Um Dia de Chuva em Nova York: Novo filme de Woody Allen ganha trailer legendado
A Imagem Filmes divulgou o primeiro trailer legendado de “Um Dia de Chuva em Nova York” (A Rainy Day in New York). Pronto há mais de um ano, o filme foi engavetado pela Amazon, após o diretor virar alvo de uma campanha destrutiva de sua filha Dylan Farrow, que aproveitou o movimento #MeToo para desenterrar acusações de abuso contra o cineasta. Ela afirma ter sido molestada quando criança por Allen, há cerca de três décadas. As acusações não são novas e o diretor sempre negou tudo, retrucando que resultam de lavagem cerebral promovida pela mãe da jovem, Mia Farrow. Outro de seus filhos, Moses Farrow, confirma a versão de Allen, que não foi condenado quando o caso foi levado a tribunal em 1990, durante a disputa da guarda das crianças, e nunca foi acusado de abuso por nenhuma atriz com quem trabalhou ao longo de meio século de carreira. Apesar disso, vários atores que trabalharam com Allen disseram publicamente que não voltariam a filmar com o diretor, inclusive parte do elenco visto no trailer abaixo, após a repercussão da campanha negativa. Para complicar ainda mais, o tema do filme entrou na usina de rumores das redes sociais, levando muitas publicações a noticiarem que a trama explorava o relacionamento de uma adolescente, vivida por Elle Fanning (“Espírito Jovem”), com um homem muito mais velho, que seria o personagem de Jude Law (“Capitã Marvel”) ou de Liev Schreiber (“Ray Donovan”). Isto tornaria o filme difícil de ser aceito nos tempos atuais. Entretanto, o trailer traz outro contexto para o envolvimento da personagem de Fanning com homens mais velhos – e não apenas com um personagem específico – , deixando claro que Allen tem sido vítima de fake news. A prévia detalha toda a história, que é bastante envolvente. Elle Fanning é uma universitária que consegue uma entrevista exclusiva com um importante diretor de cinema (Liev Schreiber) em Nova York, e viaja com seu namorado (Timothée Chalamet, de “Me Chame pelo Seu Nome”) para passar um fim de semana romântico na cidade após a conversa marcada. Mas em plena entrevista o diretor revela passar por uma crise e convida a jovem a acompanhar os bastidores de seu novo filme, colocando-a em contato com outros integrantes da indústria, como os personagens de Jude Law e Diego Luna (“Rogue One”). Este último é um galã seguido por paparazzi que confundem Fanning com uma namorada. Ao mesmo tempo, ela se entusiasma com o acesso irrestrito e a possibilidade de um furo de reportagem, esquecendo o namorado. As horas passam, o namorado fica cada vez mais nervoso, mas também acaba se envolvendo numa filmagem, onde precisa beijar uma atriz interpretada por Selena Gomez (“Os Mortos Não Morrem”). A trama se complica e começa a chover. Allen processou a Amazon por não lançar o filme nem cumprir o contrato que previa a produção de seus próximos longas. A Amazon topou a briga e disse que não ia lançar mesmo, porque Allen ficou radioativo devido ao #MeToo. Mas Allen não ficou radioativo. Ele já está filmando outro longa e conseguiu recuperar os direitos de “Um Dia de Chuva em Nova York”, fechando com várias distribuidoras internacionais para realizar o lançamento do filme, que chega ao Brasil em 26 de dezembro.
O Escândalo: Teaser legendado reúne Margot Robbie, Nicole Kidman e Charlize Theron em “filme do #MeToo”
A Paris Filmes divulgou o teaser legendado de “O Escândalo” (Bombshell). Mas a prévia pode parecer muito abstrata para o público brasileiro que não conhece a história real em que a trama se baseia, já que trás, basicamente, três loiras num elevador. A sensação de desconforto é clara, e a única pista acontece quando a porta se abre e o logo da Fox News aparece no andar em que duas delas descem. “O Escândalo” é um “filme do #MeToo”, a história das das mulheres que enfrentaram a cultura tóxica de machismo do canal pago de notícias e denunciaram os abusos de seu fundador, Roger Ailes, para o mundo. Quando o escândalo real veio à tona, em 2016, com denúncias das mais famosas apresentadoras do canal, Gretchen Carlson e Megyn Kelly, Ailes foi forçado a pedir demissão. E em seguida uma enchente de acusações semelhantes vieram à tona, envolvendo outros profissionais da emissora. O âncora de maior prestígio do canal, Bill O’Reilly, foi demitido logo em seguida. Tudo isso aconteceu, na verdade, um ano antes do surgimento do movimento #MeToo, criado pela onda de denúncias das vítimas de abusos do produtor Harvey Weinstein no final de 2017. Uma versão dessa história já virou série, “The Loudest Voice”, com Russell Crowe no papel de Ailes. O filme vai enfatizar o papel das mulheres, que são vividas pelas poderosas loiras Margot Robbie (“Eu, Tonya”), Nicole Kidman (“Lion”) e Charlize Theron (“Tully”). Elas abriram espaço em suas agendas lotadas para participarem da produção. Kidman e Theron interpretam justamente Gretchen Carlson e Megyn Kelly. Já Robbie tem o papel de uma produtora executiva do canal, personagem criada especificamente para o longa, com o objetivo de concentrar uma série de situações reais. O tema é tão controvertido que o estúdio indie Annapurna Pictures desistiu de produzir o longa na véspera do começo das filmagens. Mas a Lionsgate imediatamente resgatou o projeto. Ex-assistente de campanha dos presidentes americanos Richard Nixon, Ronald Reagan e George Bush, Roger Ailes fundou a Fox News em 1996, com o objetivo de oferecer conteúdo de forte tendência conservadora para o ambiente do jornalismo televisivo do país. O executivo morreu em 2017, aos 77 anos, com a carreira e seu canal abalados pelo escândalo. O roteiro de “O Escândalo” é de Charles Randolph (“A Grande Aposta”) e a direção está a cargo de Jay Roach (“Trumbo – Lista Negra”). A produção inclui mais loiras: Alice Eve (“Além da Escuridão: Star Trek”), Kate McKinnon (“Caça-Fantasmas”), Connie Britton (“9-1-1”), Allison Janney (“Eu, Tonya”), Brigette Lundy-Paine (“Atypical”) e Elisabeth Röhm (“The Oath”). Mas também há morenas no elenco majoritariamente feminino: Nazanin Boniadi (“Counterpart”), Madeline Zima (“Californication”), Ashley Greene (“Crepúsculo”) e Alanna Ubach (“Euphoria”). Já o papel de Ailes é interpretado por John Lithgow (“The Crown”). A estreia está marcada para 20 de dezembro nos Estados Unidos e apenas 30 de janeiro no Brasil.
American Crime Story vai abordar escândalo sexual que ameaçou Bill Clinton com Impeachment
A premiada série “American Crime Story” definiu o tema de sua 3ª temporada. O canal pago americano FX confirmou que o tema da atração em 2020 será o escândalo Monica Lewinsky. Para quem não lembra (já se passou tanto tempo assim?), Lewinsky era a estagiária cuja intimidade com Bill Clinton quase acabou em Impeachment – um escândalo que abalou o casamento da ex-rival de Trump nas últimas eleições, Hillary Clinton. O tema foi anunciado em 2017, mas ninguém mais tinha falado no assunto até esta terça (6/8), quando o presidente do FX, John Landgraf, oficializou o projeto e divulgou os primeiros nomes do elenco, durante sua participação no evento semestral da TCA (Associação dos Críticos de TV dos EUA). Intitulada “Impeachment: American Crime Story”, a temporada “vai explorar as mulheres que se viram apanhados no escândalo e guerra política que lançou uma longa sombra sobre a presidência de Clinton”, descreveu Landgraf. A trama é baseada em “A Vast Conspiracy: The Real Sex Scandal That Nearly Brought Down a President”, best-seller de 2000 escrito por Jeffrey Toobin, mesmo autor do livro “The Run of His Life: The People v. O.J. Simpson”, que inspirou a bem-sucedida 1ª temporada da série. A adaptação foi feita por Sarah Burgess (“Compliance”) e será estrelada por Beanie Feldstein (“Fora de Série”) no papel de Monia Lewinsky, Annaleigh Ashford (“The Assassination of Gianni Versace: American Crime Story”) como Paula Jones, que processou Clinton por assédio, e Sarah Paulson (“The People v. O.J. Simpson: American Crime Story”) como Linda Tripp, responsável por gravar secretamente as conversas de Lewinsky com Bill Clinton. O timing do lançamento dessa produção, porém, é complexo. “Impeachment: American Crime Story” irá ao ar em setembro, semanas antes das eleições presidenciais dos Estados Unidos, em que Trump vai enfrentar um candidato do partido de Clinton. No evento da TCA, Landgraf afirmou não considerar que a série possa prejudicar os Democratas na eleição. Vale lembrar que a Fox, proprietária da FX quando o projeto começou a ser fomentado, era assumidamente Republicana, mas a Disney, atual dona da emissora, pende para o Partido Democrata.
Enterro musical da série Transparent ganha novo trailer
A Amazon divulgou um novo poster e trailer do final da série “Transparent”, que vai acabar com um episódio especial, o primeiro e único sem o protagonista Jeffrey Tambor, demitido após denúncias de assédio sexual. O destino de seu personagem, um pai de família que inicia a transição de gênero na Terceira Idade, assumindo a identidade social de Maura Pfefferman, é revelado logo no começo do vídeo. “Maura morreu”, revela Davina (Alexandra Billings) num telefonema para Shelly (Judith Light), a esposa do falecido. E qual a reação da viúva – e de todo o elenco da produção? Cantar e dançar. E fazer o enterro – em mais de um sentido. A criadora da série, Jill Soloway, decidiu encerrar “Transparent” com um episódio musical em vez de produzir uma 5ª temporada completa – ou uma versão encurtada dela. Tambor foi demitido em fevereiro do ano passado, após uma investigação interna, que apurou denúncia de uma ex-assistente pessoal, Van Barnes, feita em uma publicação no seu perfil privado do Facebook, na qual relatava comportamento inadequado por parte do ator. Logo em seguida, a colega de elenco Trace Lysette acusou o ator de ter feito comentários sexuais e tentado abusar dela em ocasiões diferentes. Ambas são transexuais. Após a primeira acusação, o ator de 73 anos, que venceu dois prêmios Emmy de Melhor Ator de Série de Comédia por “Transparent”, chegou a vir a público negar “de maneira contundente e veemente” qualquer tipo de comportamento inadequado. Mas, diante da segunda denúncia, disse que sua permanência na série tinha se tornado insustentável. “Por conta da atmosfera politizada que parece ter afetado nosso set, eu não vejo como posso voltar a ‘Transparent'”, ele chegou a desabafar, em comunicado. Ao ser informado por mensagem de texto que tinha sido demitido, ele ainda se declarou “profundamente desapontado” pelas acusações “injustas”. E logo depois foi arranjar confusão no set de “Arrested Development”, que também chegou ao fim na Netflix. Jeffrey Tambor venceu dois Emmys e um Globo de Ouro como Melhor Ator em Série de Comédia por “Transparent”. Mas o zeitgeist cultural evoluiu muito desde então. Após a série pioneira, mais produções passaram a incluir personagens transexuais em suas tramas, e todos elas são, ao contrário de Tambor, interpretadas por atores transexuais. Há atualmente um entendimento de que heterossexuais não devem viver personagens trans – o que levou até Scarlett Johanssen a abandonar um papel no cinema, num filme sobre uma gângster transexual que, sem ela, como queriam politicamente corretos, não será mais feito. O final musical da série “Transparent” será disponibilizado em 27 de setembro no serviço Prime Video da Amazon.
Acusador de Kevin Spacey se recusa a testemunhar em audiência criminal
Depois de abandonar o processo civil, o rapaz que acusou o ator Kevin Spacey (“House of Cards”) de assédio em 2016, num restaurante de Nantucket (EUA), se recusou a prestar testemunho durante audiência criminal do caso na tarde desta segunda-feira (8/7). As informações são do site do Daily Beast. William Little, que na ocasião do suposto assédio tinha 18 anos e trabalhava como garçom em um restaurante da ilha popular entre a alta sociedade durante o verão, invocou o seu direito a não testemunhar baseado na quinta emenda da constituição norte-americana. A lei diz que nenhum indivíduo pode ser obrigado a responder perguntas, em um processo judicial, que incriminem a ele mesmo. A audiência de hoje servia para determinar se o acusador havia omitido evidências de seu celular que contribuiriam para a defesa de Spacey, como mensagens de texto e vídeos enviados durante o encontro com o ator em 2016. O jovem se recusou a responder às perguntas sobre o tema. Para completar, em seu depoimento, a mãe do acusador confirmou ter apagado mensagens do telefone do jovem, afirmando que elas “não eram relevantes ao caso”. E o pai disse que o telefone tinha imagens de natureza sexual do filho com Spacey. O celular, que teria um vídeo do momento do assédio, sumiu misteriosamente nos últimos meses. Little afirmou que não viu o celular novamente após entregá-lo à polícia para revisão, em dezembro de 2017. O advogado de Spacey, Alan Jackson, reagiu à decisão do acusador de não responder perguntas sobre as evidências do telefone pedindo que o caso fosse descartado. “O acusador é a única testemunha que pode falar sobre os detalhes e circunstâncias da noite em questão”, argumentou. O juiz Thomas Barrett negou o pedido do advogado, mas frisou: “Eu não sei o que vai acontecer. Não sei se este caso vai continuar ou entrar em colapso”. Por enquanto, Spacey segue com julgamento previsto para os meses finais do ano. O caso que está sendo processado em Nantucket é o único contra Spacey a chegar aos tribunais, mas era o que conquistou maior evidência, já que a mãe do acusador é uma famosa âncora de telejornal de Boston. Spacey, que completa 60 anos neste mês, foi acusado formalmente em janeiro de abuso sexual do então adolescente. Ele se declarou inocente. O caso foi a pá de cal na carreira de ator, vencedor de dois Oscars, culminando diversas acusações de assédio sexual no Reino Unido e nos EUA, inclusive no set da série “House of Cards”, que surgiram após a denúncia inicial do ator Anthony Rapp (“Star Trek: Discovery”) em 2017, no embalo do movimento #MeToo. Com a repercussão negativa, a Netflix demitiu o ator da 6ª temporada de “House of Cards” e divulgou que não trabalharia mais com ele. Spacey também teve sua atuação apagada de “Todo o Dinheiro do Mundo” com o filme já finalizado, sendo substituído em refilmagens por outro ator – Christopher Plummer, que acabou indicado ao Oscar. Além do caso do jovem de Nantucket, o ator ainda sendo sendo processado por um massagista em Los Angeles e investigado pela Scotland Yard no Reino Unido. Várias outras denúncias apuradas pela promotoria de Los Angeles teriam prescrito e foram arquivadas.
Ator da série Fugitivos é advertido por conduta inadequada após denúncia de assédio
Um comitê disciplinar do SAG-AFTRA, Sindicato dos Atores dos Estados Unidos, considerou Kip Pardue (da série “Runaways”) culpado de “má conduta grave” em relação a uma queixa de assédio sexual apresentada pela atriz Sarah Scott, que o acusou de se masturbar na frente dela logo após gravar uma cena no piloto de um projeto indie de TV. Ela alegou que ele ficou excitado e colocou a mão em sua virilha enquanto estavam sob as cobertas aguardando para registrar a cena. Em seu comunicado de decisão, o comitê disse a Pardue que “censura e adverte você por essa conduta inadequada e não profissional”. Também o multou em US$ 6 mil. Pardue, que vive o pai da jovem Karolina Dean (Virginia Gardner) na série “Fugitivos” (Runaways), negou as alegações. Seu advogado, Shepard Kopp, disse ao jornal Los Angeles Times que o ator “nunca se envolveu em nenhum comportamento não consensual”. A atriz Sarah Scott relatou o incidente ao sindicato em maio de 2018, poucos dias após sofrer o abuso. Ela disse ao Times que ninguém parecia ter muita vontade de lidar com a situação, o que a fez procurar diretamente a presidente da SAG-AFTRA, Gabrielle Carteris, que disse a ela por e-mail: “Estou me certificando de que isso seja revisado à medida que continuamos desenvolvendo os melhores procedimentos e sistemas de apoio”. A situação só mudou quando ela prestou uma queixa criminal junto à polícia em 26 de agosto. Foi quando Carteris lhe disse que iria rever o status da queixa. No dia seguinte, ela foi informada de que seu caso seria ouvido pelo comitê disciplinar da associação em 26 de outubro. Essa audiência, no entanto, só aconteceu em 20 de março deste ano. Quando a audiência marcada para outubro não aconteceu, Scott tornou a denúncia pública, em entrevista para o jornal Los Angeles Times em outubro. Na ocasião, Pardue se defendeu dizendo: “Eu claramente interpretei mal a situação durante uma cena de sexo no set e pedi desculpas a Sarah. Nunca pretendi ofendê-la de maneira alguma e lamentar profundamente minhas ações e aprendi com meu comportamento.” Scott disse ao Times que ela tem sentimentos mistos sobre como seu caso foi tratado. “No geral, estou bem com isso, mas é uma sensação estranha”, disse ela. “Eu não sei se devo me sentir bem com a punição ou não. Eu gostaria de ter visto alguns anos de suspensão, mas este é um passo na direção certa. O que é mais importante para mim é que o sindicato se mexeu, tendo que levar a sério essas queixas e criar um espaço onde outras pessoas com problemas similares possam ser ouvidas”.
Acusador desiste de processar Kevin Spacey por abuso sexual
O jovem que acusou o ator Kevin Spacey (“Em Ritmo de Fuga”) de abuso sexual abandonou o processo civil contra o ator. Este “abandono voluntário” foi registrado no tribunal da ilha de Nantucket, Massachusetts, onde o suposto abuso teria ocorrido em 2016. A decisão de abandonar processo não foi explicada. O advogado Mitchell Garabedian disse apenas, nesta sexta-feira (5/7), que seu cliente apresentou documentos para retirar voluntariamente a ação em que acusava Spacey de “comportamento sexual explícito e conduta impudica e lasciva”. A ação civil foi descartada de forma tal que não poderá ser retomada mais tarde. O caso continua sendo julgado criminalmente, mas o fato deve ter impacto na sentença. Por sinal, uma nova audiência penal com Spacey está marcada para segunda-feira (8/7). Parte da acusação se baseia em imagens gravadas com o celular da suposta vítima, William Little, que na ocasião do suposto assédio tinha 18 anos e trabalhava como garçom em um restaurante da ilha, muito popular entre a alta sociedade durante o verão. As imagens mostrariam Spacey colocando a mão dentro da calça. O aparelho de celular com a gravação, ao qual a defesa pede para ter acesso, está desaparecido. Little afirma que não viu o celular novamente após entregá-lo à polícia para revisão, em dezembro de 2017. A polícia garante, por sua vez, ter devolvido ao pai de Little, que diz não se lembrar disso. Se o dispositivo não for entregue antes da audiência de segunda-feira, o juiz alertou que convocará Little para depor sobre o sumiço. Spacey, que completa 60 anos neste mês, foi acusado formalmente em janeiro de abuso sexual do então adolescente. Ele se declarou inocente. Se for considerado culpado, pode ser condenado a até cinco anos de prisão. O caso enterrou a carreira do ator vencedor de dois Oscars, culminando diversas acusações de assédio sexual no Reino Unido e nos EUA, inclusive no set da série “House of Cards”, que surgiram após a denúncia inicial do ator Anthony Rapp (“Star Trek: Discovery”) em 2017, no embalo do movimento #MeToo. Com a repercussão negativa, a Netflix demitiu o ator da 6ª temporada de “House of Cards” e divulgou que não trabalharia mais com ele. Spacey também teve sua atuação apagada de “Todo o Dinheiro do Mundo” com o filme já finalizado, sendo substituído em refilmagens por outro ator – Christopher Plummer, que acabou indicado ao Oscar. Além do caso do jovem de Nantucket, que é filho de uma âncora de telejornal de Boston, o ator ainda sendo sendo processado por um massagista em Los Angeles e investigado pela Scotland Yard no Reino Unido. Várias outras denúncias apuradas pela promotoria de Los Angeles teriam prescrito e foram arquivadas.
Fãs de Michael Jackson processam acusadores de Deixando Neverland por difamação
Grupos de fãs de Michael Jackson resolveram processar as duas supostas vítimas que denunciaram abuso do cantor no documentário da HBO “Deixando Neverland”. Trata-se de uma ação simbólica, com indenização fixada em um euro, contra Wade Robson e James Safechuck por “macularem a imagem” do astro pop, que não pode se defender. Os fã-clubes Michel Jackson Community, MJ Street e On the Line processaram os homens por difamação em Orléans, no norte da França. O advogado que deu entrada na ação, Emmanuel Ludot, comparou as alegações dos acusadores a um “genuíno linchamento” de Jackson, que morreu em 2009. A decisão de abrir o processa na França se deve às leis de difamação do país oferecem proteção contra essa ofensa até depois da morte, ao contrário dos sistemas legais do Reino Unido e dos Estados Unidos. Robson e Safechuck não se manifestaram e nem procuraram advogados para tratar do caso. Além desse processo simbólico, há uma ação legal dos herdeiros de Michael Jackson contra a HBO, que busca indenização de US$ 100 milhões, mas tem sido derrotada em suas primeiras etapas na justiça americana. “Deixando Neverland” registrou uma das maiores audiências de documentários da HBO em sua estreia em março. A produção dirigida por Dan Reed traz acusações de abuso sexual contra o cantor Michael Jackson, por meio dos testemunhos de Wade Robson e James Safechuck, que eram crianças na época em que os supostos incidentes aconteceram.
Criadora de Transparent substitui Bryan Singer na direção de Red Sonja
A cineasta indie Jill Soloway, mais conhecida como criadora da série “Transparent”, vai escrever e dirigir seu primeiro filme de grande orçamento. Ela foi contratada para substituir o cineasta Bryan Singer (“Bohemian Rhapsody”) à frente da adaptação dos quadrinhos de “Red Sonja”. Singer foi dispensado pelos produtores no começo do ano, após o surgimento de novas acusações de assédio sexual contra ele. O presidente da produtora Millennium, Avi Lerner, chegou a garantir a manutenção do diretor no projeto. Mas depois voltou atrás, quando o BAFTA (a Academia Britânica das Artes Cinematográficas e Televisivas) retirou o nome de Singer das indicações do filme “Bohemian Rhapsody” em seu prêmio anual. A mudança deve impactar a abordagem do filme. Os quadrinhos da Marvel já tiveram uma adaptação convencional em 1985, chamada de “Guerreiros de Fogo”, que foi estrelada por Brigitte Nielsen e Arnold Schwarzenegger. “Eu mal posso esperar para trazer o mundo épico de ‘Red Sonja’ para a tela”, disse Soloway em comunicado oficial. “Explorar essa mitologia poderosa, e poder evoluir o significado do heroísmo, é um sonho realizado para mim”. Apesar de viver no mesmo universo hiboriano de Conan, a guerreira ruiva não é uma criação literária de Robert E. Howard, o autor de Conan. Red Sonja foi criada pelo escritor e editor Roy Thomas, o substituto de Stan Lee na Marvel, como coadjuvante de uma história em quadrinhos de “Conan”, desenhada por Barry Windsor-Smith em 1973. Thomas se inspirou em diferentes personagens femininas de Howard – como a pirata Red Sonya de Rogatino – , mas sua criação é original e também teve grande contribuição do espanhol Esteban Maroto, que mais tarde desenhou o famoso biquíni de metal vestido pela heroína. Sua história pode ser resumida com o texto usado por Roy Thomas para introduzi-la nos anos 1970: “Cerca de 12 mil anos atrás, nos mesmos dias em que Conan da Ciméria caminhava sobre a Terra, surgiu Sonja, a Guerreira Hirkaniana de cabelos cor de fogo. Forçada a abandonar sua nação por ter assassinado um rei, ela fugiu para o leste… Onde tornou sua espada uma lenda e imortalizou seu nome em todos os reinos hiborianos”. Os leitores se apaixonaram e ela acabou promovida a protagonista de sua própria revista, que durou de 1975 a 1986. Vale observar que uma personagem com o mesmo nome voltou aos quadrinhos em 2005, editada pela Dynamite Comics. Mas não é a mesma heroína e sim uma parente distante da Red Sonja original. O projeto de refilmar Red Sonja começou a tomar corpo em 2008, quando o cineasta Robert Rodriguez (“Sin City”) escalou sua então namorada Rose McGowan (“Planeta Terror”) como a guerreira. Ilustrações da atriz no biquíni de bolinhas metálicas chegaram a ser divulgadas numa Comic-Con, mas o casal brigou e McGowan virou bruxa, literalmente, em “Conan, o Bárbaro” (2011). Rodriguez tentou manter o filme em pé, com Megan Fox (“As Tartarugas Ninja”) no papel principal. Mas a Millennium preferiu recomeçar do zero, contratando Simon West (“Lara Croft: Tomb Raider”) como diretor e Amber Heard (“3 Dias para Matar”) como Sonja. Os planos previam começar as filmagens logo após o lançamento de “Conan”, estrelado por Jason Momoa, mas não contavam com o fracasso daquele filme, que fulminou a produção. Uma ironia é que, seis anos depois, Amber Heard e Jason Momoa foram fazer par em “Liga da Justiça”. Quem estava escrevendo a nova versão do roteiro era Ashley Miller, de “Thor” e “X-Men: Primeira Classe”. Mas Jill Soloway deve filmar sua própria história. A contratação de Soloway representa uma reviravolta completa no filme, já que a personagem, que luta em trajes mínimos, é musa de fantasias adolescentes masculinas. Soloway é conhecida por trazer uma forte perspectiva feminina e por temas de gênero e inclusão em seus projetos. Além de criar “Transparent” e já cancelada “I Love Dick”, ambas na plataforma da Amazon, ela produziu várias séries, mas tem apenas um longa-metragem em seu currículo de direção: “As Delícias da Tarde” (2013), em que uma dona de casa estabelece amizade com uma adolescente dançarina de striptease.
Roteirista de Bright é acusado de abuso sexual por oito mulheres em reportagem polêmica
O roteirista Max Landis, de filmes como “Poder sem Limites” (2012), “Victor Frankenstein” (2015) e “Bright” (2017), foi acusado de assédio, abuso e violência sexual por oito mulheres numa reportagem do site Daily Beast. A reportagem buscou aprofundar denúncias que surgiram em 2017, quando Landis foi chamado de “psicopata” sexual no rastro do movimento #MeToo, em meio a desabafos nas redes sociais. O gancho para a investigação foi uma postagem de Ani Baker em seu Instagram. “Se você encontrou minha página via Max Landis, oi”, ela escreveu. “Eu vou te falar algumas informações sobre ele, porque a experiência/relacionamento com essa pessoa é realmente destrutivo, cheia de dor e um trabalho emocional que merece a sua energia e tempo”. Após este post, Ani passou a receber diversos relatos de outras mulheres que também teriam sofrido abuso do roteirista. Uma delas foi Julie (que teve o nome real trocado), que manteve um relacionamento com o roteirista por dois anos. Ela disse que ele mostrava filmes pornográficos pesados e constantemente testava seus limites. “Isso se tornou obscuro e sombrio, conforme nosso relacionamento se tornava mais tumultuado”, disse. “Isso me levou a ser mais abusada. Ele disse que me ver chorando o excitava e ele gritava e me humilhava até que eu chorava. Depois ele fazia sexo comigo enquanto eu continuava a chorar, sem nenhum respeito ou esforço para fazer as coisas direito. Ele me sufocou até eu desmaiar e fez coisas degradantes que eu não consigo escrever no papel”. Descrevendo o espectro de abuso que ela experimentou durante o relacionamento, Julie escreveu: “[Landis] levantava a mão e fingia que ia me bater, e ria quando me encolhia. Ele constantemente ameaçava romper comigo, falar sobre suas ‘perspectivas’ para mim e flertar abertamente na minha frente. Em várias ocasiões, ele se referia a mim como sua ex-namorada na frente de garotas em festas que nós íamos juntos como um casal. Ele criticava abertamente o meu corpo na frente das pessoas e me dizia, em particular, que eu tinha o potencial de ser “tão quente” se me comprometesse a trabalhar mais. Ele descrevia graficamente o sexo com suas ex-namoradas e classificaria suas habilidades em comparação às minhas, tanto para mim quanto para seus amigos e colegas de trabalho. ” Outra garota foi Verônica (também nome fictício). Ela alegou que Max Landis a levou numa viagem para a Disneylândia, a encurralou no hotel e tentou dominá-la com sexo violento. “Eu disse que estava desconfortável com a situação e não queria novamente. Ele ficou furioso e começou a gritar comigo e jogou as coisas no quarto do hotel. Eu encolhi em um canto do quarto e ele se queixou que eu não estava sendo um bom encontro”. Tasha Goldthwait, que trabalhou como figurinista na estreia de Landis como diretor, “Me Him Her” (2015), o acusou de abusá-la fisicamente, sexualmente e verbalmente durante toda a produção. “Ele falava sobre seu pênis o tempo todo, gabava-se do tamanho dele”, ela afirmou. “E me tocava o tempo todo no set, chegando até a levantar minha camisa para expor meus seios e me levantar e carregar de cabeça para baixo. Até que, numa ocasião, me atirou numa cama do cenário e ficou em cima de mim, diante de várias pessoas”. Ela se demitiu. A lista de relatos é enorme. O Daily Beast apurou que a revista The Hollywood Reporter começou reportagem similar há dois anos, mas ela nunca foi publicada. Algumas das personagens citadas na reportagem disseram-se frustradas por contarem suas histórias para um artigo que nunca saiu do papel, e aliviadas por alguém finalmente trazer os abusos de Landis à tona. Mas o site não ficou apenas nos relatos. Conseguiu acesso também a uma boletim criminal de estupro, datada de 2008, que foi cancelado. A vítima não quis ser entrevistada, mas uma amiga dela deu detalhes, sobre como pegou a amiga sedada e Max se forçando sobre ela. E como ele ameaçou destruí-la quando o caso virou criminal. Um post anônimo do Medium teve narrativa similar, com direito a droga para facilitar o estupro e muita violência física. Landis foi acusado de conseguir se safar com esse comportamento abusivo devido às suas conexões em Hollywood – seu pai é o diretor John Landis, dos cultuados “Clube dos Cafajestes” (1978) e “Irmãos Cara de Pau” (1980) – e dinheiro – recebeu uma fortuna da Netflix pelo roteiro de “Bright”. O site também revelou como ele conseguiu tantas vítimas dispostas a se sujeitarem a seus abusos. Ele teria, basicamente, criado uma espécie de seita, aliciando seguidores com festas milionárias e explorando a sensação de privilégio que era fazer parte de seu círculo íntimo, que batizou de The Colour Society, formado por amigos que ele premiava e abusava. Landis controlava o grupo com uma tática que envolvia escolher seus 10 amigos favoritos para levar em festas exclusivas da indústria cinematográfica ou em viagens, e os estimulava a falar mal dos amigos que não tinham sido escolhidos. Ele rotacionava o grupo de escolhidos, de modo a forçar todos a bajulá-lo para que pudessem se tornar um de seus favoritos. Era entre esses amigos que também escolhia suas “namoradas”. Max Landis ainda não se manifestou sobre a reportagem.
Mira Sorvino revela ter sido estuprada por Harvey Weinstein
A atriz Mira Sorvino, uma das primeiras a denunciar o comportamento abusivo do ex-produtor Harvey Weinstein na imprensa americana, revelou que não foi vítima de simples assédio, mas sim de estupro. Ela deu detalhes do ataque pela primeira vez durante uma coletiva de imprensa com o governador do estado de Nova York, Andrew Cuomo, em apoio a mudanças nas leis que tratam de crimes de natureza sexual. “Eu estou aqui, diante de vocês, dizendo que não só fui vítima de assédio sexual e agressão nas mãos do Sr. Weinstein, como também sou uma sobrevivente de estupro”, declarou a atriz, vencedora do Oscar em 1996 pelo filme “Poderosa Afrodite”. “Eu estou dizendo isso aqui, agora, para tentar ajudar as pessoas. Há muitas sobreviventes como eu por aí que precisam de justiça, e sentem que precisam de um tempo maior para lidar com o trauma e a vergonha associados a um crime como este”, continuou, em defesa pelo aumento do prazo de prescrição para assédio e abuso sexual em Nova York. “Eu posso dizer a vocês que em um caso como o meu, que fui estuprada durante um encontro, há muita vergonha envolvida. Você sente, sempre, que é de alguma forma sua culpa”, completou. Sorvino denunciou Weinstein na primeira reportagem sobre o escândalo sexual na revista New Yorker e, desde então, tem se destacado à frente da campanha Time’s Up, que denuncia assédio sexual dentro e fora dos ambientes de trabalho. No artigo original em que contou o abuso de Weinstein, ela também disse ter enfrentado dificuldades para trabalhar em Hollywood após se recusarem a aceitar novos avanços de Weinstein. Depois disso, o diretor Peter Jackson veio à público dizer que, quando considerou escalar Sorvino em “O Senhor dos Anéis”, Weinstein vetou a ideia, com a justificativa de que a atriz tinha “um temperamento difícil”. E o diretor Terry Zwigoff confirmou a lista negra, revelando que Weinstein não o deixou escalar Sorvino em “Papai Noel às Avessas”.
Diretor de Bohemian Rhapsody pretende pagar para não responder por crime sexual
O diretor Bryan Singer, de “Bohemian Rhapsody” e da saga “X-Men”, aceitou pagar US$ 150 mil para se livrar das acusações de crime sexual contra um garoto de 17 anos em 2003. Cesar Sanchez-Guzman entrou na justiça em dezembro de 2017 alegando que o cineasta o agrediu sexualmente durante uma festa em um iate em Seattle, obrigando-o a fazer sexo contra sua vontade. O diretor negou a acusação de estupro, como já tinha feito anteriormente, e garantiu que o acordo é apenas para evitar mais custos de um caso que já arrasta a dois anos. O advogado de Singer, Andrew Brettler, disse que o cineasta nega “até mesmo conhecer esse indivíduo, quanto mais alegadamente ter interagido com ele há mais de 15 anos”. Também lembrou que o acusador, até agora, não apresentou prova alguma de suas alegações. Mas que, apesar disso, o cineasta decidiu resolver a questão por um acordo financeiro, já que a situação está se prolongando e impactando sua carreira de forma negativa. “A decisão de resolver a questão foi puramente comercial, já que os custos do litígio excederiam em muito o valor solicitado pelos credores”. E é aí que entra um detalhe curioso. Ao entrar com sua queixa-crime, Cesar Sanchez-Guzman chamou atenção de credores, que não o processaram anteriormente por ele não ter bens para quitar dívidas de um pedido de falência registrado em 2014. Com o processo contra Singer, os credores entraram como parte interessada no resultado do acordo. E já aceitaram receber a quantia proposta. Mas as peculiaridades deste caso não ficam nisso. O advogado de Cesar Sanchez-Guzman é Jeffrey Herman, o mesmo que representou outro jovem, Michael Egan, em um processo semelhante de 2014 contra Singer, o produtor de TV Garth Ancier e o executivo da Disney David Neuman. Na ocasião, Egan também acusou Singer de estuprá-lo quando ele era menor, o que teria acontecido no Havaí. Mas a acusação tinha muitas inconsistências e ruiu quando o diretor conseguiu provar que, na data alegada, estava no Canadá filmando “X-Men”. Além disso, Jeff Herman, advogado de Egan e agora de Sanchez-Guzman, já teve sua carteira da Ordem dos Advogados suspensa pela Suprema Corte do Estado da Flórida por agir de forma desonesta no exercício da profissão e tomar atitudes prejudiciais a um cliente. Por conta do primeiro escândalo, Singer chegou a ser afastado da divulgação de “X-Men: Dias de um Futuro Esquecido”. Mas quando as acusações ruíram, ele voltou à franquia para dirigir “X-Men: Apocalipse”. A boa vontade da Fox, porém, acabou após seu sumiço em plenas filmagens de “Bohemian Rhapsody”. O diretor alega que precisou se afastar para lidar com problemas de saúde de seus pais, e que o estúdio não teve sensibilidade para lhe dar alguns dias de folga. A convergência do sumiço, da demissão, da acusação de Cesar Sanchez-Guzman e ainda de uma reportagem com quatro novas acusações de sexo com menores de idade, publicada pela revista The Atlantic, de Boston, pode ser mais que coincidência e servir para alimentar teorias por trás do afastamento de Singer do comando de “Bohemian Rhapsody”.









