Eliane Giardini confirma retorno como Muricy na continuação de “Avenida Brasil”
Atriz revelou que voltará à pele da mãe de Tufão e que parte do elenco original deve integrar o novo folhetim de João Emanuel Carneiro
Globo prepara série animada com “As Aventuras de Candinho e Policarpo”
Personagens de "Êta Mundo Bom!" e "Êta Mundo Melhor!" vão protagonizar série inédita de animação
Mortes abalam início de “Êta Mundo Melhor” e vilão retorna à trama
Três personagens principais de "Êta Mundo Bom" morrem nos primeiros capítulos da continuação, enquanto Ernesto reaparece surpreendendo Candinho
Sequência de “Êta Mundo Bom!” será marcada por mortes de personagens
"Êta Mundo Melhor!" estreia em junho no horário das 18h com Candinho em busca do filho perdido em São Paulo
Jeniffer Nascimento será protagonista da continuação de “Êta Mundo Bom!”
Nova novela das seis trará de volta personagens marcantes de Walcyr Carrasco em uma história ambientada na década de 1950
Paulo Giardini morre aos 62 anos vítima de AVC
Ator era irmão de Eliane Giardini e acumulava trabalhos no teatro, cinema e televisão
“Mania de Você” ganha trailer ao som de Anitta
A próxima novela das 21h promete reviravoltas na relação entre duas amigas com destinos entrelaçados
Rafael Vitti fará participação especial em “Terra e Paixão”
Rafael Vitti foi convidado para fazer uma participação especial em “Terra e Paixão”. Nos próximos capítulos da novela, o ator aparecerá como um engenheiro na cooperativa de Nova Primaveira. O marido de Tatá Werneck deve começar a gravar suas cenas como Hélio ainda nesta semana. Seu trabalho mais recente na TV Globo aconteceu em “Além da Ilusão”, também dirigida por Luiz Henrique Rios. Além dele, a trama terá a inclusão de Alexandra Richter (“Divã”) no papel da religiosa Nice, que se diz herdeira de Cândida (Susana Vieira) e passa a administrar o bar, e da atriz Eliane Giardini (“América”), que entrará na pele de Agatha, a mãe de Caio (Cauã Reymond), por volta do capítulo 100. Trabalho em família O folhetim de Walcyr Carrasco ainda tem participação da esposa do ator, Tatá Werneck, no papel cômico de Anely. A atriz buscou inspirações na década de 1990 antes de atuar no folhetim e até estudou a personagem Tiazinha, de Suzana Alves. “Coitada da Tiazinha. Ela é maior gata, linda. Desculpa, Tiazinha. Tem um pouquinho dela ali, lógico que dentro das devidas proporções. Mas é isso, galera. Prepare-se para ver minha bunda na TV”, disse à revista Quem. Rafael Vitti e Tatá Werneck devem se cruzar em algumas cenas de “Terra e Paixão”.
Clara Moneke vai repetir papel de “Vai na Fé” na 2ª temporada de “Encantado’s”
A atriz Clara Moneke, que está atualmente interpretando Kate na novela “Vai na Fé”, terá a oportunidade de viver a mesma personagem em outra produção da Globo. Ela foi escalada para a 2ª temporada de “Encantado’s”, da Globoplay. As gravações estão em andamento no Rio de Janeiro. O humorista Hélio de La Peña (“Casseta & Planeta Urgente”) também foi confirmado para uma participação na próxima temporada. Mas a grande novidade da nova temporada será a presença de Eliane Giardini (“Órfãos da Terra”), que interpretará uma nova antagonista, já que Tony Ramos (“Getúlio”) terá sua participação reduzida devido às gravações de “Terra e Paixão”. A série é uma comédia sobre uma família negra, algo ainda raro de se ver na TV brasileira. A atração se passa em Encantado, bairro que compõe a região do Méier, no subúrbio do Rio, onde dois irmãos dividem sua herança: um mercadinho do pai, que morreu recentemente. Enquanto a irmã se dedica a tocar o negócio que garante a sobrevivência da família, o irmão aproveita o espaço do mercadinho para realizar ensaios noturnos da escola de samba que também foi fundada por seu pai. Criada pelas estreantes Renata Andrade e Thais Pontes numa oficina para roteiristas negros da Globo, a atração destaca Luís Miranda (“Mister Brau”) e Vilma Melo (“Segunda Chamada”) como os protagonistas, e o veterano Tony Ramos como um bicheiro de olho no mercadinho/quadra de samba. A direção dos novos episódios é de Henrique Sauer (“Segunda Chamada”) e ainda não há previsão para a estreia.
Deslembro é uma pequena obra-prima do cinema brasileiro
É possível notar, mesmo sem saber nada de “Deslembro”, que se trata de um filme muito pessoal de sua diretora, Flavia Castro. Ao perceber que o desaparecimento do pai durante a ditadura já havia sido abordado no documentário “Diário de uma Busca” (2010), fica claro que ela é movida pela necessidade de recontar essa história. O que impressiona é o quanto ela consegue ser bem-sucedida nisso, estreando no registro de ficção. A sensibilidade com que a cineasta conta a história da jovem adolescente que é trazida da França para o Brasil na virada dos anos 1970 para os 80, quando começou o processo de anistia política, é realizada com uma vivacidade impressionante. Nos primeiros minutos de “Deslembro” vemos uma família dialogando em francês. A menina Joana (Jeanne Boudier, ótima) não quer sair da França e ir para um país em que se torturam e matam pessoas. Mas a mãe (Sara Antunes) prefere que a filha e seus outros dois filhos (na verdade, um deles é filho do seu companheiro com outra mulher) venham com ela para o Rio de Janeiro. O impacto da chegada ao novo país começa a trazer memórias fortes de um momento traumático na vida da pequena Joana. Lembranças escondidas em um canto seguro de sua memória. Assim, essas lembranças – ou possíveis lembranças, já que não se sabe ao certo o que é verdade ou o que é construído como uma espécia de sonho – vão surgindo em flashbacks bem fragmentados. Às vezes, a diretora usa um recurso plasticamente muito bonito de mostrar uma imagem tão próxima que não permite distinguir o está sendo mostrado, como em um quadro de pintura abstrata com textura em alto relevo. A inclusão de canções é também um acerto do filme. Lou Reed, Caetano Veloso, The Doors, Nelson Gonçalves (em uma canção de Noel Rosa que também aparece no maravilhoso “Arábia”, de João Dumas e Affonso Uchôa, ainda que com um intérprete diferente), citações a David Bowie e Pink Floyd; além do amor pelos livros por parte de Joana e a recitação de um poema de Fernando Pessoa. Tudo isso faz com que a paixão pela vida, embora dolorosa pela falta trágica do pai, esteja o tempo todo presente. E há ainda o amor no seio familiar. A família mostrada no filme, tão fragmentada quanto as memórias da menina, é de encher o coração (o que são aquelas cenas no carro, meu Deus?). As questões de afetividade envolvendo a mãe, o padrasto chileno e os dois irmãos pequenos somam-se à avó da menina que mora no Rio, vivida com brilho por Eliane Giardini. A cena mais tocante do filme, aliás, surge sutil, num momento em que a avó e a menina estão sozinhas e a avó olha com lágrimas nos olhos para o rosto daquela garota que lembra o seu filho assassinado pela ditadura. Um exemplo de sensibilidade ímpar por parte da diretora e de seu belo elenco. O amor romântico também surge em “Deslembro” de maneira muito bonita. Há, inclusive, uma cena de sexo muito discreta e muito elegante entre a garota e o seu interesse amoroso, um rapaz que também é filho de exilados. E esse aspecto romântico e a quantidade generosa de canções pop faz com que o filme dialogue com o ótimo “Califórnia”, de Marina Person. No que se refere às questões políticas, há diálogo com o momento atual, embora o filme tenha sido finalizado antes das últimas eleições presidenciais. O que não deixa de torná-lo ainda mais forte e urgente nos dias de hoje. Aliás, o que não parece urgente nos dias de hoje, quando o assunto é direitos humanos? Restrito ao circuito alternativo, “Deslembro” infelizmente terá um público pequeno. Por isso, é importante que o boca a boca seja positivo e que atraia o público, para que mais pessoas tenham a honra de ver esta pequena obra-prima no cinema, em toda sua glória.
Primeiro filme brasileiro da Netflix vai concorrer no Festival de Gramado
O Festival de Gramado vai repetir no Brasil a polêmica que marcou o Festival de Cannes deste ano. O primeiro filme nacional produzido pela Netflix para exibição em streaming entrou na seleção do evento. “O Matador”, de Marcelo Galvão, está entre os sete filmes da competição do evento, que acontece de 17 e 26 de agosto. Há dois meses, duas produções da Netflix (“Okja” e “The Meyerowitz Stories”) foram selecionadas para a competição principal de Cannes, provocando a ira dos exibidores franceses e o descontentamento de alguns profissionais da indústria. A repercussão foi tanta que provocou mudanças nas regras da mostra francesa: a partir do ano que vem, somente filmes que forem estrear nos cinemas poderão concorrer à Palma de Ouro. Será curioso ver que repercussão o caso de “O Matador” terá no Brasil, já que os exibidores nacionais não são conhecidos por privilegiarem dramas brasileiros na ocupação de suas telas. O pioneiro filme de Marcelo Galvão será lançado na Netflix no final do ano e não tem previsão de estreia nos cinemas. Faroeste caboclo ambientado no sertão pernambucano nas décadas de 1910 e 1940, “O Matador” conta a história de Cabeleira (Diogo Morgado), que foi abandonado ainda bebê e criado por um cangaceiro local chamado Sete Orelhas (Deto Montenegro). Quando Sete Orelhas desaparece, ele vai a sua procura e acaba encontrando uma cidade sem lei, governada pelo tirânico Monsieur Blanchard (Etienne Chicot), um francês que domina o mercado de pedras preciosas e anteriormente empregava Sete Orelhas como seu matador. O filme foi escrito e dirigido por Marcelo Galvão, que costuma ser premiado em Gramado: “Colegas” venceu Melhor Filme em 2012 e “A Despedida” lhe rendeu o Kikito de Melhor Diretor em 2014. Os outros seis longas que vão disputar Kikitos são “A Fera na Selva”, segundo longa dirigido pelo ator Paulo Betti (após “Cafundó”, em 2005), desta vez em parceria com a também atriz Eliane Giardini e o veterano cinematógrafo Lauro Escorel (“A Suprema Felicidade”); “As Duas Irenes”, primeiro longa do paulista Fábio Meira; “Bio”, do cineasta gaúcho Carlos Gerbase (“Menos que Nada”); “Como Nossos Pais”, de Laís Bodanzky (“As Melhores Coisas do Mundo”); “Não Devore Meu Coração!”, de Felipe Bragança (“A Alegria”); e “Pela Janela”, primeiro longa de Caroline Leone (editora de “Vermelho Russo”) numa coprodução com a Argentina. Todos os filmes terão sua première nacional em Gramado, mas “As Duas Irenes”, “Como Nossos Pais” e “Não Devore Meu Coração!” já foram exibidos no Festival de Berlim 2017 e em outros eventos internacionais. “As Duas Irenes”, inclusive, foi premiado como Melhor Filme de Estreia e Melhor Direção de Fotografia no Festival de Guadalajara, no México, enquanto “Como Nossos Pais” venceu o Festival de Cinema Brasileiro de Paris. Trata-se de uma ótima seleção, mas, como tem sido regra nos festivais brasileiros, bastante enxuta. Apesar do prestígio que acompanha Gramado, são enormes as chances de todos os filmes saírem premiados, já que há apenas sete obras em competição – o que diminui a importância do prêmio. Nisto, Gramado se mostra bem diferente de Cannes, que reúne mais de 20 longas na disputa pela Palma de Ouro – o que realmente dá outra representatividade ao troféu. Para não ir tão longe, o último Festival do Rio juntou 14 longas, entre obras de ficção e documentários, em sua mostra competitiva principal – e mais seis, um Festival de Brasília inteiro, numa mostra paralela de filmes autorais.
Um Homem Só consegue ir além do pastiche da comédia fantástica
Bem como a maioria de nós, Arnaldo (Vladimir Brichta, de “Muitos Homens Num Só”) é um sujeito sufocado por um cotidiano banal, não encontrando em suas tarefas padronizadas algum respiro para repensar o que o importuna e qual a melhor maneira de agir. Os seus incômodos vão desde um casamento no piloto automático com Aline (Ingrid Guimarães, numa personagem ainda mais antipática que a Nena de “Um Namorado Para Minha Mulher”) até o emprego burocrático no qual o único alívio é a amizade com Mascarenhas (Otávio Muller, de “O Gorila”). Ao usar o banheiro privativo do seu trabalho, Arnaldo ouve uma conversa sobre uma clínica secreta capaz de clonar pessoas. O intento do procedimento é fazer com que a cópia assuma as funções do original enquanto este recebe uma segunda chance para viver uma outra possibilidade. A única regra é que as duas versões jamais devem se cruzar: caso infringida, a cópia deverá ser imediatamente eliminada e o original reassumir o seu posto. A princípio, Cláudia Jouvin, diretora de primeira viagem e roteirista com vasta experiência em produções televisivas e cinematográficas, parece fazer nada mais que um pastiche de comédia e fantasia, como “O Homem do Futuro” (2011) realizou com “De Volta ao Futuro” (1985). O teor fantástico da premissa se mostra sem qualquer complexidade e as coisas parecem rumar para um romance de pegada hipster com a entrada de Josie (Mariana Ximenes, “Uma Loucura de Mulher”), uma jovem tresloucada que trabalha em um cemitério de animais com a sua “tia” Leila (Eliane Giardini, de “Olga”), que é, na realidade, a ex-companheira de sua falecida mãe. Ledo engano. O diferencial de “Um Homem Só” já começa pelo tratamento visual e cenográfico. Premiado no penúltimo Festival de Gramado, o diretor de fotografia argentino Adrian Teijido (série “Narcos”) transforma uma cidade ensolarada como o Rio de Janeiro no ambiente mais lúgubre imaginável, algo que reverbera ainda mais com a direção de arte de Claudio Amaral Peixoto e Joana Mureb (que trabalharam juntos em “Qualquer Gato Vira-Lata”), conferindo no acúmulo de objetos nas residências de cada personagem um sentimento de apego por algo que já partiu, seja uma pessoa ou uma ambição de vida. Há também outra virtude em “Um Homem Só” e ela deve ser creditada totalmente à Cláudia Jouvin. A diretora e roteirista carioca tem um domínio de seu material, comprovado não somente pelas surpresas que prega na segunda metade do filme, mas principalmente ao não abrir nenhuma concessão no ato final. É como se Jouvin sustentasse o discurso de que não há mágica capaz de camuflar a nebulosidade de nossas escolhas. Um ceticismo em forma de um risco que vai fazer muita gente sair de cabeça baixa do cinema, mas que fortalece a nossa singularidade como indivíduos que não podem ser duplicados.











