A Jornada de Jin Wang | Série de Michelle Yeoh é cancelada após uma temporada
A Disney+ cancelou “A Jornada de Jin Wang” (American Born Chinese) após uma temporada. A comédia de ação e fantasia voltava a reunir Michelle Yeoh e Ke Huy Quan após vencerem o Oscar por “Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo” (2022). Lançada no final de maio passado, a produção girava em torno de Jin Wang (interpretado por Ben Wang, de “A Jogada de Chang”), um estudante do ensino médio que tem a vida alterada após conhecer o colega Wei-Chen (Jimmy Liu, de “Light the Night”). O rapaz é filho de uma deusa mitológica (Michelle Yeoh) e está em uma missão – impedir que uma rebelião abra os portais entre o Céu e a Terra – para a qual alista seu colega de escola como guia e aliado humano. Ke Huy Quan vive o pai de Jin Wang. A série foi criada por Kelvin Yu (“Bob’s Burgers”) e tinha direção e produção do cineasta Destin Daniel Cretton (“Shang-Chi e a Lenda dos Dez Anéis”). Além de Yeoh e Quan, o elenco incluía mais dois atores de “Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo”: Stephanie Hsu e Jamea Hong. Completam o elenco Daniel Wu (“Into the Badlands”), Yeo Yann Yann (“Estação das Chuvas”), Chin Han (“Batman: O Cavaleiro das Trevas”) e Sydney Taylor (“Mystery City”). Elogiadíssima pela crítica internacional, a série tinha 94% de aprovação no Rotten Tomatoes. Atualmente, Michelle Yeoh, vencedora do Oscar 2023 de Melhor Atriz, pode ser vista em outra série de streaming: “Os Irmãos Sun”, da Netflix.
“As Marvels” sai de cartaz com a pior bilheteria da Marvel em todos os tempos
“As Marvels” encerrou sua temporada nos cinemas nesta semana, registrando apenas US$ 205,8 milhões de faturamento. Com isso, sai de cartaz com a menor bilheteria entre todos os filmes do MCU (Universo Cinematográfico da Marvel), abaixo até de “O Incrível Hulk”, que fez US$ 264 milhões em 2008. O filme foi um fracasso histórico. Orçado em US$ 274,8 milhões, deixou um prejuízo de centenas de milhões de dólares para a Disney. Muitos questionaram o motivo de Kevin Feige, chefão do Marvel Studios, tirar o protagonismo solo da Capitã Marvel após o primeiro filme da heroína render US$ 1,1 bilhão em 2019. Em vez de uma história centrada na personagem, o estúdio dividiu seu destaque com duas personagens de séries sem o mesmo apelo comercial, demonstrando a confusão criada pelo compartilhamento de produções de cinema e televisivas no MCU. O resultado negativo nas bilheterias coloca em cheque a noção de que o público assiste qualquer coisa lançada pela Marvel. Reavaliando sua estratégia, o estúdio anunciou uma série de adiamentos, deixando apenas “Deadpool 3” como seu único lançamento nos cinemas em 2024.
Glynis Johns, estrela de “Mary Poppins”, morre aos 100 anos
A atriz Glynis Johns, conhecida por seu papel como a mãe feminista de “Mary Poppins”, morreu nesta quinta (4/1) aos 100 anos. Segundo seu agente, ela faleceu de causas naturais em uma casa de repouso assistido em West Hollywood, na grande Los Angeles. Início de carreira Nascida em 5 de outubro de 1923 em Pretoria, África do Sul, Johns iniciou sua carreira através de competições de dança na Inglaterra, aos 10 anos de idade. A estreia no cinema veio aos 13 anos, no drama inglês “Abnegação” (1938). E a consagração no teatro aconteceu aos 19, por interpretar o papel principal em “Peter Pan” numa montagem londrina da fábula de J.M. Barrie. Ela virou protagonista de cinema aos 23 anos, ao viver o papel-título do filme “Miranda, a Sereia” (1948), de Ken Annakin, que foi seguido por protagonismos em “Segredo de Estado” (1950), de Sidney Gilliat, “Na Estrada do Céu” (1951), de Henry Koster, e nas comédias “Ação Fulminante” (1951), como par romântico de David Niven, e “Às Voltas com 3 Mulheres” (1952), disputando Alec Guinness. Sucesso em Hollywood Acabou chamando atenção de Hollywood, tornando-se estrela de dois famosos filmes de aventura da Disney em 1953: “Entre a Espada e a Rosa”, novamente dirigida por Ken Annakin, e “O Grande Rebelde” (Rob Roy), de Harold French. Ela também protagonizou a comédia medieval da Paramount “O Bobo da Corte” (1955), ao lado de Danny Kaye, e a aventura épica “A Volta ao Mundo em 80 Dias” (1956), que venceu cinco Oscars, ao mesmo tempo em que mantinha uma carreira ativa no Reino Unido – sua parceria com Ken Annakin seguiu forte com o drama “Terra da Sedução” (1954) e a comédia “Lua de Mel em Monte Carlo” (1956). Seu talento multifacetado a levou a ser indicada ao Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante por sua atuação em “Peregrino da Esperança” (1960), de Fred Zinnemann, um drama sobre a colonização australiana. Mas seu maior reconhecimento veio com o papel da Sra. Banks em “Mary Poppins” (1964), a mãe feminista das crianças cuidadas pela babá mágica do título (vivida por Julie Andrews). Sua atuação memorável, especialmente na performance da canção “Sister Suffragette”, consolidou sua posição como uma atriz carismática e querida do público da Disney. Glynis ainda obteve sucesso com as comédias “O Estado Interessante de Papai” (1963), ao lado de Jackie Gleason, e “Minha Querida Brigitte” (1965), como a mãe de um menino (Billy Mumy, de “Perdidos no Espaço”) obcecado pela estrela francesa Brigitte Bardot. Além disso, teve um papel recorrente memorável na popular série “Batman”, aparecendo em quatro episódios como Lady Penelope Peasoup em 1967. Entretanto, ao final dos anos 1960 as produções ingênuas que ela costumava estrelar começaram a sair de moda e suas tentativas de embarcar na onda dos filmes mais picantes – “Por um Corpo de Mulher” (1968), “As Virgens Impacientes” (1969) e “Sob o Bosque de Leite” (1971), este com Richard Burton e Elizabeth Taylor – não foram tão bem sucedidas. Consagração no teatro e final da carreira Voltando-se ao teatro, a atriz ganhou o Tony Award por sua performance no musical da Broadway “A Little Night Music” em 1973. Esta atuação foi particularmente notável porque incluiu a interpretação de “Send in the Clowns”, música escrita especificamente para ela por Stephen Sondheim. Ela seguiu fazendo apresentações teatrais, filmes e participações televisivas pelas décadas seguintes. Uma de suas participações mais famosas na TV foi como a mãe de Diane Chambers (Shelley Long), protagonista de “Cheers”, num episódios de 1983. Figura constante nas telas até o final do século 20, ela se aposentou após as comédias “O Árbitro” (1994), “Enquanto Você Dormia” (1995) e “Superstar: Despenca uma Estrela” (1999), em que viveu mãe e avó dos protagonistas. Glynnis Johns se casou quatro vezes e teve um único filho, o ator Gareth Forwood (“Gandhi”), que morreu em 2007. Ela deixa um neto e três bisnetos.
BBC defende “Doctor Who” da transfobia de espectadores
A rede pública britânica BBC, responsável por produzir “Doctor Who” no Reino Unido, divulgou seu posicionamento oficial após receber reclamações preconceituosas de uma parcela dos espectadores sobre a inclusão de uma personagem transgênero nos especiais recentes da série. “Como os espectadores regulares de Doctor Who já devem saber, a série sempre celebrou e vai continuar celebrando a diversidade e refletindo o mundo em que vivemos. Sempre tomamos muito cuidado com o conteúdo dos nossos episódios”, disse a emissora em seu site oficial. Ainda de acordo com o site do canal, 144 reclamações foram recebidas ao todo, devido à estreia da personagem Rose (Yasmin Finney) no especial “The Star Beast”, exibido no final do ano passado. As reclamações acusaram o episódio de ser “anti-homem” e que a personagem seria “imprópria” para um programa com público jovem. Quem é a personagem A jovem Rose apareceu em dois especiais realizados para marcar os 60 anos da série, exibidos em novembro e dezembro, como a filha de Donna (Catherine Tate), antiga companheira de aventuras do Doutor (vivido por David Tennant). Após a polêmica, o showrunner Russel T. Davies, que foi responsável por resgatar a série clássica em 2005 e está de volta à atração a partir dos novos especiais, deu a entender que a personagem de Finney deve reaparecer em novos episódios da série, ao lado de Ncuti Gatwa (“Sex Education”), o novo Doctor Who. Todos os especiais de fim de ano da série britânica estão disponíveis no Brasil pela Disney+.
Disney perde bilheteria mundial para a Universal após anos de domínio no cinema
A Universal Pictures alcançou um marco significativo no mercado cinematográfico em 2023, conquistando a liderança na bilheteria mundial do ano com seus filmes, um feito que não ocorria desde que a Disney passou a dominar o setor em 2016. A receita global dos 24 filmes lançados pela Universal atingiu aproximadamente US$ 4,91 bilhões, superando os US$ 4,83 bilhões gerados pelos 17 títulos da Disney em 2023. Donna Langley, presidente do NBCUniversal Studio Group e diretora de conteúdo do conglomerado, foi peça-chave neste sucesso. Com habilidades reconhecidas e vínculos estreitos com cineastas de renome, ela conseguiu atrair Christopher Nolan para a Universal. Insatisfeito com seu acordo com a Warner Bros., Nolan contribuiu significativamente para o sucesso da Universal com “Oppenheimer”, que foi o filme live-action de maior bilheteria da empresa em 2023, arrecadando US$ 952 milhões globalmente. A Universal apresentou uma carteira de filmes diversificada, com contribuições da Universal Pictures, Focus Features, Blumhouse Productions, Illumination e DreamWorks Animation. “Super Mario Bros.- O Filme”, da Illumination, foi a maior bilheteria geral, com US$ 1,36 bilhões em todo o mundo, enquanto “Velozes e Furiosos X” adicionou mais US$ 704,9 milhões ao montante. Até o terror barato “Five Nights at Freddy‘s”, da Blumhouse, impressionou com US$ 290,9 milhões arrecadados frente a um orçamento de apenas US$ 20 milhões. Jim Orr, presidente de distribuição doméstica da Universal Pictures, comemorou o feito em comunicado à imprensa: “Em 2023, a Universal encontrou sucesso novamente nas bilheterias com nossa diversificada gama de filmes. Nosso catálogo incluiu blockbusters como o épico ‘Oppenheimer’ de Christopher Nolan e o recordista ‘Super Mario Bros.- O Filme’, da Illumination, além de sucessos de terror como o hit ‘M3GAN’ da Blumhouse, comédias, dramas e filmes familiares das duas maiores marcas de animação, Illumination e DreamWorks Animation.” Desafios da Disney e Posicionamento no Mercado A Disney, por outro lado, enfrentou desafios, especialmente com produções da Marvel Studios e seus estúdios de animação. Foram mais fracassos que sucesso, contando “Homem-Formiga e a Vespa: Quantumania”, “As Marvels”, “Wish: O Poder do Desejo” e “Indiana Jones e a Relíquia do Destino”. Tony Chambers, chefe de distribuição global da Disney, comentou a perda da liderança: “Ser o estúdio número um globalmente por sete anos consecutivos dos últimos oito é notável por qualquer medida e é algo do qual estamos incrivelmente orgulhosos.” Desempenho dos outros estúdios Em 3º lugar no ranking, a Warner Bros. teve um ano foi misto, contrastando os fracassos de super-heróis da DC com “Barbie”, a maior bilheteria de 2023 (US$ 1,4 bilhão). Ao todo, o estúdio faturou uma receita total de US$ 3,84 bilhões. A Sony ocupou a 4ª posição com uma arrecadação de US$ 2,09 bilhões, quase empatada com a Paramount, que faturou US$ 2,03 bilhões para fechar o Top 5. Por fim, a Lionsgate celebrou um marco notável ao gerar mais de US$ 1 bilhão em vendas globais de ingressos pela primeira vez em cinco anos, impulsionada por sucessos como “John Wick 4: Baba Yaga”, que sozinho arrecadou US$ 440,1 milhões mundialmente, e “Jogos Vorazes: A Cantiga dos Pássaros e das Serpentes”, com US$ 322,5 milhões. Universal, Disney, bilheteria global, 2023, Donna Langley, Christopher Nolan, Oppenheimer, The Super Mario Bros. Movie, Fast X, Five Nights at Freddy‘s, Paul Dergarabedian, Jim Orr, Marvel Studios, Tony Chambers, Warner Bros., Barbie, Sony, Paramount, Lionsgate, John Wick: Chapter 4.
Criadora de “What if…?” sai da série ao fim da 2ª temporada
A criadora e showrunner de “What if…?” anunciou a sua saída da série animada da Marvel após a conclusão da 2ª temporada na sexta-feira (30/12). Numa despedida publicada no X (antigo Twitter), A.C. Bradley agradeceu à equipe da produção e disse ainda ter créditos de roteirista em um episódio do 3º ano. Junto de uma cena antecipada da 3ª temporada, ela também explicou o motivo de sua saída. “Último tweet de ‘What If…?’! Este episódio [da 3ª temporada] é o meu favorito e marca meu último roteiro em ‘What If…?’ Depois da 2ª temporada, tomei a decisão de seguir adiante sem a Marvel. Foi uma jornada divertida, mas é hora de novas aventuras e mídias”, explicou. O episódio referenciado, que junta o Soldado Invernal e o Guardião Vermelho, foi produzido para a 2ª temporada, mas não ficou pronto a tempo para a data de estreia prevista. Uma prévia do capítulo foi revelada na sexta (30/12). A notícia da saída de A.C. Bradley pegou os fãs de surpresa e alimentou um rumor de bastidores, que indica que ‘What If…?’ pode ser cancelada após a próxima temporada. Last #WhatIf tweet! This ep is my absolute FAVORITE and marks my final What If script. 🥲 After season two, I made the decision to move on from Marvel. It's been a fun ride, but it's time for new adventures and mediums. All my love to the cast, crew, & fans! #WhatIfS2 https://t.co/WcA4iS5f48 — A.C. Bradley (@TheAshBradley) December 30, 2023
Mickey cai em domínio público e deixa de ser exclusivo da Disney
A partir desta segunda (1/1), o maior símbolo da Disney deixa de ser exclusivo da empresa. O camundongo Mickey caiu em domínio público junto com sua parceira Minnie Mouse, ao completarem 95 anos de sua criação. Isto significa que Disney não tem mais direitos autorais exclusivos sobre o personagem, permitindo que qualquer um faça o que bem entender com ele. Para se ter ideia do que pode acontecer a partir de agora, vale lembrar como o Ursinho Pooh virou personagem de terror no ano passado, após entrar em domínio público. A Disney fez lobby agressivo para alterar as leis que desprotegiam seu legado, conseguindo influenciar uma mudança significativa em 1998, que lhe deu mais duas décadas de controle. A mudança, que ficou conhecida como “lei Mickey Mouse”, estendeu o limite de proteção, que originalmente era de 75 anos, para 95 anos após a publicação, antes de uma obra cair em domínio público. Além de Mickey e de Minnie, a empresa também perdeu os direitos do Tigrão, parceiro do Ursinho Pooh. Todos foram criados em 1928. Um detalhe curioso é que, no caso de Mickey, o que ficou desprotegido foi apenas a primeira versão do personagem, vista em curtas de 1928 como “Steamboat Willie”, “Plane Crazy” e “The Gallopin’ Gaucho”. Qualquer um pode lançar esses filmes a partir de agora e usar o visual do personagem de acordo com os desenhos da época, em que o Mickey era apresentado em preto e branco e com calça curtas. Outras versões do Mickey, como os desenhos coloridos em que ele usa roupas, ainda estão protegidas. “É claro que continuaremos a proteger nossos direitos nas versões mais modernas do Mickey Mouse e em outras obras que permanecem sujeitas a direitos autorais”, disse a Disney à agência de notícias Associated Press. “As versões mais modernas do Mickey permanecerão inalteradas e Mickey continuará desempenhando um papel de destaque como embaixador global para a Walt Disney Company em nossas narrativas, atrações de parques temáticos e produtos”, completou a empresa. Veja abaixo os desenhos que todo mundo pode agora replicar. No ano que vem, a lista será acrescida por mais uma dezena de produções.
Retrospectiva | As 10 melhores séries de animação adulta de 2023
Animes de sci-fi, fantasia e terror, dramas de super-heróis, supervilãs de comédia, romance roqueiro e jornada de sobrevivência no espaço marcam os melhores lançamentos de animação adulta em 2023. As séries abaixo superam muitos filmes live-action e comprovam que desenho não é só para crianças. Confira a lista dos destaques do ano. PLUTO | NETFLIX O novo anime da Netflix é uma adaptação do aclamado mangá de Naoki Urasawa, que foi publicado entre 2003 e 2007, totalizando 8 volumes. Este trabalho foi uma homenagem a Osamu Tezuka, lançado no ano que marcou o 40º aniversário da primeira série animada de TV do Japão – o clássico de Tezuka, “Astro Boy” (Tetsuwan Atom). Urasawa reimaginou os personagens de “Astro Boy” em um cenário mais sombrio e contemporâneo, dando a eles profundidade e complexidade adultas, em uma narrativa que explora temas de identidade, consciência e coexistência entre humanos e robôs. A história é inspirada no arco “O Robô Mais Forte do Mundo”, criado por Tezuka em 1964, e gira em torno de Gesicht, um detetive robótico da Europol, que investiga uma série de assassinatos misteriosos de robôs e humanos. Esses crimes têm sempre as mesmas características, sugerindo o padrão de um robô, o que desafia a paz estabelecida entre humanos e máquinas há quase uma década. Um dos personagens icônicos que surge para ajudar Gesicht em sua investigação é justamente Atom (o nome japonês de Astro Boy), um robô com capacidades sobre-humanas, mas aparência e personalidade infantil. A adaptação vem mais de uma década após o fim da publicação do mangá, graças a uma colaboração entre os estúdios M2 e GENCO, com apoio do filho de Tezuka e com supervisão criativa do próprio Urasawa. A direção é de Toshio Kawaguchi em seu primeiro trabalho na função, após ser o animador de várias obras famosas, como os clássicos “Porco Rosso” (1992), “Neon Genesis Evangelion” (1995) e “Ghost in the Shell 2” (2004), além das mais recentes “O Conto da Princesa Kaguya” (2013) e “Mary e a Flor da Feiticeira” (2017). Originalmente uma homenagem, o resultado supera a inspiração original e se revela uma verdadeira obra-prima. SCOTT PILGRIM: A SÉRIE | NETFLIX A animação é inspirada nos quadrinhos de Bryan Lee O’Malley e no filme cult de Edgar Wright. Com estilo anime fofinho, seus episódios narram o romance entre o personagem-título e Ramona Flowers, a garota de seus sonhos. Entretanto, quando o crush está prestes a virar date, a situação vira uma luta interminável. É que, para namorar Ramona, Scott precisará enfrentar sete ex-namorados dela. Quem leu os quadrinhos ou viu o filme de 2010 conhece bem essa história. Só que o desenho não é a recriação completa do que já foi visto. A versão animada entrou na onda do multiverso para mostrar o que aconteceria se Scott fosse derrotado logo na primeira luta. A partir daí, começa uma história totalmente inédita, centrada em Ramona. O detalhe mais interessante da produção é que os atores que participaram da adaptação cinematográfica, “Scott Pilgrim contra o Mundo”, voltam a dar voz aos seus personagens no anime. O elenco grandioso traz Michael Cera (“Arrested Development”) como a voz do personagem-título e Mary Elizabeth Winstead (“Aves de Rapina”) como Ramona, sem esquecer de Kieran Culkin (“Succession”), Chris Evans (“Vingadores: Ultimato”), Anna Kendrick (“A Escolha Perfeita”), Brie Larson (“Capitã Marvel”), Alison Pill (“The Newsroom”), Aubrey Plaza (“The White Lotus”), Brandon Routh (“Legends of Tomorrow”), Jason Schwartzman (“Fargo”), Satya Bhabha (“Sense8”), Johnny Simmons (“The Late Bloomer”), Mark Webber (“Sala Verde”), Mae Whitman (“Intimidade Forçada”) e Ellen Wong (“GLOW”). Até o diretor Edgar Wright retorna como produtor do desenho, juntando-se ao autor dos quadrinhos originais nos bastidores da produção. A adaptação é assinada pelo roteirista BenDavid Grabinski (“A Felicidade é de Matar”), a direção é de Abel Gongora (“Star Wars: Visions”) e a animação está a cargo do estúdio japonês Science SARU (“Devilman: Crybaby”). FRIEREN E A JORNADA AO ALÉM | CRUNCHYROLL Um dos animes mais elogiados de 2023, a produção começa onde normalmente as aventuras terminam, ao final de uma jornada heroica de um grupo responsável por destruir o Rei Demônio e todo o mal que ameaçava seu mundo. Eles se despedem sob uma chuva de meteoritos e Frieren, uma elfa praticamente imortal, promete voltar em 50 anos para que possam apreciar juntos novamente o fenômeno – que só acontece a cada meio século. Para ela, o tempo não passa e os dez anos de aventura que viveu com os antigos companheiros foram apenas um piscar de olhos em sua existência. Entretanto, ao reencontrar os velhos heróis, percebe que a jornada ao lado deles a humanizou, deixando-a com remorsos por não ter se dedicado a conhecer melhor os antigos companheiros humanos de batalha, a quem passou a admirar. Isto a faz tentar homenageá-los conforme morrem de velhice. O primeiro a falecer é Himmel, o maior herói do grupo e aquele a quem ela se sentia mais próxima. Mas o segundo, o padre Heiter, a faz passar vários anos a seu lado, ao enganá-la com um pedido irrecusável de traduzir um grimório com feitiços, ao mesmo tempo em que a convence a treinar na arte da magia uma menina órfã, que ele adotou. Prestes a morrer e com a menina já adolescente, Heiter demonstra que a jovem Fern tinha se tornado uma ótima discípula e poderia acompanhá-la dali em diante. A contragosto, a elfa introspectiva aceita a companhia, que aos poucos começa a fazê-la reparar como o tempo é importante para os humanos e não deve ser desperdiçado. As duas partem para encontrar o terceiro herói, um anão guerreiro chamado Eisen, que também indica seu discípulo, o jovem medroso Stark para acompanhá-las. A partir daí, os três embarcam rumo ao Norte, refazendo os passos da jornada heroica original, que durou uma década. Pelo caminho, encontram diversas estátuas de Himmel, velhos que se lembram da lenda dos heróis e antigas ameaças, mas também novos aliados – entre eles um jovem padre que aceita acompanhá-los. O objetivo de Frieren é viajar mais uma vez ao castelo do Rei Demônio, onde descansam as almas de todos os heróis, para assim reencontrar Himmel e lhe dizer tudo o que nunca disse. A série emocionante, que equilibra drama, desenvolvimento de personagens, magia e lutas contra monstros e demônios, também inclui diversos flashbacks para a aventura original de Frieren, Himmel, Heiter e Eisen. A trama é baseada num mangá do escritor Kanehito Yamada e do artista Tsukasa Abe, lançado em 2020 e até hoje publicado no Japão. A adaptação é de Tomohiro Suzuki (“One Punch Man”) e a direção de Keiichirō Saitō (“Sonny Boy”). Com episódios semanais, disponibilizados desde setembro, a atração segue até março de 2024. PLANETA DOS ABUTRES | HBO MAX A série sci-fi animada transporta o espectador para o planeta Vesta, onde sobreviventes de um desastre espacial encontram-se em um ambiente alienígena hostil. Os episódios narram uma jornada de sobrevivência humana em meio a esse mundo exótico e perigoso, habitado por uma variedade de criaturas e recursos naturais estranhos, desde máscaras respiratórias orgânicas até sacos bioluminescentes utilizados como tochas, que desafiam a linha entre o que é considerado fauna e flora, e representam um desafio aos astronautas, determinados a escapar de suas armadilhas. A ambientação e os detalhes biológicos de Vesta são pontos de destaque, com a arte caprichada e precisa criando um ambiente surreal, por vezes belo e por vezes brutal, repleto de predadores horripilantes e ecossistemas vívidos que desafiam a compreensão humana. A produção é extremamente visual e o apuro em sua concepção evoca a arte visionária do quadrinista francês Jean Giraud (1938-2012), mais conhecido como Moebius, em vez das influências tradicionais dos animes japoneses. Com 100% de aprovação no Rotten Tomatoes, a aventura espacial criada pelos novatos Joseph Bennett e Charles Huettner, a partir de um curta original, é considerada uma das melhores sci-fis do ano. O SAMURAI DE OLHOS AZUIS | NETFLIX O anime americano narra a história de Mizu, uma samurai de olhos azuis em uma missão de vingança durante o período Edo no Japão, um momento histórico marcado pelo isolacionismo do país. Ao enfrentar o preconceito por ser mestiça, Mizu (voz de Maya Erskine, de “Obi-Wan Kenobi”) assume a identidade de um samurai masculino, ocultando não apenas sua identidade de gênero, mas também a cor única de seus olhos com o uso de óculos coloridos. Sua jornada é motivada pela busca de vingança contra os quatro homens brancos que estavam no Japão no momento de seu nascimento, um dos quais ela acredita ser seu pai. Criada pelo casal Michael Green (roteirista de “Logan”) e Amber Noizumi, a atração apresenta um elenco de vozes primoroso, que inclui Kenneth Branagh (“A Noite das Bruxas”) como Abijah Fowler, um comerciante irlandês inescrupuloso, e Masi Oka (“Heroes”) como Ringo, um jovem samurai aspirante que se torna um aliado de Mizu. Enquanto avança em sua jornada, ela encontra outros personagens que desafiam as normas sociais, incluindo a princesa Akemi (Brenda Song, de “Dollface”) e o samurai Taigen (Darren Barnet, de “Eu Nunca…”), que tem sua lealdade testada quando cruza caminhos com Mizu. O estilo de animação é notável, misturando a tradicional arte japonesa com técnicas modernas de animação 3D, que proporcionam sequências de ação altamente estilizadas e uma representação visualmente rica do Japão feudal. A direção é de Jane Wu, que estreia na função após longa carreira na animação – inclusive no vencedor do Oscar “Homem-Aranha no Aranhaverso”. WHAT IF…? | DISNEY+ A série animada em que o Vigia (voz de Jeffrey Wright) explora o multiverso retorna com novas versões alternativas dos heróis dos quadrinhos em sua 2ª temporada. As histórias exploram o que aconteceria se… Nebulosa se juntasse à Tropa Nova, Peter Quill atacasse os heróis mais poderosos da Terra, Hela encontrasse os Dez Anéis, os Vingadores se reunissem em 1602 e outras possibilidades, com direito até a uma trama natalina, focada em Happy Hogan. Um dos atrativos da produção criada por AC Bradley é o envolvimento dos atores do MCU (Universo Cinematográfico da Marvel). Alguns dos principais personagens são dublados por seus intérpretes dos filmes live-action, como Karen Gillan (Nebulosa), Chris Hemsworth (Thor), Hayley Atwell (Peggy Carter), Cate Blanchett (Hela), Elizabeth Olsen (Wanda Maximoff), Kat Dennings (Darcy Lewis) e Jon Favreau (Happy Hogan). Mas alguns protagonistas tiveram suas vozes substituídas, como Viúva Negra (Lake Bell), Capitão América (Josh Keaton) e, claro, Pantera Negra (Atandwa Kani). São ao todo 9 capítulos, que foram disponibilizados diariamente até o dia 30 de dezembro. E em breve chegam mais, porque “What If…?” já se encontra renovada para seu terceiro ano de produção e ainda ganhará a companhia de uma série derivada, “Marvel Zombies” – ainda sem previsão de lançamento. HARLEY QUINN 4 | HBO MAX Mais insana, violenta e engraçada, a primeira série animada adulta da DC chega à sua 4ª temporada com Arlequina em uma nova jornada de autoconhecimento e heroísmo. Após salvar Gotham City de uma infestação de zumbis na temporada anterior, Harley finalmente se une à Bat-Família, composta por Batgirl, Asa Noturna e Robin. No entanto, a transição de vilã para heroína não é fácil, especialmente quando a regra número um da equipe é não matar, um instinto que Harley luta para conter. Enquanto isso, Hera Venenosa, namorada de Harley/Arlequina, assume o cargo de CEO da Legião do Mal, oferecido por Lex Luthor, e agora as duas se veem em lados opostos da divisão entre heróis e vilões, tentando manter suas vidas pessoais e profissionais separadas. A série continua a dar destaque ao romance entre as duas, caprichando nos momentos de carinho e apoio mútuo, enquanto elas tentam equilibrar suas novas carreiras e o relacionamento. A série é uma criação de Justin Halpern, Patrick Schumacker e Dean Lorey, produtores da subestimada comédia da DC “Powerless”, que foram substituídos por Sarah Peters (que já era produtora-roteirista da atração) como showrunner e produtora executiva nos novos episódios. Não houve explicações para a troca, mas a 3ª temporada criou polêmica com...
Retrospectiva | As 50 melhores séries internacionais de 2023
Com muita quantidade e qualidade, as séries lançadas em 2023 não cabem numa lista pequena de melhores do ano sem que se cometa grandes injustiças. A variedade também foi ampla, gerando futuros clássicos de todos os gêneros – e não apenas dos tradicionais dramas e comédia. A relação segue – mais ou menos – uma ordem de preferência e contempla apenas lançamentos disponíveis no Brasil. Confira a seguir a maratona de retrospectiva. SUCCESSION 4 | HBO MAX A temporada final atingiu 100% de aprovação da crítica, recebendo elogios rasgados, conforme define a sucessão prevista no título. Criada por Jesse Armstrong (“Fresh Meat”) e com produção do cineasta Adam McKay (“Não Olhe para Cima”), a produção acompanha as disputas de uma família pelo controle de um poderoso conglomerado de mídia – supostamente inspirada pelos herdeiros da Fox. O elenco destaca Brian Cox (“Churchill”) no papel do chefe da família Roy, um magnata que resolve reconsiderar os planos de aposentadoria diante da ganância dos filhos, que são vividos por Jeremy Strong (“Detroit em Rebelião”), Sarah Snook (“O Predestinado”), Kieran Culkin (“Scott Pilgrim Contra o Mundo”) e Alan Ruck (do clássico “Curtindo a Vida Adoidado”). De forma inesperada, o final antecipou a morte do patriarca, combinando luto com a luta pelo poder corporativo, com direito a muitas decepções. “Succession” foi um fenômeno desde sua estreia, quando impressionou o público, a crítica e ganhou o Emmy de Melhor Roteiro (vencido por Armstrong). Ao todo, a série conquistou 13 Emmys (e um total de 102 prêmios diversos), incluindo dois troféus de Melhor Série de Drama por suas 2ª e 3ª temporadas. Por conta disso, foi considerado um sucessor legítimo dos programas de prestígio da HBO, após a conclusão dos multipremiados “Game of Thrones” e “Veep”. Com seu fim, também acaba uma era no canal pago americano. RESERVATION DOGS 3 | STAR+ A série acompanha a história de adolescentes indígenas na região rural de Oklahoma, com planos para escapar da reserva após a morte de um querido amigo e conhecer a Califórnia. Na temporada final, o grupo retorna para casa depois de finalmente chegar à Califórnia, mas precisa lidar com as consequências de deixar a reserva. Aclamada pela crítica, “Reservation Dogs” foi notável por ser a primeira série a apresentar uma equipe totalmente indígena de escritores, diretores e elenco. A série foi criação do cineasta neozelandês Taika Waititi, diretor de “Thor: Amor e Trovão”, que é descendente da tribo maori, e de Sterlin Harjo, diretor-roteirista do premiado filme indie “Mekko” (2015), que tem sangue seminole e creek, e mora na região abordada pela trama. Harjo também dirige episódios e é coprodutor da atração com Waititi. Foram eles que decidiram que a 3ª temporada seria a última, por considerarem “o final perfeito para a série”. O URSO 2 | STAR+ A volta da atração premiada bateu recorde de audiência nos EUA, estabelecendo a maior estreia de uma série da FX na plataforma Hulu. Sucesso entre o público, a 2ª temporada ainda registrou uma aprovação de 99% no Rotten Tomatoes, site agregador de críticas. A comédia dramática, indicada a 13 Emmys e vencedora do troféu de Melhor Série Nova de 2022 no Spirit Awards (o Oscar independente), acompanha um premiado chef jovem de cozinha (Jeremy Allen White, de “Shameless”), que troca a cena gastronômica de Nova York pela lanchonete decadente da família em Chicago, após herdar o negócio com a morte repentina e chocante de seu irmão. A mudança é radical e completa. Superqualificado para o lugar, ele precisa superar o luto e vencer as resistências dos funcionários para fazer mudanças, já que quase todas suas tentativas para melhorar o local geram protestos e transformam a cozinha num inferno, com panelas gigantes fervendo sem parar, canos explodindo e luzes queimando nos piores momentos. A 2ª temporada começa em meio a reformas físicas e de cardápio, além da busca por novos funcionários, enquanto os planos não saem como planejado e os atritos da equipe seguem rendendo faíscas. Criada por Christopher Storer (produtor-diretor de “Ramy”), a produção também inclui em seu elenco Ebon Moss-Bachrach (“O Justiceiro”), Ayo Edebiri (“Dickinson”), Lionel Boyce (“Hap and Leonard”), Liza Colón-Zayas (“Em Terapia”), Edwin Lee Gibson (“Fargo”), Corey Hendrix (“The Chi”) e Abby Elliott (“Doze É Demais”). TRETA | NETFLIX A comédia de humor ácido gira em torno de uma discussão no trânsito, que toma proporções gigantescas e leva os protagonistas a reavaliarem suas vidas inteiras. Em sua volta às séries, após sua inesquecível saída de “The Walking Dead” em 2016, Steven Yeun vive um empreiteiro que inicia um bate-boca com a empreendedora Amy Lau (Ali Wong, de “Meu Eterno Talvez”) num estacionamento. Mas o que parece um problema corriqueiro cresce de proporção conforme eles aproveitam o incidente para descarregar todas as suas frustrações, sem pensar nas consequências dos seus atos. Criada por Lee Sung-Jin (roteirista de “Duas Garotas em Apuros”), a série caiu nas graças dos críticos por seu absurdo crescente de maldades e performances diabólicas dos protagonistas, atingindo 98% de aprovação no agregador de críticas Rotten Tomatoes. A produção é do estúdio indie A24 e conta com a direção de Jake Schreier (“Vingança Sabor Cereja”) e Hikari (“37 Segundos”). THE LAST OF US | HBO MAX Uma das séries mais caras já feitas pela HBO, a adaptação do game premiado da Naughty Dog estreou com 97% de aprovação da crítica no Rotten Tomatoes e superou a meta “impossível” de ser melhor que o próprio jogo. Ajudou muito o fato de Neil Druckmann, criador do game original, participar dos bastidores da adaptação. A série de estilo “zumbi” se passa num futuro pós-apocalíptico, depois que um fungo mortal destruiu quase toda a civilização, afetando o cérebro dos infectados, que aos poucos se tornam monstros. A trama segue o contrabandista Joel (o astro de “The Mandalorian”, Pedro Pascal), contratado para levar Ellie (Bella Ramsey, de “Game of Thrones), uma adolescente de 14 anos que se mostra resistente à infecção, de uma zona de quarentena para uma organização que trabalha para encontrar a cura da pandemia. Mas o que começa como um pequeno trabalho logo se torna uma jornada brutal e de partir o coração, conforme os dois atravessam os Estados Unidos e passam a depender cada vez mais um do outro para sobreviver. Para a adaptação, o produtor-roteirista Craig Mazin (“Chernobyl”) se juntou ao criador do game e alinhou um trio de cineastas consagrados em festivais internacionais, que assinam a direção dos episódios: o russo Kantemir Balagov (premiado no Festival de Cannes de 2019 por “Uma Mulher Alta”), a bósnia Jasmila Žbanić (de “Quo Vadis, Aida?”, drama vencedor do Spirit Award de Melhor Filme Internacional) e o iraniano Ali Abbasi (Melhor Direção da mostra Un Certain Regard do Festival de Cannes em 2018 pelo perturbador “Border”, também conhecido como “Gräns”). SILO | APPLE TV+ A sci-fi estrelada pela sueca Rebecca Ferguson (“Missão: Impossível – Efeito Fallout”) é baseada na trilogia distópica “Wool”, do escritor Hugh Howey, que se passa em um futuro arruinado e tóxico, e acompanha uma comunidade abrigada em um gigantesco silo subterrâneo com centenas de metros de profundidade. Lá, homens e mulheres vivem em uma sociedade cheia de regulamentos que eles acreditam ter o objetivo de protegê-los do inóspito mundo exterior. Ferguson interpreta Juliette, uma engenheira independente e trabalhadora do Silo que começa a questionar a situação e a ideia de que a superfície se encontra devastada, e acaba ganhando poder para investigar os que tentam manter o segredo do lugar. A adaptação do livro (lançado no Brasil com o título de “Silo”) estava em desenvolvimento desde 2012. Um ano após seu lançamento, a 20th Century Fox adquiriu os direitos da obra para realizar um filme, que deveria ser dirigido ou produzido por Ridley Scott (“Perdido em Marte”). Entretanto, o projeto nunca saiu do papel e o canal pago americano AMC entrou em cena para desenvolver uma série baseada na obra, antes de mudar de ideia e virar apenas produtor da adaptação, numa negociação com a Apple. A atração foi desenvolvida pelo roteirista-produtor Graham Yost (criador de “Justified”) e conta com direção do cineasta norueguês Morten Tyldum (“Passageiros”), responsável pelo visual cinematográfico dos episódios. O elenco grandioso também conta com David Oyelowo (“Mundo em Caos”), Iain Glen (“Game of Thrones”), Tim Robbins (“O Preço da Verdade”), Ferdinand Kingsley (“Sandman”), Shane McRae (“Alasca: Em Busca da Notícia”), Rick Gomez (“Justify”), Henry Garrett (“The Son”), Rashida Jones (“Angie Tribeca”) e o rapper Common (“Eu Nunca…”). JUSTIFIED: CIDADE PRIMITIVA | STAR+ O revival da série “Justified”, vencedora de dois Emmys e finalizada há oito anos, coloca o protagonista Rayland Givens num cenário novo. Em vez dos confins do Kentucky, o delegado cowboy interpretado por Timothy Olyphant ressurge em meio às ruas lotadas de Detroit. Além disso, é acompanhado por uma filha crescida, que se torna assediada pelo assassino que ele busca prender. A minissérie é uma adaptação do romance “City Primeval: High Noon in Detroit”, do escritor Elmore Leonard (1925–2013). Outra história de Leonard, “Fire in the Hole”, serviu como fonte para “Justified”, que durou seis temporadas, entre 2010 e 2015. Mas vale notar que a presença de Raylan Givens é uma grande licença criativa em relação à trama original de Leonard, que foi publicado em 1980 – cerca de 13 anos antes da criação literária do protagonista de “Justified”. O livro “City Primeval” gira em torno de Raymond Cruz, um detetive de homicídios de Detroit, que tenta prender o assassino de um juiz, apelidado de Oklahoma Wildman. Mas a produção televisiva trocou o protagonista, resgatando o delegado federal do Kentucky. No contexto da franquia televisiva, a atração reflete o desfecho da série original. Tendo deixado o interior de Kentucky oito anos atrás, Raylan agora vive em Miami, um anacronismo ambulante que equilibra sua vida como delegado federal e pai de uma menina de 14 anos. Seu cabelo está mais grisalho e seu chapéu está mais sujo, mas isso não parece tê-lo deixado menos rápido no gatilho. Até que um encontro casual em uma estrada desolada da Flórida acaba levando-o para Detroit, onde cruza o caminho de Clement Mansell, também conhecido como Oklahoma Wildman, um criminoso violento e sociopata que já escorregou pelos dedos da polícia de Detroit antes. O papel do vilão é desempenhado por Boyd Holbrook (“Logan”). A adaptação está a cargo de Michael Dinner e Dave Andron, que trabalharam em “Justified”, com produção de Graham Yost, criador da série original. Dinner também dirige os episódios. STAR TREK: STRANGE NEW WORLDS 2 | PARAMOUNT+ A série que serve de prólogo para a franquia “Star Trek” retorna com novas aventuras espaciais e muitas curiosidades, como o primeiro encontro entre as versões jovens do Capitão Kirk e Uhura, o relacionamento romântico entre Spock e a enfermeira Chapel, e o crossover mais inusitado da franquia, com a série animada “Star Trek: Lower Decks” – via versões live-action dos personagens da animação, interpretados por seus dubladores originais. A atração acompanha as viagens espacias do Capitão Pike (Anson Mount), ao lado de Spock (Ethan Peck) e da Número 1 (Rebecca Romijn) a bordo da nave Enterprise. E se originou como um spin-off, após o trio ter grande destaque na 2ª temporada de “Star Trek: Discovery”. Só que os personagens são muito mais antigos que qualquer série da franquia. Eles protagonizavam o piloto original de 1964, que foi reprovado e quase impediu o surgimento do fenômeno “Star Trek” – ou “Jornada nas Estrelas” no Brasil. Apenas Spock foi mantido quando a série foi reformulada, com Pike substituído pelo Capitão Kirk num novo piloto, finalmente aprovado em 1966. Apesar do descarte, os espectadores puderam ver uma prévia da tripulação original num episódio de flashback de duas partes que marcou época em 1966, com cenas recicladas do piloto rejeitado. Até que, em 2019, os produtores de “Star Trek: Discovery” resolveram resgatar aqueles personagens, levando os trekkers à loucura. Em pouco tempo, uma campanha tomou as redes sociais pedindo uma nova série focado nas aventuras perdidas da...
Eco | Vídeo de bastidores destaca cenas de ação da nova série da Marvel
A Marvel divulgou um vídeo de bastidores de “Eco” (Echo) com depoimentos do elenco e criadora, que enfatiza as cenas de ação da nova série da Marvel. Comentando as diversas lutas vislumbradas na prévia, a diretora Sydney Freeland (“Star Trek: Strange New Worlds”) se diz “animada para que o público veja como esta série é real”. Mas é Vincent D’Onofrio, que volta a viver Wilson Fisk, o Rei do Crime, quem define melhor: “É intenso, cara!” “Eco” acompanha Maya Lopez, personagem apresentada em “Gavião Arqueiro”. Ela é uma super-heroína nativa americana surda que possui a habilidade de imitar o estilo de luta de qualquer oponente. A trama ainda vai trazer personagens da série “Demolidor”, como o mencionado Wilson Fisk e o próprio herói Demolidor, novamente interpretado por Charlie Cox. A estreia está marcada para o dia 9 de janeiro às 23h (horário de Brasília), com o lançamento de todos os cinco episódios de uma vez.
What If…? | Cena inédita anuncia 3ª temporada
A Marvel divulgou uma prévia da 3ª temporada de “What If…?”, série animada em que o Vigia (voz de Jeffrey Wright) explora o multiverso, encontrando versões alternativas dos heróis dos quadrinhos. A prévia inédita é centrada numa fuga do Soldado Invernal e Alexei, o Guardião Vermelho, perseguidos pela polícia numa rodovia. Tanto Bucky, o Soldado Invernal, quanto Alexei são dublados por seus intérpretes dos filmes live-action do estúdio, respectivamente Sebastian Stan e David Harbour. A 2ª temporada se encerrou neste sábado (30/12) e ainda não há previsão de estreia para os novos episódios.
As 10 melhores séries lançadas em dezembro
Fãs de séries tiveram boas opções em dezembro. O Top 10 dos melhores lançamentos do período inclui atrações de detetive, fantasia, terror, aventura de época, comédia e super-heróis animados, além de uma biografia dramática nacional. A lista é uma forma de lembrar aos leitores os destaques em meio à avalanche de conteúdo das plataformas – já que alguns títulos podem passar batidos diante da quantidade de opções. Confira a seguir os novos hits e as principais descobertas do mês. E aproveite para incluir o que ainda não viu na fila do streaming. POKER FACE | UNIVERSAL+ A única série inédita da mais nova plataforma de streaming do país é a primeira atração televisiva criada por Rian Johnson, o cineasta de “Star Wars: Os Últimos Jedi” e “Entre Facas e Segredos”. Além de ter concebido a série, Johnson escreveu os roteiros, dirigiu os episódios e assina a produção, que é estrelada por Natasha Lyonne (de “Orange Is the New Black” e “Boneca Russa”) no papel de uma detetive particular excêntrica, chamada Charlie Cale. Ela está em fuga de um criminoso perigoso (Benjamin Bratt, de “Star”) e, a cada parada de sua jornada, depara-se com uma “galeria de personagens desonestos” diferente, sentindo-se compelida a corrigir injustiças quando seu superpoder secreto dispara – uma habilidade extraordinária de determinar se alguém está mentindo. O elenco grandioso de suspeitos, vítimas e testemunhas da 1ª temporada inclui Simon Helberg (em sua primeira série desde o final de “The Big Bang Theory”), Jameela Jamil (“Mulher-Hulk”), Joseph Gordon-Levitt (“Super Pumped: The Battle for Uber”), Chloë Sevigny (“Os Mortos Não Morrem”), Dascha Polanco (“Orange Is the New Black”), Lil Rel Howery (“Free Guy”), Adrien Brody (“A Crônica Francesa”), Stephanie Hsu (“Maravilhosa Sra. Maisel”), David Castañeda (“The Umbrella Academy”), Nicholas Cirillo (“Outer Banks”), Tim Meadows (“Os Goldbergs”), Niall Cunningham (“Life in Pieces”) e Ellen Barkin (“Animal Kingdom”). Sucesso de público e crítica nos EUA, a atração encontra-se renovada para a 2ª temporada. O DILEMA DE SUZY 2 | GLOBOPLAY Nas comédia inglesa, Billie Piper (a eterna Rose de “Doctor Who”) vive Suzy, uma subcelebridade que tem fotos íntimas comprometedoras vazadas nas redes sociais, desencadeando uma série de eventos tumultuados em sua vida pessoal e profissional – o que a torna uma pessoa bastante odiada no Reino Unido. Na 2ª e última temporada, Suzy sofre um novo colapso mental, entra num reality de dança e consegue se destacar, mas, mesmo diante do sucesso, logo percebe que muitas pessoas ainda nutrem um forte sentimento de ódio por ela. A série é criação da própria atriz em parceria com roteirista Lucy Prebble. As duas já tinham trabalhado juntas em “Diário Secreto de uma Garota de Programa” (2007–2011). Concebida como uma espécie de especial “anti-Natal”, a 2ª temporada é composta por apenas três episódios e rendeu indicação ao BAFTA (o Oscar e o Emmy britânico) de Melhor Atriz para Piper. REACHER 2 | PRIME VIDEO A 2ª temporada traz o fortão Jack Reacher lutando para proteger os membros de sua antiga unidade do Exército dos EUA, quando eles começam a ser caçados por um assassino. Baseado em “Má Sorte e Problemas”, o 11º livro da série best-seller de Lee Child, os novos episódios trazem o veterano investigador da polícia militar, interpretado por Alan Ritchson, recebendo a informação de que os membros do batalhão de Investigações Especiais, sua antiga unidade do Exército dos EUA, estão sendo misteriosa e brutalmente assassinados. Encerrando seu estilo de vida errante, Reacher volta a se reunir com três de seus ex-companheiros de equipe, vividos por Maria Sten (“Monstro do Pântano”), Serinda Swan (“Inumanos”) e Shaun Sipos (“Krypton”), para ligar os pontos em um mistério onde os riscos aumentam a cada passo e levantar questões sobre quem os traiu – e quem morrerá em seguida. O elenco também inclui Ferdinand Kingsley (“Silo”) como um mercenário conhecido como “fantasma”, Robert Patrick (“Pacificador”) como o chefe de segurança de uma empresa privada de defesa com histórico questionável, e Domenick Lombardozzi (“Tulsa King”) como um detetive durão da polícia de Nova York. A série foi desenvolvida por Nick Santora (criador de “Scorpion”) e ainda conta com a participação do cineasta Christopher McQuarrie, que dirigiu os filmes do personagem (estrelados por Tom Cruise), como produtor. PERCY JACKSON E OS OLIMPIANOS | DISNEY+ A franquia literária de Rick Riordan virou série após dois filmes decepcionantes na década passada. E desta vez acerta em cheio, ao contar com a supervisão do escritor, responsável por tornar a produção bastante fiel à sua obra. A trama gira em torno do personagem-título, um garoto de 12 anos que descobre ser um semideus, filho de um deus grego e de uma mãe humana. Percy Jackson é vivido por Walker Scobbell, revelação do filme “O Projeto Adam” (2022). Ambientada em Nova York, a série inicia com o protagonista enfrentando desafios típicos da adolescência – bullying, dislexia e TDAH – até perceber que consegue ver criaturas estranhas que outros não veem. A narrativa se desenrola rapidamente após um incidente na escola, quando Percy é atacado por sua professora que se transforma em uma Fúria. Ele é resgatado por um caneta mágica dada por outro professor, Sr. Brunner (Glynn Turman), que também não é quem parece ser, e acaba descobrindo que seu amigo Grover (Aryan Simhadri) é um sátiro encarregado de protegê-lo. Levado ao Acampamento Meio-Sangue, ele conhece outros filhos de deuses, incluindo Jason Mantzoukas como Dionísio, diretor do acampamento, e Annabeth (Leah Sava Jeffries), filha de Atena, que se torna uma importante aliada. A trama é impulsionada pela busca do raio de Zeus, levando Percy e seus amigos em uma jornada épica, repleta de desafios mitológicos e criaturas perigosas. Sob a direção de James Bobin (“Alice Através do Espelho”), a narrativa se destaca por oferecer uma visão realista das crianças, equilibrando a aventura com as inseguranças típicas da idade. A produção está a cargo de Jon Steinberg (“The Old Man”) e Riordan, e o elenco também conta com Megan Mullally (“Will & Grace”), Glynn Turman (“A Voz Suprema do Blues”), Jason Mantzoukas (“The Good Place”), Virginia Kull (“NOS4A2”), Timm Sharp (“Juntos Mas Separados”), Lin-Manuel Miranda (“Em um Bairro de Nova York”), Toby Stephens (“Perdidos no Espaço”) e o falecido Lance Reddick (“John Wick”). CIRURGIAS E ARTIMANHAS | STAR+ Produção australiana da Disney, a aventura de época traz Thomas Brodie-Sangster (da franquia “Maze Runner”) como Artful Dodger, o personagem criado pelo escritor Charles Dickens no clássico literário “Oliver Twist” (1838). Ele é um famoso batedor de carteiras e o líder da gangue de menores infratores das ruas de Londres. Mas na série, que se passa anos depois dos acontecimentos literários, ele se encontra na Austrália, onde assumiu seu nome real, Jack Dawkins, e se tornou um médico cirurgião respeitável. Apesar disso, ainda mantém alguns hábitos inadequados, como a jogatina, que lhe deixam endividado com pessoas perigosas. A situação se complica ainda mais com a chegada de Fagin, seu ex-mentor do crime, deportado para a Austrália. A presença do antigo vilão ameaça revelar o passado criminoso de Jack e desafia a nova vida que ele construiu. Mas também serve como catalisador para o desenvolvimento da trama, especialmente quando tenta persuadir o protagonista a retornar ao mundo do crime para solucionar seus problemas financeiros. Vale apontar que a interpretação de David Thewlis (da franquia “Harry Potter”) humaniza o personagem em relação à sua contraparte literária cruel. Para completar, ainda há possível interesse romântico em Lady Belle Fox (Maia Mitchell), a filha do governador, que sonha em se tornar médica. Apesar de ser uma profissão inadequada na época para uma mulher de sua posição social, Belle demonstra-se determinada e acaba envolvendo Jack em seus planos. Os criadores David Maher e David Taylor têm uma longa história de colaboração em séries australianas, como “The Code” (2014), “Bite Clube” (2018), “Bloom” (2019) e “Amazing Grace” (2021). Na produção, eles se juntaram ao analista de roteiros James McNamara, ex-executivo da Icon, para criar uma série que oferece uma visão moderna e renovada de personagens clássicos, explorando temas como moralidade e redenção, além da espetacularização das primeiras cirurgias, enquanto mantém uma atmosfera divertida e envolvente. A ORIGEM 2 | GLOBOPLAY A série de terror explora um tema recorrente no gênero: a cidadezinha da qual, uma vez que se entra, não se consegue mais sair. Alguns exemplos deste nicho incluem “Under the Dome”, adaptação de Stephen King, e “Wayward Pines”, produzida por M. Night Shyamalan. Criada por John Griffin, que antes disso só tinha escrito um episódio da nova versão de “Além da Imaginação” (The Twilight Zone), a trama acompanha uma família de férias que, ao optar por um atalho na estrada, vê-se presa num looping que a leva sempre à mesma cidadezinha em ruínas. Logo, fica claro que todos os moradores do local encontram-se presos naquele local. Enquanto os residentes mais antigos, liderados pelo xerife vivido por Harold Perrineau, lutam para manter o senso de normalidade e buscar uma saída, eles também enfrentam ameaças que vem da floresta circundante à noite. A 2ª temporada começa com a chegada de um novo grupo de pessoas a bordo de um ônibus, que acabam presas ao viajar pela estrada que leva à cidade. Além disso, túneis misteriosos são descobertos sob a cidade. A direção é do premiado Jack Bender (também de “Lost”), que também divide a produção com os irmãos Russo (diretores de “Vingadores: Ultimato”). Já o elenco ainda destaca Catalina Sandino Moreno (“The Affair”), Eion Bailey (“Band of Brothers”) e Hannah Cheramy (“Van Helsing”). BERLIM | NETFLIX O spin-off da série “La Casa de Papel” é um prólogo que acompanha Andrés de Fonollosa antes dele se tornar Berlim e, como os fãs sabem, morrer. Na trama, ele reúne uma gangue diferente para seguir outro plano infalível de assalto, desta vez envolvendo a “casa de leilões mais importante de Paris”. A produção foi desenvolvida pelo criador de “La Casa de Papel”, Álex Pina, em parceria com Esther Martínez Lobato, roteirista-produtora da série original. Além de Pedro Alonso, de volta ao papel do ladrão de joias hedonista, a atração também inclui Michelle Jenner (“Isabel”) como Keila, especialista em eletrônica, Tristán Ulloa (“Fariña”) como o confidente de Berlim e professor filantrópico Damián, Begoña Vargas (“Bem-vindos ao Éden”) como a instável Cameron, Julio Peña Fernández (“Através da Minha Janela”) como o dedicado Roi e o estreante Joel Sánchez como Bruce, um homem de ação implacável. Para completar, as atrizes Itziar Ituño e Najwa Nimri retornam à franquia como Raquel Murillo e Alicia Sierra, respectivamente, inspetoras que investigaram os assaltantes de “La Casa de Papel” e, conforme mostra a nova série, já perseguiam Berlim há algum tempo. BETINHO: NO FIO DA NAVALHA | GLOBOPLAY A minissérie retrata a luta do sociólogo e ativista Herbert de Souza, o Betinho, contra a fome e a miséria no Brasil. Numa militância permanente de uma existência inteira, Betinho superou uma doença crônica, a hemofilia, enfrentou tuberculose e foi contaminado com o HIV, mas sua obsessão pela vida o impulsionou a fundar o Ibase, responsável por estatísticas importantes na luta social, e o Ação da Cidadania, ONG dedicada ao combate a fome, que mudaram o Brasil. Sua trajetória exemplar foi inspiração para muitas iniciativas sociais, como o AfroReggae, fundado por José Júnior, criador da série, e chamou tanta atenção que acabou cantado por Elis Regina – ele é o “irmão do Henfil” na letra de “O Bêbedo e a Equilibrista”, que na época da canção estava exilado e impedido de voltar ao Brasil pela ditadura militar. Suas lutas se materializam na tela com interpretação de Júlio Andrade (“Sob Pressão”), acompanhado por Humberto Carrão (“Rota 66: A Polícia que Mata”) e Ravel Andrade (“Reality Z”), que é irmão de Julio na vida real, nos papéis dos irmãos de Betinho, o cartunista Henfil e o violonista Chico Mário. A mãe dos três é vivida por Marieta Severo (“A Grande Família”), na maturidade, e Silvia Buarque (“Reza a Lenda”), na juventude. O elenco também destaca Andréia Horta (“Elis”) no papel...











