Novo filme da brasileira Juliana Rojas terá première mundial no Festival de Berlim
A organização do Festival de Berlim anunciou nesta segunda (22/1) que “Cidade; Campo”, o mais recente longa da diretora Juliana Rojas, fará sua première mundial no evento alemão. A diretora é veterana de festivais internacionais e já foi premiada em Cannes por dois curtas – “Um Ramo” (2007), em parceria com Marco Dutra, e “O Duplo” (2012), além de ter vencido o Festival de Locarno por “As Boas Maneiras” (2017), outra parceria com Dutra, entre outros inúmeros prêmios. Rodado na cidade de São Paulo e na zona rural do Mato Grosso do Sul, “Cidade; Campo” trata da migração entre o meio urbano e o rural e será apresentado na Berlinale Encounters, mostra paralela concebida para fomentar trabalhos mais ousados de cineastas independentes e inovadores. A seção é ponto de encontro de cineastas, produtores, programadores, críticos de cinema e cinéfilos. O filme é protagonizado por Fernanda Vianna, Mirella Façanha e Bruna Linzmeyer, e tem uma equipe técnica formada majoritariamente por mulheres.
Festival de Berlim homenageará Martin Scorsese com Leão de Ouro pela carreira
O Festival de Cinema de Berlim anunciou nesta quinta (21/12) que sua 74ª edição entregará um prêmio honorário a Martin Scorsese. Os organizadores do festival alemão selecionaram o veterano cineasta americano como homenageado de 2024 com um Urso de Ouro pelas realizações da carreira. O diretor de 81 anos, conhecido por clássicos como “Taxi Driver” e “Touro Indomável” será homenageado em 20 de fevereiro com uma cerimônia especial. Em comunicado, o organizadores destacaram o mais recente filme de Scorsese, “Assassinos da Lua das Flores”, como uma das suas maiores conquistas, mostrando que o cineasta continua inovador. “Para quem considera o cinema como a arte de moldar uma história de uma forma que seja ao mesmo tempo completamente pessoal e universal, Martin Scorsese é um modelo incomparável”, declararam Mariette Rissenbeek e Carlo Chatrian, diretores do festival. Um dos cineastas mais influentes de sua geração, Scorsese tem uma carreira que supera cinco décadas. Nascido em 1942, em Nova York, ele começou a se destacar na década de 1970, uma era conhecida como “Nova Hollywood”, na qual emergiram diversos talentos que reformularam o cinema americano. Seu filme “Taxi Driver”, lançado em 1976, não apenas ganhou aclamação crítica, mas também se tornou um marco cultural, estabelecendo o diretor como um mestre na exploração de temas complexos como alienação urbana e psicologia perturbada. Sua colaboração frequente com o ator Robert De Niro, começando com “Caminhos Perigosos” (1973) e incluindo obras-primas como “Touro Indomável” (1980) e “Os Bons Companheiros” (1990), solidificou sua reputação como um diretor de visão singular. Ele também teve uma parceria notável com Leonardo DiCaprio, iniciada com “Gangues de Nova York” (2002) e fortalecida com sucessos como “O Aviador” (2004) e “Os Infiltrados” (2006) – este último rendeu a Scorsese seu primeiro Oscar de Melhor Diretor. Esta colaboração continuou a brilhar com “Ilha do Medo” (2010) e “O Lobo de Wall Street” (2013). Em “Assassinos da Lua das Flores”, ele trabalhou pela primeira vez com os dois atores juntos, num resultado que está figurando em várias listas de premiação. Além de seu sucesso em filmes de ficção, Scorsese também se destacou no gênero documental, com uma ênfase notável em documentários musicais. Exemplos incluem “O Último Concerto de Rock” (1978), sobre a despedida do grupo musical The Band, “No Direction Home” (2005), sobre Bob Dylan, “Living in the Material World” (2011), sobre George Harrison, demonstrando seu talento para capturar a essência de ícones musicais e eventos culturais significativos. A abertura do Festival de Berlim está marcada para o dia 15 de fevereiro, com o encerramento previsto para dez dias depois, em 25 de fevereiro.
Lupita Nyong’o será presidente do júri do Festival de Berlim
A organização do Festival de Berlim anunciou nesta segunda (11/12) que a atriz Lupita Nyong’o será a presidente do júri da edição de 2024 “Me sinto profundamente honrada de servir como presidente do Júri Internacional do Festival Internacional de Cinema de Berlim”, declarou a atriz. “Estou animada para celebrar e reconhecer o trabalho fenomenal de cineastas de todo o mundo.” Apesar de ter desenvolvido sua carreira de atriz nos EUA, Lupita Nyong’o nasceu no México e também se identifica como queniana pelas raízes familiares e por ter crescido no país. Ela venceu o Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante em 2014, por “12 Anos de Escravidão”, e se destacou em títulos como o terror “Nós, de Jordan Peele, e na franquia de super-herói “Pantera Negra”. A próxima edição do Festival de Berlim acontece entre 15 e 25 de fevereiro, e a lista de selecionados ainda não foi divulgada.
Estreias | Mostra de São Paulo exibe 362 filmes de 96 países
A Mostra Internacional de Cinema de São Paulo começa nesta quinta (19/10) sua 47ª edição em clima pré-pandêmico, com a exibição de 362 filmes de 96 países, numa programação estendida a 24 salas de cinema até o dia 1º de novembro. Seleção internacional A abertura fica por conta de “Anatomia de uma Queda”, suspense vencedor da Palma de Ouro no Festival de Cannes. Dirigido pela francesa Justine Triet – a terceira mulher a ganhar a Palma de Ouro – , o longa acompanha a investigação da morte de um escritor, que pode ter sido suicídio ou homicídio. A seleção internacional também contará com a exibição inédita de “Maestro”, novo longa de Bradley Cooper, e “Evil Does Not Exist”, de Ryūsuke Hamaguchi, vencedor do Oscar por “Drive My Car”. Também serão exibidos “Afire”, de Christian Petzold, que ganhou o Urso de Prata no Festival de Berlim, e “La Chimera”, com direção de Alice Rohrwacher e participação da brasileira Carol Duarte. Entre os destaques, ainda estão nada menos que 17 títulos que disputam vaga na categoria de Melhor Filme Internacional do Oscar 2023, incluindo o ucraniano “20 Dias em Mariupol”, em que o diretor e fotojornalista Mstyslav Chernov acompanha os esforços de um grupo de jornalistas ucranianos (os únicos repórteres na cidade do título) que tentam documentar a invasão russa, o turco “Ervas Secas”, de Kuru Otlar Üstüne, que rendeu o prêmio de Melhor Atriz em Cannes para Merve Dizdar, o finlandês “Folhas de Outono”, de Kuolleet Lehdet, que recebeu o Prêmio do Júri em Cannes, e o britânico “Zona de Interesse”, de Jonathan Glazer, vencedor do Grande Prêmio do Júri e do Prêmio da Crítica em Cannes. Filmes brasileiros A programação ainda inclui cerca de 60 longas brasileiros, que integram as seções Apresentação Especial, Competição Novos Diretores e Perspectiva Internacional, e além dos troféus da Mostra também disputam um prêmio da Netflix para exibição na plataforma em mais de 190 países. A lista inclui títulos prestigiados em festivais internacionais, como “A Flor do Buriti”, de João Salaviza e Renée Nader Messora, premiado na mostra Um Certo Olhar do Festival de Cannes, e “Estranho Caminho”, de Guto Parente, consagrado após vencer todos os prêmios possíveis do Festival de Tribeca – a primeira vez que houve uma unanimidade no evento nova-iorquino. Além deles, “O Estranho”, de Flora Dias e Juruna Mallon, foi exibido no Festival de Berlim, “Meu Casulo de Drywall”, de Caroline Fioratti, selecionado no SXSW, e “Sem Coração”, de Nara Normande e Tião, elogiadíssimo no Festival de Veneza. A forte programação brasileira contempla também novos filmes dirigidos por cineastas como André Novais Oliveira (“O Dia que te Conheci”), Clara Linhart (“Eu Sou Maria”), Cristiane Oliveira (“Até que a Música Pare”), Fábio Meira (“Tia Virgínia”), Helena Ignez (“A Alegria É a Prova dos Nove”), Lúcia Murat (“O Mensageiro”), Luiz Fernando Carvalho (“A Paixão Segundo G.H.”) e Petrus Cariry (“Mais Pesado É o Céu”). Homenagens Junto das estreias, a Mostra prestará uma homenagem ao cineasta italiano Michelangelo Antonioni (1912-2007), que assina a arte do pôster da edição. Serão exibidos alguns de seus principais trabalhos, como “Blow-Up – Depois Daquele Beijo”, “O Deserto Vermelho” e a Trilogia da Incomunicabilidade, composta por “A Aventura”, “A Noite” e “O Eclipse”, além de uma exposição com seus trabalhos como artista plástico. Além disso, a Mostra homenageará dois documentaristas com o prêmio Humanidades: o francês Sylvain George e o americano Errol Morris, que terão sete filmes exibidos na programação, incluindo o mais recente, “O Túnel dos Pombos”. Para completar, o Prêmio Leon Cakoff será dedicado a dois cineastas: Júlio Bressane e o sérvio Emir Kusturica. Bressane terá dois filmes recentes exibidos, o documentário “A Longa Viagem do Ônibus Amarelo”, que tem sete horas de duração, e “Leme do Destino”, história de amor de apenas 27 minutos. A programação completa da 47ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, com horários e locais de exibição, pode ser conferida no site oficial do evento: https://47.mostra.org/.
Netflix cria prêmio para filmes brasileiros em parceria com a Mostra de São Paulo
A Netflix anunciou neste sábado (7/10) uma parceria com a 47ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo para a criação do Prêmio Netflix. O objetivo é selecionar e adquirir os direitos de distribuição de um filme brasileiro de ficção que participe do evento e ainda não tenha contrato com nenhuma plataforma de streaming. O vencedor será revelado no encerramento da Mostra, em 1 de novembro. Seleção e alcance global O filme escolhido para o Prêmio Netflix será exibido pela plataforma em mais de 190 países, ampliando significativamente o alcance da produção nacional. A iniciativa surge em um momento em que o cinema brasileiro busca maior visibilidade internacional, e a parceria com a gigante do streaming pode ser um passo importante nesse sentido. “Celebramos essa nova parceria com a Netflix e o estímulo que este prêmio traz à produção brasileira de cinema. Entre nossas missões, está apoiar e promover a produção cinematográfica brasileira, exibindo filmes nacionais e proporcionando visibilidade a novos talentos, e o prêmio reforça isso”, disse Renata de Almeida, diretora da Mostra, em comunicado. “A criação desse prêmio representa um marco em nosso compromisso de mais de uma década com o audiovisual brasileiro, e, mais que nunca, com o cinema nacional autoral. É mais um passo em nossa jornada de colaboração com criadores e profissionais do cinema”, acrescentou Gabriel Gurman, diretor de filmes da Netflix no Brasil. Filmes brasileiros A programação deste ano inclui cerca de 60 longas brasileiros, que integram as seções Apresentação Especial, Competição Novos Diretores e Perspectiva Internacional. Os filmes das duas últimas são inéditos em São Paulo. No caso dos novos diretores, são títulos de cineastas que têm até dois títulos no catálogo. Todos os brasileiros da Perspectiva Internacional e da Competição Novos Diretores concorrem ao Prêmio do Público da Mostra, que também inclui o Troféu Bandeira Paulista de Melhor Filme Brasileiro. A lista inclui títulos prestigiados em festivais internacionais, como “A Flor do Buriti”, de João Salaviza e Renée Nader Messora, premiado na mostra Um Certo Olhar do Festival de Cannes, e “Estranho Caminho”, de Guto Parente, consagrado após vencer todos os prêmios possíveis do Festival de Tribeca – a primeira vez que houve uma unanimidade no evento nova-iorquino. Além deles, “O Estranho”, de Flora Dias e Juruna Mallon, foi exibido no Festival de Berlim, “Meu Casulo de Drywall”, de Caroline Fioratti, selecionado no SXSW, e “Sem Coração”, de Nara Normande e Tião, elogiadíssimo no Festival de Veneza. A forte programação brasileira contempla ainda novos filmes dirigidos por cineastas como André Novais Oliveira (“O Dia que te Conheci”), Clara Linhart (“Eu Sou Maria”), Cristiane Oliveira (“Até que a Música Pare”), Fábio Meira (“Tia Virgínia”), Helena Ignez (“A Alegria É a Prova dos Nove”), Lúcia Murat (“O Mensageiro”), Luiz Fernando Carvalho (“A Paixão Segundo G.H.”) e Petrus Cariry (“Mais Pesado É o Céu”). Seleção internacional Ao todo a Mostra exibirá 360 filmes, com destaque para a seleção internacional, que contará com a exibição inédita de “Maestro”, novo longa de Bradley Cooper, e “Evil Does Not Exist”, de Ryūsuke Hamaguchi, vencedor do Oscar por “Drive My Car”. Também serão exibidos “Afire”, de Christian Petzold, que ganhou o Urso de Prata no Festival de Berlim, e “La Chimera”, com direção de Alice Rohrwacher e participação da brasileira Carol Duarte. Homenagens Junto das estreias, a Mostra prestará uma homenagem ao cineasta italiano Michelangelo Antonioni (1912-2007), que assina a arte do pôster da edição. Serão exibidos alguns de seus principais trabalhos, como “Blow-Up – Depois Daquele Beijo”, “O Deserto Vermelho” e a Trilogia da Incomunicabilidade, composta por “A Aventura”, “A Noite” e “O Eclipse”. A Mostra também homenageará dois documentaristas com o prêmio Humanidades: o francês Sylvain George e o americano Errol Morris, que terão sete filmes exibidos na mostra, incluindo o mais recente, “The Pigeon Tunnel”. Para completar, o Prêmio Leon Cakoff será dedicado a dois cineastas: Júlio Bressane e o sérvio Emir Kusturica. Bressane terá dois filmes recentes exibidos, o documentário “A Longa Viagem do Ônibus Amarelo”, que tem sete horas de duração, e “Leme do Destino”, história de amor de apenas 27 minutos. A 47ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo ocorrerá entre os dias 19 de outubro e 1 de novembro na capital paulista.
Mostra de São Paulo terá “Maestro”, novo filme de Bradley Cooper
A Mostra Internacional de Cinema de São Paulo revelou o pôster e os primeiros destaques de sua 47ª edição. Novos filmes O título mais esperado é “Maestro”, segundo longa dirigido por Bradley Cooper após estrear com “Nasce uma Estrela”. A obra é uma cinebiografia do compositor americano Leonard Bernstein, responsável pela trilha do musical “Amor, Sublime Amor”, e traz o próprio Cooper no papel-título, além de Carey Mulligan (“Bela Vingança”). Produção da Netflix, o filme teve première mundial no recente Festival de Veneza. Outro destaque é “Evil Does Not Exist”, do cineasta japonês Ryûsuke Hamaguchi, que venceu o Oscar de Melhor Filme Internacional com “Drive My Car”, no ano passado. Seu novo filme também já é premiado. Venceu o Grande Prêmio do Júri do Festival de Veneza. A trama se passa num vilarejo na periferia de Tóquio, que tem seus costumes ameaçados por planos de construção de luxo. A relação ainda inclui “About Dry Grasses”, do turco Nuri Bilge Ceylan, que rendeu a Merve Dizdar o prêmio de Melhor Atriz no Festival de Cannes, e “Afire”, do alemão Christian Petzold, vencedor do Grande Prêmio do Júri em Berlim, além de “La Chimera”, parceira da italiana Alice Rohrwacher com a brasileira Carol Duarte, e “Cerrar los Ojos”, do espanhol Víctor Erice. Filmes clássicos Já o pôster psicodélico da edição tem assinatura do cineasta italiano Michelangelo Antonioni (1912-2007), que será homenageado em uma retrospectiva com 23 títulos e leitura de um roteiro inédito na programação da Mostra deste ano. A ilustração do pôster foi feita pelo diretor de “Blow Up” nos anos 1960. Outros clássicos foram confirmados na programação, com a exibição de versões restauradas. Uma delas é “Le Retour à la Raison” (1923), primeiro trabalho do americano Man Ray, que será apresentado numa coletânea com outros três curtas-metragens do cineasta, com uma nova trilha sonora criada pela banda Sqürl, de Jim Jarmusch. “Amor Louco” (1969), do francês Jacques Rivette, “O Sangue” (1989) e “Vale Abraão” (1993), dirigidos, respectivamente, pelos portugueses Pedro Costa e Manoel de Oliveira, o brasileiro “Corisco & Dadá (1996)”, do diretor cearense Rosemberg Cariry, e “Underground: Mentiras de Guerra” (1995), do sérvio Emir Kusturica, completam a lista. Para completar as novidades, a Petrobras está de volta como patrocinadora, juntando-se ao Itaú após o governo Bolsonaro proibir a estatal de apoiar eventos culturais. A Mostra desta ano vai acontecer entre os dias 19 de outubro de 1º de novembro. Ver essa foto no Instagram Uma publicação compartilhada por @mostrasp Ver essa foto no Instagram Uma publicação compartilhada por @mostrasp Ver essa foto no Instagram Uma publicação compartilhada por @mostrasp
Diretor francês consagrado é acusado de assédio por cinco atrizes
O famoso francês Philippe Garrel, de 75 anos, enfrenta acusações de assédio sexual formuladas por cinco atrizes, segundo reportagem divulgada pelo site Mediapart. A notícia teve ampla repercussão na mídia francesa. De acordo com as alegações, Garrel teria oferecido papéis em seus filmes em troca de favores sexuais. O cineasta nega todas as acusações, atribuindo-as a “sentimentos mal interpretados”. Detalhes das denúncias Anna Mouglalis, atriz que colaborou com Garrel no filme “O Ciúme” de 2013, declarou ao Mediapart que o diretor a convidou para discutir um roteiro sobre “desejo feminino”. Em um encontro subsequente na residência da atriz, Garrel teria se deitado em sua cama sem permissão. Em sua defesa, Garrel disse que passou mal durante a visita e pediu para deitar. Outras mulheres compartilharam experiências similares de tentativas de beijos forçados. Uma atriz, que optou por manter seu nome em anonimato, recordou um encontro em 2018, em que Garrel teria alisado sua perna e tentado beijá-la. Segundo o diretor, foi “apenas um beijo na bochecha”. Laurence Cordier, ex-aluna do Conservatório de Paris onde Garrel lecionava, relatou que, após uma conversa sobre um papel em 2003, o diretor teria a agarrado pela cintura. Marie Vialle, outra ex-aluna, contou que o diretor lhe propôs escrever um filme para ela em 1994 e tentou beijá-la, dizendo: “Não posso fazer o filme se não dormir com você”. Em resposta ao Mediapart, Garrel disse: “Lembro de ter explicado a ela que, como muitos diretores da Nouvelle Vague, gostava de filmar com a mulher por quem estava apaixonado. Se magoei Marie Vialle, por quem tenho muito respeito, sinto muito”. #MeToo francês As acusações ocorrem em um período em que o movimento #MeToo ganha força na França, exemplificado pelas recentes denúncias contra o ator Gérard Depardieu. Philippe Garrel, pai do igualmente famoso ator Louis Garrel (“Adoráveis Mulheres”), possui uma carreira premiada, com obras aclamadas em festivais de Cannes, Veneza e Berlim. O diretor começou a carreira nos anos 1960, durante o movimento Nouvelle Vague, e é conhecido por filmes como “A Cicatriz Interior” (1972), “A Criança Secreta” (1979), “Amantes Constantes” (2005) e “À Sombra de Duas Mulheres” (2015). Bastante premiado, este ano ele acrescentou no currículo o troféu de Melhor Diretor no Festival de Berlim por seu novo filme, “Le Grand Chariot”.
Trailer traz Peter Dinklage dividido entre Anne Hathaway e Marisa Tomei
O estúdio americano Vertical divulgou o trailer de “She Came to Me”, uma nova comédia romântica que explora o mundo da ópera e a vida de um compositor em crise criativa. O filme é estrelado por Peter Dinklage (“Game of Thrones”), Anne Hathaway (“Convenção das Bruxas”) e Marisa Tomei (“Homem-Aranha: Sem Volta para Casa”), e conta com uma música original de Bruce Springsteen. Peter Dinklage interpreta Steven Lauddem, um compositor de Nova York que enfrenta um bloqueio criativo após o fracasso de sua última ópera. Anne Hathaway, que também é produtora do filme, interpreta Patricia, a esposa fria e terapeuta de Steven, que está enfrentando sua própria crise. Marisa Tomei interpreta Katrina, uma operadora de rebocador marinho que se torna a musa de Steven e ameaça seu casamento com Patricia. A trama também envolve o filho de 18 anos do casal, Julian (Evan Ellison), que embarca em um romance com Tereza (Harlow Jane), de 16 anos, desaprovado pelos pais da garota. A história se desenrola com Steven encontrando inspiração em Katrina, culminando na estreia de sua ópera, que recebe críticas positivas. Mas ao ver sua vida transformada em espetáculo, Katrina resolve confrontar o autor, revelando estar perdidamente apaixonada. A direção e a trilha O filme tem direção e roteiro de Rebecca Miller, filha do famoso dramaturgo Arthur Miller, que não dirigia um filme desde “O Plano de Maggie” em 2015. Para garantir uma visão autêntica do mundo dos compositores e da ópera, ela consultou especialistas como Daniel Felsenfeld e Peter Gelb, gerente geral da Metropolitan Opera. A trilha sonora foi composta por Bryce Dessner, da banda The National, e incluiu uma nova canção de Bruce Springsteen, intitulada “Addicted to Romance”. A música foi inspirada pelo próprio filme, marcando a primeira gravação inédita do roqueiro veterano em mais de um ano. “É uma canção que parece que poderia ter existido para sempre, diretamente do Cancioneiro Americano”, disse Miller sobre a gravação. “She Came to Me” fez sua estreia mundial na abertura do Festival de Berlim de 2023 e dividiu opiniões, atingindo 65% de aprovação no Rotten Tomatoes. A estreia está marcada para 29 de setembro nos EUA, mas ainda não há previsão para o lançamento no Brasil.
Documentário sobre deficientes mentais vence Urso de Ouro no Festival de Berlim
O documentário francês “Sur l’Adamant”, sobre o acolhimento de deficientes mentais em um centro de saúde localizado num barco do rio Sena, no coração de Paris, foi o vencedor do Urso de Ouro do Festival de Berlim 2023, em cerimônia realizada na tarde deste sábado (25/2). Em seu discurso de agradecimento, o veterano diretor Nicolas Philibert, de 72 anos, disse que tentou “inverter a imagem que sempre temos dos deficientes, como discriminados e estigmatizados. Queria que pudéssemos, se não nos identificar com eles, pelo menos reconhecer o que nos une para além das nossas diferenças”. Outro veterano, o francês Philippe Garrel, de 74 anos, levou o Urso de Prata de Melhor Diretor de Berlim por “Le Grand Chariot”, um drama familiar em que seus filhos da vida real vivem a última geração de uma família de marionetistas. Garrel dedicou o troféu ao colega recentemente falecido Jean-Luc Godard. Para contrastar com o reconhecimento aos mais experientes, o júri internacional, presidido pela atriz americana Kristen Stewart (“Spencer”), também chamou atenção por consagrar a pequena Sofía Otero como a mais jovem vencedora do Urso de Prata de atuação de todos os tempos. No filme “20.000 Especies de Abejas”, da espanhola Estibaliz Urresola Solaguren, ela vive uma menina de 8 anos que começa a manifestar sua transição para outro sexo. A menina, estreante no cinema, ficou chocada e chorou no palco, ao agradecer o troféu. Berlim foi o primeiro grande festival de cinema a introduzir prêmios de atuação de gêneros neutros e distribuir um único prêmio para melhor atuação principal e outro para melhor atuação coadjuvante. Este segundo troféu foi conquistado pela atriz trans alemã Thea Ehre no romance policial “Till the End of the Night”, do alemão Christoph Hochhäusler. Para completar, o Grande Prêmio do Júri foi para “Afire”, tragicomédia do alemão Christian Petzold sobre quatro jovens em uma casa de férias na costa do Báltico, ameaçados por um incêndio florestal, enquanto o Prêmio do júri ficou com “Mal Viver”, do português João Canijo, sobre os conflitos entre cinco mulheres que gerem um antigo hotel. Outros prêmios podem ser conferidos na lista a seguir, que reúne todos os contemplados com troféus da mostra competitiva de longas-metragens – logo abaixo do trailer do filme vencedor do Urso de Ouro. Urso de Ouro de Melhor Filme “Sur l’Adamant”, de Nicolas Philibert Grande Prêmio do Júri “Afire”, de Christian Petzold Prêmio do Júri “Mal Viver”, de João Canijo Melhor Direção Philippe Garrel por “Le Grand Chariot” Melhor Performance Principal Sofía Otero, por “20.000 Especies de Abejas” Melhor Performance Coadjuvante Thea Ehre, por “Till the End of the Night” Melhor Roteiro “Musik”, de Ângela Schanelec Contribuição Artística Excepcional Helene Louvart, diretora de fotografia de “Disco Boy”. Prêmio de Documentário da Berlinale “El Eco”, de Tatiana Huezo
Atração da Disney+ vence primeira prêmio de séries no Festival de Berlim
A série dramática italiana “The Good Mothers”, desenvolvida para a plataforma de streaming Disney+, venceu o Berlinale Series Award, primeiro prêmio do Festival de Berlim dedicado a séries. Criada por Stephen Butchard (“Bagdá Central”), a atração narra a história real de três mulheres envolvidas com uma família mafiosa italiana. que trabalharam em conjunto com uma procuradora para derrubar o império criminoso. A série é dirigida por Julian Jarrold (“Sulphur and White”) e Elisa Amoruso (“Jogo do Amor”) e estrelada por Gaia Girace (“A Amiga Genial”), Valentina Bellè (“I Want to Be a Rock Star”), Barbara Chichiarelli (“The Gymnasts”), Simona Distefano (“A Garota Desaparecida do Vaticano”) e Micaela Ramazzotti (“7 Mulheres e um Mistério”). “Os criadores da série foram meticulosos ao recriar um mundo autêntico e detalhado, apresentado por um elenco estelar, com performances que nos fizeram perder o fôlego”, disse o júri, em comunicado. “A bela cinematografia, design de produção e locações contribuíram para a sensação ultrarrealista da série, o que é muito apropriado considerando que é baseada em eventos reais.” “The Good Mothers” estreia em 5 de abril na Disney+. Confira abaixo o trailer da atração.
Steven Spielberg transforma homenagem do Festival de Berlim em ato antifascista
O cineasta Steven Spielberg (“Os Fabelmans”) recebeu um prêmio pelo conjunto da obra no Festival de Cinema de Berlim nessa quarta (21/2). Durante seu discurso de agradecimento, Spielberg falou sobre o significado especial de ser homenageado na Alemanha. “Esta honra tem um significado particular para mim porque sou um diretor judeu”, disse ele. “Eu gostaria de acreditar que este é um pequeno momento em um esforço muito maior e contínuo de curar os lugares quebrados da história – o que os judeus chamam de Tikkun Olam, a reparação e restauração do mundo”. O diretor lembrou também do seu papel na criação da Fundação Shoah, uma organização sem fins lucrativos que contém a maior coletânea do mundo de testemunhos sobre o Holocausto. “Eu criei a Fundação Shoah, porque estou convencido de que o que o historiador Yosef Hayim Yerushalmi escreveu é verdade: O oposto da justiça não é injustiça. O oposto da justiça é o esquecimento”, continuou ele. “A reconciliação só é possível quando lembramos o que aconteceu”. “A Alemanha tem sido há muito tempo uma parceira essencial no trabalho da Fundação Shoah. Cidadãos privados, o governo alemão e o Festival de Cinema de Berlim juntaram-se a nós na coleta e entrevista de testemunhas, na apresentação de documentários, na disseminação de materiais educacionais, e nos ajudaram a tornar nossos arquivos amplamente disponíveis na Alemanha”, explicou Spielberg. Outro ponto abordado pelo diretor foi a vontade da Alemanha de aprender com a história, ao contrário de outros países, condenados à repeti-la. “O povo alemão tem se mostrado disposto a ler a história de seu país, a enfrentar suas lições sobre o antissemitismo, o preconceito e a xenofobia, precursores do Holocausto”, disse Spielberg. “Outros países, incluindo o meu, podem aprender muito com a corajosa determinação do povo alemão de agir para impedir que os fascistas assumam o poder”, contou ele. “Uma nação só pode ser chamada de justa se recusar a amnésia conveniente que nos tenta a todos. Depois do século 20, talvez nenhuma nação deva se bajular ou se iludir achando que merece ser chamada de Justa. Mas não devemos negar a possibilidade de Justiça. Não devemos deixar de persegui-la. Essa busca é nossa melhor esperança de encontrar significado na vida. E começa com a lembrança.” Durante sua visita ao Festival de Berlim, Spielberg revelou que não tem nenhum filme agendado para dirigir em seguida, mas está trabalhando na produção de uma série sobre Napoleão, um projeto anteriormente desenvolvido pelo finado cineasta Stanley Kubrick (“O Iluminado”).
Steven Spielberg não sabe que filme vai fazer em seguida
O cineasta Steven Spielberg (“Os Fabelmans”) ainda não sabe qual será o seu próximo filme. A informação foi divulgada pelo próprio diretor, durante uma entrevista coletiva no Festival de Cinema de Berlim nessa terça-feira (21/2). “Eu estava tão envolvido com dois filmes consecutivos”, contou Spielberg, referindo-se a “Amor, Sublime Amor” (2021) e “Os Fabelmans” (2022). “Eu nunca tive a chance de pensar sobre o que iria fazer quando esses dois filmes terminassem. E aqui estou na frente de todos vocês dizendo: ‘Eu não sei o que vou fazer a seguir. Não tenho ideia'”. “É uma sensação agradável. E também é uma sensação horrível”, continuou ele. “É bom que eu possa ter o controle da minha vida novamente e fazer minhas próprias escolhas na minha vida real. Mas eu preciso trabalhar e eu amo trabalhar, e essa é a maior pergunta que vou ter pelo resto do ano tentando descobrir isso.” O diretor tem vários projetos encaminhados, como um remake de “Bullit” (1968) e uma cinebiografia do compositor George Gershwin, mas ele não deu nenhum indicativo de que alguns desses projetos seria o seu próximo filme. Spielberg está em Berlim para receber um Urso de Ouro Honorário por sua carreira. A cerimônia será seguida por uma exibição do seu drama semiautobiográfico “Os Fabelmans”, sobre um jovem que desenvolve a sua paixão por fazer cinema. “Em certo sentido, o que um Prêmio pelo Conjunto da Obra faz é te levar de volta ao passado, quer você queira ou não. Isso deixa você muito reflexivo”, disse ele. “Ser homenageado em Berlim, que é um dos festivais mais respeitáveis da história, é um grande ponto alto na minha vida.” Assista ao trailer de “Os Fabelmans”.











