Johnny Marr reclama de música dos Smiths em comício de Trump
O guitarrista Johnny Marr, membro do famoso grupo inglês The Smiths, expressou descontentamento com o uso não autorizado de uma canção da banda em um evento de campanha do ex-presidente Donald Trump. O episódio ocorreu antes das primárias de New Hampshire, quando a faixa “Please, Please Let Me Get What I Want”, lançada em 1984, foi tocada em um comício em Lacondia, na segunda-feira. O verso inicial da música, “good times for a change”, ganhou destaque durante o evento. Na terça (23/1), o músico se manifestou no X (antigo Twitter) sobre o incidente. “Nunca, em um milhão de anos, teria pensado que isso poderia acontecer. Considere essa m*rda encerrada agora mesmo”, escreveu. Os demais integrantes vivos da banda, o vocalista Morrissey e o baterista Mike Joyce, não se pronunciaram sobre o fato. Relevância contínua dos Smiths Conhecidos como um fenômeno cult, os Smiths se separaram em 1987 e rejeitaram diversas propostas lucrativas para retomar as apresentações ao vivo. Com a morte do baixista Andy Rourke, em maio do ano passado, devido a câncer, as esperanças de uma reunião da formação original foram encerradas. Mesmo assim, as músicas da banda seguem na mídia. No ano passado, várias faixas dos Smiths foram destaque no filme “O Assassino”, de David Fincher, marcando a preferência do personagem interpretado por Michael Fassbender. Sobre a canção “Please, Please Let Me Get What I Want”, vale lembrar que ela também alcançou notoriedade ao integrar uma trilha sonora: da comédia romântica “A Garota de Rosa-Shocking” em 1986. Artistas contra Trump Johnny Marr se junta a uma lista crescente de artistas que criticaram Donald Trump pelo uso não autorizado de suas obras. Nomes como Aerosmith, Rolling Stones, Queen, Neil Young, Pharrell, Elton John e Adele já expressaram insatisfação semelhante. Em 2016, durante a campanha presidencial de Trump, Elton John deu um motivo singelo para proibir o uso de suas canções “Tiny Dancer” e “Rocket Man” em comícios do então candidato. “Eu realmente não quero que minha música esteja envolvida em nada que tenha a ver com uma campanha eleitoral americana. Sou britânico”, declarou o cantor. Ahh…right…OK. I never in a million years would’ve thought this could come to pass. Consider this shit shut right down right now. https://t.co/M6eYROedOy — Johnny Marr (@Johnny_Marr) January 23, 2024
Criadora de “The Killing” fará série baseada em “Os Homens que Não Amavam as Mulheres”
O Amazon MGM Studios encomendou uma série inspirada na trilogia “Millennium”, do escritor sueco Stieg Larsson, para a plataforma Prime Video. O projeto está sendo desenvolvido por Veena Sud, criadora de outra atração baseada em trama nórdica, “The Killing”, remake da dinamarquesa “Forbrydelsen”. Apesar da confirmação da showrunner, a trama central permanece um mistério. A informação inicial é que seria uma história inédita centrada em Lisbeth Salander, uma das personagens principais da franquia, mas detalhes adicionais ainda não foram revelados. A produção será uma parceria entre Amazon MGM Studios e Left Bank Pictures, produtora de “The Crown”, que pertence à Sony Pictures Television. Legado de “Millennium” A série de livros “Millennium” introduziu ao mundo os personagens a hacker punk Lisbeth Salander e o jornalista investigativo Mikael Blomkvist, com três obras escritas por Larsson antes de seu falecimento em 2004: “Os Homens que Não Amavam as Mulheres”, “A Menina que Brincava com Fogo” e “A Rainha do Castelo de Ar”. As três foram adaptadas numa trilogia cinematográfica sueca em 2009, que transformou Noomi Rapace e Michael Nyqvist (1960-2017) em astros internacionais. O sucesso fez os livros continuarem a ser publicados por outros autores e rendeu adaptações de Hollywood. Rooney Mara e Daniel Craig estrelaram o remake americano de “Os Homens que Não Amavam as Mulheres” em 2011, com direção de David Fincher. Mas o resto da trilogia ficou sem adaptação americana. Apesar disso, a Sony ainda produziu “Millennium: A Garota na Teia de Aranha”, de Fede Alvarez, em 2018, baseado no quarto livro (escrito por David Lagercrantz) e com Claire Foy no papel de Lisbeth. Veja abaixo os trailers de três versões diferentes da franquia cinematográfica.
Estreias | “Five Nights at Freddy’s” é principal filme na véspera do Halloween
A lista de estreias de cinema desta quinta-feira (26/10) não reflete o calendário comemorativo da véspera do Halloween. As poucas opções de terror para a data são um filme de vampiro brasileiro cabeçudo e “Five Nights at Freddy’s – O Pesadelo Sem Fim”, adaptação do game homônimo com classificação etária mirim: 14 anos. Ótima notícia para as plataformas de streaming e suas ofertas com mais variedade de diversão assustadora para o Dia das Bruxas. Os lançamentos da semana são bastante variadas e incluem assassinos meticulosos, hipnose intrigante e bossa nova animada. “O Assassino” oferece um olhar frio e calculista sobre a vida de um matador de aluguel, sob a direção acurada de David Fincher, “Hypnotic – Ameaça Invisível” é um thriller supernatural estrelado por Ben Affleck e Alice Braga, enquanto “Atiraram no Pianista” oferece uma viagem animada pela vida do pianista brasileiro Francisco Tenório Júnior. Além destes, a programação inclui “Mavka – Aventura na Floresta”, animação baseada na mitologia ucraniana, e outras opções em circuito limitado que podem ser conferidas abaixo. FIVE NIGHTS AT FREDDY’S – O PESADELO SEM FIM “Five Nights at Freddy’s” é uma franquia de videogame lançada em 2014, que rapidamente conquistou uma enorme base de fãs pelo mundo, ao desafiar os jogadores a sobreviver ao ataque de personagens infantis hostis em um restaurante assombrado, chamado Freddy Fazbear’s Pizza. Na adaptação, Josh Hutcherson (“Jogos Vorazes”) arranja emprego de segurança noturno na pizzaria abandonada, com estilo de buffet infantil, que costumava atrair o público com bonecos eletrônicos. Durante a ronda noturna, ele descobre que as criações animatrônicas ganham vida e precisa lutar contra o terror para sobreviver – e salvar sua irmã caçula, que resolveu lhe fazer uma visita. A adaptação foi feita para um público bem juvenil, evitando os jorros de sangue que se espera de um filme slasher (de psicopatas com facas) – veja-se, como exemplo sanguinolento, o similar “Willy’s Wonderland – Parque Maldito” (2021). Entretanto, é bastante fiel à premissa e a estética do game. Os animatrônicos e efeitos especiais foram criados pela empresa de Jim Henson, responsável pelos Muppets. Além de Hutcherson, o elenco inclui Elizabeth Lail (“Você”), Piper Rubio (“Holly & Ivy”), Kat Conner Sterling (“A Semana da Minha Vida”), Mary Stuart Masterson (“Benny & Joon – Corações em Conflito”) e Matthew Lillard (“Scooby-Doo”). Já a direção do longa é da experiente diretora de terror Emma Tammi (“Terra Assombrada”). O ASSASSINO O novo thriller dirigido por David Fincher gira em torno de um assassino profissional não nomeado, interpretado por Michael Fassbender (“X-Men: Apocalipse). O filme abre com o assassino meticulosamente preparando-se para realizar um serviço em Paris. Ele se posiciona em um prédio alto, esperando pacientemente para executar sua vítima, enquanto compartilha sua filosofia de vida através de uma narração. A calma profissional do assassino é quebrada quando ele falha em completar o serviço, gerando consequências severas para ele e sua companheira, que é brutalmente atacada como retaliação pelo seu erro. Após o fracasso em Paris, o assassino retira-se para a República Dominicana, mas logo descobre que seus empregadores colocaram um contrato sobre ele. Com sua vida em perigo, ele embarca em uma missão de vingança que o leva a perseguir advogados e assassinos rivais por diversas localidades, desde Nova Orleans até Chicago. Durante sua jornada, ele se depara com uma assassina bem-falante interpretada por Tilda Swinton (“Era uma Vez um Gênio”), que oferece uma abordagem ainda mais niilista para a arte de matar, proporcionando momentos de alívio cômico e introspecção. Adaptação de uma graphic novel, a produção permite um reencontro entre Fincher e o roteirista Andrew Kevin Walker, com quem o diretor trabalhou num de seus filmes mais cultuados, “Seven – Os Sete Pecados Capitais” (1995). Executado com atenção meticulosa aos detalhes, a obra também evoca clássicos do gênero como “Os Assassinos” (1964) e “À Queima-Roupa” (1967), dois filmes estrelados por Lee Marvin, em sua busca por retratar, de forma estilizada, o submundo dos assassinos contratados. Produção original da Netflix, chega ao streaming em duas semanas (10/11). HYPNOTIC – AMEAÇA INVISÍVEL Já imaginaram um thriller de Christopher Nolan (“Tenet”) dirigido por Robert Rodriguez (“Pequenos Espiões”)? “Hypnotic” é um filme derivativo, em que Ben Affleck (“Liga da Justiça”) vive um detetive atormentado pelo desaparecimento de sua filha e se vê em um jogo de gato e rato com um supercriminoso, interpretado por William Fichtner (“Mom”), dotado de poderes hipnóticos extraordinários (ou nem tanto, veja-se o Homem Púrpura de “Jessica Jones”). Ao lado da personagem de Alice Braga (“O Esquadrão Suicida”), que é descrita como uma “médium de loja de conveniência”, ele desvenda um mundo onde indivíduos, chamados de “hipnóticos”, têm a capacidade de influenciar a mente de outros através de uma “largura de banda psíquica”. A aventura é acompanhada por diálogos peculiares, e momentos que desafiam a realidade e imitam a estética de “A Origem”. O enredo se estende por uma série de cenas que variam entre o surreal e o absurdo, onde os personagens se encontram em situações cada vez mais bizarras, tendo que manter a seriedade. Pode-se dizer que Rodriguez compensa a falta de originalidade e lógica com exagero, entregando uma diversão camp assumida. Em seu lançamento nos EUA, alguns dos críticos mais tradicionais aprovaram, enquanto, paradoxalmente, a turma geek odiou de paixão – fazendo o longa atingir apenas 30% de aprovação no Totten Tomatoes. ATIRARAM NO PIANISTA Filme de abertura do Festival do Rio deste ano, o documentário animado espanhol explora a vida e o misterioso desaparecimento do pianista brasileiro Francisco Tenório Júnior, que integrava a banda de Vinicius de Moraes e Toquinho e desapareceu em Buenos Aires, em 1976, numa história que combina a leveza da bossa nova com a brutalidade das ditaduras militares. Dirigido por Fernando Trueba e Javier Mariscal (do premiado desenho “Chico e Rita”), o filme traz Jeff Goldblum como a voz do personagem fictício Jeff Harris, um jornalista musical de Nova York. Inicialmente interessado em escrever sobre a bossa nova, Harris se depara com uma gravação de Tenório e se embrenha na investigação do seu desaparecimento. A narrativa é estruturada como uma busca de Jeff Harris por respostas, percorrendo o trajeto entre Nova York, Rio de Janeiro e Buenos Aires, com a ajuda de seu amigo João, dublado por Tony Ramos. Entrevistas com 39 músicos brasileiros, amigos e familiares de Tenório formam o cerne do filme, juntamente com reminiscências sobre a vida e obra do pianista. A animação em estilo vibrante e desenhos feitos à mão de Mariscal enriquecem a narrativa e proporcionam um contraponto visual ao tema sombrio da história. Cenas recriadas de eventos e performances musicais são intercaladas com entrevistas e material documental coletado por Trueba ao longo de cerca de 15 anos. Além de abrir uma janela para a época tumultuada e para os impactos da Operação Condor, a obra também destaca a contribuição musical do pianista, revivendo uma sessão de gravação de 1964 e mostrando a influência duradoura da bossa nova, numa dualidade entre a beleza artística e a violência dos regimes autoritários de direita. MAVKA – AVENTURA NA FLORESTA A animação ucraniana explora a coexistência entre humanos e o mundo natural. Inspirada na peça de 1911 “The Forest Song” de Lesya Ukrainka, a trama segue Mavka, uma ninfa de cabelos verdes encarregada de proteger o “Coração da Floresta”. Ela se vê dividida entre seu dever e seu amor por Lukas, um músico humano. A história ganha complexidade quando Lukas é enviado para buscar um elixir mágico na floresta, intensificando o conflito entre os mundos humano e espiritual. A animação é notável por sua paleta de cores hipersaturada e pela atenção aos detalhes no movimento dos personagens. A trilha sonora é outro ponto alto, especialmente as canções folclóricas ucranianas que são incorporadas à trama, contribuindo para o caráter distintivo da obra. O filme também aborda temas mais amplos, como a invasão russa na Ucrania, embora de forma alegórica. Mavka, em um momento crucial, acessa uma “faísca de raiva” que lhe dá força para enfrentar os invasores, um elemento que tem sido interpretado como uma metáfora para a resiliência ucraniana. Produzido pelo estúdio de animação ucraniano Animagrad, o filme levou sete anos para ser concluído e superou “Avatar: O Caminho da Água” nas bilheterias ucranianas no começo do ano. OS DELINQUENTES O candidato argentino a uma vaga no Oscar 2024 é um filme nada convencional de assalto a banco. A história inicia com Morán (Daniel Elías), um gerente de banco, que, sem muita pressa, encaminha-se ao seu local de trabalho, onde junto a outro funcionário acessa o cofre do banco. Contrariando a expectativa usual de filmes de assalto, a execução do plano de Morán é exposta de maneira simples e quase trivial. Ele propõe a seu colega de trabalho, Román (Esteban Bigliardi), um acordo peculiar: Morán roubará US$ 650,000 do banco, entregará o montante para Román guardar e se entregará à polícia. Ele calcula que cumprirá três anos e meio de prisão, e ao final desse período, ambos dividirão o dinheiro. Ao se entregar à polícia, Morán confia que Román manterá sua parte no acordo, no entanto, a trama se desdobra em situações inusitadas e revela camadas insuspeitas. A chegada de uma jovem energética chamada Norma (Margarita Molfino) altera ainda mais a dinâmica entre Morán e Román, apresentando novas questões existenciais. O filme brinca com a ideia de duplicidade, como evidenciado nos nomes anagramáticos dos personagens principais e na escalação do mesmo ator, Germán De Silva, para interpretar o chefe do banco e o chefe da prisão. Além de desafiar convenções, a narrativa do diretor Rodrigo Moreno (“Mala Época”) parece brincar com a paciência da audiência com sua duração de três horas, propondo uma reflexão sobre as escolhas de vida dos personagens e as consequências de suas ações. LEONORA, ADEUS A primeira obra de Paolo Taviani após a morte de seu irmão e parceiro Vittorio, em 2018, possui forte simbolismo ao explorar a jornada das cinzas de Luigi Pirandello, dez anos após sua morte em 1936. O filme também é uma reflexão sobre a conexão dos irmãos Taviani com o dramaturgo, evidenciada num de seus clássicos iniciais, “Caos”, de 1984. Naquele filme, os Taviani exploraram cinco histórias curtas de Pirandello, demonstrando uma afeição duradoura pela complexidade teatral e narrativa do autor. “Leonora, Adeus” retoma essa ligação, entrelaçando a narrativa principal com aspectos meta-teatrais inspirados em Pirandello. A jornada das cinzas se torna uma tela para explorar a relação entre vida, morte e arte, temas que os Taviani também exploraram em “Caos”. No começo da narrativa, é retratada a tentativa de transportar as cinzas de Pirandello de volta à Sicília, conforme seu último desejo, enfrentando adversidades e situações cômicas, especialmente quando um conselheiro de Agrigento (Fabrizio Ferracane) se envolve nessa missão. Essa jornada é enriquecida por um retrato vibrante da vida italiana pós-2ª Guerra Mundial, destacando as interações humanas em um trem repleto de refugiados e civis em busca de consolo. A segunda parte do filme transita para a dramatização de “O Prego”, onde a história de um imigrante italiano em Nova York é contada, abordando temas de violência e redenção, sempre com uma atmosfera melancólica e reflexiva, acompanhada pela trilha sonora delicada de Nicola Piovani. O filme é uma mistura de estilos que vai desde sequências ficcionais em preto e branco até material de arquivo – de filmes neorrealistas italianos clássicos e noticiários da época – , todos engenhosamente entrelaçados para contar uma história que é tanto um tributo ao escritor quanto uma reflexão sobre a vida e a morte, servindo como um aceno afetuoso de Paolo a seu falecido irmão Vittorio. BRADO O drama italiano explora o universo do western no contexto contemporâneo. O protagonista Renato, interpretado pelo diretor do filme, Kim Rossi Stuart (“Tommaso”), se machuca ao cair de um cavalo recém-adquirido, chamado Trevor. Por conta de lesões, ele se vê incapaz de treinar o animal para competições de cross-country, e seu filho distante, Tommaso (Saul Nanni), é convocado para ajudar. O enredo se...
Festival de Veneza começa em meio à greves e polêmicas
O 80º Festival de Veneza, que começa nesta quarta (30/8) em meio às greves dos roteiristas e atores de Hollywood, terá poucos astros por causa da situação, mas seus filmes prometem dar muito o que falar, inclusive em termos de controvérsias, já que entre os títulos selecionados estão obras de diretores “cancelados” como Roman Polanski, Woody Allen e Luc Besson. Diretores polêmicos Polanski, que fugiu dos EUA em 1978 após ser condenado por agressão sexual a uma adolescente, apresentará seu novo filme, “The Palace”, fora da competição. Woody Allen traz “Coup de Chance”, e Luc Besson estreará “DogMan” na competição. Todos os três cineastas foram alvo de alegações de abuso e, no contexto do movimento #MeToo, também sofreram campanhas de cancelamento online. No entanto, apenas Polanski foi acusado formalmente de um crime. Woody Allen foi considerado inocente das alegações de abuso de sua filha adotiva nos anos 1990 e os tribunais franceses rejeitaram repetidamente as acusações contra Besson, inclusive recentemente descartando um caso envolvendo uma suposta agressão a uma atriz belga. Na ocasião do anúncio da programação, Alberto Barbera, diretor do festival, defendeu a escolha. “O caso Polanski [tem sido] debatido há 50 anos. Não entendo por que não se pode distinguir entre as responsabilidades do homem e as do artista”, disse ele. “Polanski tem 90 anos, é um dos poucos mestres em atividade, fez um filme extraordinário… Pode ser o último filme de sua carreira, embora eu espero que ele faça como [Joaquim] de Oliveira, que fez filmes até os 105 anos. Eu me posiciono firmemente entre aqueles que no debate distinguem [entre] a responsabilidade do homem e a do artista.” Filmes descancelados “The Palace”, de Polanski, é descrito como uma comédia negra ambientada em um luxuoso hotel suíço na véspera de Ano Novo em 1999. O elenco inclui John Cleese, Luca Barbareschi, Oliver Masucci, Fanny Ardant e Mickey Rourke. Já “Coup de Chance”, de Allen, é o primeiro filme do diretor em francês. Nos últimos anos, Allen encontrou dificuldades para garantir financiamento nos EUA para seus filmes, após as alegações de abuso de sua filha adotiva, Dylan Farrow, ressurgirem na era pós-#MeToo. No entanto, distribuidores europeus continuaram a apoiá-lo. O novo filme, que será lançado na França em 27 de setembro, inclui um elenco de estrelas francesas, incluindo Lou de Laage, Valerie Lemercier, Melvil Poupaud e Niels Schneider. “DogMan”, de Besson, marca o retorno do diretor ao cinema, após se afastar por quatro anos para lidar com acusações de assédio e estupro. O drama, que traz Caleb Landry Jones como um jovem marcado pela vida, que encontra sua salvação através do amor por seus cães, foi um sucesso de pré-vendas para a Kinology no European Film Market em Berlim em fevereiro, vendendo seus direitos de exibição para quase todo o mundo. Cinema brasileiro A programação do Festival de Veneza também exibe o longa-metragem brasileiro “Sem Coração”, que fará sua estreia mundial na mostra paralela Horizonte. O filme é uma coprodução oficial entre Brasil, França e Itália, dirigido e escrito por Nara Normande e Tião, e produzido por Emilie Lesclaux, Kleber Mendonça Filho (Cinemascópio), Justin Pechberty, Damien Megherbi (Les Valseurs), Nadia Trevisan, Alberto Fasulo (Itália) e pela Vitrine Filmes. “Sem Coração” se passa no verão de 1996, no litoral de Alagoas, e acompanha Tamara, que está aproveitando suas últimas semanas na vila pesqueira onde mora antes de partir para estudar em Brasília. Ela ouve falar de uma adolescente apelidada de “Sem Coração” por causa de uma cicatriz que tem no peito. Ao longo do verão, Tamara sente uma atração crescente por essa menina misteriosa. O filme foi rodado em locações no litoral de Alagoas, entre setembro e outubro de 2022. Presença de grandes cineastas Outros destaques do festival são “O Assassino”, de David Fincher, que traz Michael Fassbender como um assassino frio que começa a desenvolver uma consciência – o filme conta com a participação da brasileira Sophie Charlotte – , e “Maestro”, de Bradley Cooper, um drama sobre o grande maestro Leonard Bernstein. Ambos são lançamentos da Netflix, que também está competindo pelo Leão do Ouro com “El Conde”, do chileno Pablo Larrain, que retrata o ditador Augusto Pinochet como um vampiro. A lista de cineastas americanos ainda inclui Ava DuVernay, que traz “Origin”, sobre o sistema de hierarquia que moldou os EUA, Sofia Coppola, que apresenta “Priscilla”, cinebiografia de Priscilla Presley, e Michael Mann, que entra na disputa com o drama de corrida “Ferrari”, com Adam Driver no papel de Enzo Ferrari, o fundador da famosa marca de carros. O festival também mostrará a estreia do diretor mexicano Michel Franco em inglês, com “Memory”, um filme ambientado em Nova York e estrelado por Jessica Chastain e Peter Sarsgaard, além de novos filmes do diretor japonês de “Drive My Car”, Ryûsuke Hamaguchi, chamado “Evil Does Not Exist”, e do grego Yorgos Lanthimos, a ficção científica surrealista “Poor Things”, estrelado por Emma Stone. Seleção europeia A Itália também marca forte presença com seis títulos na competição, liderados pelo filme de abertura “Comandante”, um épico anti-guerra ambicioso estrelado pelo ator italiano Pierfrancesco Favino. Outros destaques italianos incluem “Io Capitano”, de Matteo Garrone, sobre a jornada homérica de dois jovens africanos que deixam Dakar para chegar à Europa, e “Finalmente L’alba”, de Saverio Costanzo, ambientado na Cinecittà durante os anos 1950, quando as famosas instalações de cinema eram conhecidas como a “Hollywood no Tibre”. Da França, vem o já mencionado “Dogman”, de Luc Besson, e “The Beast”, uma sci-fi de Bertrand Bonello que traz Léa Seydoux como uma jovem atormentada que decide purificar seu DNA em uma máquina, o que a levará em uma jornada por uma série de vidas passadas. Outros filmes notáveis incluem os poloneses “The Green Border”, de Agnieszka Holland, sobre a crise humanitária desencadeada pelo presidente bielorrusso Lukaschenko, que em 2021 abriu a fronteira da Bielorrússia com a Polônia para migrantes, e “Kobieta Z”, da dupla de diretores Małgorzata Szumowska e Michał Englert. O Festival de Veneza de 2023 acontecerá até 9 de setembro.
Sophie Charlotte é confirmada no novo filme do diretor de “Clube da Luta”
Depois de Bruna Marquezine, é a a vez de Sophie Charlotte seguir carreira em Hollywood. Ela foi oficialmente confirmada em “O Assassino”, novo thriller do cineasta americano David Fincher (“Clube da Luta”). O nome da brasileira aparece no cartaz internacional do longa. Entretanto, ela ficou de fora das cenas do trailer. A trama segue um assassino de aluguel (Michael Fassbender) que encara uma crise existencial após quase morrer em uma missão. Um erro com consequências desastrosas leva o assassino enfrentar as pessoas que o contrataram em uma caçada internacional. A história é baseada nos quadrinhos homônimos do autor francês Alexis Solent. Já Sophie interpreta Magdala, uma personagem ainda sem informações divulgadas pela Netflix. Fincher tenta desenvolver o projeto desde 2007, quando a produção ainda era exclusiva do cinema, como um lançamento da Paramount Pictures. No longa, o diretor reprisa a parceria com o roteirista Andrew Kevin, com quem fez seus filmes mais famosos, “Clube da Luta” (1999) e “Se7en – Os Sete Crimes Capitais” (1995). “O Assassino” será lançado em cinemas selecionados em 26 de outubro, e tem estreia definida a partir de 10 de novembro na plataforma da Netflix. Sophie Charlotte faz “participação pontual” A inclusão de Sophie Charlotte no thriller americano foi uma surpresa para os fãs brasileiros, que não entenderam exatamente como a atriz foi “descoberta” por Fincher. Ela contou à revista Glamour que obteve a proposta de um teste para fazer uma “participação pontual” depois da série “Passaporte para Liberdade”, realizada durante a pandemia de Covid-19. “Foi uma participação pontual, mas surreal ao ser dirigida pelo Fincher e contracenar com Michael Fassbender. Estou curiosa, não sei aonde isso vai me levar. Sei que tenho memórias impagáveis e especiais. Uma validação, de certa forma, de entendimento de que o que fazemos por aqui se comunga por lá”, ela se emocionou. “Pode chamar do que quiser: destino, caminho aliado com vibrações, carma, astros e estrelas… Agradeço aos meus guias pelo meu caminho estar alinhadinho. Me sinto uma pessoa abençoada: vivo do que amo e sinto que meu trabalho dialoga com a humanidade”, declarou Sophie. Sophie Charlotte também será vista nos cinemas em 12 de outubro no filme biográfico de Gal Costa, intitulado “Meu Nome é Gal”. A obra conta detalhes da vida da artista durante os anos da Tropicália.
Festival de Veneza aposta em polêmicas com filmes de Polanski e Woody Allen
O 80º Festival de Veneza, que ocorrerá de 30 de agosto a 9 de setembro, anunciou uma seleção de filmes que promete atrair a atenção internacional, mas também gerar controvérsias. Entre os filmes selecionados estão obras de diretores que foram recentemente “cancelados” por denúncias de abusos sexuais: Roman Polanski, Woody Allen e Luc Besson. Diretores polêmicos Polanski, que fugiu dos EUA em 1978 após ser condenado por agressão sexual a uma adolescente, apresentará seu novo filme, “The Palace”, fora da competição. Woody Allen traz “Coup de Chance”, e Luc Besson estreará “DogMan” na competição. Todos os três cineastas foram alvo de alegações de abuso e, no contexto do movimento #MeToo, de campanhas de cancelamento online. No entanto, apenas Polanski foi acusado formalmente de um crime. Woody Allen foi considerado inocente das alegações de abuso de sua filha adotiva nos anos 1990 e os tribunais franceses rejeitaram repetidamente as acusações contra Besson, inclusive recentemente descartando um caso envolvendo uma suposta agressão a uma atriz belga. Alberto Barbera, diretor do festival, defendeu a escolha de incluir Polanski na programação oficial. “O caso Polanski [tem sido] debatido há 50 anos. Não entendo por que não se pode distinguir entre as responsabilidades do homem e as do artista”, disse ele. “Polanski tem 90 anos, é um dos poucos mestres em atividade, fez um filme extraordinário… Pode ser o último filme de sua carreira, embora eu espero que ele faça como [Joaquim] de Oliveira, que fez filmes até os 105 anos. Eu me posiciono firmemente entre aqueles que no debate distinguem [entre] a responsabilidade do homem e a do artista.” Filmes descancelados “The Palace”, de Polanski, é descrito como uma comédia negra ambientada em um luxuoso hotel suíço na véspera de Ano Novo em 1999. O elenco inclui John Cleese, Luca Barbareschi, Oliver Masucci, Fanny Ardant e Mickey Rourke. Já “Coup de Chance”, de Allen, é o primeiro filme do diretor em francês. Nos últimos anos, Allen encontrou dificuldades para garantir financiamento nos EUA para seus filmes, após as alegações de abuso de sua filha adotiva, Dylan Farrow, ressurgirem na era pós-#MeToo. No entanto, distribuidores europeus continuaram a apoiá-lo. O novo filme, que será lançado na França em 27 de setembro, inclui um elenco de estrelas francesas, incluindo Lou de Laage, Valerie Lemercier, Melvil Poupaud e Niels Schneider. “DogMan”, de Besson, marca o retorno do diretor ao cinema, após se afastar por quatro anos para lidar com acusações de assédio e estupro. O drama, que traz Caleb Landry Jones como um jovem marcado pela vida, que encontra sua salvação através do amor por seus cães, foi um sucesso de pré-vendas para a Kinology no European Film Market em Berlim em fevereiro, vendendo seus direitos de exibição para quase todo o mundo. Cinema brasileiro A programação do Festival de Veneza também exibe o longa-metragem brasileiro “Sem Coração”, que fará sua estreia mundial na mostra paralela Horizonte. O filme é uma coprodução oficial entre Brasil, França e Itália, dirigido e escrito por Nara Normande e Tião, e produzido por Emilie Lesclaux, Kleber Mendonça Filho (Cinemascópio), Justin Pechberty, Damien Megherbi (Les Valseurs), Nadia Trevisan, Alberto Fasulo (Itália) e pela Vitrine Filmes. “Sem Coração” se passa no verão de 1996, no litoral de Alagoas, e acompanha Tamara, que está aproveitando suas últimas semanas na vila pesqueira onde mora antes de partir para estudar em Brasília. Ela ouve falar de uma adolescente apelidada de “Sem Coração” por causa de uma cicatriz que tem no peito. Ao longo do verão, Tamara sente uma atração crescente por essa menina misteriosa. O filme foi rodado em locações no litoral de Alagoas, entre setembro e outubro de 2022. Presença de grandes cineastas Outros destaques do festival são “The Killer”, de David Fincher, que traz Michael Fassbender como um assassino frio que começa a desenvolver uma consciência, e “Maestro”, de Bradley Cooper, um drama sobre o grande maestro Leonard Bernstein. Ambos são lançamentos da Netflix, que também está competindo pelo Leão do Ouro com “El Conde”, do chileno Pablo Larrain, que retrata o ditador Augusto Pinochet como um vampiro. A lista de cineastas americanos ainda inclui Ava DuVernay, que traz “Origin”, sobre o sistema de hierarquia que moldou os EUA, Sofia Coppola, que apresenta a cinebiografia “Priscilla”, cinebiografia de Priscilla Presley, e Michael Mann, que entra na disputa com o drama de corrida “Ferrari”, com Adam Driver no papel de Enzo Ferrari, o fundador da famosa marca de carros. O festival também mostrará a estreia do diretor mexicano Michel Franco em inglês, com “Memory”, um filme ambientado em Nova York e estrelado por Jessica Chastain e Peter Sarsgaard, além de novos filmes do diretor japonês de “Drive My Car”, Ryûsuke Hamaguchi, chamado “Evil Does Not Exist”, e do grego Yorgos Lanthimos, a ficção científica surrealista “Poor Things”, estrelado por Emma Stone. Seleção europeia A Itália também marca forte presença com seis títulos na competição, liderados pelo filme de abertura “Comandante”, um épico anti-guerra ambicioso estrelado pelo ator italiano Pierfrancesco Favino. Outros destaques italianos incluem “Io Capitano”, de Matteo Garrone, sobre a jornada homérica de dois jovens africanos que deixam Dakar para chegar à Europa, e “Finalmente L’alba”, de Saverio Costanzo, ambientado na Cinecittà durante os anos 1950, quando as famosas instalações de cinema eram conhecidas como a “Hollywood no Tibre”. Da França, vem o já mencionado “Dogman”, de Luc Besson, e “The Beast”, uma sci-fi de Bertrand Bonello que traz Léa Seydoux como uma jovem atormentada que decide purificar seu DNA em uma máquina, que a levará em uma jornada por uma série de vidas passadas. Outros filmes notáveis incluem os poloneses “The Green Border”, de Agnieszka Holland, sobre a crise humanitária desencadeada pelo presidente bielorrusso Lukaschenko, que em 2021 abriu a fronteira da Bielorrússia com a Polônia para migrantes, e “Kobieta Z”, da dupla de diretores Małgorzata Szumowska e Michał Englert. O Festival de Veneza de 2023 acontecerá de 30 de agosto a 9 de setembro.
Prêmio César: Thriller policial feminista triunfa no “Oscar” do cinema francês
O 46º Prêmio César, considerado o Oscar do cinema francês, divulgou a lista dos filmes e artistas vencedores de sua edição deste ano. Entregue no famoso Olympia, de Paris, na noite desta sexta (24/2), a principal premiação do cinema da França consagrou o thriller policial “La Nuit du 12” com o troféu de Melhor Filme. “La Nuit du 12” chegou a obter 10 indicações ao César foi o grande vencedor da noite e faturou 6 prêmios, entre eles de Melhor Diretor para Dominik Moll. A trama conta a história de dois policiais que investigam o assassinato de uma jovem queimada viva em plena rua. Obcecado pela investigação, um dos policiais vai, pouco a pouco, mudar sua visão sobre a profissão, mas também, e principalmente, dos homens e do sistema patriarcal. O longa, que foi apresentado na seleção oficial de Cannes, teve mais de meio milhão de espectadores na França, e é considerado o primeiro filme policial francês a falar diretamente de questões feministas. Feminicídio, cultura do estupro, violência doméstica, slut-shaming, caça às bruxas e sexismo são alguns dos temas do longa que marca o retorno de Dominik Moll ao César, mais de duas décadas depois de ter ganho o prêmio de Melhor Direção por “Harry Chegou para Ajudar” (2000). Outro grande favorito da noite era a comédia “L’Innocent”, do diretor Louis Garrel (“O Oficial e o Espião”), sobre um jovem que se desespera ao saber que sua mãe está noiva de um detento. A comédia, lançada em Cannes fora de competição, foi líder de indicações, concorreu em 11 categorias, mas só venceu os prêmios de Melhor Roteiro e Melhor Atriz Coadjuvante para Noémie Merlant (“Retrato de Uma Jovem em Chamas”). O diretor David Fincher (“A Rede Social”) recebeu uma homenagem pelo conjunto de sua obra na cerimônia e, em uma aparição surpresa, Brad Pitt (“Babilônia”) subiu ao palco para apresentar o prêmio honorário ao lado da vencedora de Melhor Atriz da noite, Virginie Efira – premiada pelo drama “Revoir Paris”. Outro fato que chamou a atenção na cerimônia foi sua interrupção por um protesto, depois que uma jovem militante climática apareceu repentinamente no palco, vestindo uma camiseta com o slogan “Temos 761 dias restantes”. A transmissão foi cortada por 30 segundos, tempo suficiente para que ela fosse retirada do cenário. Confira abaixo o trailer do Melhor Filme e a lista completa dos vencedores do César 2023. Melhor Filme “La Nuit du 12” Melhor Direção Dominik Moll, por “La Nuit du 12” Melhor Atriz Virginie Efira, por “Revoir Paris” Melhor Ator Benoit Magimel, por “Pacification” Melhor Ator Coadjuvante Bouli Lanners, por “La Nuit du 12” Melhor Atriz Coadjuvante Roschdy Zem, por “L’innocent” Melhor Revelação Feminina Nadia Tereszkiewicz, por “Les Amandiers” Melhor Revelação Masculina Bastien Bouillon, por “La Nuit du 12” Melhor Filme Estrangeiro “As Bestas” Melhor Filme de Estreia “Saint Omer” Melhor Roteiro Original “L’innocent” Melhor Roteiro Adaptado “La Nuit du 12” Melhor Cenografia “Simone: Le Voyage Du Siècle” Melhor Figurino “Simone: Le Voyage Du Siècle” Melhor Direção de Fotografia “Pacifiction” Melhor Edição “Contratempos” Melhor Trilha Sonora “Contratempos” Melhor Som “La Nuit du 12” Melhores Efeitos Visuais “Notre-Dame em Chamas” Melhor Animação “Ma Famille Afghane” Melhor Documentário “Retour à Reims (Fragments)”
David Fincher revela motivo real do cancelamento de “Mindhunter”
O cineasta David Fincher (“Mank”) revelou o motivo do cancelamento da série “Mindhunter”. Em entrevista ao jornal francês Le Journal du Dimanche, o diretor explicou que a atração era cara demais, e que não tinha um publico grande o suficiente para se manter no ar. “Estou muito orgulhoso das duas primeiras temporadas. Mas é uma série muito cara e, aos olhos da Netflix, não atraímos público suficiente para justificar tal investimento [para a 3ª temporada]”, disse ele. “Eu não os culpo, eles assumiram riscos para tirar a série do papel, me deram os meios para fazer ‘Mank’ do jeito que eu queria e permitiram que eu me aventurasse por novos caminhos com ‘The Killer'”, continuou ele. “É uma bênção poder trabalhar com pessoas capazes de ousar. No dia em que nossos desejos não forem os mesmos, temos que ser honestos sobre a separação de caminhos.” Com isso, Fincher colocou um ponto final em “Mindhunter”, acabando com qualquer especulação por parte dos fãs sobre um possível retorno da série. Afinal, mesmo quando o elenco da atração foi liberado dos seus contratos em 2020, um representante da plataforma havia afirmado que Fincher “pode revisitar ‘Mindhunter’ novamente no futuro”. Mas, naquela época, Fincher já havia admitido que “para o público que teve, era uma série cara”. E embora ele tivesse mencionado a possibilidade de redução do orçamento, acabou afirmando que “honestamente não acho que vamos conseguir fazer por menos do que fizemos na 2ª temporada. E, em algum nível, você tem que ser realista sobre os dólares serem iguais aos olhos”, disse ele ao site Vulture em 2020. Mais do que isso, a série também exigia demais de Fincher. “Fizemos a 1ª temporada de ‘Mindhunter’ sem um showrunner, comigo assumindo o papel semanalmente”, revelou ele. “Começamos a receber roteiros para a 2ª temporada e acabei olhando para o que estava escrito e decidindo que não gostei de nenhum deles. Então jogamos tudo fora e recomeçamos”. “Eu trouxe Courtenay Miles, uma diretora assistente com quem trabalhei e que queria escrever, e ela acabou sendo co-showrunner de ‘Mindhunter'”, continuou ele. “Mas é uma semana de trabalho de 90 horas. Absorve tudo em sua vida. Quando acabei, estava bastante exausto e disse: ‘Não sei se tenho energia agora para a 3ª temporada'”. Considerada uma das melhores séries do serviço de streaming em 2017, “Mindhunter” foi produzida por Fincher e pela atriz Charlize Theron (“Mad Max: Estrada da Fúria”), e é baseada no livro de memórias do agente John Douglas – vivido por Jonathan Groff (séries “Glee” e “Looking”) na atração. A trama mostra como ele juntou especialistas de várias áreas para estudar a mente de psicopatas, que se encontram encarcerados, e como passou a utilizar esse conhecimento para caçar assassinos soltos. O elenco inclui Holt McCallanay (“Sully”), Anna Torv (série “Fringe”), Cotter Smith (série “The Americans”), Sonny Valicenti (“A Última Ressaca do Ano”) e Hannah Gross (“Quando Eu Era Sombrio”). Além de produzir, Fincher também dirigiu alguns episódios, como fez com “House of Cards” – foram quatro capítulos na 1ª temporada e mais dois na 2ª. David Fincher atualmente está envolvido na pós-produção do filme “The Killer”, que estreia em 10 de novembro na Netflix.
Rooney Mara diz que quase largou carreira após “A Hora do Pesadelo”
A atriz Rooney Mara (“O Beco do Pesadelo”) quase desistiu da carreira de atriz após estrelar “A Hora do Pesadelo” (2010), remake de um clássico do terror da década de 1980. A revelação foi feita durante participação no podcast “LaunchLeft”, mas Mara não entrou em detalhes a respeito do que aconteceu no set do filme, dizendo apenas que “não foi uma boa experiência”. “Tenho que ter cuidado com o que digo e como falo sobre isso”, explicou. “Não foi a melhor experiência fazer o filme e meio que cheguei a esse lugar, onde ainda estou, em que eu não queria atuar a menos que fosse fazendo coisas que sentisse que deveria fazer. Então, depois de fazer aquele filme, eu meio que decidi: ‘Ok, não vou mais atuar, a menos que seja algo que faça me sentir bem'”. Ela diz que teve sorte de em seguida trabalhar com o diretor David Fincher no filme “A Rede Social” (2010), fazendo uma participação pequena, porém marcante, no início do filme. A parceria com o diretor acabou se repetindo em “Millennium: Os Homens que Não Amavam as Mulheres” (2011), em que viveu a protagonista e recebeu uma indicação ao Oscar. A atriz contou que David Fincher “teve que lutar muito para que eu conseguisse o papel, porque o estúdio não me queria para isso”. Ela também reconheceu que o papel de Lisbeth Salander “foi um ponto de virada real e definitivo na minha vida e na minha carreira”. “Trabalhei nisso por um ano direto”, lembrou ela. “David realmente me colocou sob sua proteção. Ele se tornou meu mentor de várias maneiras. Ele tomou muito cuidado para garantir que eu soubesse que tinha voz e que minha opinião significava alguma coisa. Ele estava constantemente me capacitando, o que eu acho que realmente afetou o resto das minhas escolhas depois disso”. Rooney Mara estrelou recentemente o drama “Entre Mulheres”, dirigido por Sarah Polley, que está sendo muito elogiado e pode lhe render sua terceira indicação ao Oscar. O filme chega aos cinemas brasileiros em 2 de março. Veja abaixo o trailer de “A Hora do Pesadelo”.
“Arcane” e “Love, Death + Robots” vencem Emmys de série animada
Dois desenhos adultos da Netflix, “Arcane” e “Love, Death + Robots”, foram os principais vencedores das categorias de animação do Emmy, em cerimônia realizada na noite de sábado (3/9) em Los Angeles. As duas séries impressionaram a Academia de Artes e Ciências Televisivas por seu visual arrojado, criado por computação gráfica de última geração. “Love, Death + Robots” venceu pela terceira vez consecutiva o Emmy de Melhor Melhor Série de Animação Curta com o episódio “Jibaro”, de sua 3ª temporada. Um dos diretores de “Jibaro”, Alberto Mielgo, também venceu um troféu de Realização Individual. Além disso, a atração levou o Emmy de Melhor Edição de Som. Com as vitórias desta noite, a produção dos cineastas Tim Miller (“Deadpool”) e David Fincher (“Clube da Luta”) chegou a 14 Emmys – de um total de 15 indicações desde seu lançamento em 2019. Um feito impressionante. “Arcane”, por sua vez, levou o Emmy de Melhor Programa Animado pelo episódio “When These Walls Come Tumbling Down”, tornando-se a primeira produção de streaming a ser considerada a melhor série de animação do ano. A atração também recebeu três troféus de Realização Individual pelo ótimo trabalho de seus animadores. A série é ambientada no universo do game “League of Legends” (LoL) e conta a origem de duas personagens favoritas dos jogadores: as irmãs Vi e Jinx, icônicas campeãs da Liga, que cresceram com uma enorme rivalidade por conta de visões diferentes de mundo. A produção caprichada, com muitas lutas e cenas de ação, teve sua animação animação digital desenvolvida pelo estúdio Fortiche, de Paris. Os prêmios de animação integraram a primeira parte dos Creative Arts Emmys, como são chamadas as categorias preliminares do Emmy. Como a premiação da Academia da Televisão soma um total de 119 categorias, o Emmy é dividido em três noites. As duas primeiras noites são dedicadas aos troféus técnicos, animações, documentários, especiais de variedades e reality shows, e acontecem neste fim de semana. Já os Emmys principais serão entregues no dia 12 de setembro, numa cerimônia de gala em Los Angeles.
“Love, Death & Robots” é renovada para a 4ª temporada
A premiada série animada “Love, Death & Robots” foi renovada para a sua 4ª temporada. O anúncio foi feito pela Netflix nas redes sociais. Produzida no formato de antologia, a série é composta por episódios independentes entre si. Além de serem dirigidos por diferentes cineastas, os episódios exploram diferentes gêneros (comédia, horror, ficção científica, fantasia, etc.) e contam com estilos distintos de animação, desenvolvidos por diversos estúdios de animação ao redor do mundo. “Love, Death & Robots” tem produção dos cineastas Tim Miller (“Deadpool”) e David Fincher (“Clube da Luta”) e, devido à cenas de violência e sexo, não é indicada para crianças. Desde que foi lançada, a série vem acumulando troféus. Ela já venceu um total de 11 Emmys, sendo que o mais recente foi conquistado neste ano, entregue ao cineasta Alberto Mielgo de forma antecipada à cerimônia oficial, pelo seu trabalho no episódio “Jibaro”. O volume 4 de Love, Death + Robots está confirmado! pic.twitter.com/0tU54m0C4o — netflixbrasil (@NetflixBrasil) August 12, 2022
Netflix libera episódio integral e inédito de “Love, Death + Robots”
A Netflix antecipou no YouTube o primeiro episódio da 3ª temporada de “Love, Death + Robots”, que chega ao streaming nesta sexta-feira (20/5). O capítulo traz de volta o trio de robôs visto na 1ª temporada, no episódio apropriadamente intitulado “Três Robôs”, agora explorando novas partes do globo. O curta tem roteiro de John Scalzi (“Stargate Universe”), responsável pela história da aventura anterior, mas conta com um novo diretor: Patrick Osborne, um dos animadores dos sucessos da Disney “Enrolados” (2010) e “Operação Big Hero” (2014). Osborne também venceu o Oscar de Melhor Curta Animado por “O Banquete”, em 2015. Além deste curta, a 3ª temporada de “Love, Death + Robots” traz mais oito produções inéditas com temas e estilos bastante variados, mas todas com visual deslumbrante. Vencedora de cinco Emmys e quatro Annies, “Love, Death & Robots” tem produção dos cineastas Tim Miller (“Deadpool”) e David Fincher (“Clube da Luta”) e, devido à cenas de violência e sexo, não é indicada para crianças. Veja abaixo a íntegra de “3 Robots: Exit Strategies” – infelizmente, sem legendas oficiais em português, mas com a opção dos vídeos do YouTube de traduzir automaticamente (em configurações/legendas).











