice-presidente Mourão a Angola para defender interesses da Igreja Universal naquele país e vergonhosamente nomeou o pastor Marcelo Crivella – que é considerado suspeito de crimes e não pode viajar ao exterior – embaixador do Brasil na África do Sul. A censura política fica evidente na justificativa dada para o veto ao filme de FHC. Assinada por dois diretores da Ancine no dia 7 de julho, a decisão considera que o longa-metragem “dá margem a inegável promoção da imagem pessoal do ex-presidente da República homenageado no documentário, com notório aproveitamento político, às custas dos cofres públicos”. A mesma Ancine não lembrou destas justificativas ao aprovar um filme sobre a eleição de Bolsonaro, “Nem Tudo se Desfaz”, do cineasta Josias Teófilo, que antes tinha filmado um documentário bonzinho sobre o infame terraplanista Olavo de Carvalho, mentor do que de pior há no bolsonarismo. Com relação ao veto do documentário sobre a ambição política da Igreja Universal, a Ancine invocou um artigo que veda “o fomento de conteúdos religiosos ou políticos”. “Só que”, argumenta Meyer, diretor de “Os Evangélicos”, “o tal artigo foi revogado pela própria agência há tempos”.

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