Ashley Judd se diz grata por viver a si mesma em filme sobre Harvey Weinstein: “Justiça”
A atriz Ashley Judd (“Possuídos”) interpretou a si mesma no drama “Ela Disse” (She Said, 2022), que detalha o trabalho de jornalistas para expor Harvey Weinstein, o poderoso produtor de Hollywood que se tornou criminoso sexual condenado. Judd foi uma das mulheres que se apresentaram ao jornal The New York Times em 2017 para acusar Weinstein de má conduta sexual. No filme, ela aparece contando a sua história para a repórter Jodi Kantor (interpretada por Zoe Kazan, de “Doentes de Amor”), afirmando que foi assediada sexualmente por Weinstein durante a produção do filme “Beijos que Matam” (1997). Enquanto outras vítimas pediram para não serem identificadas no artigo, Judd concordou em ter seu nome publicado. Ela foi a primeira atriz famosa a se assumir vítima de abuso sexual de Weinstein, o que encorajou outras se pronunciarem, desencadeando uma onda de denúncias e compartilhamento público de histórias que ficou conhecido como o movimento #MeToo. “Ela Disse” teve a sua première no Festival de Cinema de Nova York na última quinta (13/10) e na ocasião Judd foi aplaudida de pé pelo público. Ela compareceu ao evento acompanhada por outras vítimas de Weinstein. “Antes de tudo, eu só quero reconhecer minhas irmãs e agradecê-las por sua coragem”, disse Judd durante uma sessão de perguntas e respostas. Ela estava emocionada e prestou uma homenagem à sua mãe, a cantora country Naomi Judd, que morreu em abril. “Eu me lembro quando eu estava falando com minha mãe sobre isso, ela disse: ‘Oh, vá pegá-los, querida.’ Ela ficou encantada com minha audácia (de falar).” Ela lembrou da sua experiência ao ser procurada pelo jornal para expor o que lhe aconteceu. “Foi muito fácil para mim contar essa história. Foi muito válido quando alguém finalmente quis ouvir e fazer algo sobre isso. E o filme é o próximo passo disso. É muito importante estar em nossa verdade e ter justiça em nossa história”, disse ela. “Então foi uma coisa muito simples para mim fazer esse filme e fiquei muito grata pela oportunidade”, acrescentou. “Ela Disse” conta a história de Kantor e Megan Twohey (Carey Mulligan, de “Bela Vingança”), duas jornalistas que divulgaram a história de décadas de alegações de abuso sexual de Weinstein e ganharam um Prêmio Pulitzer pela sua investigação. Dirigido por Maria Schrader (“O Homem Ideal”), o filme adapta o livro homônimo escrito pelas jornalistas e mostra o processo de localizar e entrevistar as vítimas. Falando sobre o que aconteceu com ela, Judd contou que “reformulei experiências que tive que entender que eram de fato assédio e agressão, porque eu as havia minimizado anteriormente”. Segundo ela, as reportagens de Kantor e Twohey, e o movimento #MeToo, “permitiram que a consciência das mulheres se transformasse e estabelecesse limites e reivindicasse autonomia.” Judd e Kazan (que também participou do evento) encerraram a sessão de perguntas e respostas elogiando as mudanças ocorridas em Hollywood desde o início do movimento #MeToo. Isso inclui coordenadores de intimidade em sets de séries de TV e filmes, assim como linhas diretas para denúncias de assédio sexual. Weinstein está atualmente cumprindo uma sentença de 23 anos de prisão após ter sido condenado por estupro e abuso sexual em um julgamento em Nova York em 2020, e agora enfrenta mais 11 acusações de abusos sexuais de cinco mulheres, que ele teria atacado entre 2004 e 2013. Seu novo julgamento está acontecendo em Los Angeles. “Ela Disse” chega aos cinemas americanos em 18 de novembro, quase um mês antes da sua estreia no Brasil, marcada para 8 de dezembro. Assista abaixo ao trailer do filme.
Mel Gibson é testemunha no julgamento de Harvey Weinstein por crimes sexuais
O ator Mel Gibson é uma das testemunhas listadas pela acusação contra o produtor Harvey Weinstein em seu novo julgamento por crimes sexuais em Los Angeles, nos Estados Unidos. Gibson será chamado para corroborar as acusações de uma mulher que não teve o nome revelado, identificada como Jane Doe 3, que afirmou ter sido abusada sexualmente por Weinstein em 2010 após uma sessão de massagem em um hotel. Dias depois, ela foi fazer uma massagem em Gibson, que ao mencionar Weinstein viu a mulher desabar em choro e ouviu seu desabafo. Em contrapartida, a defesa do produtor questionou à Justiça se eles poderiam perguntar ao ator sobre declarações racistas e antissemitas que ele fez ao longo dos anos, mas a solicitação não foi permitida pela magistrada responsável pelo caso. No entanto, os representantes de Weinstein poderão perguntar se Gibson guarda rancor contra o produtor por problemas de trabalho. O fato de Gibson ser listado como testemunha não garante sua participação no julgamento. Geralmente, mais testemunhas são listadas que chamadas para o tribunal. Tudo depende do andamento das sessões. Weinstein está atualmente cumprindo uma sentença de 23 anos de prisão após ter sido condenado por estupro e abuso sexual em um julgamento em Nova York em 2020, e agora enfrenta mais 11 acusações de abusos sexuais de cinco mulheres, que ele teria atacado entre 2004 e 2013.
Primeira Dama da Califórnia vai depor como vítima no julgamento de Weinstein
A documentarista Jennifer Siebel Newsom (“Fair Play”), esposa do atual governador da Califórnia, Gavin Newsom, vai depor como vítima no julgamento do produtor Harvey Weinstein (“Os Oito Odiados”), que começou nessa segunda (10/10), em Los Angeles. A data do depoimento de Newsom ainda não foi divulgada. “Como muitas outras mulheres, minha cliente foi agredida sexualmente por Harvey Weinstein em uma suposta reunião de negócios que acabou sendo uma armadilha”, disse a advogada Elizabeth Fegan, ao site Deadline. “Ela pretende testemunhar em seu julgamento a fim de buscar alguma medida de justiça para as sobreviventes e como parte do trabalho de sua vida para melhorar a vida das mulheres”. A advogada ainda afirmou que Newsom não pretende discutir este assunto fora do tribunal e pediu respeito pela decisão da Primeira Dama. Até esta segunda identificada apenas como “Jane Doe” (Joana Ninguém) no processo, Newsom teria sido estuprada por Weinstein entre setembro de 2004 e setembro de 2005, em Los Angeles, de acordo com documentos judiciais. Apesar de ter sido revelada agora como acusadora, Jennifer Siebel Newsom (que além de ser documentarista também tem uma extensa carreira como atriz) já tinha assumido que era uma das vítimas do produtor. Ela detalhou o ataque de Weinstein em um artigo publicado em 2017, no Huffington Post. “Eu era ingênua, nova na indústria e não sabia como lidar com seus avanços agressivos – convites de trabalho de um amigo tarde da noite no Festival de Cinema de Toronto e, mais tarde, um convite para encontrá-lo e conversar sobre um papel no Hotel The Peninsula, onde a equipe estava presente e, de repente, desapareceram, deixando-me sozinha com essa lenda de Hollywood extremamente poderosa e intimidadora”, escreveu ela na ocasião. O relato original de Siebel Newsom veio logo após o jornal New York Times expor as décadas de estupros, agressões e ameaças de assédio de Weinstein contra atrizes e outras mulheres na indústria do entretenimento. Weinstein está enfrentando quatro acusações de estupro, quatro acusações de cópula oral forçada, uma acusação de penetração sexual forçada, uma acusação de agressão sexual por contenção e agressão sexual, em diferentes incidentes envolvendo cinco mulheres no condado de Los Angeles, entre 2004 a 2013. Ele já foi condenado a 23 anos de prisão por um júri de Manhattan em março de 2020 por conta de outros crimes sexuais, e pode aumentar sua sentença para 140 anos de prisão se for considerado culpado em Los Angeles. O julgamento iniciou com a seleção do júri, processo que pode durar até duas semanas. Portanto, as acusadoras e suas testemunhas só devem começar a ser ouvidas depois do dia 22 de outubro. A expectativa é que o processa tenha duração de até dois meses no tribunal. Atualmente, Weinstein apela da decisão do tribunal de Nova York para tentar reverter ou diminuir sua sentença. O documentário mais recente de Jennifer Siebel Newsom, “Fair Play” (2022), venceu o Bergen International Film Festival. Seus trabalhados anteriores incluem “The Mask You Live In” (2015), vencedor de um prêmio no Festival Internacional de Las Vegas, e “Miss Representation” (2011), indicado ao Grande Prêmio do Juri no Festival de Sundance.
Paul Sorvino: Ator de “Os Bons Companheiros” morre aos 83 anos
O ator Paul Sorvino, pai da vencedora do Oscar Mira Sorvino (“Poderosa Afrodite”) e conhecido por viver um mafioso brutal em “Os Bons Companheiros” (1990), morreu nesta segunda-feira (25/7) de causas naturais, aos 83 anos. Ele nasceu em 13 de abril de 1939 no Brooklyn, Nova York, e sonhava se tornar um cantor de ópera. Chegou a ter aulas de canto, mas a asma mudou seu destino, fazendo-o se concentrar em atuar. Apesar disso, tentou equilibrar os dois talentos na Broadway, estreando como ator e cantor no musical “Bajour” em 1964. Sorvino apareceu nas telas pela primeira vez na comédia “Como Livrar-me da Mamãe” (1970), de Carl Reiner, e em seguida emplacou um papel atrás do outro – como o pai de Joseph Bologna em “Feitos um para o Outro” (1971), o amigo de George Segal em “Um Toque de Classe” (1973) e um agente do governo no thriller “O Dia do Golfinho” (1973), de Mike Nichols. Mas desde cedo chamou mais atenção ao desempenhar personagens com problemas com a lei – a partir de “Os Viciados” (1971). Seu primeiro mafioso impactante ganhou vida em “O Jogador” (1974), aceitando apostas que James Caan não tinha como pagar. E seu desempenho mais lembrado é o papel de Paul “Paulie” Cícero, o mafioso que adorava uma boa refeição e cortava seu alho com uma lâmina de barbear em “Os Bons Companheiros” (1990), de Martin Scorsese. Ser filho de italianos ajudava no sotaque, mas Sorvino achava que não parecia durão o suficiente para interpretar mafiosos. Em um reportagem do New York Times sobre o 25º aniversário do filme, ele disse que “Os Bons Companheiros” foi uma virada em sua carreira. “Eu fiz muitas comédias e dramas, mas nunca tinha vivido um cara realmente durão. Eu nunca tive isso em mim”, contou. “E esse [papel] pedia uma letalidade que eu sentia que estava muito além de mim. Liguei para meu empresário três dias antes de começarmos a filmar e disse: ‘Me tire daqui. Vou arruinar a imagem desse grande homem [Scorsese] e vou arruinar a mim mesmo’. Eu estava simplesmente inconsolável. Então, olhei no espelho e literalmente pulei para trás. Eu vi um olhar que eu nunca tinha visto, algo em meus olhos que me alarmou. Um olhar terrível que me fez suspirar: ‘Você encontrou'”. “Muitas pessoas pensam que sou mesmo um gângster ou um mafioso, em grande parte por causa de ‘Os Bons Companheiros’”, ele disse em outra ocasião. “Suponho que esse é o preço que você paga por ser eficaz em um papel.” Ele ainda interpretou mafiosos caricatos de quadrinhos em “Dick Tracy” (1990), segundo dos quatro filmes em que foi dirigido por Warren Beatty – após interpretar o fundador do Partido Comunista Americano em “Reds” (1981) e antes de “Politicamente Incorreto” (1998) e “Regras Não Se Aplicam” (2016) – e na adaptação de “Rocketeer” (1991), de Joe Johnston. Além disso, encerrou a carreira interpretando o chefão Frank Costello na série “Godfather of Harlem” (2019-2021). Mas também esteve do lado da lei, vivendo o detetive Mike Logan nas primeiras temporadas de “Law & Order” (de 1992 a 1993). Mais versátil do que lhe dão crédito, Sorvino interpretou pessoas reais, como o secretário de Estado Henry Kissinger no filme “Nixon” (1995), de Oliver Stone, e até personagens shakespeareanos, como o pai de Julieta (Claire Danes) em “Romeu e Julieta” (1996), de Baz Luhrmann, entre muitos outros papéis. De fato, uma obra teve maior importância em sua carreira que “Os Bons Companheiros”: a peça “O Campeão da Temporada”, de Jason Miller. Após ser indicado ao Tony em 1973 pela atuação como o inescrupuloso Phil Romano – um dos quatro ex-jogadores de basquete do ensino médio que se reúnem para visitar seu antigo treinador – , ele reprisou o papel num filme de 1982 e dirigiu sua própria versão do texto em 1999, num telefilme do canal pago Showtime. Depois disso, Sorvino só dirigiu outro filme, “The Trouble With Cali”, em 2012. Mas pôde realizar seus maiores sonhos: cantar e gravar discos de ópera, e ver a filha vencer o Oscar. Sua imagem chorando na plateia do Kodak Theatre pela vitória de Mira Sorvino por “Poderosa Afrodite” (1995) convenceu o mundo inteiro de que o malvadão de “Os Bons Companheiros” era, na verdade, uma homem muito sensível. Entretanto, o violento Paulie voltou a ser evocado em 2018, em defesa da mesma filha. Após descobrir que o produtor Harvey Weinstein havia assediado e prejudicado a carreira de Mira, por ela se recusar a fazer sexo, Sorvino ameaçou matá-lo. “É melhor que ele vá para a cadeia”, disse o ator a um repórter do site TMZ. “Porque se nos encontrarmos, acho que ele ficará estendido no chão. Se não for preso, eu vou matar esse filho da p*ta. Simples assim”. Weinstein foi condenado e preso.
Ela Disse: Trailer recria bastidores da reportagem que derrubou Harvey Weinstein
A Universal divulgou o trailer legendado de “Ela Disse”, drama baseado nas denúncias de assédio, abuso e estupro contra um dos mais poderosos produtores de Hollywood, Harvey Weinstein. A prévia mostra Carey Mulligan (“Bela Vingança”) e Zoe Kazan (“Doentes de Amor”) no papel das jornalistas do New York Times que investigaram e publicaram pela primeira vez as denúncias contra Weinstein, que abalaram Hollywood e deram início ao movimento #MeToo. Apesar da dificuldade inicial para conseguir quem assumisse as denúncias – conforme o trailer mostra – , uma vez publicada a reportagem inspirou uma centena de mulheres, inclusive estrelas de primeira grandeza de Hollywood, a revelar as tentativas de abusos e até mesmo estupros praticados impunemente pelo produtor – e dono de estúdio de cinema – por mais de três décadas. A sucessão de acusações fez ruir um esquema de proteção que incluía pagamentos por baixo dos panos, acordos de confidencialidade, ameaças de retaliação profissional e até serviços de vigilância e intimidação profissional, levando o magnata à julgamento e para a cadeia. Ao vir à tona, os crimes de Weinstein também tiveram um efeito dominó, inspirando novas denúncias contra poderosos chefões que abalaram os alicerces da indústria do entretenimento e as relações trabalhistas em todo o mundo – com ecos até na queda do presidente da CBF e da Caixa Econômica Federal no Brasil. O é baseado no livro de mesmo nome, lançado em 2019, que conta os detalhes da investigação sobre os boatos que circulavam há anos a respeito da conduta sexual de Weinstein. A história foca nos bastidores de meses de investigações e obstáculos legais que as jornalistas enfrentaram para publicar suas reportagens, lutando contra a fortuna e o poder de um homem que ganhou mais agradecimentos que Deus na História do Oscar. As personagens principais são as jornalistas Megan Twohey e Jodi Kantor, que fizeram a apuração, publicaram a reportagem, escreveram o livro e ganharam o prêmio Pulitzer (o Oscar do jornalismo) com a história. Mulligan vive Twohey e Kazan é Kantor na adaptação cinematográfica, que tem roteiro da inglesa Rebecca Lenkiewicz (“Desobediência”) e direção de Maria Schrader (da minissérie “Nada Ortodoxa”). Weinstein, que argumentou em sua defesa ter feito apenas sexo consensual, foi condenado em março de 2020 em Nova York a 23 anos de prisão por estupro e abuso sexual. Ele ainda enfrenta outras acusações de estupro em Los Angeles. “Ela Disse” estreia em 18 de novembro nos EUA e ainda teve a data de lançamento confirmada no Brasil.
Orc de “O Senhor dos Anéis” foi inspirado em Harvey Weinstein
O ator Elijah Wood revelou um segredo de “O Senhor dos Anéis” que só os envolvidos nas filmagens sabiam. Em entrevista ao podcast Armchair Expert, o intérprete de Frodo revelou que um dos Orcs da história – o monstro mais deformado da saga – , teve sua aparência inspirada no produtor da trilogia, Harvey Weinstein. “Assim que chegou à Nova Zelândia, Sean Astin viu as máscaras de Orc. E uma delas – e eu me lembro disso nitidamente – foi projetada para se parecer com Harvey Weinstein como uma espécie de f***-se.”, contou Wood. Atualmente preso por estupro e crimes sexuais, Weinstein atrapalhou a produção com exigências de cortes na duração dos filmes, forçou Peter Jackson a filmar a trilogia sem pausas entre cada título e ainda proibiu o diretor de contratar duas atrizes para o elenco, Mira Sorvino e Ashley Judd, pois elas faziam parte de sua lista negra pessoal – não quiseram ceder a seus avanços. Judd e Sorvino estão entre as dezenas de atrizes que acusaram o produtor de abusos sexuais. “Fran [Walsh, roteirista dos filmes e esposa de Jackson] e eu expressamos nosso entusiasmo por Ashley Judd e Mira Sorvino. Na verdade, até nos encontramos com Ashley e discutimos dois possíveis papéis com ela. Após essa reunião, a Miramax nos mandou ficar longe de Ashley e Mira, porque alegaram ter tido ‘más experiências’ com essas atrizes em particular no passado”, revelou Jackson em comunicado após as denúncias contra Weinstein. Sem poder enfrentar o produtor na época, Peter Jackson se vingou transformando Weinstein num ogro monstruoso. “Acho que não há problema em falar sobre isso, o cara está encarcerado. F***-se ele”, completou Elijah Wood sobre a revelação.
Carey Mulligan vai estrelar filme sobre escândalo sexual de Harvey Weinstein
A Universal anunciou a produção do primeiro filme sobre o escândalo de Harvey Weinstein, atualmente preso por abuso sexual, que será estrelado por Carey Mulligan (“Bela Vingança”) e Zoe Kazan (“Doentes de Amor”), no papel das jornalistas que derrubaram o poderoso produtor de Hollywood. A denúncia contra Weinstein, veiculada originalmente numa reportagem do jornal The New York Times, inspirou cerca de 100 mulheres, inclusive estrelas de Hollywood, a revelar as tentativas de abusos e até mesmo estupros praticados impunemente pelo poderoso produtor – e dono de estúdio de cinema – por mais de três décadas. O movimento espontâneo deu origem ao fenômeno #MeToo, que tomou as redes sociais e sacudiu os alicerces da indústria do entretenimento e as relações trabalhistas em todo o mundo – com ecos chegando até a queda do presidente da CBF neste fim de semana no Brasil. Intitulado “She Said”, o filme será baseado no livro de 2019, lançado no Brasil como “Ela Disse”, que conta detalhes da investigação do New York Times sobre boatos que circulavam há anos a respeito da conduta sexual de Weinstein. A história foca nos bastidores de meses de investigações e obstáculos legais que as jornalistas enfrentaram para publicar suas reportagens, lutando contra a fortuna e o poder de um homem que ganhou mais agradecimentos que Deus na História do Oscar. As personagens principais são as jornalistas Megan Twohey e Jodi Kantor, que fizeram a apuração, publicaram a reportagem, escreveram o livro e ganharam o prêmio Pulitzer (o Oscar do jornalismo) com a história. Mulligan viverá Twohey e Kazan será Kantor na adaptação cinematográfica, que está sendo roteirizada pela inglesa Rebecca Lenkiewicz (“Desobediência”) e será dirigida por Maria Schrader (da minissérie “Nada Ortodoxa”). Weinstein, que argumentou em sua defesa ter feito apenas sexo consensual, foi condenado em março de 2020 em Nova York a 23 anos de prisão por estupro e abuso sexual. Ele recorreu da condenação e agora busca um novo julgamento, enquanto se defende de outras acusações de estupro em Los Angeles.
Polanski perde processo para reverter expulsão da Academia
O cineasta Roman Polanski, que foi expulso da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas dos EUA por acusações de ter tido relações sexuais com menores, perdeu hoje uma ação judicial em que buscava ser reintegrado à organização. O diretor de “Chinatown” e “O Bebê de Rosemary” argumentou que não teve direito ao devido processo pela Academia quando esta decidiu expulsá-lo sob um novo código de conduta elaborado em resposta a alegações de abuso sexual contra dezenas de homens na indústria do entretenimento. A juíza Mary H. Strobel, do Tribunal Superior de Los Angeles, escreveu em sua decisão que Polanski teve “a oportunidade de apresentar qualquer evidência que considerasse relevante” para a Academia, incluindo um longo documento de seu advogado e uma declaração em vídeo. Polanski, que tem cidadania francesa e polonesa, fugiu dos Estados Unidos em 1978 depois de confessar ter estuprado uma menina de 13 anos e nunca mais voltou, continuando sua carreira na França. Nos últimos anos, várias outras mulheres o acusaram de má conduta sexual naquele período, mas o diretor, que assumiu a culpa da primeira denúncia, nega as novas acusações. Em sua defesa, o cineasta de 87 anos sustenta ter vencido um Oscar em 2003, por “O Pianista”, anos depois do caso ser conhecido. Na ocasião, ter assumido a culpa não foi considerado relevante para sua consagração, mas agora, sem nenhuma outra novidade no caso, além dos pedidos da vítima para deixarem Polanski em paz, ele foi simplesmente expulso. Após esta expulsão, Polanski ainda foi premiado como Melhor Diretor no César (o Oscar francês) por seu filme mais recente, “O Oficial e o Espião”. Este prêmio causou revolta em várias atrizes e arrastou a Academia Francesa para a maior crise de sua existência.
Trailer de Missão Pijamas mostra como seria Pequenos Espiões com atores “americanos”
A Netflix divulgou fotos, o pôster e o trailer legendado de “Missão Pijamas” (The Sleepover), filme infantil de ação que sugere como seria “Pequenos Espiões” se o elenco latino fosse substituído por atores brancos, como Harvey Weinstein queria. “O estúdio me questionava: ‘Por que você está fazendo com uma família latina? Por que você não os torna americanos?'”, contou o diretor Robert Rodriguez na recente Comic-Con@Home, lembrando como teve que lutar para fazer “Pequenos Espiões”. “Missão Pijamas” tem basicamente a mesma premissa da história criada por Rodriguez em 2001, mas a mãe é loira e as crianças (também um casal como no longa original) são “americanas”. A sinopse oficial de “Pequenos Espiões” até serve para descrever o novo filme: os filhos de pais agentes secretos precisam salvá-los do perigo. Na nova história, só a mãe é “espiã” – na verdade, o roteiro afirma que ela é “apenas” uma ladra, apesar de esconder um arsenal de dar inveja a James Bond em sua casa. Quando seus filhos descobrem que ela foi raptada por “ninjas”, resolvem usar todo esse arsenal para salvá-la e a seu pai sem noção, que é levado junto sem saber com quem tinha casado. Seus raptores esperam que eles trabalhem com o ex-parceiro da ladra aposentada num assalto complexo. Mas as crianças pretendem resgatá-los antes disso. O elenco volta a reunir Malin Akerman e Joe Manganiello após “Rampage: Destruição Total”. Eles são os ex-parceiros que precisam voltar para o crime. Ken Marino (“Veronica Mars”) é o pai e os filhos são vividos por Sadie Stanley e Maxwell Simkins (ambos do telefilme “Kim Possible”). As crianças ainda contam com a ajuda de dois colegas, responsáveis por dar um pouco de “cor” à produção embranquecida: uma menina latina representada por Cree Cicchino (“Game Shakers”) e um menino asiático, Lucas Jaye (“Fuller House”). E por falar em representatividade, a única latina adulta da história é vilã, a “ninja” Karla Souza (“How to Get Away with Murder”). “Missão Pijamas” tem direção de Trish Sie (“A Escolha Perfeita 3”) e estreia em 21 de agosto.
Ashley Judd ganha aval da Justiça para processar Harvey Weinstein
A Justiça americana deu ganho de causa para a atriz Ashley Judd na apelação de seu processo contra Harvey Weinstein. A atriz foi a primeira a acusar Weinstein na imprensa, colocando a carreira em risco para permitir que outras mulheres se manifestassem. Sua atitude encorajou uma centena de denúncias e deu início ao movimento #MeToo nas redes sociais, mas os advogados do produtor impediram que ela o processasse. A atriz afirma ter sido prejudicada propositalmente em sua carreira por se recusar a ter relações sexuais com Weinstein. Já a defesa do produtor alega que ele não era chefe dela, portanto não teria esse poder. Ela entrou com um recurso na Justiça e a análise, feita por três juízes, foi que, mesmo sem vínculo direto, a posição de produtor e de dono de estúdio estabelecia uma relação de poder de Weinstein sobre a atriz, permitindo que ela fosse prejudicada. “Em virtude da posição profissional e de sua influência, Weinstein se colocava em uma posição única de poder coercivo sobre [Ashley] Judd, que era jovem e no início de sua carreira na época do assédio”, disse a juíza Mary H Murguia. “Mais ainda, dada a forte influência e inevitável presença de Weinstein na indústria do cinema, era muito difícil para Judd romper com ele ‘sem dificuldade tangível’, ainda mais que a vida de atriz dependia de ser convidada para os papéis”, acrescentou. Ashley relatou que, nos anos 1990, quando estava em ascensão em Hollywood, Weinstein a chamou para uma reunião em um quarto de hotel, onde tirou a roupa e tentou fazer massagem nela. A atriz diz que, depois que ela se recusou, Weinstein passou a pressionar diretores a não escalá-la em novos filmes, levando-a a perder importantes oportunidades de trabalho. Embora tenha reclamado disso por muitos anos, só quando os abusos de Weinstein chegaram na imprensa é que diretores se manifestaram sobre a pressão sofrida para não escalar determinadas atrizes. Em entrevista, Peter Jackson revelou que Weinstein o desencorajou a contratar tanto Ashley quanto Mira Sorvino, outra atriz que o produtor tentou abusar, chamando ambas de “um pesadelo para se trabalhar”. Na época, Jackson estava dando início à produção da trilogia “O Senhor dos Anéis”. O processo aberto por Ashley acusa Weinstein de difamação, abuso de poder e assédio sexual. A vitória obtida na quarta (29/7) foi celebrada pelos advogados da atriz, que agora pode prosseguir com a ação.
Harvey Weinstein quis mutilar Princesa Mononoke em briga que terminou com espada samurai
Antes de ser conhecido como um predador sexual condenado, o produtor Harvey Weinstein tinha outra fama negativa na indústria cinematográfica. Ele ganhou o apelido de “Harvey Mãos de Tesoura” por mutilar filmes estrangeiros para diminuir suas durações em lançamentos nos Estados Unidos. Essa mania rendeu uma briga famosa, bastante noticiada em 2013, contra o premiado diretor Bong Joon-ho (“Parasita”), que resultou no adiamento de um ano na estreia do filme “Expresso do Amanhã” nos EUA. Tentando impedir cortes, o cineasta viu seu filme ter distribuição protelada e ainda receber lançamento limitado, apesar de ser uma superprodução. Agora, Steve Alpert, ex-chefe da divisão internacional do Studio Ghibli, revelou que Weintein também ameaçou processar a produtora japonesa por causa da duração do clássico animado “Princesa Mononoke” (1997), do mestre Hayao Miyazaki. A informação veio à tona na biografia do executivo, “Sharing a House with the Never-Ending Man: 15 Years at Studio Ghibli”. Na época, Harvey Weinstein era o chefão da Miramax, produtora que negociou os direitos de distribuição do filme nos EUA. Mesmo após a desastrosa experiência com a primeira versão americana – e reeditada – de “Nausicaä do Vale do Vento”, Weinstein exigiu que “Princesa Mononoke” tivesse sua duração original de 135 minutos reduzida para 90. Após a recusa de Hayao Miyazaki, o produtor americano teria entrado em estado de cólera. “Se você não cortar a p**** do filme você nunca vai trabalhar nessa p**** de indústria de novo! Você tá me entendendo, c******? Nunca”. Mas Miyazaki manteve sua posição e se recusou a editar o filme, que chegou aos cinemas em sua duração completa. O confronto deu origem à lenda de que a resposta de Miyazaki ao chilique de Weinstein teria sido o envio de uma espada samurai com um bilhete escrito “sem cortes” grudado na lâmina. Miyazaki, por sinal, não só continuou trabalhando “nessa p**** de indústria” como seu filme seguinte foi distribuído diretamente pela Disney. E mais: “Viagem de Chihiro” (2001) simplesmente venceu o Oscar de Melhor Animação. Já Weinstein foi condenado a 23 anos de prisão por estupro e crimes sexuais em março passado, num primeiro de muitos julgamentos sobre os abusos sexuais em série que ele cometeu contra atrizes iniciantes. O homem que se achava todo-poderoso e que recebeu mais agradecimentos que Deus nos discursos do Oscar está atualmente sob custódia na prisão Wende Correctional Facility em Erie County, no estado de Nova York.
Surgem novas acusações de estupro contra Harvey Weinstein
O produtor Harvey Weinstein, já condenado e preso como agressor sexual, será alvo de um novo processo pelo mesmo motivo. A ação, protocolada num tribunal de Nova York na quinta-feira (28/5), alega que Weinstein estuprou quatro outras mulheres, incluindo uma menor, que tinha 17 anos no momento do ataque. As agressões sexuais teriam ocorrido entre 1984 e 2013, e apesar de separadas por décadas seguem um mesmo roteiro, que estabelece o método de um predador sexual convicto. Uma mulher de 43 anos alega que Weinstein a estuprou em 1994, quando tinha 17 anos. O documento, obtido pela imprensa americana, diz que ela estava tentando entrar na indústria do entretenimento e foi recrutada por um dos associados de Weinstein “sob o pretexto de fazer negócios”. Levada para uma reunião no quarto de hotel do magnata, entrou no aposento e já o encontrou nu. A mulher alega que ele insistiu que, para conseguir um emprego, precisava “gratificá-lo sexualmente”, e “a obrigou a tirar a roupa” contra sua vontade, até estuprá-la. Usando de força, Weinstein teria ficado com sua carteira de motorista e a ameaçado com retaliação, se ela contasse a alguém sobre o encontro. Ele não apenas garantiu que ela jamais arranjaria trabalho como atriz, mas também disse “que seus associados prejudicariam fisicamente a sua família”. Uma segunda mulher, agora com 70 anos, alega que Weinstein a estuprou em 1984, aos 34 anos. A mulher diz que o incidente aconteceu na França durante o Festival de Cannes. Ela afirma que acompanhou uma amiga dela, que trabalhou com Weinstein em vendas externas, a uma reunião com o produtor. Depois disso, o magnata a convidou para ir a uma de suas suítes no Hotel Barrière Le Majestic e, assim que entraram, “a prendeu contra a porta da frente da suíte”, agredindo-a sexualmente. A mulher afirma que Weinstein também a ameaçou e disse para ela ficar quieta sobre o incidente. Depois de contar à amiga sobre o assalto, a mulher alega que a amiga, que tinha um relacionamento profissional com Weinstein, reiterou que eles deveriam manter a agressão em segredo. Caso contrário, ela seria “excluída da indústria”. Uma terceira mulher, de 38 anos, afirma que Weinstein a estuprou quando tinha 26 anos. A mulher diz que o ex-produtor a “observou” enquanto estava no restaurante Cipriani’s em Nova York e se aproximou garantindo que a conectaria com pessoas poderosas que poderiam “levar sua carreira para o próximo nível”. Depois de aparecer em uma reunião “de negócios” com Weinstein em seu apartamento no Soho, ele a teria ameaçado, impedindo-a de sair do apartamento, “a menos que fizesse o que ele queria”. Ela alega que Weinstein a estuprou. Depois, ameaçou arruinar sua carreira se contasse a alguém sobre o incidente. A quarta mulher, de 35 anos, declara que Weinstein a estuprou em 2013, quando ela tinha 28 anos. Depois de conhecê-lo no Festival de Veneza, a mulher foi convidada para seu escritório para um teste organizado por uma de suas secretárias. O teste nunca aconteceu, mas a mulher e uma amiga encontraram Weinstein e sua secretária para jantar alguns meses depois. Depois do jantar, a mulher diz que Weinstein pediu que ela aparecesse no seu quarto por volta da meia-noite, mas, dada a hora tardia, ela foi junto com a amiga. Depois de alguma discussão sobre o trabalho, ela conta que Weinstein convenceu a amiga a sair para que ele pudesse ter uma conversa “cara-a-cara” com ela. A mulher alega que Weinstein se expôs e a forçou a fazer sexo oral nele. Ela teria contado à amiga sobre o incidente, mas decidiu mantê-lo em segredo por medo de represálias. O irmão e sócio do ex-produtor, Bob Weinstein, o estúdio Miramax e a Disney, que distribuía os filmes da Miramax, também são citados no processo, que afirma que todos “sabiam ou deveriam saber que Harvey Weinstein tinha a propensão a se envolver em má conduta sexual e usar sua posição e poder para atrair atrizes aspirantes e fazê-las passar por situações semelhantes… atraí-las para seu quarto, apartamento com o pretexto de discutir oportunidades de negócios para assediar, agredir, tentar aprisionar e estuprar”. As denúncias mais antigas não devem ser consideradas, pois já prescreveram, mas as recentes ainda são passíveis de processo. Weinstein foi acusado de estupro e agressão sexual por mais de 100 mulheres desde que uma reportagem do jornal New York Times revelou seu histórico, invocado com ajuda de uma única e destemida atriz, Ashley Judd (“Divergente”), a primeira a revelar o abuso sofrido nas mãos do produtor, em novembro de 2017. Poucos dias depois, outras atrizes autorizaram a publicação de suas histórias na revista New Yorker, iniciando o movimento #MeToo e a multiplicação exponencial de denúncias. Em fevereiro de 2020, um júri em Nova York considerou o ex-magnata do cinema culpado em seu até agora único julgamento por agressão sexual e estupro. Weinstein foi condenado a 23 anos de cadeia. Ex-homem mais poderoso de Hollywood, que recebeu mais agradecimentos que Deus nos discursos do Oscar, Weinstein está atualmente sob custódia na prisão Wende Correctional Facility em Erie County, no estado de Nova York.










