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    Festivais de Sundance e Toronto vão adotar cota de inclusão para cobertura da imprensa

    14 de junho de 2018 /

    Os festivais de Sundance e Toronto vão passar a adotar uma política de inclusão em sua cobertura de imprensa, disponibilizando uma cota de 20% de credenciais para freelancers de segmentos sub-representados entre a crítica norte-americana – mulheres e pessoas “de cor”. O anúncio foi feito pela atriz Brie Larson na noite de quarta, durante o evento Women in Film, no qual ela foi homenageada com o Lucy Awards por excelência no cinema. Ao anunciar iniciativa dos festivais, Larson mencionou que a motivação foi a recente pesquisa realizada pela USC (Universidade do Sul da Califórnia), que apontou que 63,9% das resenhas dos 100 filmes de maior bilheteria de 2017 foram escritas por homens brancos, 18,1% por mulheres brancas, 13,8% por homens “de cor” e 4,1% por mulheres “de cor”. O termo “of color” consta na pesquisa para cobrir todas as demais etnias, não apenas pessoas negras. Ela argumentou que isso é prejudicial para os filmes, pois obras feitas para mulheres negras são criticadas por homens brancos com uma bagagem cultural completamente diferente do público alvo, e isto pode prejudicar as chances desses trabalhos terem o alcance desejado. “Estou dizendo que odeio homens brancos? Não, eu não estou. Mas, se você faz um filme para mulheres de cor, é muito pequena a chance de uma mulher de cor escrever uma crítica dele. O público não tem chances de ler sobre esses filmes em textos escritos por quem está representado na tela. Não adianta eu ler de um cara branco de 70 anos que ele não gostou de ‘Uma Dobra no Tempo’. Não foi feito pra ele. Quero saber o que o filme representou para uma mulher de cor, uma jovem de cor”, ela afirmou. “É uma droga que resenhas contem tanto. Mas contam. Resenhas positivas podem dar chance a pequenos filmes se destacarem em festivais e terem a chance de crescerem. Uma boa crítica pode mudar sua vida. Mudou a minha”, contou Larson, lembrando seu passado indie e a importância que “Temporário 12” (2013) representou na sua carreira.

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    Maioria esmagadora das críticas de cinema dos EUA são feitas por homens brancos

    11 de junho de 2018 /

    Uma pesquisa da USC (Universidade do Sul da Califórnia) revelou que a proposta de maior inclusão nas telas de cinema e da televisão não chegou até as pessoas que escrevem as críticas daquilo que o público assiste. Ao traçar um perfil das pessoas identificadas pelo site Rotten Tomatoes como responsáveis pelas críticas dos 100 filmes de maior bilheteria de 2017, o relatório, batizado de “Critic’s Choice?”, apontou que, das 19.559 resenhas, 77,8% foram escritas por homens e 82% foram escritas por críticos brancos. Os homens brancos escreveram 63,9% das avaliações. O segundo maior grupo foi formado por mulheres brancas, com 18,1% do total. Bem atrás, ficaram as críticas de homens “de cor” (13,8%) e mulheres “de cor” (4,1%). O termo “of color” consta na pesquisa e sugere cobrir todas as demais etnias, não apenas pessoas negras. “As equipes de relações públicas, marketing e distribuição dos estúdios têm a oportunidade de mudar isso rapidamente aumentando o acesso e as oportunidades dadas às mulheres de cor para realizarem críticas de filmes”, afirmou Stacy L. Smith, diretora e fundadora da Iniciativa de Inclusão de Annenberg, responsável pela pesquisa da USC, em comunicado. Um detalhe curioso identificado pela pesquisa é que até os filmes voltados para o público feminino tiveram mais críticas escritas por homens que por mulheres. Mas a diferença é ainda mais gritante quando a análise se volta para filmes desenvolvidos para os públicos afro-americano e latino. 80% deles foram criticados por brancos. Outros dados chamam atenção, como o fato de que 45% dos filmes de maior bilheteria do ano passado não tiveram nenhuma crítica escrita por mulheres “de cor”. Além disso, mais da metade dos filmes femininos ficaram sem críticas de mulheres. A razão para o predomínio das opiniões de homens brancos sobre cinema é simples. Além de formarem a maioria da crítica (54,2%), eles também escrevem mais (14,3 por ano). O segundo maior grupo, o das mulheres brancas (23%), assinou bem menos críticas (9,4 por ano) em relação até mesmo aos homens negros (14,8% do total e 11,1 críticas por ano). A conclusão do relatória é que não é apenas o conteúdo do cinema que é criado majoritariamente por homens brancos. A crítica desses filmes também parte do mesmo grupo étnico. “Vimos as ramificações de uma indústria na qual o conteúdo vendido para o público é criado e criticado por indivíduos que são principalmente homens brancos. Criar práticas de contratação inclusivas em todas as etapas do processo de filmagem e também de crítica é essencial para atender aos imperativos do negócio e garantir que vejamos perspectivas diferenciadas refletidas na sociedade”. Os autores do estudo pretendem aprofundar ainda mais a análise do trabalho dos críticos nos Estados Unidos, ao estudar como diferentes gêneros e etnias abordam os mesmos filmes e como o desempenho das bilheterias é afetado por conta disso.

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    Matt Damon e Ben Affleck vão adotar a “cláusula de inclusão” em todas as suas produções

    13 de março de 2018 /

    Os atores Matt Damon (“Pequena Grande Vida”) e Ben Affleck (“Liga da Justiça”) anunciaram que adotarão o “inclusion rider”, a cláusula de inclusão, que exige diversidade nas equipes de produção, em todos projetos futuros de sua produtora Pearl Street. O gerente de produção da companhia Fanshen Cox DiGiovanni fez o anúncio na noite de segunda-feira (12/3) via Twitter, durante o Festival SXSW. Ele referenciou um comunicado do ator Michael B. Jordan (“Pantera Negra”) sobre a mesma decisão, em relação à sua companhia, Outlier Society Productions, ecoando o apoio a maior representatividade em Hollywood. “Obrigado por sempre apoiar uma representação mais ampla na indústria. Em nome de Pearl Street Films, Matt Damon, Ben Affleck, Jennifer Todd, Drew Vinton e eu vamos adotar o #InclusionRider para todos os nossos projetos futuros”. O engajamento pela inclusão de mais mulheres nas equipes de produção foi despertado pelo discurso de Frances McDormand, ao vencer o Oscar 2018 por “Três Anúncios para um Crime”. “Eu tenho duas palavras para vocês: inclusion rider”, ela disse, ao final de seus agradecimento, conclamando as mulheres que lutam por igualdade a exigirem a cláusula de inclusão em seus contratos. Na prática, a cláusula impede que o set seja predominantemente masculino, como tem sido a regra, garantindo mais empregos para mulheres ou minorias – ela também pode ser usada para garantir maior segmentação racial nas equipes técnicas dos filmes. Ao colocar a responsabilidade pela diversificação das produções cinematográficas nas mãos dos atores, McDormand chamou atenção para o poder de negociação que as estrelas possuem para aceitar estrelar uma filmagem. Não por acaso, as duas primeiras empresas a se comprometer com essa causa são comandadas por atores, que se mostram comprometidos a trabalhar em sets mais diversificados.

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    Michael B. Jordan anuncia que todos os contratos de sua produtora terão cláusula de inclusão

    9 de março de 2018 /

    O ator Michael B. Jordan, que está em cartaz como o vilão Erik Killmonger em “Pantera Negra”, anunciou em seu Instagram que vai usar o “inclusion rider”, a cláusula de inclusão, que exige diversidade nas equipes de produção, em todos projetos futuros de sua produtora Outlier Society Productions. O termo se tornou conhecido após Frances McDormand falar sobre o requisito ao receber o Oscar 2018 de Melhor Atriz por “Três Anúncios para um Crime”. “Eu tenho duas palavras para vocês: inclusion rider”, disse, ao final de seus agradecimento, conclamando as mulheres que lutam por igualdade a exigirem a cláusula de inclusão em seus contratos. “Eu sou um privilegiado por trabalhar com mulheres empoderadas e negros durante minha carreira”, escreveu o ator na mensagem. “Em apoio às mulheres e homens que estão liderando essa luta, e vou adotar o ‘inclusion rider’ em todos projetos da minha companhia Outlier Society”. In support of the women & men who are leading this fight, I will be adopting the Inclusion Rider for all projects produced by my company Outlier Society. I’ve been privileged to work with powerful woman & persons of color throughout my career & it’s Outlier’s mission to continue to create for talented individuals going forward. If you want to learn more about how to support the cause – link in bio. #OutlierSociety #AnnenbergInclusionInitiative Uma publicação compartilhada por Michael B. Jordan (@michaelbjordan) em 7 de Mar, 2018 às 3:03 PST

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  • Série

    Sterling K. Brown se torna primeiro negro a vencer o Globo de Ouro de Melhor Ator de Série Dramática

    8 de janeiro de 2018 /

    Além dos discursos de empoderamento feminino, o Globo de Ouro 2018 também colocou a inclusão racial em sua pauta. A homenageada da noite, Oprah Winfrey, fez um belo discurso sobre o que sentiu quando Sidney Poitier venceu seu primeiro Oscar em 1964. E, por coincidência, o Globo de Ouro deu seu primeiro ator a um negro na categoria de Melhor Ator de Série Dramática. O prêmio foi vencido por Sterling K. Brown, da série “This Is Us”. Em seu discurso de agradecimento, Brown fez questão de destacar a diferença entre ser escalado para um papel qualquer ou para um papel feito especificamente para um ator negro. “Eu quero agradecer a Dan Fogelman”, disse o ator, se referindo ao criador da série “This Is Us”. “Dan Fogelman, ao longo da maior parte da minha carreira eu me beneficiei de escolhas de elenco daltônicas — o que significa, quer saber, ‘vamos colocar um irmão de cor nesse papel, ok?’. É sempre legal. Mas Dan Fogelman, você escreveu um papel para um homem negro. Que só poderia ser interpretado por um homem negro. Então o que eu mais gostei nisso tudo é que estou sendo visto pelo que sou e sendo elogiado pelo que sou. E isso faz com quem seja muito mais difícil me ignorar, ou ignorar pessoas que se parecem comigo. Então, obrigado, Dan.” Confira no vídeo abaixo:

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    The Handmaid’s Tale vence o Emmy 2017 e inicia nova era na “televisão”

    18 de setembro de 2017 /

    Mais importante premiação da televisão americana, o Emmy 2017, que aconteceu na noite de domingo (17/9) em Los Angeles, foi marcado por vitórias de produções de temática feminina, por talentos que denotam a diversidade atual da indústria televisiva e pela ascensão irreversível do streaming. Pela primeira vez, uma produção de streaming venceu o cobiçado Emmy de Melhor Série de Drama. E não só este prêmio. “The Handmaid’s Tale” foi a série mais premiada da noite, empatada com a minissérie “Big Little Lies” da HBO, ambas com cinco Emmys. A importância desta conquista equivale à virada da antiga “TV a cabo”, quando “Família Soprano” (The Sopranos) se tornou a primeira série de um canal pago a vencer o Emmy da categoria em 2004. Faz apenas 13 anos, mas a repercussão foi tanta que transformou a HBO numa potência televisiva. Na época, a própria HBO dizia que não era TV, era HBO e pronto, e isso também se refletia no fato de as atrações do “cabo” terem sido segregadas durante vários anos – elas tinham uma premiação a parte até 1997, porque não se encaixavam no que era entendido como “televisão”. Hoje, a TV paga domina o Emmy. Lembrar disso é uma forma de dimensionar o que significa a Academia da Televisão dos Estados Unidos aclamar um programa que já nem é transmitido por cabo, mas pela internet, e não necessariamente para um monitor televisivo. Nova mudança de paradigma. Outra característica subversiva de “The Handmaid’s Tale” é que, embora seja streaming, não é uma produção da Netflix, cujo crescimento foi referenciado no monólogo de abertura do apresentador Stephen Colbert. A atração faz parte da Hulu, que é (era?) considerada apenas a terceira força do mercado de streaming americano, atrás também da Amazon e disponível apenas nos Estados Unidos e Japão. A série é inédita no Brasil. A atenção despertada pelo Emmy deve mudar o jogo para a Hulu. Plataforma criada como joint venture por quatro estúdios (Disney, Fox, Universal e Warner), o serviço vem se destacando pela qualidade de suas produções exclusivas. Com “The Handmaid’s Tale”, tem agora um impressionante cartão de visitas. Afinal, a obra fez a limpa nas categorias de Drama: Melhor Série, Atriz (Elizabeth Moss), Atriz Coadjuvante (Ann Dowd), Roteiro (Bruce Miller) e Direção (Reed Morano), além de ter vencido antecipadamente o prêmio de Melhor Atriz Convidada (Alexis Bledel). Na semana passada, o executivo-chefe da Hulu, Mike Hopkins, disse em um evento no Paley Center em Nova York que conquistar um Emmy que fosse seria uma benção para a plataforma, ajudando-a a atrair novos assinantes e talentos criativos. A vitória contundente deve mudar tudo em relação aos planos de desenvolvimento e expansão do negócio. Afinal, a Disney (dona de 30% da Hulu) já tinha avisado ao mercado que lançaria sua própria plataforma exclusiva de streaming em 2019. A sci-fi distópica e dramática “The Handmaid’s Tale”, sobre um futuro de opressão para as mulheres, concorria no domingo apenas nas cinco categorias que venceu. Teve aproveitamento de 100%. A segunda produção mais próxima disto foi “Big Little Lies”, que apesar de ter conquistado o mesmo número de Emmys, perdeu uma das categorias que disputava. Ainda assim, a atração da HBO foi a grande unanimidade de seu nicho. Venceu como Melhor Minissérie, Atriz (Nicole Kidman), Atriz Coadjuvante (Laura Dern), Ator Coadjuvante (Alexander Skarsgard) e Direção (Jean-Marc Vallée). Os dois programas possuem uma temática assumidamente feminista, abordando violência contra mulheres, e Nicole Kidman fez um discurso contundente de agradecimento, que chamou atenção para o assunto. Mas não ficam só na teoria, levando adiante o empoderamento feminino a seus bastidores. Quem dirigiu o piloto de “The Handmaid’s Tale” foi uma mulher, por sinal vencedora do Emmy. A cineasta Reed Morano traduziu com imagens a obra de outra mulher: o romance homônimo de Margaret Atwood (que subiu ao palco e foi aplaudida de pé ao final da premiação). Por sua vez, “Big Little Lies” foi produzido por Nicole Kidman e Reese Witherspoon para a HBO, graças à frustração de ambas diante da falta de bons papéis para desempenharem no cinema. A consagração de “Big Little Lies” acabou sendo especialmente relevante para a HBO, que se frustrou com a aposta em “Westworld” como substituto de “Game of Thrones” na disputa de Drama. A sci-fi robótica só foi lembrada numa esquete no meio da premiação. Não venceu nenhum troféu. O mesmo aconteceu com o incensado telefilme “The Wizard of Lies”, estrelado por Robert De Niro. Mas o talk show “Last Week Tonight with John Oliver”, a série limitada “The Night Of” e a comédia “Veep” compensaram, somando juntos o mesmo número de Emmys de “Big Little Lies”. Por conta disso, preservaram a tradição da HBO como maior vencedor anual do Emmy nesta década. As categorias de Comédia chamaram atenção por ir na direção oposta dos troféus de Drama, premiando duas séries já consagradas. Com mais de 40 anos de produção, “Saturday Night Live” venceu os troféus de Melhor Atriz Coadjuvante (Kate McKinnon) e Melhor Ator Coadjuvante (Alec Baldwin), além de dois prêmios como Programa de Variedades. E “Veep”, que faturou o Emmy de Melhor Série de Comédia pelo terceiro ano consecutivo, rendeu a sexta vitória de Julia Louis-Dreyfus como Melhor Atriz de Comédia. Ela estabeleceu um recorde no evento, ao ser premiada por cada uma das temporadas em que a série foi exibida. A boa notícia para suas concorrentes é que “Veep” vai acabar no ano que vem. Os quatro prêmios de “Saturday Night Live” se somaram à vitória de “The Voice” como Melhor Reality Show e ao troféu solitário conquistado por “This Is Us” para render à rede CBS o 2º lugar entre os canais mais premiados da transmissão do Emmy. Uma surpresa e tanto, pois, como brincou o apresentador, a TV aberta – “lembra?” – foi aquele lugar esquecido onde tudo começou. Graças às vitórias de “Atlanta”, nas categorias de Melhor Ator e Melhor Direção de Comédia (ambas conquistadas por Donald Glover), a FX evitou o que seria um grande vexame. Após vitórias consecutivas de produções de Ryan Murphy, o Emmy 2017 não deu atenção para seu novo projeto, “Feud”. A dependência de Murphy ficou tão escancarada que, sem uma reprise dos fenômenos de “American Horror Story” e “American Crime Story”, o canal premium do grupo Fox implodiu no ranking. Era o segundo canal mais premiado em 2016 e agora ficou em quinto. Mas quando consideradas as categorias técnicas, o chamado Emmy das Artes Criativas, nem sequer aparece no Top 10. O detalhe é que a Netflix não se saiu tão melhor. Conquistou, ao todo, quatro troféus, sendo metade deles por um episódio de “Black Mirror”. Menos que a Hulu com apenas “The Handmaid’s Tale”. Badalado, “Stranger Things” não levou nenhum Emmy durante o telecast, embora tenha vencido como Melhor Elenco na premiação preliminar. Apontado como grande favorito, “The Crown” só conquistou o troféu de Melhor Ator Coadjuvante (John Lithgow). Mas havia vencido os troféus de Figurino e Desenho de Produção no fim de semana anterior. Contando as categorias técnicas, a soma da Neflix cresce significativamente, atingindo 20 vitórias – atrás apenas das 29 totais da HBO. Entretanto, o Emmy preliminar não é televisionado justamente porque o público não acha interessante comemorar Melhor Cabelo, Edição, Som, etc. Já sua grande rival online, a Amazon, saiu de mãos abanando, sem conseguir sequer emplacar prêmios técnicos. Nem mesmo para seu carro-chefe, a série de comédia “Transparent”. Destino idêntico teve o canal pago AMC, que vinha se destacando na época de “Breaking Bad” e “Mad Men”, mas não tem repetido o feito com a série “Better Call Saul”, sua única produção atualmente valorizada pela Academia da Televisão. Outra série em que muitos apostavam, “This Is Us”, da CBS, escapou da decepção por conquistar um Emmy importante durante a transmissão. E a vitória foi bem aproveitada por Sterling K. Brown (Melhor Ator de Drama), que usou seu longo discurso para fazer uma provocação sutil em sua citação a Andre Braugher, último ator negro a vencer na categoria, o que aconteceu há 19 anos por “Homicide: Life on the Street”. Entretanto, algo muito mais significativo que a vitória do quarto ator negro em Série de Drama acabou acontecendo minutos antes: o Emmy de Melhor Ator em Minissérie para Riz Ahmed. Ele venceu simplesmente Robert De Niro para se tornar o primeiro ator de descendência asiática premiado pelo Emmy. Nascido na Inglaterra, mas filho de paquistaneses, Ahmed também é o primeiro ator muçulmano premiado pela Academia, por seu brilhante desempenho em “The Night Of”, referindo-se inclusive à islamofobia em seu discurso. Azis Ansari, descendente de indianos, também venceu (pela segunda vez consecutiva) como Roteirista de Comédia, por “Master of None”. Ambas as consagrações ajudam a mostrar que o universo das séries é mais colorido que o preto e branco dominante nas discussões sobre diversidade. Confira abaixo a lista completa das produções e talentos premiados durante a transmissão do Emmy 2017. E clique nas fotos dos premiados para ampliá-las em tela inteira. Vencedores do Emmy 2017 Melhor Série de Drama “The Handmaid’s Tale” Melhor Série de Comédia “Veep” Melhor Minissérie ou Série Limitada “Big Little Lies” Melhor Telefilme “Black Mirror: San Junipero” Melhor Atriz em Série de Drama Elisabeth Moss (“The Handmaid’s Tale”) Melhor Ator em Série de Drama Sterling K. Brown (“This Is Us”) Melhor Atriz em Série de Comédia Julia Louis Dreyfuss (“Veep”) Melhor Ator em Série de Comédia Donald Glover (“Atlanta”) Melhor Atriz em Minissérie, Série Limitada ou Telefilme Nicole Kidman (“Big Little Lies”) Melhor Ator em Minissérie, Série Limitada ou Telefilme Riz Ahmed (“The Night Of”) Melhor Atriz Coadjuvante em Série de Drama Ann Dowd (“The Handmaid’s Tale”) Melhor Ator Coadjuvante em Série de Drama John Lithgow (“The Crown”) Melhor Atriz Coadjuvante em Série de Comédia Kate McKinnon (“Saturday Night Live”) Melhor Ator Coadjuvante em Série de Comédia Alec Baldwin (“Saturday Night Live”) Melhor Atriz Coadjuvante em Minissérie, Série Limitada ou Telefilme Laura Dern (“Big Little Lies”) Melhor Ator Coadjuvante em Minissérie, Série Limitada ou Telefilme Alexander Skarsgard (“Big Little Lies”) Melhor Direção em Série de Drama Reed Morano (“The Handmaid’s Tale”) Melhor Direção em Série de Comédia Donald Glover (“Atlanta”) Melhor Direção em Minissérie, Série Limitada ou Telefilme Jean-Marc Vallée (“Big Little Lies”) Melhor Roteiro em Série de Drama Bruce Miller (“The Handmaid’s Tale”) Melhor Roteiro em Série de Comédia Aziz Ansari, Lena Waithe (“Master of None”) Melhor Roteiro em Minissérie, Série Limitada ou Telefilme Charlie Brooker (“Black Mirror: San Junipero”) Melhor Série de Esquetes e Variedades “Saturday Night Live” Melhor Reality Show “The Voice” Melhor Programa de Variedades “Last Week Tonight with John Oliver” Melhor Roteiro de Programa de Variedades Equipe de “Last Week Tonight with John Oliver” Melhor Direção de Programa de Variedades Don Roy King (“Saturday Night Live”)

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    Emmy 2017 reflete avanço do streaming, diversidade e renovação entre as séries

    17 de setembro de 2017 /

    A Academia de Televisão dos Estados Unidos realiza neste domingo (17/9) a 69ª edição de sua premiação, os Emmy Awards. E a ausência de “Game of Thrones”, recordista do troféu, que este ano só foi ao ar após a divulgação dos indicados, além do fim das premiadas “Downton Abbey” e “Mad Men”, abriu espaço para uma grande renovação na disputa. A principal novidade foi o destaque obtido pela sci-fi “The Handmaid’s Tale”, primeira produção do serviço de streaming Hulu a obter indicação ao Emmy de Melhor Série de Drama. Também chamou atenção a evidência conseguida por “This Is Us”, num feito raro nesses dias de TV em toda parte. Produção de rede comercial aberta, o drama geracional provou ter qualidade suficiente para disputar o troféu com as atrações premium dos serviços por assinatura. Mas a Netflix conseguiu se destacar com um feito ainda mais significativo, ao emplacar três produções na prestigiosa disputa de Drama: “The Crown”, “Stranger Things” e “House of Cards”. Ainda mais interessante é que, dentre as sete séries dramáticas indicadas, a maioria (quatro) são produções exibidas por streaming e não por transmissão televisiva. Ou seja, o paradigma mudou. A decepção fica por conta da Amazon, que não conseguiu ampliar muito sua presença além de “Transparent”, sua realização mais premiada. De forma significativa, a categoria das Melhores Séries de Drama abriga cinco produções estreantes: “This Is Us”, “The Handmaid’s Tale”, “Westworld”, “The Crown” e “Stranger Things”, que competem com as veteranas “Better Call Saul” e “House of Cards”. A quantidade de títulos de ficção científica é outro dado ilustrativo dos novos tempos. Em compensação, entre as comédias a única novidade é “Atlanta”, que, por sinal, é favorita na disputa com “Black-ish”, “Master of None”, “Silicon Valley”, “Unbreakable Kimmy Schmidt”, “Veep” e a perene “Modern Family”. Outro detalhe desta lista é que, entre as cinco séries, três têm protagonistas negros e pardos. Esta diversidade também está presente nas categorias de interpretação, com recorde de representatividade afro-americana. Ao todo, 27 artistas não brancos vão disputar troféus neste ano, superando os 21 do ano passado. E o número chega a 30, quando se incluem os apresentadores de reality shows. A abundância pode ser atribuída ao aumento das produções voltadas para nichos específicos, que ganharam impulso com o streaming e a TV paga. Entretanto, foi uma série da TV aberta que rendeu o maior número de atores negros indicados. “This Is Us” trouxe indicações para Sterling K. Brown (Melhor Ator em Série de Drama), Ron Cephas Jones (Coadjuvante) e Brian Tyree Henry (Ator Convidado). A estrela mais famosa na disputa é Viola Davis (“How to Get Away with Murder”), que há dois anos se tornou a primeira negra a vencer como Melhor Atriz de Drama, categoria em que volta a concorrer. No início deste ano, ela também conquistou o Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante por “Fences” (o filme lançado no Brasil como “Um Limite Entre Nós”). Apesar da grande representatividade de artistas negros, a diversidade não é tão ampla assim, com apenas dois indianos/paquistaneses (Ansari e Riz Ahmed), um latino (Lin-Manuel Miranda, que disputava um Emmy preliminar) e um asiático (BD Wong, igualmente derrotado na disputa preliminar) na relação de minorias não brancas. A premiação também destaca telefilmes, e a lista deste ano causou sobressaltos ao incluir episódios de duas séries: “Black Mirror” e “Sherlock”. Esta anomalia reflete a grande qualidade das séries e a safra fraca dos filmes feitos para TV, da qual só se destaca realmente “The Wizard of Lies”, da HBO. Entre as minisséries e séries limitadas (leia-se de antologia), apenas “Fargo” é veterana, abrindo espaço para mais uma antologia de Ryan Murphy, “Feud”, duas novidades bem distintas da HBO, “The Night Of” e “Big Little Lies”, e a surpresa de “Genius”, do estranho no ninho National Geographic. Em contraste com tantas novidades, a atração que obteve maior quantidade de indicações está no ar há mais de 40 anos: o humorístico “Saturday Night Life”. Contando prêmios técnicos, a produção veterana recebeu 22 indicações – mesmo número de “Westworld”, principal herdeiro de “Game of Thrones” nas categorias técnicas (efeitos). A premiação técnica, por sinal, já aconteceu. Considerado um evento preliminar e batizado de Emmy das Artes Criativas, os troféus de editores, cinematógrafos, figurinistas, maquiadores, compositores e técnicos em geral foi entregue no fim de semana passado e rendeu empate entre “Westworld” e “Strange Things”. Ambas as séries saíram com cinco Emmys cada. A cerimônia antecipada também premia atores convidados (que não fazem parte do elenco fixo central), e rendeu os primeiros troféus de interpretação de “Handmaid’s Tale” e “This Is Us”, vencidos, respectivamente, por Alexis Bledel e Gerald McRaney, além de perpetuar o domínio de “Saturday Night Life” nas categorias de convidados de comédia. Confira a lista completa dos Emmys preliminares aqui. Com apresentação de Stephen Colbert, a cerimônia principal do Emmy 2017 será realizada no Microsoft Theater, em Los Angeles, e exibida ao vivo pelo canal pago TNT. Saiba mais sobre a transmissão aqui e veja abaixo a lista completa dos indicados. Indicados ao Emmy 2017 Melhor Série de Drama “Better Call Saul” “The Crown” “The Handmaid’s Tale” “Stranger Things” “This Is Us” “Westworld” “House of Cards” Melhor Série de Comédia “Atlanta” “Black-ish” “Master of None” “Modern Family” “Silicon Valley” “Unbreakable Kimmy Schmidt” “Veep” Melhor Minissérie ou Série Limitada “Big Little Lies” “Fargo” “Feud” “Genius” “The Night Of” Melhor Telefilme “The Wizard of Lies” “Black Mirror: San Junipero” “Dolly Parton’s Christmas of Many Colors: Circle of Love” “The Immortal Life of Henrietta Lacks” “Sherlock: The Lying Detective” Melhor Atriz em Série de Drama Viola Davis (“How to Get Away with Murder”) Claire Foy (“The Crown”) Elisabeth Moss (“The Handmaid’s Tale”) Keri Russell (“The Americans”) Evan Rachel Wood (“Westworld”) Robin Wright (“House of Cards”) Melhor Ator em Série de Drama Sterling K. Brown (“This Is Us”) Anthony Hopkins (“Westworld”) Matthew Rhys (“The Americans”) Liev Schreiber (“Ray Donovan”) Kevin Spacey (“House of Cards”) Milo Ventimiglia (“This Is Us”) Melhor Atriz em Série de Comédia Pamela Adlon (“Better Things”) Jane Fonda (“Grace and Frankie”) Alison Janney (“Mom”) Ellie Kemper (“Unbreakable Kimmy Schmidt”) Julia Louis Dreyfuss (“Veep”) Tracee Elliss Ross (“Black-ish”) Lily Tomlin (“Grace and Frankie”) Melhor Ator em Série de Comédia Anthony Anderson (“Black-ish”) Aziz Ansari (“Master Of None”) Zach Galifianakis (“Baskets”) Donald Glover (“Atlanta”) William H. Macy (“Shameless”) Jeffrey Tambor (“Transparent”) Melhor Atriz em Minissérie, Série Limitada ou Telefilme Carrie Coon (“Fargo”) Felicity Huffman (“American Crime”) Nicole Kidman (“Big Little Lies”) Jessica Lange (“FEUD: Bette and Joan”) Susan Sarandon (“FEUD: Bette and Joan”) Reese Witherspoon (“Big Little Lies”) Melhor Ator em Minissérie, Série Limitada ou Telefilme Riz Ahmed (“The Night Of”) Benedict Cumberbatch (“Sherlock – The Lying Detective”) Robert De Niro (“The Wizard of Lies”) Ewan McGregor (“Fargo”) Geoffrey Rush (“Genius”) John Turturro (“The Night of”) Melhor Atriz Coadjuvante em Série de Drama Ann Dowd (“The Handmaid’s Tale”) Samira Wiley (“The Handmaid’s Tale”) Uzo Aduba (“Orange Is the New Black”) Millie Bobby Brown (“Stranger Things”) Chrissy Metz (“This Is Us”) Thandie Newton (“Westworld”) Melhor Ator Coadjuvante em Série de Drama John Lithgow (“The Crown”) Jonathan Banks (“Better Call Saul”) Mandy Patinkin (“Homeland”) Michael Kelly (“House of Cards”) David Harbour (“Stranger Things”) Ron Cephas Jones (This Is Us) Jeffrey Wright (Westworld) Melhor Atriz Coadjuvante em Série de Comédia Kate McKinnon (“Saturday Night Live”) Vanessa Beyer (“Saturday Night Live”) Leslie Jones (“Saturday Night Live”) Anna Chlumsky (“Veep”) Judith Light (“Transparent”) Kathryn Hahn (“Transparent”) Melhor Ator Coadjuvante em Série de Comédia Alec Baldwin (“Saturday Night Live”) Louie Anderson (“Baskets”) Ty Burrell (“Modern Family”) Tituss Burgess (“Unbreakable Kimmy Schmidt”) Tony Hale (“Veep”) Matt Walsh (“Veep”) Melhor Atriz Coadjuvante em Minissérie, Série Limitada ou Telefilme Regina King (“American Crime”) Shailene Woodley (“Big Little Lies”) Laura Dern (“Big Little Lies”) Judy Davis (“Feud”) Jackie Hoffman (“Feud”) Michelle Pfeiffer (“The Wizard of Lies”) Melhor Ator Coadjuvante em Minissérie, Série Limitada ou Telefilme Alexander Skarsgard (“Big Little Lies”) David Thewlis (“Fargo”) Alfred Molina (“Feud”) Stanley Tucci (“Feud”) Bill Camp (“The Night Of”) Michael K. Williams (“The Night Of”) Melhor Direção em Série de Drama Vince Gilligan (“Better Call Saul”) Lesli Linka Glatter (“Homeland”) The Duffer Brothers (“Stranger Things”) Stephen Daldry (“The Crown”) Reed Morano (“The Handmaid’s Tale”) Kate Dennis (“The Handmaid’s Tale”) Jonathan Nolan (“Westworld”) Melhor Direção em Série de Comédia Donald Glover (“Atlanta”) Jamie Babbit (“Silicon Valley”) Mike Judge (“Silicon Valley”) Morgan Sackett (“Veep”) David Mandel (“Veep”) Dale Stern (“Veep”) Melhor Direção em Minissérie, Série Limitada ou Telefilme Jean-Marc Vallée (“Big Little Lies”) Noah Hawley (“Fargo”) Ryan Murphy (“FEUD: Bette And Joan”) Ron Howard (“Genius”) James Marsh (“The Night Of”) Steven Zaillian (The Night Of) Melhor Roteiro em Série de Drama Joel Fields, Joe Weisberg (“The Americans”) Gordon Smith (“Better Call Saul”) Peter Morgan (“The Crown”) Bruce Miller (“The Handmaid’s Tale”) The Duffer Brothers (“Stranger Things”) Lisa Joy, Jonathan Nolan (“Westworld”) Melhor Roteiro em Série de Comédia Donald Glover (“Atlanta: B.A.N”) Stephen Glover (“Atlanta: Streets on Lock”) Aziz Ansari, Lena Waithe (“Master of None”) Alec Berg (“Silicon Valley”) Billy Kimball (“Veep: Georgia”) David Mandel (“Veep: Groundbreaking”) Melhor Roteiro em Minissérie, Série Limitada ou Telefilme David E. Kelley (“Big Little Lies”) Charlie Brooker (“Black Mirror: San Junipero”) Noah Hawley (“Fargo”) Ryan Murphy (“Feud: And the Winner Is”) Ryan Murphy, Jaffe Cohen, Michael Zam (“Feud: Pilot”) Richard Price, Steven Zaillian (“The Night Of”) Melhor Série de Esquetes e Variedades “Billy On The Street” “Documentary Now!” “Drunk History” “Portlandia” “Saturday Night Live” “Tracey Ullman’s Show” Melhor Reality Show “The Amazing Race” “American Ninja Warrior” “Project Runway” “RuPaul” “Top Chef” “The Voice” Melhor Talk Show de Variedades “Full Frontal with Samantha Bee” “Jimmy Kimmel Live” “Last Week Tonight” “Real Time with Bill Maher” “The Late Late Show with James Corden” “The Late Show with Stephen Colbert”

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    Atitude de Ed Skrein, que desistiu de filme para não viver papel asiático, chacoalha Hollywood

    31 de agosto de 2017 /

    A decisão de Ed Skrein (“Deadpool”) de desistir de um papel no reboot de “Hellboy”, diante da reação das redes sociais à sua escalação como um personagem que originalmente era asiático nos quadrinhos, pode ter grande influência no futuro das adaptações cinematográficas. A revista Entertainment Weekly entrevistou alguns diretores de casting de Hollywood e verificou que a repercussão deve mudar o modo como o cinema escala seus atores. Skrein tinha sido contratado para viver o Major Ben Daimio, um personagem de descendência japonesa nos quadrinhos. Branco e britânico, ele não não tinha nada em comum com o papel e, ao entender a reação do público, percebeu que também estava tirando uma oportunidade de trabalho de um ator asiático – e papéis para asiáticos são bastante escassos em Hollywood. “É claro que a representação deste personagem de uma maneira culturalmente precisa tem significado para as pessoas, e vi que negligenciar essa responsabilidade continuaria uma tendência preocupante para obscurecer histórias e vozes de minorias étnicas nas Artes”, escreveu Skrein no Twitter, justificando sua decisão de abandonar o longa. “É nossa responsabilidade tomar decisões morais em tempos difíceis e dar voz à inclusão”. “Agora, acho que todos tiveram um chamado para despertar… Esta discussão é incrivelmente saudável, e acho que já foi muito adiada”, disse a diretora de casting Lucinda Syson, que escalou Skrein no papel principal de “Carga Explosiva: O Legado”(2015). “Ele vai ser sempre lembrado por simbolizar a representação autêntica na tela”, completou o diretor de casting Russell Boast (série “Chance”), que dirige o comitê de diversidade da Casting Society of America. “Eu acho que sua decisão vai ressoar com muitos atores que nunca pensaram em recusar papéis e protestar contra este jogo de embranquecimento que está sendo jogado”. O embranquecimento de personagens (whitewashing, em inglês) é um hábito histórico de Hollywood. Mas se no passado ninguém reclamava de ver Charleton Heston como um mexicano ou hebreu, nos últimos anos a autenticidade na representação étnica tem sido bastante cobrada. Escalações equivocadas não têm mais passado em branco, gerando reclamações cada vez mais barulhentas. Seja Emma Stone como uma personagem de ascendência chinesa em “Sob o Mesmo Céu” (2015) ou Scarlett Johansson interpretando o papel principal de “A Vigilante do Amanhã: Ghost in the Shell” (2017), uma japonesa colocada dentro do corpo de uma mulher branca, literalmente apagando sua identidade cultural original. Entretanto, até Skrein tomar sua atitude, nenhum ator optou por se afastar desse tipo de papel, e os cineastas também aceitaram as escolhas de casting, argumentando com freqüência que Hollywood não tem estrelas de cinema asiáticas. De acordo com Julia Kim (“O Protetor”), uma rara diretora de casting asiática, a decisão de Skrein vai levar outros atores a refletirem se vale a pena se desgastar em defesa de sua escalação racialmente incorreta num filme. “Ele poderia ter realmente se beneficiado com um grande papel como esse em um grande filme. Mas também teria sido uma atenção negativa, e esta é uma atenção positiva… De certa forma, sua decisão transferiu a responsabilidade para os próprios atores e corrigiu o problema de dentro para fora. Isso define uma plataforma, que os outros atores podem ou não seguir, mas não terão mais como evitar”. Em outras palavras, a decisão de Skrein, juntamente com a explicação de sua atitude nas redes sociais, torna mais difícil para outros atores se defenderem diante de suas escalações equivocadas. Uma coisa é os fãs assinarem petições e criarem campanhas para a representação correta de personagens asiáticos ou de outras etnias no cinema. Outra bem diferente é quando um ator chama a responsabilidade para si e dá um exemplo. Isso também vale para os estúdios, especialmente os que estão por trás de franquias que podem perder fãs por insistirem no embranquecimento. Vale lembrar que até o produtor asiático Roy Lee chegou a defender a versão americana de “Death Note”, dizendo que a adaptação tinha transportado a trama para os Estados Unidos e, por isso, fazia sentido que o papel principal fosse interpretado por Nat Wolff. Entretanto, esta “adaptação” não tirou da trama o personagem de Ryuk, que é um shinigami, um espírito que só existe na cultura japonesa, e que foi interpretado por um ator branco, Willem Dafoe. Skrein já mudou a cabeça dos produtores de “Hellboy”, Larry Gordon e Lloyd Levin, que, se antes não viam problema em escalar um inglês como o Major Ben Daimio, agora divulgaram um comunicado afirmando que se comprometeriam a encontrar um ator asiático para o papel. “Não foi nossa intenção ser insensível às questões de autenticidade e etnia”, disseram eles, “e vamos procurar reformular a parte com um ator mais consistente com o personagem no material de origem”. O que a reportagem da Entertainment Weekly negligencia – de forma muito conveniente, por sinal – é que essa mesma insensibilidade racial tem sido usada na substituição sistemática de personagens brancos por intérpretes negros nas adaptações de quadrinhos, especialmente nas séries de TV. Em todas as produções de Greg Berlanti, à exceção do protagonista de “Riverdale”, os personagens ruivos dos quadrinhos são vividos por atores negros. Entretanto, quando os roteiristas decidem criar personagens inéditos para as mesmas séries, optam invariavelmente por conceber novos papéis para brancos. E se a Marvel transformou o asiático O Ancião na britânica Tilda Swinton em “Doutor Estranho”, também fez a nórdica Valquíria ganhar a interpretação da atriz negra Tessa Thompson no vindouro “Thor: Ragnarok”, com direito aos mesmos equívocos culturais – no caso da Valquíria, uma longa tradição viking, com reflexo até nas óperas de Richard Wagner. Que tal refletir sobre isto, também?

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  • Série

    Emmy 2017 tem recorde de indicações de atores negros

    13 de julho de 2017 /

    A cada ano, mais e mais atores negros, pardos e asiáticos têm se destacado na indústria televisiva norte-americana, e o Emmy 2017 refletiu a ampliação dessa diversidade com um número recorde de indicações. Ao todo, 27 artistas não brancos vão disputar troféus de interpretação neste ano, superando os 21 do ano passado. E o número chega a 30, quando se incluem os apresentadores de reality shows. A abundância pode ser atribuída ao aumento das produções voltadas para nichos específicos, que ganharam impulso com o streaming e a TV paga. Entretanto, foi uma série da TV aberta que rendeu o maior número de atores negros indicados. “This Is Us”, da rede NBC, trouxe indicações para Sterling K. Brown (Melhor Ator em Série de Drama), Ron Cephas Jones (Coadjuvante) e Brian Tyree Henry (Ator Convidado). Entre as categorias, a de Melhor Ator de Comédia e Atriz Coadjuvante de Drama são as mais disputadas. A primeira inclui Anthony Anderson (“Black-ish”), Aziz Ansari (“Master of None”) e Donald Glover (“Atlanta”), enquanto a segunda traz Uzo Aduba (“Orange Is the New Black”), Thandie Newton (“Westworld”) e Samira Wiley (“The Handmaid’s Tale”). A estrela mais famosa na disputa é Viola Davis (“How to Get Away with Murder”), que há dois anos se tornou a primeira negra a vencer como Melhor Atriz de Drama, categoria em que volta a concorrer. No início deste ano, ela também conquistou o Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante por “Fences” (o filme lançado no Brasil como “Um Limite Entre Nós”). Apesar da grande representatividade de artistas negros, a diversidade não é tão ampla assim, com apenas dois indianos/paquistaneses (Ansari e Riz Ahmed), um latino (Lin-Manuel Miranda) e um asiático (BD Wong) na relação de minorias não brancas. Com apresentação de Stephen Colbert, a cerimônia do Emmy 2017 será realizada no dia 17 de setembro, no Microsoft Theater, em Los Angeles. No Brasil, a premiação tem sido exibida ao vivo pelo canal pago Warner.

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  • Filme

    Ótimo vilão impede Homem-Aranha de virar comédia adolescente

    9 de julho de 2017 /

    O novo filme do Homem-Aranha é o segundo recomeço do herói em 15 anos, e o primeiro em parceria com o Marvel Studios, o que, se rompe a conexão com os títulos anteriores do herói, acaba exigindo do espectador um conhecimento de todos os outros lançamentos do estúdio. Afinal, os filmes da Marvel estão 100% conectados. No caso de “Homem-Aranha: De Volta ao Lar”, a principal conexão é com “Capitão América: Guerra Civil” (2016), que trouxe a primeira aparição do personagem dentro desse universo, e isso já interliga a produção com a trama dos Vingadores. Entretanto, ao contrário do que o marketing sugere, as aparições de Tony Stark/Homem de Ferro (Robert Downey Jr.) são apenas pontuais, e o Homem-Aranha lida com situações mais corriqueiras do seu bairro, como ladrões e coisas do tipo. Isto porque, além do pretexto de estabelecer o protagonista num universo em que outros super-heróis existem, o novo reboot tem uma segunda e maior motivação: aproximar mais o herói das histórias de Stan Lee e Steve Ditko, ou seja, representá-lo como um adolescente desajeitado e com pouca popularidade na escola, destacando mais sua turma de colegial. Ironicamente, para cumprir esse objetivo simples, o roteiro opta por complicar, realizando uma simbiose entre o Peter Parker que todos conhecem e a versão Ultimate do personagem, com a inclusão de um melhor amigo, Ned Leeds (Jacob Batalon), que na verdade é um gordinho trazido da versão do universo alternativo criada pelo roteirista Brian Michael Bendis – o personagem original se chama Ganke Lee, que não é nada parecido com o jornalista adulto Ned Leeds das histórias de Stan Lee. O problema é que ele, assim como tantos outros elementos do filme, foram incluídos na trama para fazer o público rir. Fala-se numa suposta influência de John Hughes, mas mesmo a referência explícita de “Curtindo a Vida Adoidado” (1986) não é exatamente eficiente. O humor forçado, aliás, é uma constante em grande parte dos filmes da Marvel, mas se torna ainda mais evidente no primeiro Homem-Aranha do estúdio, escrito por especialistas em comédia (Jonathan Goldstein e John Francis Daley), como as péssimas “Quero Matar Meu Chefe 2” (2014) e “Férias Frustradas” (2015). Para efeito de comparação, “Mulher-Maravilha”, de Patty Jenkins, fez o público rir sem se esforçar tanto, com muito mais naturalidade. São dois estúdios diferentes e rivais, mas como a distância entre os dois lançamentos foi muito próxima, as diferenças se acentuam. Aliás, as cenas de ação, de pouco impacto, são outro problema que chama atenção. O que, então, funciona em “De Volta ao Lar”? Tom Holland convence como o adolescente que ganhou super-poderes e mal se contém de empolgação. Mas é Michael Keaton quem arrasa no papel do Abutre – uma escalação perfeita, logo após o ator, que já foi Batman, ter interpretado um super-herói alado, “Birdman”, no premiado filme de Alejandro González Iñárritu. Seu personagem está presente nas duas cenas que realmente funcionam no filme: a visita à casa de Liz (Laura Harrier), o interesse amoroso de Peter, e a cena no carro, em conversa com Peter. Ambas trazem elementos de suspense que até então o filme não havia explorado. Na filmografia do diretor Jon Watts, há pelo menos dois filmes dos gêneros suspense e terror, “Clow” (2014) e “A Viatura” (2015), e é bem provável que isso seja o seu forte. Também é possível considerar um acerto a escalação de Marisa Tomei como a Tia May. É inusitado ver uma mulher tão jovem e bonita fazendo o papel de uma personagem representada nos quadrinhos tradicionalmente como uma senhora idosa. Mas a May de Marisa Tomei faz um bom contraponto ao mulherengo Tony Stark, como sugere uma piada/elogio logo no início do filme. Já o que mais destoa é a opção curiosa de incluir uma cota racial na produção e mudar a caracterização de praticamente todos os colegas de escola de Peter Parker. A ideia de inserir o herói num ambiente colegial não é, de maneira alguma, um equívoco. Vendo os créditos finais, com imagens de desenhos parecidos com os de uma criança e ao som de “Blitzkrieg Bop”, dos Ramones, percebe-se o potencial. Mas juntar esse conceito original de Stan Lee com a alta tecnologia do traje criado para o personagem por Tony Stark, num retcon radical, faz com que Peter Parker pareça às vezes um Homem de Ferro adolescente e atrapalhado. Apesar do entusiasmo palpável que provocou entre os blogueiros de quadrinhos, o resultado é menos empolgante que a impressão dominante na mídia. Ponto central da questão: a luta com o Abutre demora tempo demais para acontecer. E ela é o batismo de fogo do herói. Há outros vilões conhecidos dos fãs dos quadrinhos, mas suas aparições são muito discretas e, no máximo, funcionam como um aperitivo para um segundo filme. Ao final, “Homem-Aranha: De Volta ao Lar” oferece uma longa introdução para o próximo filme, pois não chega a mostrar o Aranha estabelecido como super-herói ou nas situações mais conhecidas dos leitores – não há o ambiente do Clarim Diário. Com isso, fica a obrigação de caprichar mais na sequência. Senão, os pedidos de “volta, Sam Raimi!”, por enquanto tímidos, podem ganhar volume.

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  • Filme

    Homem-Aranha se diverte com uniforme de mil utilidades em novo trailer do filme

    8 de junho de 2017 /

    A Sony britânica divulgou um novo trailer internacional de “Homem-Aranha: De Volta ao Lar”, que traz Peter Parker (Tom Holland) se divertindo com seu novo traje, cortesia do inventor milionário Tony Stark (Robert Downey Jr.). A prévia também mostra lutas com o vilão Abutre, vivido por Michael Keaton (“Birdman”). Spoilers antecipados pelo próprio marketing da produção tiraram parte da graça dessas cenas, pois já se sabe que a diversão com o uniforme de mil utilidades não dura muito. Conforme visto num trailer anterior, Stark confisca o traje, fazendo com que Peter recorra a um disfarce caseiro para continuar combatendo o crime, similar ao do Aranha Escarlate nos quadrinhos. Com direção de Jon Watts (“A Viatura”), “Homem-Aranha: De Volta ao Lar” tem estreia prevista para 6 de julho no Brasil.

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  • Filme

    Homem-Aranha: De Volta ao Lar ganha novos pôsteres e dois trailers bem diferentes

    24 de maio de 2017 /

    A Sony e a Marvel divulgaram dois novos pôsteres e trailers de “Homem-Aranha: De Volta ao Lar”. Cada estúdio lançou a sua própria versão do trailer. Os dois vídeos são bem diferentes, mas apenas o da Sony tem legendas, já que o filme será lançado por este estúdio no Brasil. As prévias destacam melhor o vilão Abutre, vivido por Michael Keaton (“Birdman”), e a forma condescendente com que Tony Stark (Robert Downey Jr.) trata Peter Parker (Tom Holland), que ainda não estaria pronto para virar um dos Vingadores. O trailer da Sony ainda dá bastante espaço para Jon Favreau (diretor dos dois primeiros “Homem de Ferro”), que volta a viver o auxiliar de Stark, Happy Hogan. Com direção de Jon Watts (“A Viatura”), “Homem-Aranha: De Volta ao Lar” tem estreia prevista para 6 de julho no Brasil.

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