Bruna Marquezine confirma rumor sobre sua personagem em “Besouro Azul”
A atriz brasileira Bruna Marquezine, que faz sua estreia em Hollywood com o filme “Besouro Azul”, da DC, revelou mais detalhes sobre sua personagem, Jenny Kord, numa entrevista gravada com o elenco antes da greve dos atores nos EUA. Em vídeo divulgado pelo site Fandango, a atriz confirmou os rumores de que Jenny é filha de Ted Kord, o segundo Besouro Azul, e que a personagem está tentando manter o legado de seu pai nas Indústrias Kord. Os três Besouros Azuis Nos quadrinhos, o título de Besouro Azul foi assumido por três personagens distintos em três editoras diferentes. O primeiro foi Dan Garret, criado em 1939 na Fox Comics (depois rebatizada de Charlton), um policial que se tornou super-herói graças a um antigo escaravelho egípcio que lhe conferiu superpoderes. Na década de 1960, o manto passou para Ted Kord, um gênio da física e atleta que, embora não possuísse superpoderes, utilizava sua inteligência e uma variedade de gadgets de alta tecnologia para combater o crime. Este personagem se tornou bastante popular nos anos 1980 após a DC comprar a Charlton Comics e reintroduzir os heróis da editora em seus quadrinhos. Ted Kord chegou, inclusive, a fazer parte da Liga da Justiça. O terceiro e atual Besouro Azul, Jaime Reyes, surgiu em 2006, um ano após o assassinato de Kord. Ele é um adolescente latino que encontrou o escaravelho alienígena que deu a Dan Garret seus poderes. O escaravelho se fundiu com Jaime, proporcionando-lhe uma armadura poderosa e a capacidade de criar qualquer arma. Desde então, tem sido um personagem bastante popular, aparecendo em várias séries de animação e videogames da DC. Parentesco confirmado Na entrevista ao Fandango, Marquezine confirmou o parentesco entre Jenny e Ted. E pode ter dado um spoiler sobre a trama do filme. A atriz indicou que Ted Kord talvez esteja vivo, apenas desaparecido. “Jenny é filha de Ted Kord. Antes de desaparecer, Ted era quem comandava as Indústrias Kord, e agora Jenny está dando o seu melhor para manter o legado de seu pai”, disse a atriz. Jenny também tem ligação com Victoria Kord, a grande vilã do filme, interpretada por Susan Sarandon (“Thelma e Louise”), que provavelmente é sua tia na trama. Embora Jenny seja criação do filme, Victoria já apareceu nos quadrinhos como irmã de Ted Kord, ocasião em que enfrentou o Besouro Azul. “Besouro Azul”, que tem estreia prevista para o dia 17 de agosto, também traz Xolo Maridueña (“Cobra Kai”) no papel de Jaime Reyes, o herói do título. O roteiro foi escrito por por Gareth Dunnet-Alcocer (do remake de “Miss Bala”), a direção é de Ángel Manuel Soto (“Twelve”) e o elenco ainda destaca Adriana Barraza (“Rambo: Até o Fim”), Damian Alcázar (“O Poderoso Vitória”), Raoul Max Trujillo (“Mayans M.C.”), George Lopez (da série “George Lopez”) e Harvey Guillén (“What We Do in the Shadows”). Veja abaixo a longa entrevista divulgada pelo Fandango. A fala de Marquezine acontece por volta dos 10 minutos.
10 filmes: “Guardiões da Galáxia 3” e as principais estreias do streaming
Os grandes blockbusters de 2023 chegam ao cinema em casa, com o lançamento de “Guardiões da Galáxia Vol. 3” pela Disney+ e “Transformers: O Despertar das Feras” em VOD. Em ritmo de aventura, a programação também traz “Os Três Mosqueteiros – D’Artagnan”, “Sisu” e os terrores “O Exorcista do Papa” e “100 Coisas para Fazer Antes de Virar Zumbi”. Confira os 10 principais filmes lançados na semana nos serviços de assinatura e de locação em streaming. GUARDIÕES DA GALÁXIA VOL. 3 | DISNEY+ Um dos maiores blockbusters do ano, o final da saga dos Guardiões chega ao streaming após faturar cerca de US$ 850 milhões de bilheteria mundial e conquistar aclamação da crítica, com 82% de aprovação no Rotten Tomatoes. O sucesso e os elogios acabaram representando um grande contraste com as outras produções da Marvel deste ano, o filme “Homem-Formiga e a Vespa: Quantumania” e a série “Invasão Secreta”, considerados fracassos do estúdio. A produção também marcou a despedida de James Gunn da Marvel. O diretor e roteirista passa agora a comandar as produções do rival DC Studios. Em sua última jornada pela Marvel, Gunn juntou uma história de origem com a conclusão da saga, revelando os segredos do passado de Rocket (dublado por Bradley Cooper) e sua relação com o novo vilão Alto Evolucionário (Chukwudi Iwuji, de “O Pacificador”), sem perder de vista a evolução dos personagens e o tema fundamental da franquia: famílias encontradas. Na trama, enquanto Peter Quill (Chris Pratt) ainda se recupera da perda de Gamora (Zoe Saldana), ele reúne sua equipe em uma perigosa tarefa para salvar seu amigo Rocket – uma missão que, se não for concluída com sucesso, pode muito bem levar ao fim dos heróis. E como se não bastasse a ameaça principal, os Guardiões ainda tem que enfrentar Adam Warlock, novo personagem interpretado por Will Poulter (“Maze Runner”). Embora o filme não feche a porta definitivamente para os Guardiões da Galáxia, ele oferece um senso de encerramento e conclui a trilogia de James Gunn com um clima mais sombrio que o esperado. Mas com o sucesso de bilheteria, não será surpresa se os heróis reaparecerem novamente, seja num spin-off centrado em Peter Quill ou até mesmo com a nova formação da equipe apresentada no final. TRANSFORMERS: O DESPERTAR DAS FERAS | VOD* A franquia “Transformers” é revivida num filme melhor que os anteriores, graças a um equilíbrio maior entre a ação robótica e seu enredo humano. A volta dos robôs gigantes tem direção de Steven Caple Jr. (“Creed II”) e se baseia em “Beast Wars: Guerreiros Virtuais”, um dos desenhos mais populares da franquia, exibido entre 1996 e 1999. Evocando a época, a produção é ambientada nos anos 1990 – mais especificamente no ano de 1994 – e é cheia de referências do hip-hop. A trama segue Noah Diaz, um ex-militar interpretado por Anthony Ramos (“Em um Bairro de Nova York”), que acaba se envolvendo com os Autobots quando participa de um assalto e descobre que o Porsche que está roubando é, na verdade, o Autobot Mirage. Noah e uma pesquisadora (Dominique Fishback, de “Judas e o Messias Negro”) encontram o artefato cobiçado pelos vilões – capaz de destruir o mundo – e unem forças para ajudar os Autobots a achar a outra metade dessa chave no Peru. Uma novidade na franquia são os Maximals, robôs com características de animais. Assim como os transformers originais, os novos personagens também se dividem em facções rivais. Os Maximals são as versões animais dos Autobots, e a trama envolve um pedido de ajuda desses animais-robôs aos carros-robôs para “proteger o lar que dividimos” contra a ameaça dos Terrorcons e a chegada do Unicron, um monstro devorador de planetas. E entre os personagens alistados nessa luta estão velhos conhecidos do público, como Bumblebee (com o visual de seu filme solo) e Optimus Prime, além personagens das séries animadas, como Arcee (a Autobot feminina) e Mirage. O elenco também conta com Luna Lauren Vélez (“Dexter”), Ron Pearlman (o “Hellboy” original), Michelle Yeoh (“Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo”), Pete Davidson (“Morte, Morte, Morte”), Peter Dinklage (“Game of Thrones”), Michaela Jaé Rodriguez (“Pose”), Cristo Fernández (“Ted Lasso”), Peter Cullen (dublador oficial de Optimus Prime desde 1984) e o rapper Tobe Nwigwe – quase todos como dubladores dos robôs. OS TRÊS MOSQUETEIROS – D’ARTAGNAN | VOD* A aventura clássica de Alexandre Dumas ganha uma de suas melhores e mais caras versões. A aventura de capa e espada acompanha D’Artagnan, um jovem pobre e espirituoso, cujas ações bem-intencionadas o colocam no centro de uma intriga palaciana, com o futuro da França em jogo. As únicas pessoas que podem impedir as maquinações sombrias do Cardeal de Richelieu são os três mosqueteiros que o acham irritante, Athos, Porthos e Aramis. Só que a situação se complica ainda mais quando ele se apaixona perdidamente por Constance Bonacieux, a confidente da Rainha, e se coloca na mira de outra inimiga mortal: Milady de Winter. Dirigido por Martin Bourboulon (“Eiffel”), o longa traz François Civil (“Amor à Segunda Vista”) como D’Artagnan e um elenco bem famoso, incluindo Pio Marmaï (“O Acontecimento”), Romain Duris (“Eiffel”) e Vincent Cassel (“Ameaça Profunda”) e como os Três Mosqueteiros, além de Eva Green (“O Lar das Crianças Peculiares”), Vicky Krieps (“Corsage”), Lyna Khoudri (“A Crônica Francesa”), Eric Ruf (“O Oficial e o Espião”) e Louis Garrel (“O Festival do Amor”) como o rei Luís XIII. 100 COISAS PARA FAZER ANTES DE VIRAR ZUMBI | NETFLIX Adaptação do popular mangá de Haro Asô, autor de “Alice in Borderland”, a história segue Akira Tendō, um jovem de 24 anos que, preso em um emprego corporativo desgastante no Japão, se vê subitamente imerso no apocalipse zumbi. A perspectiva aterrorizante, no entanto, traz um alívio surpreendente para Akira – ele nunca mais precisará trabalhar novamente. Este evento cataclísmico acaba se tornando o catalisador para Akira voltar a viver, levando-o a elaborar uma lista de 100 coisas que deseja realizar antes de ser mordido e virar morto-vivo. Esta lista inclui tudo, desde aprender a falar inglês até encontrar a mulher dos seus sonhos. O filme, que mescla comédia e terror, explora como o apocalipse zumbi acaba sendo o empurrão necessário para que Akira comece a viver para si mesmo. Mesmo diante de situações terrivelmente perigosas, ele nunca se sentiu mais vivo. O tom irreverente traz à mente filmes como “Todo Mundo Quase Morto”, de Edgar Wright, e apresenta uma abordagem diferenciada para o subgênero zumbi, concentrando-se em alguém que odeia sua vida e não tem nada a perder durante o fim dos tempos. A adaptação será o primeiro filme dirigido por Yusuke Ishida, diretor das séries “Re: Mind” e “Afro Tanaka”, e seu elenco destaca Eiji Akaso (“Super Rich”) e Mai Shiraishi (“Drifter”), que é ex-cantora da banda de J-pop Nogizaka 46. E para quem quiser mais, a Netflix também disponibiliza a série anime baseada no mangá original. SISU | VOD* Guerra, sangue e um bastardo inglório. O filme finlandês apresenta uma premissa à Tarantino que é, ao mesmo tempo, brutal e absurdamente divertida. A história se desenrola durante os últimos dias tumultuados da 2ª Guerra Mundial, colocando o ex-comando Aatami, apelidado de “o Imortal”, contra as tropas alemãs em retirada, que tiveram a infeliz ideia de roubar seu ouro, provocar seu cachorro e deixá-lo para morrer. Aatami, interpretado por Jorma Tommila (“Caçada ao Presidente”), exibe todas as características do título do filme, “Sisu”, uma palavra finlandesa que traduz aproximadamente como coragem, determinação, bravura e inteligência. A violência é gráfica e sangrenta, com Aatami transformando quase tudo em arma e a câmera sendo atingida por partes de corpo de nazistas explodidos. O elenco também apresenta Aksel Hennie (“O Paradoxo Cloverfield”) como um oficial implacável da SS nazista e Mimosa Willamo (“Deadwind”) como uma prisioneira, que se torna cada vez mais encorajada pela crescente contagem de mortes de Aatami. Por fim, o diretor responsável por desmembrar nazistas é Jalmari Helander, do cultuado terrir “Papai Noel das Cavernas” (2010). O EXORCISTA DO PAPA | HBO MAX O terror traz Russell Crowe (“Thor: Amor e Trovão”) como Gabriele Amorth, um lendário (e verdadeiro) padre italiano que realizou mais de 100 mil exorcismos para o Vaticano. Na história do filme, um demônio possuiu uma criança e exige a presença do padre, num plano premeditado para possuir o exorcista do Papa. Dirigido por Julius Avery (“Operação Overlord”), o filme é baseado nos livros de memórias publicados por Amorth, que morreu em 2016, e seu elenco conta com Franco Nero (“Django”), Laurel Marsden (“Ms. Marvel”), Cornell S. John (“Gangs of London”), Alex Essoe (“Missa da Meia-Noite”) e Daniel Zovatto (“Station Eleven”). MEDUSA DELUXE | MUBI A exótica comédia britânica é ambientada em uma competição regional de cabeleireiros e se desenvolve após o assassinato macabro de um dos competidores, com o crime provocando uma cadeia de suspeitas, fofocas e intrigas entre os cabeleireiros, modelos e seguranças presentes. Com visual arrojado e audácia narrativa, a estreia do diretor Thomas Hardiman encantou a crítica, atingindo 92% de aprovação no site Rotten Tomatoes – houve até comparações com o cinema de Pedro Almodóvar. Os papéis principais são vividos por Clare Perkins (“A Roda do Tempo”) e Harriet Webb (“Succession”), intérpretes dos maiores rivais na disputa pelo penteado mais ousado da competição. O DESPERTAR DA JUVENTUDE | VOD* O drama que se desenrola na década de 1980 em Brighton Beach, Brooklyn (EUA), acompanha o jovem David, interpretado por Samuel H. Levine (“Indignação”), em uma jornada de autodescoberta. A narrativa, dirigida por Eric Steel, é uma história de amadurecimento que explora a identidade gay e judaica de David, representando de forma sensível e autêntica a vida de um jovem que luta para conciliar sua fé e sexualidade em uma comunidade conservadora. David, que aos 17 anos vive com seus avós russos judeus, envolve-se com homens mais velhos, que o introduzem a uma subcultura gay que ele nunca soube que existia. A história é uma exploração dessa descoberta, desafiando suas noções preconcebidas e mostrando como ele navega por seus dois mundos aparentemente opostos. Elogiado pela crítica por sua representação autêntica e sensível da experiência gay e judaica, o filme foi vencedor do festival Queer Lisboa e recebeu o troféu de Melhor Filme de Diretor Estreante no Festival de Jerusalém. MEU ÁLBUM DE AMORES | AMAZON PRIME VIDEO O diretor Rafael Gomes (“Música para Morrer de Amor”) completa uma trilogia sentimental com esta comédia sobre um jovem que descobre ser filho de um famoso cantor popular dos anos 1970 no mesmo dia em que é dispensado pela namorada. A notícia é dada por um meio-irmão que não conhecia e com quem vai compartilhar uma missão: deixar as cinzas do ídolo brega com o grande amor de sua vida. Só que, mulherengo, o cantor deixou muitos amores e não será fácil achar o maior deles. O filme destaca Gabriel Leone (“Dom”) em papel duplo, encarnando o cantor e seu filho, além de uma trilha sonora original de Odair José e Arnaldo Antunes, que acrescenta muito à trama. O elenco também inclui Felipe Frazão (“Todxs Nós”), Carla Salle (“Onisciente”), Maria Luísa Mendonça (“Verdades Secretas”), Lorena Comparato (“Rensga Hits!”) e Clarisse Abujamra (“Como Nossos Pais”), entre outros. | TINNITUS | VOD* O drama esportivo de Gregorio Graziosi (“A Obra”) gira em torno de Marina (Joana de Verona, de “Pedro e Inês”), uma atleta de Saltos Ornamentais que sofre com um terrível zumbido nos ouvidos. Após um acidente trágico, ela troca a perigosa e desafiadora plataforma de saltos por uma pacata vida no aquário, onde trabalha fantasiada de sereia. No entanto, busca voltar ao esporte que ama, o que faz aumentar os desafios, o zumbido e o perigo em sua vida, marcada por conflitos e desafios. Ela luta contra o controle de namorado, Antônio (André Guerreiro Lopes), um médico que administra seu tratamento, e enfrenta a revolta de Luísa (Indira Nascimento), sua antiga parceira de salto. Além disso, Marina inicia...
“Megatubarão 2” é principal estreia de cinema da semana
A semana com o maior número de estreias de cinema no ano – 16 filmes! – tem como principal lançamento o trash de grande orçamento “Megatubarão 2”, mas também destaca a obra-prima “The First Slam Dunk”, anime com 100% de aprovação no Rotten Tomatoes, e duas comédias americanas, a elogiada “Loucas em Apuros” e a lamentada “Guerra entre Herdeiros”. Quase metade da lista – 7 filmes – é composta por longas brasileiros. E há 6 documentários, incluindo internacionais. Confira a relação completa dos lançamentos desta quinta-feira (3/8): MEGATUBARÃO 2 A continuação do filme de 2018 volta a trazer Jason Statham (“Velozes e Furiosos: Hobbs & Shaw”) contra tubarões gigantes. Desta vez, ele se depara com três tubarões pré-históricos e conta com a ajuda de Wu Jing (“Comando Final”), uma estrela enorme na China que atuou em blockbusters como “The Wandering Earth”, “Wolf Warrior” e “The Battle at Lake Changjin”. A dupla embarca numa jornada subaquática até o fundo do oceano para investigar novas criaturas, mas também acaba encontrando terroristas marinhos e todos terminam avançando rumo a um destino turístico à beira-mar. É claro que muitas pessoas acabam nas mandíbulas dos tubarões, mas até chegar lá o filme não economiza enrolação. A sequência foi confirmada pouco depois de “Megatubarão” ter arrecadado US$ 530 milhões em todo o mundo em 2018. O filme original seguia um grupo de cientistas cujo submarino foi atacado por um Megalodon – uma espécie de tubarão gigante que se pensava estar extinta. A continuação triplica a ameaça e ainda inclui um bônus gigante com tentáculos. “Megatubarão 2” conta ainda com a volta de Cliff Curtis (“Avatar: O Caminho da Água”), mas não dos outros sobreviventes do primeiro filme, substituídos por Sienna Guillory (“Resident Evil: Apocalypse”), Skyler Samuels (“Masquerade”), Page Kennedy (“A Hora do Rush”), Shuya Sophia Cai (“Somewhere Only We Know”) e Sergio Peris-Mencheta (“Rambo: Até o Fim”). O filme é baseado no segundo volume de uma franquia literária criada pelo escritor Steve Alten em 1997. A adaptação foi escrita pelos mesmos roteiristas do primeiro filme, Dean Georgaris (“Desejo de Matar”) e os irmãos Erich e Jon Hoeber (“Battleship”), e a direção está a cargo de Ben Wheatley (“Rebecca – A Mulher Inesquecível”). THE FIRST SLAM DUNK Adaptação cinematográfica do popular mangá “Slam Dunk”, o anime foi escrito e dirigido pelo próprio criador dos quadrinhos, Takehiko Inoue. A trama se concentra na equipe de basquete do Ensino Médio Shohoku, que compete pelo campeonato nacional. Ao contrário da tradição dos dramas de esportes, que guardam o grande jogo para o final, a trama inteira do desenho se desenrola ao longo de um único jogo, intercalado com flashbacks que oferecem uma visão mais profunda da vida dos jogadores, com destaque para o armador Ryota e o ala-pivô egocêntrico Hanamichi. A representação do basquete é um dos pontos altos do filme, capturando a fisicalidade explosiva do esporte através de uma combinação de imagens geradas por computador e animação tradicional desenhada à mão. A ação é fluida e realista, com movimentos dos jogadores que lembram a realidade do esporte, desde a captura de passes até a realização de enterradas. A trilha sonora complementa a ação, imitando perfeitamente o som de uma bola ao sair das pontas dos dedos de um jogador até gerar um estrondo sísmico a cada enterrada. Apesar de ser uma adaptação de um mangá que abrange 31 volumes, e que rendeu uma série com 101 episódios nos anos 1990, “O Primeiro Slam Dunk” consegue condensar a essência da história no filme de duas horas, encontrando uma forma inovadora de fornecer uma compreensão mais profunda de seus personagens, ao mesmo tempo em que serve uma série implacável de jogadas e reviravoltas capazes de fazer os fãs de esportes pularem nas poltronas. LOUCAS EM APUROS A comédia de viagem acompanha quatro amigas asiático-americanas em apuros na China. Estreia na direção de Adele Lim, roteirista de “Podres de Ricos” e “Raya e o Último Dragão”, o filme gira em torno de Audrey (Ashley Park, de “Emily em Paris”), uma advogada criada por pais americanos que decide procurar sua mãe biológica em Pequim. Acompanhando Audrey está sua melhor amiga Lolo (Sherry Cola, de “Good Trouble”), uma artista que usa sua arte erótica para desafiar estereótipos e a fetichização dos asiáticos, Kat (Stephanie Hsu, de “Maravilhosa Sra. Maisel”), uma atriz que trabalha em uma popular telenovela chinesa e está tentando esconder sua extensa lista de ex-parceiros de seu noivo super cristão, e a lacônica Deadeye (Sabrina Wu, de “Doogie Kamealoha: Doutora Precoce”), uma fã obcecada de K-pop. A narrativa é impulsionada pelas diferenças de temperamento e personalidade das protagonistas, além da forma diferente com que cada uma lida com sua herança cultural chinesa. Mas o que realmente chama atenção na comédia é o tom escrachado, repleto de momentos ultrajantes, incluindo piadas escatológicas. A crítica americana se divertiu, dando 91% de aprovação no Rotten Tomatoes. GUERRA ENTRE HERDEIROS A comédia sombria de humor cáustico acompanha as irmãs Macey (Toni Collette, de “Hereditário”) e Savanna (Anna Faris, de “Mom”), que, à beira da ruína financeira, veem uma oportunidade de salvação na notícia da doença terminal de sua tia rica Hilda (Kathleen Turner, de “O Método Kominsky”). Savanna, a irmã mais inescrupulosa, convence Macey a tentar se aproximar da tia, na esperança de serem incluídas em seu testamento. No entanto, ao chegarem à casa de Hilda, descobrem que seus primos igualmente sem escrúpulos tiveram a mesma ideia. A trama se desenrola como uma disputa de bajulação para ver quem aquece o coração frio da tia moribunda, assumindo um tom mordaz e exagerado sobre a ganância familiar. Rosemarie DeWitt (“A Escada”) e David Duchovny (“Arquivo X”) vivem os primos. Já roteiro e direção são de Dean Craig, conhecido por escrever a comédia “Morte no Funeral” (2010). Apesar da premissa curiosa e do bom elenco, o longa foi destruído pela crítica dos EUA, com apenas 30% no Rotten Tomatoes. DISCO BOY – CHOQUE ENTRE MUNDOS O primeira drama do documentarista italiano Giacomo Abbruzzese (“America”) mergulha na vida da Legião Estrangeira Francesa, com uma abordagem que oscila entre o real e o onírico, e traz como destaque a interpretação do alemão Franz Rogowski (“Undine”), conhecido por suas atuações intensas e versáteis no cinema europeu. Rogowski vive Aleksei, um andarilho bielorrusso marcado por tatuagens de prisão, que embarca em uma jornada arriscada em direção à França para se juntar à Legião Estrangeira. Lá, encontra um grupo diversificado de indivíduos de várias nacionalidades, todos em busca de uma oportunidade para obter a cidadania francesa. Durante uma missão de resgate de reféns na Nigéria, Aleksei encontra o rebelde Jomo (Morr Ndiaye) e o filme toma um rumo sombrio, transformando-se em uma história de fantasmas pós-colonial, conduzida pelas visões e emoções do protagonista. Ao voltar a Paris, ele encontra Udoka (Laëtitia Ky), irmã de Jomo, e a interação entre os dois personagens passa a refletir a inquietação típica dos imigrantes, levando o filme a explorar temas de identidade, pertencimento e a busca por um lugar no mundo. ALÉM DO TEMPO Drama marcado por tragédia, o filme holandês se passa em dois tempos. Nos anos 1980, um casal, Lucas e Johanna, decide navegar pelo mundo com o seu pequeno filho. No entanto, em meio à travessia do Atlântico, a criança desaparece. A dor do luto é insuportável e os afasta, levando-os a caminhos distintos. Décadas depois, Lucas, que se tornou um famoso diretor de teatro, decide explorar esse trauma no palco, provocando a fúria de Johanna. Essa decisão marca o reencontro do ex-casal, 40 anos após a tragédia, quando percebem que o tempo não conseguiu cicatrizar todas as feridas deixadas pela perda do filho. As diferenças em como lidaram com a dor e o luto se revelam, mostrando o profundo abismo emocional que os separou. A história é baseada em um acontecimento real e também marcou a volta do cineasta Theu Boermans à direção de um longa-metragem, quase três décadas após sua estreia premiada com “1000 Rosen” (1994). DEPOIS DE SER CINZA O drama dirigido por Eduardo Wannmacher combina registros de afeto com momentos de estranheza e desconforto. Sua história explora a jornada emocional de Isabel, uma jovem artista plástica que decide largar tudo para buscar uma nova vida na Croácia. Após cinco anos vivendo no país balcânico, Isabel sofre um grande trauma e, nesse momento, conhece Raul, um homem ainda mais atormentado que ela. A trama mostra o envolvimento da jovem com Raul, antes de revelar em flashbacks seu passado com outras duas mulheres, Suzy e Manoela, contrastando momentos de descontração e prazer com situações de desconforto e tristeza. Marcado por ideias de fuga, abandono e suicídio, o filme se revela um retrato fragmentado de personagens deprimidos, carregando segredos ou insatisfações crônicas. Ao mesmo tempo, evita os clichês do melodrama, do erotismo e do imaginário da depressão. O longa se destaca pela atuação coesa do elenco, que inclui Elisa Volpatto (“Bom Dia, Verônica”), João Campos (“A Lei do Amor”), Branca Messina (“A Divisão”) e Sílvia Lourenço (“Modo Avião”). DESPEDIDA Fantasia infantil brasileira, o longa da dupla gaúcha Luciana Mazeto e Vinicius Lopes (ambos de “Irmã”) acompanha Ana (interpretada por Anaís Grala Wegner, também de “Irmã”), uma menina de 11 anos que viaja para o Sul rural do país durante o feriado de Carnaval para o funeral de sua avó (Ida Celina, de “Disforia”). A partir daí, a história se desenrola em um mundo de fantasia e mistério, onde Ana precisa resolver uma antiga desavença familiar e recuperar o mundo imaginário de sua mãe, vivida por Patricia Soso. A narrativa de “Despedida” é construída com elementos lúdicos, com direito até a cenas animadas, mas à medida que a história avança, o roteiro revela complexidade emocional e temática. A intuição de Ana guia a trama, enquanto ela busca dar um final feliz àqueles que ama. O filme também destaca a importância da união feminina na resolução de conflitos, apresentando um elenco majoritariamente feminino. Esteticamente, “Despedida” é notável. O cuidado com o cenário, figurino e efeitos especiais complementa a história e seu misticismo, mergulhando o espectador na fábula e nos dramas familiares. A trama que aborda o luto, as descobertas e a superação reforça o poder da imaginação para entender a realidade e permitir que se siga em frente. CASA VAZIA O filme gaúcho oferece uma visão diferente dos pampas, ao acompanhar a vida de Raúl, um peão desempregado e pai de família que vive em uma casa isolada na imensidão solitária dos campos do Rio Grande do Sul. Assolado pela pobreza e a falta de trabalho, ele se junta a outros peões para roubar gado durante a escuridão. Mas uma noite, ao retornar da atividade criminosa, encontra sua casa vazia: sua mulher e filhos desapareceram. Com uma narrativa marcada por silêncios e uma sensação de isolamento, o filme oferece uma reflexão sobre a incomunicabilidade masculina e a impossibilidade de exteriorizar sentimentos e afetos – com Raúl constantemente olhando de forma melancólica para o nada. A trama também aborda a questão latifundiária, mostrando Raúl vivendo os dois lados da disputa. Estudo de personagem, a obra mostra a relação de Raúl com o ambiente ao seu redor, sendo engolido pelas vastas terras gaúchas. E para apresentar o universo regional de maneira muito autêntica, o ator principal, Hugo Nogueira, é um morador da região, escolhido pelo diretor Giovani Borba (“Banca Forte”) para fazer sua estreia como ator. Nogueira acabou premiado no Festival de Gramado, assim como o roteiro e a fotografia do longa. DESTINOS OPOSTOS Melodrama de novela com duração de filme, a obra de Walther Neto (“Sonhos”) evoca os cenários e temas de “Pantanal” ao contar a história de Tony, um homem movido pelo desejo de conquistas, que esconde as memórias de um passado conturbado. Ele é um profissional bem-sucedido que busca ser o maior piloto do rally dos sertões, mas que, ao mesmo tempo, não consegue criar laços, amar e encontrar o seu lugar, graças a...
“Barbie” bate novos recordes e vira maior bilheteria da Warner no Brasil
O filme “Barbie”, protagonizado por Margot Robbie, continua a fazer história nas bilheterias brasileiras. Em apenas dois fins de semana em cartaz, a produção já arrecadou R$ 160 milhões, tornando-se a maior bilheteria de todos os tempos da Warner Bros. no Brasil. “Barbie” ultrapassou “Coringa” (R$ 156 milhões), o antigo detentor da marca pela Warner, em tempo recorde. E com isso também se tornou a 8ª maior bilheteria da história no país – entre os lançamentos de todos os estúdios. A produção, que estreou no dia 20 de julho, arrecadou mais R$ 37 milhões entre quinta-feira (27) e domingo (30), mantendo a liderança das bilheterias brasileiras em sua segunda semana em cartaz. A bilheteria mundial do filme também impressiona, com um total de US$ 774,5 milhões, colocando “Barbie” como a 4ª maior bilheteria global de 2023, após apenas dez dias de exibição. Outros destaques da bilheteria brasileira Seguindo “Barbie” na lista das maiores bilheterias, “Oppenheimer”, dirigido por Christopher Nolan, que também está em seu segundo fim semana em cartaz, arrecadou mais R$ 12 milhões, totalizando R$ 32 milhões no Brasil e US$ 400 milhões globalmente. A surpresa da semana ficou por conta de “Elementos”, animação da Disney/Pixar, que registrou R$ 4,56 milhões, ultrapassando “Missão: Impossível – Acerto de Contas Parte 1”, que arrecadou R$ 3,74 milhões. “Elementos” acumula R$ 69,12 milhões no Brasil e US$ 395 milhões globalmente. A lista dos cinco filmes mais assistidos no Brasil se completa com “Mansão Mal-Assombrada”, comédia da Disney que estreou na semana passada e faturou R$ 1,32 milhão, totalizando R$ 1,32 milhão no Brasil e US$ 33,3 milhões no mundo. Trailers Confira a seguir os trailers dos cinco filmes mais assistidos no Brasil. 1 | BARBIE 2 | OPPENHEIMER 3 | ELEMENTOS 4 | MISSÃO: IMPOSSÍVEL – ACERTO DE CONTAS PARTE 1 5 | MANSÃO MAL-ASSOMBRADA
“Barbie” ultrapassa US$ 770 milhões e se aproxima do clube do bilhão
“Barbie” continua a surpreender nas bilheterias, faturando US$ 774,5 milhões mundiais com apenas 10 dias de exibição. O filme está a caminho de atingir a marca de US$ 1 bilhão, o que o tornaria apenas o segundo filme de 2023 a entrar para o clube do bilhão de dólares, após “The Super Mario Bros. Movie”, que arrecadou US$ 1,34 bilhão em todo o mundo. O desempenho é impressionante e segue batendo recordes. Só no fim de semana foram US$ 93 milhões na América do Norte. Este resultado representa um dos melhores segundos finais de semana de todos os tempos nos EUA e Canadá, e o melhor segundo final de semana da História da Warner Bros. Contrariando as previsões de que desapareceria rapidamente após sua estreia histórica no final de semana de 21 a 23 de julho, “Barbie” teve uma queda de somente 43% e já acumula um total doméstico de US$ 351,4 milhões. O filme dirigido por Greta Gerwig também continua a fazer sucesso no exterior, com uma queda de apenas 32,2%. No mercado internacional, rendeu US$ 122,2 milhões neste final de semana e um total de US$ 423,1 milhões. Tudo somado, são US$ 774,5 milhões mundiais, garantido que a promessa da atriz Margot Robbie seja cumprida. Ela garantiu para a Warner Bros. que o filme faria US$ 1 bilhão, o que pode acontecer já no próximo fim de semana. “Oppenheimer” também se destaca “Oppenheimer”, de Christopher Nolan, também está se saindo bem nas bilheterias. O drama biográfico de três horas arrecadou estimados US$ 46,2 milhões neste final de semana, uma queda de apenas 44% em relação ao final de semana anterior. O filme terminou o final de semana com uma arrecadação global estimada de US$ 400,4 milhões, incluindo US$ 174,6 milhões domésticos e US$ 226,3 milhões no exterior. Com um orçamento estimado de US$ 100 milhões, “Oppenheimer” já está dando lucro para a Universal – também com 10 dias de exibição – e deve chegar a meio bilhão em breve. Bilheteria mal-assombrada Por outro lado, o filme “Mansão Mal-Assombrada” teve uma estreia modesta, arrecadando US$ 24,2 milhões em 3º lugar. Este resultado representa uma das menores estreias entre as reimaginações de atrações de parques temáticos ou filmes animados clássicos da Disney. No exterior, “Mansão Mal-Assombrada” arrecadou US$ 9,1 milhões em 53 territórios para um total global de US$ 33,3 milhões. Com isso, a Disney segue acumulando fracassos no cinema em 2023. O thriller independente “Sound of Freedom” ficou em 4º lugar do ranking. No seu quarto final de semana de exibição, o longa arrecadou mais US$ 13,6 milhões, elevando sua soma doméstica para impressionantes US$ 150 milhões. A polêmica produção sobre tráfico de crianças e ideologia ultradireitista superou as expectativas e já arrecadou mais do que grandes produções como “Velozes e Furiosos 10”, “Elementos” e “Missão: Impossível – Acerto de Contas Parte 1” nos EUA. Finalizando o Top 5, “Missão: Impossível – Acerto de Contas Parte 1” arrecadou US$ 10,7 milhões em seu terceiro final de semana, elevando seu total doméstico para US$ 139 milhões. Apesar das críticas positivas, o filme de ação estrelado por Tom Cruise enfrenta dificuldades para se destacar diante do fenômeno “Barbenheimer” e terá que lutar para recuperar seu investimento durante a exibição nos cinemas. No entanto, tem se saído melhor no mercado internacional, onde já arrecadou US$ 309,4 milhões, totalizando globalmente US$ 448 milhões. Terror supera expectativas A semana também trouxe uma surpresa abaixo do Top 5. O terror “Fale Comigo”, da A24, superou as projeções de bilheteria, arrecadando mais de US$ 10 milhões em 2.340 salas de cinema em seu final de semana de estreia. O filme, dirigido pelos irmãos australianos Danny e Michael Philippou, ficou em 6º lugar nas bilheterias domésticas. Este é o maior final de semana de estreia da produtora A24 desde “Hereditário”, de Ari Aster, em 2018, que arrecadou US$ 13,6 milhões em 2.900 salas de cinema. É relativamente raro para filmes independentes ultrapassarem a marca de US$ 10 milhões em um final de semana, especialmente no período pós-pandemia, marcando outro sucesso para a produtora, que neste ano venceu o Oscar de Melhor Filme com “Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo”. “Fale Comigo” conta a história de um grupo de amigos que brincam com uma mão embalsamada, resultando em consequências nefastas. A estreia no Brasil está marcada para 17 de agosto. Trailers Confira abaixo os trailers dos 5 filmes mais vistos nos EUA e Canadá no fim de semana. 1 | BARBIE 2 | OPPENHEIMER 3 | MANSÃO MAL-ASSOMBRADA 4 | SOUND OF FREEDOM 5 | MISSÃO: IMPOSSÍVEL – ACERTO DE CONTAS PARTE 1
10 Filmes: “The Flash” é destaque nas locadoras digitais
A relação de filmes novos para ver em casa destaca a estreia de “The Flash” nas locadoras digitais – um mês antes de chegar na HBO Max. O Top 10 da semana também inclui um longa animado da série “Miraculous: As Aventuras de Ladybug”, uma comédia sobre brinquedos dos anos 1990, um thriller com Jackie Chan e John Cena, uma sci-fi alemã, um suspense catalão e muitos romances e dramas. Confira abaixo as dicas de lançamentos. THE FLASH | VOD* A nova incursão no multiverso dos super-heróis dividiu a crítica, após ser propagandeada como a melhor adaptação da DC Comics de todos os tempos. Não chegou nem perto do hype plantado pela Warner Bros, embora o filme dirigido por Andy Muschietti, conhecido pelo terror “It – A Coisa”, faça realmente a despedida do Snyderverso (os heróis da Liga de Justiça de Zack Snyder). O roteiro de Christina Hodson (“Aves de Rapina”) adapta um dos arcos mais famosos dos quadrinhos da editora, o crossover “Ponto de Ignição” (Flashpoint). No filme, o velocista interpretado por Ezra Miller volta no tempo para impedir o assassinato de sua mãe e, ao fazer isso, acaba alterando a linha temporal do planeta inteiro. Entre os eventos inesperados, ele encontra uma versão mais jovem de si mesmo (também interpretada por Miller) e, ao mesmo tempo, se depara com um mundo em que a Liga da Justiça nunca existiu. Para piorar, como Superman nunca chegou a Terra, não há ninguém capaz de impedir a invasão do General Zod (Michael Shannon, repetindo seu papel de “O Homem de Aço”). Assim, cabe ao Flash do futuro reunir um grupo de heróis para fazer frente a essa ameaça. Com a ajuda de um Batman mais velho (Michael Keaton, que viveu o herói em filmes de 1989 e 1991), ele consegue encontrar e liberar um kryptoniano para auxiliá-los: Kara, uma nova Supergirl morena, vivida por Sasha Calle (“The Young and the Restless”) – que é a primeira intérprete latina da heroína. A narrativa centrada em viagens no tempo e universos alternativos pode remeter a sucessos como “Vingadores: Ultimato” e “Homem-Aranha: Sem Volta para Casa”, mas a trama sofreu horrores com suas inúmeras refilmagens, que acrescentaram e tiraram personagens, salvaram e mataram heróis, porém deixaram o fan service mais rejeitado de todos os tempos, em que o Flash tem visões de diferentes versões dos personagens da DC – inclusive de filmes que nunca saíram do papel, mas não de sua bem-sucedida versão da TV. O resultado é um filme caríssimo que arrecadou muito pouco, um fracasso retumbante de público e crítica. O que só aumenta a tristeza por seus pontos positivos, em especial a descoberta de Sasha Calle como Supergirl, que, infelizmente, após a fraca bilheteria, não deve ser reaproveitada no futuro da DC planejado pelos novos chefões do estúdio no cinema. Ela é o principal motivo para recomendar a locação. MIRACULOUS: AS AVENTURAS DE LADYBUG – O FILME | NETFLIX O primeiro filme baseado na popular série animada de mesmo nome aborda a origem de Ladybug e Cat Noir, recontando a história da dupla de super-heróis e sua luta para proteger Paris de uma ameaça emergente. Escrito e dirigido pelo criador dos personagens, Jeremy Zag, o desenho segue a trajetória de Marinette, uma adolescente desastrada apaixonada por moda, e Adrien, filho de uma boa família, órfão de mãe e negligenciado pelo pai. Os dois jovens vivem como estudantes comuns durante o dia, mas à noite se transformam em super-heróis sem saberem as identidades secretas um do outro. Sua rivalidade, nascida da competição por bons feitos, precisa ser colocada de lado quando os dois se unem contra o mesmo inimigo, que está enchendo Paris de monstros. Desde seu lançamento em 2015, “Miraculous” se tornou um fenômeno global, com a série atualmente em sua 5ª temporada exibida em mais de 150 países. O sucesso da animação também foi capaz de transcender a TV e invadir o mundo dos jogos, brinquedos, e até mesmo passeios temáticos pelo rio Sena, em Paris. Por trás desse sucesso está a Zagtoon, a produtora francesa de Jeremy Zag, especializada em animações infantis, que conseguiu capturar a atenção da juventude global com a saga de Ladybug e Chat Noir. THE BEANIE BUBBLE | APPLE TV+ A comédia da Apple TV+ explora a fascinante história por trás da febre dos Beanie Babies, bichos de pelúcia que marcaram os anos 1990. A trama gira em torno do inventor dos brinquedos H. Ty Warner (interpretado por um irreconhecível Zach Galifianakis, de “Se Beber Não Case”) e as três mulheres que afirmam ser as verdadeiras mentes por trás dos negócios. Robbie Jones (Elizabeth Banks, de “As Panteras”), uma mecânica de automóveis, começou a empresa com Ty na década de 1980. Na década seguinte, a noiva de Ty, Sheila Harper (Sarah Snook, de “Succession”), afirma que suas filhas jovens inspiraram a ideia e até mesmo projetaram alguns dos animais recheados de pellets de plástico. Finalmente, Maya Kumar (Geraldine Viswanathan, de “Não Vai Dar”), uma estudante de medicina de 17 anos que iniciou como recepcionista na empresa, percebeu como explorar a internet e inventou o site de promoção de produtos que inaugurou o frenesi dos colecionadores no eBay. Junto delas, Ty oscila entre ser carente, encantador, generoso, tóxico e um monstro total. O longa de estreia de Kristin Gore (roteirista de “Futurama”) e Damian Kulash (diretor dos clipes complexos da banda OK Go) traça a ascensão e queda criativa, corporativa e cultural dos Beanie Babies, enquanto examina ricamente seus quatro personagens principais, com todas as informações sobre o negócio de brinquedos que se poderia desejar. PROJETO EXTRAÇÃO | NETFLIX O thriller de ação à moda antiga junta Jackie Chan (“O Estrangeiro”) e John Cena (“O Esquadrão Suicida”) contra terroristas. A trama gira em torno de uma refinaria de petróleo de propriedade chinesa no Iraque, que sofre ataques contínuos e busca ajuda de um mercenário. Luo Feng (Chan), ex-oficial das forças especiais, lidera a operação com sua equipe para evacuar todos os trabalhadores. No entanto, uma série de eventos leva ao sequestro de um ônibus de evacuação, com o chefe da empresa de petróleo sendo mantido como refém. Enquanto isso, um dos sequestradores, o ex-marine Chris Van Horne (Cena), é convidado a cooperar com Luo Feng contra um inimigo em comum e ajudá-lo a salvar os prisioneiros que ainda estão sendo mantidos reféns na empresa de petróleo. Apesar da trama séria, o filme aproveita o carisma dos protagonistas para gerar cenas de humor, embora a combinação não seja tão boa quanto nas franquias “Hora do Rush” ou “Bater ou Correr”. A direção é de Scott Waugh (“Need for Speed: O Filme”), o roteiro de Arash Amel (“Grace de Mônaco”) e o elenco ainda traz Pilou Asbæk (“Game of Thrones”) como vilão. PARAISO | NETFLIX A produção alemã de ficção científica explora um futuro distópico onde a idade pode ser negociada como uma moeda. Na trama, uma empresa farmacêutica bilionária chamada AEON desenvolveu um método de transferir anos de vida de uma pessoa para outra. Isso permite que indivíduos ricos possam, teoricamente, viver para sempre, enquanto a classe trabalhadora paga o preço, sacrificando décadas de suas vidas em troca de uma grande soma de dinheiro. Os protagonistas são o casal Max (Kostja Ullmann) e Elena (Marlene Tanzcik), que vê seu futuro idílico ser abruptamente interrompido quando Elena é forçada a “pagar” 40 anos de sua vida devido a uma dívida de seguro. A partir desse ponto, eles se arriscam para recuperar os anos perdidos de Elena, enfrentando o sistema. LIGAÇÕES DO PASSADO | VOD* O suspense neo-noir catalão explora a compulsão de recuperar um amor fundamental a todo custo, com um toque de “Um Corpo que Cai”, de Alfred Hitchcock. A trama gira em torno de Violeta (Anna Alarcón, de “Bem-Vindos ao Eden”), uma psicóloga aparentemente bem-sucedida que se vê confrontada com uma revelação perturbadora de uma paciente, Rita (Verónica Echegui, de “Intimidade”). Rita conta que seu marido Jan (Alex Brendemühl, de “Silenciadas”) ainda está obcecado por seu primeiro amor de 20 anos atrás, que é ninguém menos que a própria Violeta, e de maneira ousada tenta convencer a psicóloga a ter um encontro com Jan, supostamente para resolver seus problemas conjugais. Enquanto Violeta lida com a situação, flashbacks revelam o impacto devastador de seu romance juvenil na praia, quando ela era uma jovem selvagem. A narrativa, co-escrita pelo diretor Ventura Durall, apresenta um elemento adicional intrigante: Jan é o fundador de uma empresa de presentes mórbidos que grava e entrega mensagens de vídeo póstumas a parentes e amigos de pessoas que estão morrendo. A trama tem um potencial operístico e exagerado, mas Durall dirige de maneira contida, com muitas cenas filmadas à mão, envolvendo os personagens na atmosfera obsessiva, especialmente Pablo Molinero como o marido de Violeta, que se mostra horrorizado com a situação. A cena de sexo explosiva que se segue ao encontro dos ex-amantes é um dos momentos de maior tensão do filme. FELICIDADE PARA PRINCIPIANTES | NETFLIX A comédia romântica segue Helen, interpretada por Ellie Kemper (“Unbreakable Kimmy Schmidt”), que após o divórcio decide se reinventar e acaba se inscrevendo em um curso de sobrevivência na trilha dos Apalaches. Lá, ela reencontra Jake, interpretado por Luke Grimes (“Cinquenta Tons de Cinza”), um amigo de seu irmão mais novo, e começa a perceber que o jovem tem mais conteúdo que supunha. Pouco a pouco, os dois começam a se aproximar nas longas caminhadas pelo terreno montanhoso. Convite à autodescoberta e à superação de desafios, o romance na natureza é baseado no livro homônimo de Katherine Center, lançado em 2015, e tem roteiro e direção de Vicky Wight (“O Marido Perdido”). QUERIDA ZOE | VOD* Sadie Sink, conhecida por seus papéis marcantes em “Stranger Things” e “A Baleia”, volta a mostrar seu talento no papel de Tess, uma adolescente que luta para lidar com a culpa e o luto após a morte de sua irmã mais nova, Zoe. A trama é conduzida por uma carta que ela escreve para Zoe, na qual expressa seus sentimentos e tenta encontrar um sentido para a tragédia. Adaptado do romance homônimo de Philip Beard, o melodrama explora a dinâmica familiar de Tess, incluindo sua relação com sua mãe (Jessica Capshaw, de “Grey’s Anatomy”), seu pai (Theo Rossi, de “Sons of Anarchy”), sua irmã Em (Vivien Lyra Blair, de “Obi Wan Kenobi”) e um jovem vizinho (o estreante Kweku Collins). Apesar de lidar com temas pesados como luto e culpa, o filme da diretora Gren Wells (“A Estrada Interior”) consegue manter um tom otimista e caloroso. Além disso, a produção rodada em Pittsburgh presta muita atenção aos detalhes locais, o que contribui para a autenticidade da história. DERRAPADA | VOD* O novo filme de Pedro Amorim (“Dissonantes”) é um drama sobre gravidez adolescente, que transporta a trama de “Slam”, livro do inglês Nick Hornby (“Alta Fidelidade”), para cenários e realidade brasileiros. O protagonista é um skatista, filho de mãe solteira, que se envolve com uma poeta de slam e acaba engravidando a jovem – apesar de saber tudo o que a mãe passou na juventude, por engravidar aos 16 anos e precisar criar o filho de um pai irresponsável e ausente. No livro, o skatista acaba despertando para a vida ao conhecer a história de seu ídolo, Tony Hawk. Na versão brasileira, o ídolo é Bob Burnquist. O resto do elenco destaca Matheus Costa (“Desapega!”), Heslaine Vieira (“As Five”) e Nanda Costa (“Monster Hunter”). A CIDADE DOS ABISMOS | VOD* O primeiro longa de Priscyla Bettim e Renato Coelho Glória transforma uma trama criminal em cinema experimental de protesto. Uma mulher trans (Verónica Valenttino), uma jovem da classe média (Carolina Castanha) e um imigrante africano (Guylain Mukendi) testemunham uma morte brutal num bar de São Paulo na véspera do Natal. Indignados com os rumos da investigação, os três se recusam a ceder à injustiça e decidem ir atrás dos algozes. A...
“Mansão Mal-Assombrada” é principal estreia de cinema da semana
O circuito de estreias de cinema ficou pequeno, depois de uma série de lançamentos consecutivos de blockbusters, e nesta semana nenhum filme chega em mais de 500 salas. O maior lançamento, “Mansão Mal-Assombrada”, da Disney, tem distribuição em 472 salas, enquanto “O Convento” ocupa 280. Trata-se de um forte encolhimento em relação às semanas passadas, quando os principais títulos abriram em mais de mil telas. A decisão deve impactar as bilheterias dos estreantes, dificultando o sucesso da comédia sobrenatural da Disney num cenário monopolizado por “Barbie” e outros sucessos. Ao todo, oito títulos entram em cartaz nesta quinta (27/7), mas a maioria com exibições limitadas. Confira a lista completa. MANSÃO MAL-ASSOMBRADA A adaptação cinematográfica da famosa atração dos parques da Disney dividiu a crítica dos EUA entre os que gostaram de sua proposta de terror infantil e os que lamentaram a falta de graça das piadas. A trama gira em torno de um astrofísico interpretado por LaKeith Stanfield (“Judas e o Messias Negro”), que está de luto pela perda de sua amada esposa. Ele desenvolveu uma “câmera quântica” capaz de fotografar fantasmas, mas quando o Padre interpretado por Owen Wilson (“Loki”) o encontra, está afundado em tristeza. Ele é trazido de volta à vida pela oferta do padre: uma quantia substancial de dinheiro em troca de sua ajuda para investigar as visitas espectrais noturnas em uma casa a cerca de uma hora de Nova Orleans. A casa recentemente passou para a posse de uma mãe solteira (Rosario Dawson, de “Luke Cage”) e seu jovem filho, que estão presos com o lugar. Reunindo ainda uma médium excêntrica (Tiffany Haddish, de “Sócias em Guerra”) e um professor universitário ainda mais excêntrico (Danny DeVito, de “It’s Always Sunny in Philadelphia”), os protagonistas se juntam para identificar a origem da infestação de fantasmas e, ao explorar o local, descobrem a bola de cristal de Madame Leota (Jamie Lee Curtis, de “Halloween”), que os alerta sobre uma aparição misteriosa conhecida apenas como o “Fantasma da Caixa de Chapéu” – um papel creditado a Jared Leto (“Morbius”), embora o personagem seja totalmente criado por CGI. Apesar de ser uma comédia infantil, “A Mansão Mal-Assombrada” não foge da escuridão inerente a uma história sobre uma casa com espíritos de centenas de pessoas mortas. Há uma quantidade considerável de discussão sobre perda e tristeza, e Stanfield entrega um monólogo sobre sua falecida esposa que é surpreendentemente triste para o que é essencialmente um filme para assustar crianças. Vale lembrar que “Mansão Assombrada” já foi transformada numa comédia com Eddie Murphy, que foi um fracasso de bilheterias em 2003. Mas o estúdio foi destemido e decidiu filmar um roteiro de Kate Dipold, responsável por “Caça-Fantasmas” – também conhecido como “a versão feminina” de “Os Caça-Fantasmas” – , que foi outra atração do gênero terrir infantil a dar prejuízo. A direção é de Justin Simien (“Cara Gente Branca”). BLUE JEAN Este elogiadíssimo drama britânico retrata a vida de uma professora lésbica chamada Jean (interpretada por Rosy McEwen, de “O Alienista”) na Inglaterra dos anos 1980, durante o auge do conservadorismo do governo Thatcher. A trama é ambientada em Newcastle, no nordeste industrial da Inglaterra, onde Jean vive uma vida dupla, escondendo sua sexualidade de seus colegas de trabalho e de sua família por medo das consequências. No entanto, ela tem uma família escolhida, composta por outras mulheres queer, incluindo sua namorada, que é abertamente gay e destemida em relação à sua sexualidade. Quando uma nova estudante entra na aula de educação física de Jean e aparece no bar lésbico que ela frequenta com suas amigas, a protagonista se vê forçada a confrontar sua vida dupla e enfrentar a possibilidade de ser exposta em uma sociedade cada vez mais homofóbica. Importante situar que a trama se passa na época da Cláusula 28 (Clause 28), designação legislativa para leis que proibiam a “promoção da homossexualidade” na Grã-Bretanha. Introduzida por Margaret Thatcher, vigorou de 1988 a 2000 na Escócia e até 2003 na Inglaterra e no País de Gales. Com seu impacto devastador, a Seção 28 causou o fechamento de muitas organizações LGBT+ e limitou a expressão da homossexualidade na educação e em outros espaços públicos, contribuindo para a falta de visibilidade e representatividade, e a perseguição e discriminação contínua contra indivíduos LGBTQIAPN+ no Reino Unido. Longa de estreia da diretora Georgia Oakley, “Blue Jean” venceu quatro prêmios no British Independent Film Awards (BIFA) e tem 95% de aprovação da crítica no Rotten Tomatoes. Considerado um filme importantíssimo, serve de lembrete do que aconteceu quando conservadores assumiram o poder – e que vem se repetindo com novas legislações e ameaças anti-LGBTQIA+ atuais. MISSÃO DE SOBREVIVÊNCIA O novo thriller de ação de Gerard Butler traz o ator como um agente do MI6, emprestado para a CIA, que se disfarça de técnico de telecomunicações para identificar e destruir instalações subterrâneas de armas nucleares no Irã. Com o casamento em frangalhos, ele reluta em aceitar mais uma missão: atravessar a fronteira para o Afeganistão e viajar por um território hostil ocupado pelo Talibã para destruir uma usina nuclear. No entanto, as coisas rapidamente saem do controle quando ele entra no país e descobre que não tem tanto apoio quanto pensava. Com o reforço apenas de Mo, um intérprete e seu guia na região, ele corre inúmeros perigos para escapar dos Talibãs. Terceiro filme de Butler dirigido por Ric Roman Waugh (após “Invasão ao Serviço Secreto” e “Destruição Final: O Último Refúgio”), o longa tem roteiro de Mitchell LaFortune, um ex-agente de operações especiais, e chega a lembrar “O Pacto”, recente lançamento de Guy Ritchie. A comparação não é positiva para “Missão de Sobrevivência”, que pende mais para os thrillers geopolíticos inspirados por Tom Clancy, feitos a rodo nos anos 1990. O CONVENTO Ambientado em um convento isolado nas Highlands da Escócia, o terror traz Jena Malone (“Jogos Vorazes: Em Chamas”) como Grace, uma oftalmologista que chega ao local para investigar a morte violenta de seu irmão Michael, que era um padre. A história oficial é que Michael assassinou outro padre na capela e depois tirou a própria vida ao se jogar de um penhasco, mas Grace, uma cética humanista, não confia em nada relacionado à religião e está mais do que disposta a atribuir o crime às freiras. O filme também explora o passado extremamente conturbado de Grace, que é tão insano que parece pertencer a um filme separado, a história sangrenta do convento e visões da protagonista, que remetem à época medieval. Com direção de Christopher Smith, “O Convento” é uma tentativa artística de contar uma reformulação feminista do terror de possessão. À medida que as pistas da história começam a se desdobrar, no entanto, muitas perguntas permanecem sem resposta, e as explicações vagamente assustadoras tentam deixar claro que isso é o que menos importa. A crítica considerou o roteiro falho e deu apenas 42% de aprovação ao longa no Rotten Tomatoes. ALMA VIVA Filmado na região de Trás-os-Montes, em Portugal, o drama vencedor do troféu Sophia (o Oscar português) é narrado pelo ponto de vista de Salomé (Lua Michel), uma menina pré-adolescente que se encontra dividida entre dois mundos: a cultura folclórica repleta de magia da casa de sua amada avó e o materialismo desprovido de sentimentos que levou muitos dessa região pobre de Portugal a emigrar para a França, onde a própria Salomé cresceu. O detalhe é que a obra, primeiro longa-metragem da diretora franco-portuguesa Cristèle Alves Meira, gradualmente se transforma em uma espécie de história de fantasmas, centrada em uma possessão espiritual. A narrativa começa com Salomé retornando ao seu vilarejo familiar nas montanhas portuguesas para passar as férias de verão. Ela tem uma relação muito próxima e especial com sua avó, uma mulher cínica, de caráter forte, mas nobre, que tem certos conhecimentos e práticas que fazem com que alguns na região, incluindo sua própria família, a considerem uma bruxa. Quando a matriarca da família morre repentinamente, os membros da família entram em colapso e aos poucos começam a surgir ressentimentos guardados há muito tempo. Em meio a essa comoção, Salomé começa a acreditar que está possuída pelo espírito da avó. “Alma Viva” não explora o aspecto sobrenatural para das sustos ou gerar tensão de filme de terror, mas como parte de uma parábola. Esta possessão espiritual é retratada como uma forma de Salomé manter a ligação com a avó e, ao mesmo tempo, como um reflexo da luta da menina para reconciliar a cultura folclórica de sua família com o mundo moderno em que vive. A jornada de Salomé, desde hospedar o espírito da avó até rejeitá-lo gentilmente, representa tanto o bom quanto o mau da fascinação por superstições e a cultura popular. CAPITU E O CAPÍTULO O novo filme Júlio Bressane é uma incursão no universo de Machado de Assis, mas o escritor é apenas o ponto de partida, não necessariamente a finalidade. A narrativa integra música, poesia, pintura e “até” cinema em seu itinerário experimental, que explora a paixão e a estrutura capitular nos romances de Machado de Assis, particularmente de “Dom Casmurro”, que possui 148 capítulos. Bressane pressupõe que a estrutura fragmentada dos romances do escritor, com capítulos curtos, poderia ser uma manifestação involuntária do quadro de epilepsia que ele sofria. Para explorar essa hipótese, ele utiliza tableaux vivants – cenas estáticas que reproduzem momentos dramáticos importantes do romance – com as participações de atores famosos dando vida a personagens célebres, como Mariana Ximenes (“O Grande Circo Místico”) como Capitu, Enrique Diaz (“Mar do Sertão”) como Casmurro, Vladimir Brichta (“Bingo: O Rei das Manhãs”) como Bentinho e Djin Sganzerla (“Meu Nome é Dindi”) como Sancha. Optando pelo caminho experimental, as cenas representadas não contam toda a história do livro, apenas alguns momentos marcante, como exemplos para o questionamento do diretor sobre o livro de Machado de Assis. Embora seja uma obra que exige do espectador um conhecimento prévio de “Dom Casmurro”, “Capitu e o Capítulo” também oferece uma nova perspectiva sobre o clássico machadiano. ONDE FICA ESTA RUA? OU SEM ANTES NEM DEPOIS O documentário sobre o clássico do cinema português “Os Verdes Anos”, de Paulo Rocha, revisita as locações emblemáticas e os temas do filme de 1963, inspirado na Nouvelle Vague francesa, que capturou as ansiedades da época, como o amor inquieto entre os jovens protagonistas e a dificuldade de se integrar em um mundo urbano alienante. A filmagem se desenrola a partir da vista da rua do apartamento de um dos diretores, João Pedro Rodrigues, que foi herdado de seus avós e dá diretamente para um dos cenários do filme original. Rodrigues e o codiretor João Rui Guerra da Mata (ambos de “A Última Vez que Vi Macau”) emergem dessa famosa janela para observar a protagonista do filme de Rocha, Isabel Ruth, que agora tem 80 anos, enquanto ela percorre as mesmas ruas que percorreu 60 anos antes. Feito durante a pandemia, o longa também apresenta uma Lisboa quase vazia de habitantes, dando aos jovens protagonistas de Rocha a condição de fantasmas da memória.
Fenômeno “Barbie” impulsiona recorde de bilheteria nos cinemas brasileiros
A estreia do filme “Barbie” marcou um momento histórico para os cinemas brasileiros, impulsionando o melhor fim de semana do setor desde o início da pandemia. Segundo dados da Comscore, as bilheterias nacionais somaram R$ 113,5 milhões de renda ao receberem 5,38 milhões de pessoas entre quinta-feira e domingo (23/7). O fenômeno “Barbie” O filme “Barbie” sozinho arrecadou cerca de R$ 85 milhões e foi assistido por 4,15 milhões de espectadores, tornando-se a segunda maior estreia da história dos cinemas brasileiros. O público foi quase o dobro do registrado na estreia de “Velozes e Furiosos 10” (R$ 49 milhões), até então o filme com melhores resultados de abertura no ano. O Top 5 Além de “Barbie”, outros filmes tiveram destaque nas bilheterias. O também estreante “Oppenheimer”, cinebiografia do chamado “pai da bomba atômica”, ficou em 2º lugar, com R$ 12,92 milhões de arrecadação e 526,8 mil espectadores. Já “Missão: Impossível – Acerto de Contas Parte Um” completou o pódio com receita de R$ 6,72 milhões e 288 mil espectadores. O 4º lugar na bilheteria brasileira foi ocupado pela animação “Elementos”, que arrecadou R$ 5,81 milhões e foi assistido por 284,9 mil pessoas. E o Top 5 se completa com “Sobrenatural: A Porta Vermelha”, que obteve R$ 1,09 milhão e atraiu um público de 50,8 mil. Trailers Confira a seguir os trailers dos cinco filmes mais assistidos no Brasil. 1 | BARBIE 2 | OPPENHEIMER 3 | MISSÃO: IMPOSSÍVEL – ACERTO DE CONTAS PARTE 1 4 | ELEMENTOS 5 | SOBRENATURAL: A PORTA VERMELHA
“Barbie” e “Oppenheimer” quebram recordes de bilheteria
O fim de semana foi marcado por uma verdadeira explosão nas bilheterias mundiais com a estreia de dois grandes filmes: “Barbie”, de Greta Gerwig, e “Oppenheimer”, de Christopher Nolan. Juntos, os filmes arrecadaram quase US$ 550 milhões em todo o mundo, sendo US$ 255,4 milhões apenas nos Estados Unidos. “Berbenheimer” se provou o melhor programa duplo da história de Hollywood. “Barbie” arrebentou expectativas com US$ 162 milhões nos EUA e US$ 356,2 milhões mundiais, enquanto “Oppenheimer” superou os cálculos mais otimistas com US$ 82,4 milhões domésticos e US$ 189,4 milhões globais. O ótimo desempenho dos dois confirma que centenas de milhares de espectadores reservaram a sessão dupla, assistindo a “Barbie” e “Oppenheimer” no mesmo dia, apesar de serem completamente diferentes entre si. A comédia da boneca da Mattel quebrou o recorde de maior estreia do ano nos EUA e Canadá, superando “Super Mario Bros. – O Filme” (US$ 146 milhões). Fora da América do Norte, os principais mercados foram o Reino Unido com estimativa de US$ 22,9 milhões, México com US$ 22,3 milhões e Brasil com US$ 15,9 milhões. O impacto cultural de “Barbie” Com um orçamento de US$ 145 milhões, “Barbie” praticamente se pagou na estreia, transformando-se num fenômeno cultural com impacto amplo, que repercutiu desde a moda e a música até discussões cinéfilas. Diante da expectativa, o filme, que a diretora Greta Gerwig co-escreveu com seu parceiro Noah Baumbach, conseguiu corresponder ao hype. Público e críticos adoraram a produção, que atingiu 90% de aprovação no Rotten Tomatoes. O resultado também foi a melhor bilheteria de estreia de um filme dirigido por uma cineasta feminina em todos os tempos. O recorde anterior era de “Capitã Marvel”, co-dirigido por Anna Boden e Ryan Fleck, que arrecadou US$ 153 milhões em 2019. Entre os filmes dirigidos exclusivamente por uma mulher, o recorde pertencia a “Mulher-Maravilha”, de Patty Jenkins, com sua estreia de US$ 103 milhões em 2017. Os feitos de “Oppenheimer” Por sua vez, “Oppenheimer”, que custou pouco mais de US$ 100 milhões, conseguiu um resultado notável para um drama de época de três horas com pouca ação e muita conversa. Seu sucesso é inédito para uma lançamento dramático que não faz parte de uma franquia estabelecida, o que diz muito sobre o status de Christopher Nolan como um raro diretor que pode atrair o público com seu nome sozinho. “Oppenheimer” também teve a 3ª maior estreia de um filme “biográfico” na América do Norte, com poucos dólares atrás de “Sniper Americano” (US$ 89,3 milhões) e “A Paixão de Cristo” (US$ 83,8 milhões). E teve 93% de aprovação da crítica no Rotten Tomatoes. O resto do Top 5 “Barbenheimer” foi um golpe duro em “Missão: Impossível: Ajusto de Contas Parte Um”, que perdeu parte de suas telas IMAX para o filme de Nolan e viu sua arrecadação cair 64% em sua segunda semana em cartaz. Em 3º lugar no ranking, o thriller estrelado por Tom Cruise faturou U$S 19,5 milhões entre sexta e domingo (23/7) na América do Norte, atingindo um total doméstico de US$ 118,8 milhões e US$ 370,8 milhões mundiais. Como teve um orçamento colossal de US$ 291 milhões, ainda precisará dobrar sua arrecadação, mantendo-se entre os mais vistos do mundo por várias semanas. O thriller independente “Sound of Freedom” ficou em 4º lugar, adicionando US$ 18,8 milhões em seu quarto fim de semana. A trama sobre tráfico de crianças, que a Disney dispensou ao adquirir as produções da 20th Century Fox por seu tom ultradireitista, acumulou até agora US$ 123,4 milhões, tornando-se o 14º filme de maior bilheteria do ano nos EUA. O Top 5 se completa com “Indiana Jones e a Relíquia do Destino”, que fez mais US$ 6,7 milhões após quatro semanas em cartaz. Ao todo, a última aventura de Harrison Ford como Indiana Jones acumulou US$ 159 milhões domésticos e US$ 335 milhões mundiais. No entanto, com um orçamento de US$ 300 milhões, sua conta não vai se pagar apenas com a venda de ingressos. Trailers Confira abaixo os trailers dos 5 filmes mais vistos nos EUA e Canadá no fim de semana. 1 | BARBIE 2 | OPPENHEIMER 3 | MISSÃO: IMPOSSÍVEL – ACERTO DE CONTAS PARTE 1 4 | SOUND OF FREEDOM 5 | INDIANA JONES E A RELÍQUIA DO DESTINO |
“Missão Impossível 7” tem maior estreia mundial da franquia
O novo blockbuster de Tom Cruise, “Missão: Impossível – Acerto de Contas – Parte Um”, liderou as bilheterias da América do Norte em seu fim de semana de estreia, mas não conseguiu atingir as expectativas iniciais. O filme arrecadou US$ 56,2 milhões entre sexta-feira e domingo, um começo morno para um dos filmes mais caros do ano. A ação-aventura da Paramount e Skydance esperava estabelecer um novo recorde na franquia com US$ 60 milhões ou mais. Em vez disso, as vendas de ingressos ficaram atrás de “”Missão: Impossível – Efeito Fallout” (US$ 61 milhões) de 2018 e “Missão: Impossível II” (US$ 57,8 milhões) de 2000, que permanecem como as maiores aberturas na franquia. Em compensação, o sétimo filme teve um lançamento antecipado na quarta-feira (12/7) e gerou ao todo US$ 80 milhões em seus primeiros cinco dias, mais do que “Fallout” (US$ 77,5 milhões) e “”Missão: Impossível II” (US$ 78,8 milhões) no mesmo período. Com 96% de aprovação da crítica no Rotten Tomatoes e um brilhante “A” do público no CinemaScore, “Acerto de Contas” provavelmente permanecerá rendendo milhões nas bilheterias durante todo o verão norte-americano. Importante ressaltar que, em contraste ao início morno nos EUA e Canadá, a missão está sendo cumprida na bilheteria internacional, que rendeu US$ 155 milhões, mesmo com uma estreia fraca na China (US$ 25,4 milhões). Isso eleva seu total mundial para o valor respeitável de US$ 235 milhões, o que é a maior estreia global da franquia. O problema é que “Missão: Impossível – Acerto de Contas – Parte Um” precisa ter uma duração na bilheteria tão longa quanto seu título. O filme, que traz Cruise desafiando a morte enquanto desaba de uma montanha em sua motocicleta, escala um trem desgovernado e faz manobras arriscadas de carro pelas ruas de Roma, foi incrivelmente caro devido a inícios e paradas relacionadas à Covid e outras medidas de segurança da era da pandemia. Seu orçamento estimado é de quase US$ 300 milhões, sem as despesas de P&A (cópias e publicidade). No próximo fim de semana, o thriller de ação da Paramount competirá pela atenção do público com o drama histórico sombrio “Oppenheimer”, de Christopher Nolan, e a extravagância cor-de-rosa “Barbie”, de Greta Gerwig. A improvável disputa entre os dois títulos muito diferentes tornou-se uma loucura online, que se materializou no mundo real com dezenas de milhares de cinéfilos reservando sessões duplas de “Oppenheimer” e “Barbie”. Outros destaques na bilheteria No resto da bilheteria norte-americana, chama atenção o inesperado sucesso de “Sound of Freedom”, que subiu para o 2º lugar em sua segunda semana de exibição, com US$ 25 milhões – um aumento de 25% em relação ao fim de semana passado. O filme de ação conservador, que foi financiado coletivamente, acompanha um justiceiro americano (o “Jesus” Jim Caviezel) que resolve enfrentar traficantes de crianças na América do Sul em meio a citações ultradireitistas de QAnon. Estreou no feriado patriótico de 4 de julho e já soma um total doméstico de US$ 85,4 milhões. Mas não tem previsão de lançamento no Brasil. A sequência de terror “Sobrenatural: A Porta Vermelha”, que liderou a bilheteria no último fim de semana, caiu para o 3º lugar com US$ 13 milhões, chegando a US$ 58 milhões na América do Norte e US$ 122 milhões mundiais. “Indiana Jones e a Relíquia do Destino” ficou em 4º em seu terceiro fim de semana, adicionando US$ 12 milhões para atingir US$ 136 milhões domesticamente e US$ 302 milhões em todo o mundo. O Top 5 se encerra com a animação “Elementos”, que gerou US$ 8,7 milhões em seu quinto fim de semana em cartaz, somando US$ 125 milhões nos EUA e US$ 311 milhões no total global. Trailers Confira abaixo os trailers dos 5 filmes mais vistos nos EUA e Canadá no fim de semana. 1 MISSÃO: IMPOSSÍVEL – ACERTO DE CONTAS PARTE 1 2 | SOUND OF FREEDOM 3 | SOBRENATURAL: A PORTA VERMELHA | 4 | INDIANA JONES E A RELÍQUIA DO DESTINO | 5 | ELEMENTOS
10 Filmes: O novo Bird Box e as principais estreias do streaming
Filmes de terror marcam a programação de estreias para ver em casa nesta semana, com o lançamento do derivado espanhol de “Bird Box” na Netflix e mais dois títulos elogiados – e inéditos – nas locadoras digitais. A relação de destaques ainda inclui a superprodução “Babilônia”, dramas indies e europeus, além de dois documentários – um de rock e outro brasileiro. Confira abaixo a curadoria do Top 10. BIRD BOX BARCELONA | NETFLIX Derivado do sucesso apocalíptico “Bird Box”, estrelado por Sandra Bullock em 2018, o filme é uma história paralela, passada em Barcelona e com um elenco espanhol. A trama acompanha a proliferação de casos de loucura e suicídio pela Europa, concentrando-se num grupo de sobreviventes na cidade do título, que tentam escapar ao caos cobrindo os olhos com vendas, para não ser influenciado pela ameaça que ninguém pode ver. O detalhe é que um grupo de fanáticos faz questão que todos vejam as criaturas enlouquecedoras. O elenco conta com alguns astros conhecidos dos filmes de Pedro Almodóvar, como Lola Dueñas (“Abraços Partidos”), Michelle Jenner (“Julieta”) e o argentino Leonardo Sbaraglia (“Dor e Gloria”), além de Diego Calva (“Aceleradas”), Mario Casas (“As Bruxas de Zugarramurdi”), Alejandra Howard (“Fátima: A História de um Milagre”), Patrick Criado (“Antidisturbios”), Celia Freijeiro (“Uma Visão Diferente”), Gonzalo de Castro (“Sob Suspeita”), a inglesa Georgina Campbell (“Krypton”) e a menina alemã Naila Schuberth (“Blackout”). Roteiro e direção estão a cargo dos irmãos Álex e David Pastor, responsáveis pelo bom thriller apocalíptico “Virus”, pelas séries “Incorporated” e “The Head: Mistério na Antártida”, além do suspense “A Casa” na própria Netflix. Mas a crítica internacional achou o trabalho apenas mediano. PISCINA INFINITA | VOD* O novo horror de Brandon Cronenberg (“Possessor”), filho do mestre David Cronenberg (“Crimes of the Future”), passa-se num resort tropical de luxo, onde James, um escritor com bloqueio criativo (Alexander Skarsgård, de “Succession”), e sua esposa rica (Cleopatra Coleman, de “Dopesick”) tiram férias ao estilo “The White Lotus”. No entanto, a suposta tranquilidade do paraíso rapidamente desmorona quando eles são convidados por outro casal, que inclui a fã sedutora do escritor, Gabi (Mia Goth, de “Pearl”), para explorar o lado mais sombrio do país tropical. Enquanto Skarsgård apresenta uma performance cativante ao revelar instintos ferais e masoquistas, é Goth quem mantém o público na ponta dos pés com sua energia arrebatadora, alternando entre sutileza e histeria de maneira espetacular. Um acidente de carro resultante de uma noite de bebedeira coloca o protagonista em um dilema de vida ou morte, levando a trama a um rumo bizarro, com a revelação de um sistema de justiça peculiar que permite aos turistas ricos testemunhar e experimentar a sua própria morte por meio de clones. Cronenberg, seguindo os passos de seu pai, constrói uma trama que vai além do simples terror, com uma narrativa marcada pela paranoia e a sátira da elite, inspirado nos clássicos surrealistas do mestre Luis Buñuel. A visão distorcida de luxo, orgias e hedonismo, bem como o conflito entre a riqueza e a pobreza, são capturados de forma habilidosa e visceral, dando ao filme um toque de humor negro. A despeito do clima pesado e das situações perturbadoras, a narrativa é frequentemente permeada por momentos de comédia e mudanças súbitas de tom. Embora o filme seja instigante e assustador em sua maneira macabra e provocativa, também oferece uma profundidade de caracterização raramente encontrada em filmes de horror mais convencionais. EIGHT FOR SILVER | VOD* O terror gótico estrelado por Boyd Holbrook (“Logan”) e Kelly Reilly (“Yellowstone”) faz uma releitura da lenda do lobisomem. A trama se passa numa propriedade rural remota do final do século 19, que começa a sofrer ataques sobrenaturais. Após aldeões espalharem rumores sobre uma maldição, o patologista John McBride (Holbrook), que perdeu a família para um surto semelhante anos antes, chega para investigar o caso que envolve a aristocrática família Laurent. A narrativa envolve um grupo de capangas contratado pela família Laurent para exterminar um acampamento de ciganos em suas terras, o que provoca uma maldição que se manifesta através de transformações em lobisomens. Paralelamente, a comunidade enfrenta uma epidemia de cólera e desafios criados pela separação das classes. Com isso, a trama oferece uma visão única das lendas de lobisomens, misturando momentos de horror com contexto social e cultural. Também conhecido como “The Cursed”, o filme escrito e dirigido por Sean Ellis (“Operação Anthropoid”) foi exibido nos festivais de Sundance e Sitges, e atingiu 76% de aprovação no site Rotten Tomatoes (alta para terror). BABILÔNIA | PARAMOUNT+ Grande extravagância do diretor Damien Chazelle (“La La Land”), o filme é uma recriação da Era de Ouro da indústria cinematográfica americana, durante a transição do cinema mudo para o falado, como muito sexo, drogas e jazz. A maioria dos personagens é fictícia, mas inspirada em pessoas reais. Depois de viver Sharon Tate em “Era uma Vez… em Hollywood”, Margot Robbie interpreta uma versão cocainômana de Clara Bow, símbolo sexual dos anos 1920, Já o personagem de Brad Pitt (que venceu o Oscar por “Era uma Vez em… Hollywood”) é baseado em grandes atores do período, como John Gilbert, que teve dificuldades de se adaptar às mudanças tecnológicas trazidas pela sonorização. A encenação é exageradíssima, tudo é histérico, mas não faltam os que adoram justamente esse aspecto da produção. Por sinal, mesmo com críticas negativas (56% de aprovação no Rotten Tomatoes), o filme venceu 40 prêmios por sua realização técnica e foi indicado a três Oscars. Além de Pitt e Robbie, o elenco estelar inclui Diego Calva (“Narcos: México”), Tobey Maguire (“Homem-Aranha: Sem Volta para Casa”), Samara Weaving (“Casamento Sangrento”), Olivia Wilde (“O Caso Richard Jewell”), Jovan Adepo (“Watchmen”), Li Jun Li (“Evil”), Jean Smart (“Hacks”), P.J. Byrne (“The Boys”), Lukas Haas (“O Regresso”), Olivia Hamilton (“La La Land”), Max Minghella (“The Handmaid’s Tale”), Rory Scovel (“Physical”), Katherine Waterston (“Animais Fantásticos: Os Segredos de Dumbledore”), Eric Roberts (“Vício Inerente”), Ethan Suplee (“Dog – A Aventura de Uma Vida”), Phoebe Tonkin (“The Originals”), Jeff Garlin (“Curb Your Enthusiasm”) e o baixista Flea (“Queen & Slim”), da banda Red Hot Chili Peppers. SEM ALTERNATIVA | VOD* O drama de William Dickerson (“Detour”) é uma adaptação do romance de estreia do próprio diretor, lançado em 2012 e inspirado em sua própria vida, incluindo a luta de sua irmã contra a doença mental e o vício, que culminou em seu suicídio em 2014. Ambientada num subúrbio de classe alta de Nova York, a obra retrata a adolescência de dois irmãos durante o auge do grunge, pouco depois da morte de Kurt Cobain em 1994. Thomas e Bridget Harrison, interpretados pelos novatos Conor Proft e Michaela Cavazos, são filhos de um juiz conservador envolvido em escândalos (Harry Hamlin, de “As Bruxas Mayfair”). Thomas é o baterista de uma banda pop punk e Bridget usa o rap para expressar sua insatisfação com o mundo. Ao mesmo tempo em que Thomas se concentra em sua banda e na ansiedade pela resposta de sua candidatura à universidade, Bridget lida com o equilíbrio delicado entre antidepressivos e um crescente alcoolismo. Ambos encontram na música um meio de expressão e uma fuga de suas realidades. Bridget logo adota o nome artístico de Bri Da B e começa a ganhar destaque no cenário do hip-hop local, enquanto Thomas aspira transformar sua banda no “novo Nirvana”. A obra se destaca por sua abordagem autêntica e profundamente sentida da adolescência, trazendo uma perspectiva sincera sobre as dificuldades de crescer em meio à turbulência da doença mental e as mudanças na cena musical da época. STARS AT NOON | VOD* Dirigido pela aclamada cineasta francesa Claire Denis (“High Life”), o drama ambientado na Nicarágua contemporânea acompanha a história de Trish, uma jornalista americana interpretada por Margaret Qualley (“Maid”). Chegando ao país com grandes ambições profissionais, ela rapidamente se vê em um modo de sobrevivência, tendo suas esperanças e recursos financeiros desgastados ao longo do tempo. Inicialmente movida por um idealismo juvenil, ela agora flutua entre bares e camas aleatórias, buscando manter-se em um país turbulento. Sua vida toma um rumo diferente quando conhece Daniel (interpretado por Joe Alwyn, de “Duas Rainhas”), um inglês misterioso que afirma trabalhar para uma empresa de petróleo. O que se inicia como uma atração superficial pela disponibilidade financeira de Daniel, rapidamente se transforma em uma intensa paixão, conduzindo a trama por uma paisagem de motéis baratos e paredes suadas, em meio ao tumulto social da Nicarágua. Mas as tensões políticas e conflitos que se desenrolam ao redor do casal são ofuscados por seus encontros intensos. Com uma performance mercurial de Qualley e Alwyn, “Stars at Noon” oferece uma representação poderosa de corpos entrelaçados, desconforto cultural e lutas por sobrevivência. Baseada no romance homônimo de 1986 de Denis Johnson, a narrativa não convencional apresenta uma abordagem honesta à experiência do expatriado, que é, ao mesmo tempo, fascinante e inquietante. TRÊS MULHERES – UMA ESPERANÇA| VOD* Inspirado em eventos reais, o drama europeu é ambientado nos últimos dias da 2ª Guerra Mundial, após um trem carregado de prisioneiros judeus ser abandonado por soldados nazistas em fuga das tropas soviéticas. Interceptados pelos comunistas, os passageiros famintos e doentes encontram refúgio numa pequena aldeia alemã sob controle do Exército Vermelho. A protagonista do filme, Simone (Hanna van Vliet, de “Anne+: O Filme”), é instruída pela líder comunista Vera (Eugénie Anselin, de “Nós Duas”) a morar na casa de uma órfã chamada Winnie (Anna Bachmann, de “Loverboy”), que teve os pais assassinados durante a invasão. A situação é complicada pela epidemia de tifo que os soviéticos tentam controlar. Enfrentando circunstâncias difíceis, as três mulheres acabam unindo seus destinos, enquanto cada uma enfrenta suas próprias injustiças e tormentos. Roteiro e direção são da holandesa Saskia Diesing (“Nena”). A SALA DOS PROFESSORES | FILMICCA O longa-metragem de estreia da diretora croata Sonja Tarokić centra-se na vida de Anamarija, uma conselheira escolar trintona interpretada por Marina Redžepović (“Batalha dos Zumbis”) em seu primeiro papel principal num grande filme. Ao começar seu trabalho numa escola primária de Zagreb, ela enfrenta uma série de desafios enquanto tenta ajudar seus alunos e lida com a dinâmica complicada da instituição. Anamarija confronta inúmeros problemas, desde um aluno problemático que luta contra a dinâmica familiar até a oposição que enfrenta de Vedrana (Nives Ivanković), a diretora da escola. No entanto, o conflito central se dá com Siniša (Stojan Matavulj), um professor de História excêntrico e paranoico que prefere evitar o convívio com os demais colegas de trabalho. Este insistente clima de caos e tensão na escola leva Anamarija a perceber que, para sobreviver neste ambiente, precisará sacrificar sua própria integridade. Apesar das múltiplas tramas e subtramas, o longa se concentra em grande parte na escola, com apenas alguns desvios para um passeio e algumas cenas na casa de Anamarija. Tarokić adota uma abordagem à la Robert Altman, criando uma mise-en-scène complexa, executada com excelência, que se desenvolve em um murmúrio incessante de vozes de adultos e crianças. A estratégia é de proporcionar, com atraso, informações sobre eventos chave que ocorrem frequentemente fora de cena, reforçando a sensação de caos mal controlado. Embora a obra seja dominada por vermelhos e brancos, a performance arrebatadora de Matavulj como o professor de História e a manipulação deliciosa de Ivanković como a diretora aparentemente ignorante são as características que adicionam tensão e tempero ao filme. SIRENS | FILMICCA A obra da diretora marroquino-americana Rita Baghdadi mergulha na vida das integrantes da banda de thrash metal Slave to Sirens, formada nos arredores de Beirute, Líbano. A banda, composta por cinco mulheres, é conduzida por suas fundadoras, Lilas Mayassi e Shery Bechara, que além de serem musicistas talentosas, enfrentam o desafio de se expressarem através de um gênero musical que não é exatamente popular em sua região. A narrativa é centrada em Lilas, uma guitarrista obstinada e apaixonada que mantém em segredo seu interesse por garotas. Lilas e Shery não apenas compartilham uma química musical intensa, mas também um passado complicado....
“Missão: Impossível 7” é a grande estreia da semana nos cinemas
Um dos filmes mais esperados do ano, “Missão: Impossível – Acerto de Contas Parte 1” começa a ser exibido em 1,3 mil salas nesta quinta (13/7), acompanhado de elogios rasgados da crítica internacional e enorme expectativa do público. Tom Cruise fará o impossível ocupando mais de um terço do circuito brasileiro. Apesar disso, duas fantasias românticas também terão lançamento amplo: “O Portal Secreto”, com distribuição em mais de 300 telas, e a produção brasileira “Perdida”, que chega em 500. Confira a seguir todas as estreias da semana no cinema. MISSÃO: IMPOSSÍVEL – ACERTO DE CONTAS PARTE 1 Tom Cruise volta a impressionar os fãs de cinema no papel de Ethan Hunt, o agente incansável da MIF (Força Missão Impossível), que desta vez enfrenta um inimigo conhecido como a Entidade, um programa de inteligência artificial prestes a ganhar consciência e ameaçar a existência do mundo. Ao lado do protagonista, um elenco de apoio composto por Rebecca Ferguson, Ving Rhames, Simon Pegg, Vanessa Kirby e a nova adição, Hayley Atwell (a “Agente Carter”), junta-se para combater esta ameaça iminente. A trama em si é mera desculpa para um impressionante desfile de cenas vertiginosas passadas num cenário global, que vão desde o deserto árabe até a capital italiana, sem esquecer os abismos da Noruega, enquanto Ethan e sua equipe envolvem-se em perseguições frenéticas de carros, saltos de paraquedas de tirar o fôlego e lutas em cima de um trem em disparada. A dedicação de Cruise e sua insistência em realizar suas próprias cenas de ação se traduzem em sequências que justificam o nome de “Missão: Impossível” – e que são uma característica definidora da franquia. Mas desta vez o filme não é apenas um festival de ação, pois também explora a paranoia mundial em torno da recente ascensão da inteligência artificial. Unanimidade entre a crítica, com 98% de aprovação no Rotten Tomatoes, o filme também tem um desfecho trágico para os fãs da franquia, enquanto prepara o terreno para o que está por vir no próximo capítulo da saga. O PORTAL SECRETO A nova fantasia ao estilo “Harry Potter” é uma adaptação do romance de Tom Holt e se desenrola em JW Wells & Co, uma venerável corporação mágica londrina, responsável por orquestrar todos os incidentes diários de coincidência e imprevistos que ocorrem na vida urbana. Inicialmente, o recém-chegado estagiário Paul Carpenter (Patrick Gibson, de “Sombra e Ossos”) desconhece completamente a verdadeira função da empresa quando aceita o emprego. Diferente de sua colega novata Sophie (Sophie Wilde, de “Eden”), que possui habilidades empáticas, ele parece não ter talentos notáveis. Por isso, se sente aliviado quando o CEO da empresa (Christoph Waltz, de “Django Livre”) o encarrega de encontrar uma porta mágica que desapareceu em algum lugar da empresa. Mas, nessa busca, ele se vê constantemente surpreendido por essa espécie de Hogwarts corporativa, repleta de regras arbitrárias e objetos misteriosos. Dirigido pelo experiente diretor de TV Jeffrey Walker (“H2O: Meninas Sereias”) e co-produzido pela Jim Henson Company (produtora dos “Muppets”), o filme também destaca em seu elenco o veterano Sam Neill (“Jurassic Park”) como um gerente impiedoso, que têm planos diferentes para o futuro do mundo. Com elementos de fantasia e comédia, “A Porta Portátil” também apresenta um toque de sátira e brinca com a ideia da porta capaz de conduzir à diferentes dimensões. No entanto, a história central gira em torno dos protagonistas e de seu envolvimento romântico, tornando o filme uma raridade dentro do cinema comercial familiar. PERDIDA Giovanna Grigio (“Rebelde”) estrela a adaptação do livro de Carina Rissi, que conta uma fantasia romântica com viagem no tempo. Na trama, Sofia (Grigio) é uma jovem moderna apaixonada por obras antigas, como os clássicos de Jane Austen. Ao tentar convencer uma editora a investir no nicho, ela acaba se frustrando com o pedido negado. Logo em seguida, a personagem é transportada para um mundo semelhante ao dos livros que tanto gosta, ambientados no século 19. Completamente perdida, Sofia conta com a ajuda do encantador Ian Clarke (Bruno Montaleone, de “Verdades Secretas”) para resolver o mistério por trás de sua chegada naquele lugar – enquanto vive seu próprio romance de época. Primeiro longa dirigido por Katherine Chediak Putnam e Dean Law (do curta “Inferno”), o elenco ainda conta com Nathália Falcão (“Desalma”), Bia Arantes (“Órfãos da Terra”), Sérgio Malheiros (“Um Natal Cheio de Graça”), Hélio de la Peña (“Conversa Piada”) e Luciana Paes (“Galeria Futuro”). A NOITE DO DIA 12 O thriller vencedor de seis prêmio César (o Oscar da França), incluindo Melhor Filme francês do ano, é a investigação de um crime real: o assassinato de Clara, uma estudante de 21 anos (interpretada por Lulu Cotton-Frapier, de “Instituto Voltaire”), que é morta de forma brutal no interior do país. Após sair da casa de sua melhor amiga em uma festa do pijama, ela decide voltar para casa sozinha às 3 da manhã, sendo atacada por uma figura encapuzada que a queima viva. O caso é entregue à polícia de Grenoble, liderada pelo recém-promovido Capitão Yohan Vivès (Bastien Bouillon, de “A Garota Radiante”), um jovem reservado e de comportamento neutro, que tem como parceiro o veterano Marceau (interpretado por Bouli Lanners, de “Adeus, Idiotas”) de temperamento explosivo. Ao longo da investigação, são apresentados diversos suspeitos, cada um mais sinistro que o outro, mas todos acabam descartados por serem óbvios demais, mantendo a audiência sempre na expectativa de uma solução. A obra do cineasta Dominik Moll (“Eden”) utiliza a narrativa não apenas para solucionar o mistério, mas também para explorar as dinâmicas e hipocrisias existentes dentro da própria força policial. O filme sugere que o assassinato de Clara, além de uma tragédia pessoal, é um reflexo das dinâmicas sociais e do sexismo. Embora a investigação seja o foco central, as ambiguidades e o clima sombrio da história refletem a realidade crua, afastando-se das convenções típicas das histórias de crime. HERÓI DE SANGUE O drama de guerra explora a história não muito difundida dos Tirailleurs Senegaleses – regimentos de africanos colonizados que foram forçados a servir no exército francês durante a 1ª Guerra Mundial. Dirigido por Mathieu Vadepied (“La Vie en Grand”), acompanha um pai (interpretado por Omar Sy, de “Lupin”) que voluntariamente se alista para proteger seu filho (interpretado por Alassane Diong, de “O Rei das Sombras”), no auge da sangrenta Batalha de Verdun. Bakary, um pacífico pastor em Senegal, se vê no meio da guerra quando seu filho de 17 anos é recrutado pelo exército francês. Para salvaguardar a vida de Thierno, Bakary também se alista, levando a dupla para as trincheiras da 1ª Guerra Mundial. O tenente francês branco, Chambreau (interpretado por Jonas Bloquet, de “1899”), nomeia Thierno como cabo após um ato heroico na batalha, colocando-o numa posição curiosa, comandando um esquadrão que também inclui seu próprio pai. Enquanto isso, Bakary faz todo o possível para ambos escaparem. Além da representação visceral do campo de batalha, o filme apresenta momentos intensos de conflito entre duas gerações, simbolizados pelas visões contrastantes de Bakary e Thierno. Enquanto Bakary sonha em retornar ao Senegal e retomar sua vida pacífica como pastor de gado, Thierno começa a vislumbrar a possibilidade de construir uma nova vida na França. Ao mesmo tempo, o filme destaca-se pela maneira como toca em temas de colonialismo e imperialismo durante a guerra. LUZ NOS TRÓPICOS A cineasta franco-colombiana Paula Gaitán (“Exilados do Vulcão”) conta 4 horas de histórias paralelas, separadas por 150 anos no Tempo, num mesmo espaço fluvial. O filme se desdobra em torno da jornada de um jovem indígena, interpretado por Begê Muniz, que parte em busca de sua ancestralidade Kuikuro, numa viagem pelo Parque do Xingu até as águas do Pantanal. Esta narrativa é entrelaçada com cenas que retratam a rotina de colonizadores franceses e portugueses explorando a floresta amazônica, que oferecem perspectivas contrastantes em idiomas português, francês, kuikuro e outros. Gaitán é conhecida por sua habilidade em mesclar registros documentais e ficcionais. “Luz nos Trópicos” convida o espectador para uma jornada de metamorfoses, apresentando uma mistura de imagens de arquivos, película, Super 8, 16mm, documentação dialógica, experimentação pictórica e rítmica, cinema de fluxo e cortes rápidos. E inclui até uma performance musical de batuques liderada por Arrigo Barnabé, que interpreta um dos estrangeiros da trama. Reconhecido em vários festivais de cinema, o longa longuíssimo foi exibido na 70ª edição do Festival de Berlim e venceu o 9º Olhar de Cinema, mostra de cinema independente de Curitiba.










