Harry Potter e filmes de quadrinhos alimentam fake news da cultura pop
Isto é um serviço de utilidade pública para o leitor ocasional da Pipoca Moderna. Lembra das notícias mais empolgantes de produções de filmes que surgiram nos últimos dias? Harry Potter ia ganhar um novo filme com o elenco original. Professor X e Magneto seriam negros no X-Men da Disney. Keanu Reeves faria outro filme como Constantine. Etc. Você não leu nada disso na Pipoca Moderna. Mas pode ter encontrado com alguma facilidade na internet. A gente não publicou porque é tudo invenção e depois teria que fazer novas matérias desmentindo. Trata-se de click bait pura e simples. E tem endereço conhecido: o site We Got This Covered. Em julho, o cineasta Guillermo Del Toro usou o Twitter para avisar seus seguidores que o site estava mentindo ao dizer que ele faria uma versão live-action de “Atlantis: O Reino Perdido”(2001), da Disney. Veja abaixo. Os mesmos redatores desse endereço também inventaram diversas notícias sobre adaptações da DC Comics: o astro de “Aladdin” seria o Gavião Negro no cinema, Michael B Jordan interpretaria o Raio Negro, Rihanna seria Hera Venenosa no novo filme do Batman, Emilia Clark estaria cotada para viver Zatanna, a Warner estaria planejando um filme da Vixen, etc. A propósito, Colin Farrell seria Constantine em junho, três meses antes de o site mudar de ideia e definir que Keanu Reeves voltaria ao papel. Você acreditou em alguma dessas notícias? Não deveria. Sempre que ler We Got This Covered como fonte, na melhor das hipóteses é só rumor. Mas a repetição constante sugere má fé mesmo. O pior é que muitos sites brasileiros reverberam tudo o que eles plantam. E é tudo fake news. Fica a dica. via MEME
Paolla Oliveira registra queixa criminal contra autores de sex tape falsa com seu nome
A atriz Paolla Oliveira (da série “Assédio”) registrou uma ocorrência contra os responsáveis por compartilhar um vídeo de sexo falsamente relacionando ao nome dela. Quem aparece nas imagens, na verdade, é uma atriz de filmes pornográficos norte-americana. Logo depois que deixou a Delegacia de Repressão aos Crimes da Internet (DRCI) do Rio, ela desabafou no seu Instagram sobre o caso. “Estive hoje na delegacia para cumprir um dever cívico, não só por mim, mas também por todas as mulheres que, diferente do meu caso, realmente tiveram sua intimidade exposta… Tomei conhecimento de que, assim como eu, dezenas de pessoas procuram a delegacia de crimes virtuais todos os dias, em sua grande maioria são mulheres que sofreram ofensas e ameaças de todos os tipos. Não se calem. Denunciem!!!”, disse. Ela também comentou a experiência de ver seu nome associado a uma suposta sex tape. “Foi muito violento mesmo não sendo eu naquele vídeo, fico imaginando a dor de quem é realmente vítima de pornografia de vingança ou qualquer tipo de exposição da sua intimidade. A internet não se apaga. Cuidem-se. Nossa privacidade é um bem muito valioso pra entregar nas mãos de outras pessoas. Deixo aqui meu agradecimento especial a DRCI (Delegacia de Repressão aos Crimes da Internet)”, concluiu. Titular da Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DRCI), o delegado Pablo Sartori Sartori explicou, em entrevista à imprensa, que o depoimento e o material levado por Paolla Oliveira à delegacia foi considerado suficiente para iniciar a investigação. “Com o depoimento e material que a polícia tem, a instauração de inquérito, quebra de sigilo policial, nós partimos para identificação dos autores e a pena pode chegar até um ano de prisão”. De acordo com o delegado, como é um vídeo falso relacionando a atriz, algo que ela não participou, trata-se de um crime conta a honra simples. “O importante destacar é que vários crimes como esse aconteceram, e como todos os anteriores, nós vamos descobrir quem são os autores e serão levados para a Justiça para responder pelo crime”. O delegado destacou que embora as pessoas pensem que na internet estão protegidas pelo anonimato, isso não acontece. “A polícia sempre descobre e leva à Justiça os autores dos fatos. Todos os que propagam e replicam o vídeo respondem pelo crime da mesma forma”, acrescentou. Ver essa foto no Instagram Estive hoje na delegacia para cumprir um dever cívico, não só por mim, mas também por todas as mulheres que, diferente do meu caso, realmente tiveram sua intimidade exposta… Tomei conhecimento de que assim como eu, dezenas de pessoas procuram a delegia de crimes virtuais todos os dias, em sua grande maioria são mulheres que sofreram ofensas e ameaças de todos os tipos. NÃO SE CALEM. DENUNCIEM!!! Maior do que a vergonha de se ver exposta é a importância de não deixar esses crimes impunes. MENINAS, MULHERES, PESSOAS DE TODOS OS TIPOS, PROTEJAM-SE. Infelizmente, na era digital um simples celular acaba com a intimidade de pessoas públicas e anônimas. Foi muito VIOLENTO mesmo NÃO SENDO EU naquele vídeo, fico imaginando a dor de quem é realmente vítima de pornografia de vingança ou qualquer tipo de exposição da sua intimidade. A INTERNET NÃO SE APAGA. Cuidem-se. Nossa privacidade é um bem muito valioso pra entregar nas mãos de outras pessoas. Deixo aqui meu agradecimento especial a DRCI (Delegacia de Repressão aos Crimes da Internet). . . Ilustração: @deboraislas Uma publicação compartilhada por Paolla Oliveira (@paollaoliveirareal) em 15 de Jul, 2019 às 4:34 PDT
Playboy alemã admite “erros” na entrevista totalmente falsa em que Ennio Morricone ofende Tarantino
Os editores da versão alemã da revista Playboy responderem à denúncia do compositor Ennio Morricone de que ele nunca deu entrevista para a publicação, muito menos uma entrevista em que chamou o diretor Quentin Tarantino de “cretino” e seus filmes de “lixo”, como virou notícia no fim de semana em todo o mundo. Num primeiro momento, os porta-vozes da revista falaram grosso, dando data e citando testemunha da entrevista. No segundo, afinaram. Admitiram que as frases nunca ditas foram “reproduzidas erroneamente”. “Até agora, considerávamos o freelancer que conduziu a entrevista com Ennio Morricone em nosso nome como um jornalista renomado tanto no impresso quanto no rádio”, disse o editor Florian Boitin em novo comunicado, nesta terça-feira (13/11). “No passado, não tivemos razões para duvidar de sua integridade jornalística e suas habilidades”. “Baseando-se na informação que temos à nossa disposição, precisamos, infelizmente, assumir que as palavras ditas na entrevista foram reproduzidas, em parte, erroneamente. Queremos expressar o nosso arrependimento se retratamos o Sr. Morricone sob uma luz falsa. Estamos trabalhando para clarificar este assunto e explorando medidas legais”, completa o texto. A entrevista viralizou, reproduzida até no Brasil, por Morricone supostamente atacar Tarantino e menosprezar a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas dos Estados Unidos. Ele recebeu o Oscar de Melhor Trilha Sonora por seu trabalho em “Os Oito Odiados”, de Tarantino. Perturbado pela repercussão, o célebre compositor italiano emitiu um comunicado afirmando jamais ter dado a tal entrevista. Além de elogiar Tarantino e seus filmes, Morricone também afirmou que processaria a publicação alemã. Leia abaixo a íntegra da manifestação de Morricone. “Chegou ao meu conhecimento que a Playboy da Alemanha publicou um artigo em que chamei Tarantino de cretino e considero seus filmes um lixo. Isso é totalmente falso. Eu não dei uma entrevista para a Playboy da Alemanha e ainda mais, eu nunca chamei Tarantino de cretino e certamente não considero seus filmes um lixo. Eu requisitei ao meu advogado na Itália para que tome medidas civis e penais. Considero Tarantino um ótimo diretor. Eu gosto muito da minha colaboração com ele e do relacionamento que desenvolvemos durante o tempo que passamos juntos. Ele é corajoso e tem uma personalidade enorme. Eu confio em Tarantino por ser uma das pessoas responsáveis por me dar um Oscar, o que é com certeza um dos maiores reconhecimentos da minha carreira, e sou eternamente grato pela oportunidade de compor música para seu filme. Em Londres, durante uma entrevista coletiva, na frente de Tarantino, afirmei claramente que considero Quentin um dos maiores diretores desta época. E nunca falaria mal da Academia – uma instituição importante que me deu dois dos mais importantes importantes reconhecimentos da minha carreira”. Morricone, que completou 90 anos no último dia 10 de novembro, compôs alguns dos temas mais reconhecidos da história do cinema. Suas trilhas em “Por Um Punhado de Dólares” (1964), “Três Homens em Conflito” (1966), “Era uma Vez no Oeste” (1968), “Sacco e Vanzetti” (1971), “Cinzas no Paraíso” (1978), “Os Intocáveis” (1987), “Cinema Paradiso” (1988), entre vários outros trabalhos, são considerados clássicos absolutos do cinema.
Entrevista falsa de Ennio Morricone rende polêmica internacional com Quentin Tarantino
Uma entrevista falsa com o compositor Ennio Morricone, publicada pela versão alemã da revista Playboy, ganhou o mundo no fim de semana por suas frases sensacionalistas. No texto, o vencedor do Oscar de Melhor Trilha Sonora por “Os Oito Odiados” (2015) chama o diretor Quentin Tarantino de “cretino” e diz que seus filmes são um “lixo”. “O homem é um cretino. Ele apenas rouba dos outros e depois coloca tudo junto. Não há nada de original nisso. E ele nem ao menos é um diretor. Não pode ser comparado com diretores reais de Hollywood como John Huston, Alfred Hitchcock e Billy Wilder. Eles eram incríveis. Tarantino apenas reaproveita coisas velhas”, publicou a revista como sendo uma frase dita por Morricone. Na entrevista que não aconteceu, o compositor ainda teria chamado os filmes de Tarantino de “lixo” e explicado parte de seu problema com o diretor: “Ele me telefona do nada e quer uma trilha pronta em poucos dias, isso me deixa louco, porque é impossível”. Assim que as declarações bombásticas começaram a ser citadas na Itália e nos Estados Unidos – também foi parar em sites brasileiros – , o célebre compositor italiano emitiu um comunicado afirmando jamais ter dado esta entrevista. Além de elogiar Tarantino e seus filmes, Morricone também afirmou que processaria a publicação alemã. Leia abaixo a íntegra da manifestação de Morricone. “Chegou ao meu conhecimento que a Playboy da Alemanha publicou um artigo em que chamei Tarantino de cretino e considero seus filmes um lixo. Isso é totalmente falso. Eu não dei uma entrevista para a Playboy da Alemanha e ainda mais, eu nunca chamei Tarantino de cretino e certamente não considero seus filmes um lixo. Eu requisitei ao meu advogado na Itália para que tome medidas civis e penais. Considero Tarantino um ótimo diretor. Eu gosto muito da minha colaboração com ele e do relacionamento que desenvolvemos durante o tempo que passamos juntos. Ele é corajoso e tem uma personalidade enorme. Eu confio em Tarantino por ser uma das pessoas responsáveis por me dar um Oscar, o que é com certeza um dos maiores reconhecimentos da minha carreira, e sou eternamente grato pela oportunidade de compor música para seu filme. Em Londres, durante uma entrevista coletiva, na frente de Tarantino, afirmei claramente que considero Quentin um dos maiores diretores desta época. E nunca falaria mal da Academia – uma instituição importante que me deu dois dos mais importantes importantes reconhecimentos da minha carreira”. A Playboy alemã ainda não se manifestou a respeito da polêmica. A versão da entrevista disponibilizada na internet é assinada pela “redação da Playboy”. Atualmente, Tarantino trabalha num novo filme, “Era Uma Vez em Hollywood”, cujo título referencia dois clássicos musicados por Morricone, “Era uma Vez no Oeste” (1968) e “Era uma Vez na América” (1984), ambos dirigidos pelo mestre Sergio Leone. Estrelado por Leonardo DiCaprio, Brad Pitt e muitos outros astros, “Era Uma Vez em Hollywood” tem previsão de lançamento para agosto.
Idris Elba se diverte com boato de 007 e responde com rap clássico do Public Enemy
O ator Idris Elba (“A Torre Negra”) aproveitou o fim de semana para se divertir com a invenção do tabloide britânico Daily Star de que ele viveria o próximo James Bond no cinema. Mostrando bom humor, ele escreveu no Twitter: “Meu nome é Elba, Idris Elba”, parafraseando a célebre frase do 007 “Meu nome é Bond, James Bond”. Claro que é uma brincadeira e não uma confirmação da mentira criada pelos “jornalistas” de Manchester, já desmentida pelas “fontes” citadas na redação mal-intencionada. O problema é que essa mentira não teve pernas curtas e ganhou o mundo, indo repercutir em alguns dos maiores sites e jornais do mundo, inclusive no Brasil. Por isso, Elba postou um segundo Twitter com outra fase famosa: “Não acredite no exagero” – tradução literal de “Don’t Believe the Hype”, título de um rap clássico da banda Public Enemy. E para não deixar dúvida em relação à referência, ele ainda postou uma foto da banda. Para quem não lembra, a música tem os seguintes versos: “O significado de tudo isso: alguns meios de comunicação são malucos. Que você acredite que é tudo verdade me explode a cabeça. Otários, mentirosos, me dê uma pá. Alguns redatores que conheço são malditos demônios. Para eles eu digo, não acredite no exagero. Yo, Chuck, eles devem fumar crack, né?”. Relembre a mensagem com o clipe abaixo. my name’s Elba, Idris Elba. pic.twitter.com/kEyyaVg8JX — Idris Elba (@idriselba) 12 de agosto de 2018 Don’t believe the HYPE… — Idris Elba (@idriselba) 12 de agosto de 2018 …. pic.twitter.com/y9AEcMcsWh — Idris Elba (@idriselba) 12 de agosto de 2018
Notícia de que Idris Elba deve virar o próximo 007 é mentira plantada por tabloide britânico
A notícia de que Idris Elba (“A Torre Negra”) está cotado para virar o próximo ator a interpretar James Bond é mentirosa. Foi inventada pelo tabloide Daily Star e replicada à exaustão até pela grande imprensa, ampliando o alcance da mentira inglesa para o mundo inteiro. No Brasil, ela foi divulgada por portais como UOL e R7, jornais como O Globo, Estadão e O Tempo, e sites especializados como Omelete, AdoroCinema e CineClick. A mentira original foi escrita de forma a soar convincente. E conseguiu demonstrar como a mídia é vulnerável às fake news, ao propagar sem checar um texto com declarações inventadas sobre uma conversa que nunca aconteceu, testemunhada por uma fonte que nunca existiu. O texto original citava uma fonte que teria ouvido uma conversa de um terceiro sobre o que um quarto achava de Idris Elba como James Bond. Uma construção no mínimo pouco ortodoxa. A suposta notícia trazia uma declaração do diretor americano Anthony Fuqua (“O Protetor”), dita durante um jantar, sobre uma conversa com Barbara Broccoli, produtora da franquia 007, em que ela afirmava que “era hora” do famoso espião ser interpretado por um ator negro. Ele acrescentou: “Idris poderia fazer isso se estiver em forma. Você precisa de um cara com forte presença física. Idris tem isso.” O blog Heat Vision do site da revista The Hollywood Reporter desconfiou e foi checar. E Anthony Fuqua nunca disse isso. “Ele nunca teve uma conversa com Barbara sobre a franquia ou sobre qualquer elenco. É tudo inventado”, disse o representante do ator à publicação. Não é a primeira vez que o nome de Idris Elba é citado como substituto provável de Daniel Craig no papel do agente secreto 007. Os rumores existem há pelo menos cinco anos. Assim como boatos sobre Tom Hiddleston (“Thor”) e Aidan Turner (série “Poldark”) assumirem o papel. Pipoca Moderna não deu esta notícia, como várias outras desmentidas nos últimas dias por serem “rumores” inventados para aumentar a visibilidade de veículos mal-intencionados. Como evitamos a armadilha? A principal regra nesses casos é verificar a fonte. E o Daily Star é o menos confiável dos nada confiáveis tabloides britânicos. O tabloide já sofreu vários processos e pagou milhões em indenizações por inventar escândalos falsos em suas páginas. E isto desde os anos 1980! Por conta disso, absolutamente nada que seja exclusivo do Daily Star – ou da revista da mesma editora, OK! Magazine – é publicado pela Pipoca Moderna. Uma lista negra de publicações e jornalistas é o básico para quem quiser priorizar credibilidade sobre visualizações alimentadas por notícias falsas. Pelo bom funcionamento da imprensa (mesmo a imprensa digital), é preciso dar um basta na manipulação feita pelas fake news.
Wagner Moura abre processo contra o MBL pedindo indenização por fake news
O ator Wagner Moura entrou com um processo por danos na Justiça do Rio de Janeiro contra o Movimento Brasil Livre (MBL), apurou a colunista Marina Caruso, do jornal O Globo. Na ação, ele reivindica uma indenização de R$ 50 mil devido a uma publicação no Facebook feira pelo grupo de direita liderado por Kim Kataguiri. No post em questão, o MBL afirmava falsamente que o ator gastaria R$ 11,5 milhões da Lei Rouanet fazendo vídeos de apoio ao governo da então presidente Dilma Rousseff. A publicação teve mais de 20 mil likes e 30 mil compartilhamentos. O MBL já está no centro de uma polêmica envolvendo o Facebook, que retirou do ar quatro páginas ligadas ao grupo e suspeitas de propagar as chamadas fake news (notícias falsas).
Lula diz em discurso que vai processar a Netflix
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou num discurso que processará a Netflix por causa da série “O Mecanismo”, livremente inspirada pela Operação Lava-Jato, investigação federal que já lhe rendeu uma condenação por corrupção, além de mais sete processos criminais. “Nós vamos processar a Netflix. Nós não temos que aceitar isso e eu não vou aceitar”, afirmou Lula em discurso em Curitiba, no encerramento de sua caravana pelo sul do País. Ao contrário do filme “Polícia Federal: A Justiça É para Todos”, a série “O Mecanismo” não cita Lula, Dilma, Petrobrás, Sérgio Moro e nem mesmo a Polícia Federal. Todos os nomes de pessoas e instituições foram alterados, ressaltando que se trata de uma obra de ficção. No entanto, não é difícil associar o personagem João Higino ao ex-presidente. Lula afirmou que a série é “mais uma mentira” que inventaram contra ele e o PT. “Há anos eu já ouvia dizer que a Globo estava fazendo um documentário para passar na Netflix, para não aparecer a cara da Globo”, ele afirmou em seu discurso. Desde o lançamento na última sexta-feira (23/3), a nova série de José Padilha, responsável também por “Narcos” e o filme “Tropa de Elite”, vem causando controvérsia entre petistas e simpatizantes. O discurso de Lula é o ápice de uma campanha de setores da esquerda, que faz de “O Mecanismo” uma das produções mais comentadas do Brasil nos últimos anos, superando até atrações da Globo. A obra motivou até um artigo crítico assinado pela ex-presidente Dilma Rousseff, que destaca o maior incômodo causado pela produção: a inclusão da frase “estancar a sangria”, popularizada pelo ex-líder de Lula e Dilma no Senado, Romero Jucá (do MDB), na boca de João Higino (o avatar de Lula). O diálogo original completo, gravado por uma escuta, insinuava um acordo nacional em torno do Impeachment de Dilma para apaziguar os ânimos e permitir ao Supremo soltar todo mundo, inclusive o próprio Lula – citado textualmente. O presidente nacional do PTB, Roberto Jefferson, também condenado na Justiça por corrupção, manifestou-se sobre a série no Twitter, mas para ressaltar como o protesto petista ajuda a divulgação da série. “Com uma pessoa como Dilma fazendo campanha para boicote à série ‘O Mecanismo’, desconfio que a produção vai bater todos os recordes mundiais e planetários de audiência”, escreveu em sua conta no Twitter.
Campanha #CancelaNetflix se espalha e José Padilha ironiza: “Vão perder Narcos”
Após reclamações de políticos petistas contra “O Mecanismo”, vários usuários decidiram lançar uma campanha para cancelamentos de assinaturas da Netflix. A hashtag #CancelaNetflix chegou a ganhar ímpeto nas redes sociais. A motivação seria uma suposta agenda política da série. Apesar de denunciar corrupção de todos os partidos, a trama doeu mais no PT, devido a inclusão da frase “estancar a sangria”, dita por Romero Jucá, na boca do personagem que simboliza Lula na produção. Isto seria a prova incontestável da má intenção da produção, segundo quem protesta – entre eles, a ex-Presidente Dilma Rousseff. Criador da série, o diretor José Padilha afirmou que não espalha “fake news”, como alguns insistem – série é fiction, mas não é news. Mesmo assim, respondeu ao questionamento do jornal O Globo. “Não creio que espalhamos notícias falsas. Ou será que a corrupção gigante que PT, PMDB e PSDB operam no país são ‘fake news’?”, rebateu o diretor. Quando questionado o que achava da campanha #CancelaNetflix, Padilha ironizou: “Acho patético! Vão perder a 4ª temporada de Narcos!”, disse, referindo-se à outra série que produz para a Netflix.
Produtor do primeiro filme sírio indicado ao Oscar consegue visto de última hora para a premiação
O produtor Kareem Abeed, do primeiro filme sírio indicado ao Oscar, conseguiu obter o visto para viajar para a cerimônia de premiação, que já acontece no domingo (4/3) em Los Angeles, nos Estados Unidos. Ele e o diretor Feras Fayyd vão representar a equipe do documentário “Últimos Homens em Aleppo”, que tinha sido toda barrada. “Meu produtor Kareem Abeed finalmente conseguiu o visto, dedos cruzados para que ele consiga entrar nos EUA agora”, escreveu o diretor do filme, Feras Fayyd, nas redes sociais. Ele agradeceu a todos que ajudaram neste processo e a solidariedade e o esforço de seus amigos americanos que “enfrentaram a proibição de Trump para nos ajudar a representar o nosso filme”. Ambos enfrentavam o decreto de Trump que baniu a entrada nos EUA de cidadãos de países de maioria muçulmana. Fayyd já está em Los Angeles e Abeed, que é sírio mas mora na Turquia, conseguiu a aprovação para viajar em cima da hora para chegar a tempo. Fayyad lamentou a ausência de Mahmoud Al-Hattar, fundador da organização civil “Capacetes Brancos”, retratada no filme e convidado pela Academia, que foi proibido de viajar. “Ele não está liberado para compartilhar a história da atual tragédia na Síria. Muito triste, porém vamos fazer o máximo para espalhar sua mensagem”, afirmou o diretor. Além dos problemas da equipe para comparecer à produção, a produção vem enfrentando uma campanha de difamação. O diretor Feras Fayyad acusou o governo russo de organizar um ataque nas redes sociais, com distribuição de fake news, para impedir a vitória do filme no Oscar, acusando-o de fazer propaganda do terrorismo. “É como se a Rússia quisesse hackear o Oscar assim como hackearam a eleição americana”, disse o diretor, em entrevista ao jornal The Guardian. Grande parte dos artigos negativos linkados nas redes sociais vem da agência de notícias Sputnik News, mantida pelo governo russo, que fornece apoio militar ao regime da Síria. Neles, o documentário de Fayyad é descrito como uma “peça de propaganda financiada por governos do ocidente” e um “filme de apologia a Al-Qaeda”. Em “Últimos Homens em Aleppo”, o diretor acompanha o trabalho dos “Capacetes Brancos”, que resgatam vítimas de bombardeios e oferecem cuidados médicos e assistência à população de Aleppo, uma das cidades mais atingidas pela guerra civil na Síria. Good news:My producer kareem abeed get his visa finally, finger cross that he mange to get in to U.S now. — Feras Fayyad (@ferasfayy) February 28, 2018 Thanks for everyone involved to helping this process and thanks for all the solidarity and the effort from the American friends for facing trump ban to help us to be with our film. — Feras Fayyad (@ferasfayy) February 28, 2018 Mahmoud white helmet's co-founder & the main subject for last men in aleppo will not able to attend, we couldn't get him passport from the Syrian regime.He is not able to share his story on the ongoing Syrian's tragedy.Very sad, but we will try our best to spread your message. — Feras Fayyad (@ferasfayy) March 1, 2018
Equipe de filme sírio indicado ao Oscar 2018 é impedida de viajar aos Estados Unidos
Indicado ao Oscar 2018 de Melhor Documentário, “Últimos Homens em Aleppo” não poderá contar com seu produtor nem com o personagem principal de sua filmagem na cerimônia de premiação. Turistas da Síria têm sua entrada proibida nos Estados Unidos desde o ano passado, devido a uma controvérsia lei de imigração do governo de Donald Trump. Para completar, o governo sírio se recusou a buscar uma solução diplomática para obter visto de viagem a tempo para o produtor Kareem Abeed e o membro fundador da organização humanitária Capacetes Brancos, Mahmoud Al-Hattar, que aparece no filme. A decisão foi considerada um golpe contra a equipe do documentário, que se tornou o primeiro filme produzido pela Síria a ser indicado ao Oscar. “Kareem, meu produtor e colega, não poderá vir para os EUA por causa da proibição de viagem do Trump”, disse o diretor de “Last Men in Aleppo”, Feras Fayyad, ao site The Hollywood Reporter. “Salvo um milagre, ele não estará no Oscar comigo. Somos artistas e só queremos compartilhar nossas histórias e nada mais. É muito triste que ele não tenha a oportunidade de compartilhar a dele”. “Últimos Homens em Aleppo” documenta as missões de busca e salvamento dos Capacetes Brancos, uma organização voluntária que atua em partes da Síria, controladas pelos rebeldes, para proporcionar auxílio médico em meio à sangrenta guerra civil que aniquila a população do país. O grupo foi selecionado para o Prêmio Nobel da Paz 2016, mas atraiu críticas do presidente sírio, Bashar al-Assad e de seus apoiadores, como o governo da Rússia, que chama os Capacetes Brancos de disfarce da Al-Qaeda. Al-Hattar também falou ao THR que está desapontado por não poder usar a plataforma Oscar para condenar “a Rússia, Assad e todos os que representam as autoridades e fornecem armas para reprimir o povo da Síria”. Ele acrescentou: “Queria estar no palco do Oscar para dizer: ‘É hora de acabar com esta guerra e parar aqueles que usam seu poder para nos destruir'”. Anteriormente, o diretor Feras Fayyad já tinha denunciado uma iniciativa de hackers e militantes do governo russo para sabotar as chances de seu filme ganhar o Oscar, por meio da proliferação de notícias falsas que afirmam que os integrantes da produção são terroristas disfarçados.
Cineasta sírio indicado ao Oscar 2018 afirma ser alvo de campanha de difamação da Rússia
O cineasta sírio Feras Fayyad, que concorre ao Oscar 2018 de Melhor Documentário por seu filme “Últimos Homens de Aleppo”, afirma estar sendo alvo de uma campanha de difamação. Ele acusa uma rede de notícias falsas da Rússia de espalhar que ele seria simpatizante do terrorismo. Em entrevista ao jornal inglês The Guardian, ele afirmou que produtores de notícias falsas, adeptos de teorias da conspiração e ativistas “anti-imperialismo”, apoiados pelo governo russo, vem divulgando uma série de artigos com objetivo de depreciar seu trabalho para tirar sua chance de vencer o Oscar. “É como se a Rússia quisesse hackear o Oscar assim como hackearam a eleição americana”, disse o diretor ao jornal, fazendo referência às acusações de que o governo do Kremlin teria influenciado a eleição de Donald Trump em 2016. Em “Últimos Homens em Aleppo”, o diretor acompanha o trabalho dos “Capacetes Brancos” — organização civil e voluntária de defesa e salvamento — que atua em Aleppo, uma das cidades mais atingidas pela guerra civil na Síria. O próprio grupo humanista é alvo de uma campanha russa que os acusa de ter ligações com a Al-Qaeda, de acordo com o Guardian. Grande parte dos artigos vem da agência de notícias Sputnik News, mantida pelo governo russo, que fornece apoio militar ao regime da Síria. Neles, o documentário de Fayyad é descrito como uma “peça de propaganda financiada por governos do ocidente” e um “filme de apologia a Al-Qaeda”. A documentarista Chris Hegedus, que disputou o Oscar de Melhor Documentário em 1994, avalia que a campanha negativa pode realmente afetar as chances do cineasta sírio. “Reportagens falsas e rumores, onde a integridade de um filme é questionada, podem certamente influenciar os membros da Academia e fazê-los questionar a legitimidade da obra”, ela disse ao Guardian. Hegedus descreveu os artigos como “ultrajantes” e disse que eles “nos fazem ver como a Rússia e outros estão se intrometendo em tudo, para além das mídias sociais e das eleições políticas”.







