Único longa brasileiro em Cannes, Gabriel e a Montanha é elogiado pela crítica internacional
“Gabriel e a Montanha”, único longa-metragem brasileiro selecionado para o Festival de Cannes deste ano, foi exibido neste domingo (21/5), durante a programação da Semana da Crítica, prestigiada mostra paralela do festival. O filme dirigido por Fellipe Barbosa (“Casa Grande”) emocionou o público, que aplaudiu a obra no Espace Miramar, e a crítica internacional, que aplaudiu na internet. “O filme aborda sua narrativa com um ar de autenticidade inescapavelmente emocionante”, publicou o site Screen Daily. “Um sucesso brilhante em termos de forma para um filme que não visa resolver todas as questões misteriosas em torno de uma vida e uma morte, mas extrai um perfume de encanto inebriante”, classificou o site Cineuropa. “Barbosa tem de ser elogiado por querer enfrentar o que é claramente uma produção complexa em sua segunda empreitada cinematográfica, filmando em vários países da África e em locais que nem sempre são facilmente acessíveis e ainda contando parcialmente com um elenco não-profissional. Se nada mais, as imagens… são lindas na tela grande, sugerindo pelo menos uma das razões pelas quais Gabriel embarcou em sua viagem malfadada”, exaltou o site da revista The Hollywood Reporter. A obra dramatiza os últimos dias de Gabriel Buchmann, jovem economista brasileiro que morreu em 2009, aos 28 anos, durante uma escalada no Malawi. Buchmann, que era amigo de infância do diretor, estava viajando pelo mundo antes de iniciar um programa de doutorado sobre desenvolvimento social. Ao subir o Monte Mulanje, pico mais alto do Malawi com mais de 3 mil metros de altitude, ele se perdeu e acabou morrendo de hipotermia. A projeção em Cannes contou com a presença de Fátima Buchmann. Mãe do personagem do título, ela assistiu ao longa pela primeira e, emocionada, foi a primeira a abraçar o diretor após o fim da exibição. Nina Buchmann, irmã de Gabriel, João Pedro Zappa – que interpreta o protagonista -, o ator Leonard Siampala e o produtor-executivo da TvZERO Rodrigo Letier também estiveram presentes na sessão. Gabriel Buchmann viajou para a África com o objetivo de analisar de perto a pobreza e se qualificar para um doutorado na UCLA, nos Estados Unidos. A adaptação cinematográfica foi desenvolvida a partir de anotações, e-mails de Gabriel para a mãe e a namorada e entrevistas com pessoas que cruzaram seu caminho na África. Algumas dessas pessoas trabalham no filme interpretando a si mesmas. Na viagem, Gabriel também passou por países como Quênia e Tanzânia, sempre preocupado em conhecer as particularidades das comunidades locais, como a tribo dos Massais. Ele gastava entre dois e três dólares por dia e chegou a ajudar amigos que fez nessas regiões, pagando o aluguel mensal da casa de uma família africana com somente 12 dólares. No filme, Gabriel (João Pedro Zappa) se aventura por outras subidas difíceis, como o Kilimanjaro, ponto mais alto do continente africano. Ele também recebe a visita de sua namorada, Cris (Caroline Abras), que estava na África do Sul participando de um seminário sobre políticas públicas e, juntos, viajaram pela Tanzânia e Zâmbia. “O significado de uma viagem só pode ser definido após o retorno. Gabriel não teve a oportunidade de retornar. Minha motivação para fazer esse filme foi descobrir o significado da viagem que ficou perdido e compartilhá-lo, que é exatamente o que o Gabriel teria feito”, explicou Fellipe Barbosa, em comunicado para a imprensa. Este é o segundo longa-metragem de ficção dirigido por Fellipe Barbosa, que esteve à frente do elogiado “Casa Grande”, vencedor do prêmio do público no Festival do Rio e considerado Melhor Filme Brasileiro exibido em 2015 pela Pipoca Moderna.
Corra! diverte e assusta ao fazer terror com a hipocrisia da tolerância racial
Se equilibrar entre dois gêneros tão extremos como o terror e a comédia não é tarefa para muitos. Jordan Peele, o diretor de “Corra!”, realiza a proeza de nos surpreender continuamente com risadas nervosas e sustos. A trama estranhamente parece obedecer até demais os lugares comuns do gênero. Mas é aí que está sutileza. Peele estica os clichês a um limite tão agudo, que a normalidade começa a incomodar. O horror em “Corra!” nasce dessa sensação. Percebe-se que há alguma coisa errada, mas é terrível quando você não consegue identificar exatamente de que se trata. Na primeira metade do filme, há apenas um episódio sombrio. Numa rua escura e deserta, um sujeito mascarado sequestra um rapaz negro. A cena parece completamente dissociado da seguinte, que mostra, numa vibe bacana, o personagem central, o fotógrafo Chris (o ator britânico Daniel Kaluuya, visto antes em “Sicário”), vivendo um romance de sonhos com uma garota branca de olhos azuis (Allison Williams, da série “Girls”). Rose acha que está na hora de levá-lo para conhecer seus pais. Chris resiste e ela insiste, o que leva o rapaz a uma pergunta desajeitada mas necessária: “Eles sabem que eu sou preto?” Rose cai na gargalhada, chama o namorado de bobo e lembra que eles estão no século 21. Depois acrescenta: “Meu pai teria votado em Obama pela terceira vez, se pudesse”. E então: “Eles não são racistas”. Podemos observar em primeira mão como eles não são racistas quando Chris e Rose dirigem para o norte e, depois de um pequeno acidente rodoviário, chegam à bela mansão suburbana da família. O pai de Rose (Bradley Whitford, da série “Trophy Wife”) não faz cerimônias; puxa Chris para um abraço de “homem”, tagarelando sobre o privilégio que é ser capaz de experimentar a cultura de outras pessoas. Sua mãe (Catherine Keener, de “Capitão Phillips”), uma psiquiatra, é um pouco mais tática, oferecendo infinitas xícaras de chá enquanto fala sobre as virtudes da terapia de hipnose. Só o estranho irmão de Rose, Jeremy (Caleb Landry Jones, de “Byzantium”) parece destoar daquele mundo de mil maravilhas. Até os empregados, curiosamente todos negros, aparentemente estão risonhos. Aliás, tão risonhos que soa incomodo. Os pais de Rose fazem uma festa para seus ricos vizinhos brancos, e Chris de repente se toca que ele está virando o centro das atenções. Os convidados o abordam com suas maneiras de clube e elogiam seu físico, fazendo referências forçadas a Tiger Woods e acariciando os músculos de Chris com o mesmo espirito dos velhos comerciantes de escravos sulistas do século 19. Mas ninguém ameaça chicoteá-lo ou mesmo ofendê-lo, ao contrário, um dos insights mais persistentes do filme é que mesmo a cortesia, de indivíduos presumivelmente educados, pode ser sufocante e opressiva. Claro, a ameaça está diretamente ligada às revelações mais profundas, e, para quem é cinéfilo, não é difícil adivinhar que o enredo deve algo a “O Homem de Palha” (1973) e “Vampiros de Almas” (1956), mas o grande público não sabe disso. Como nesses filmes, a paranoia inquietante dá lugar ao pânico de aceleração total, enviando Chris para um buraco do qual será muito difícil de escapar. Peele sabe tudo de ritmo e cadência, domina a linguagem das alternâncias, trafega pela estética de Hollywood sem perder seu estilo, e transforma o filme, em sua segundo parte, numa vertiginosa montanha russa de aflições. Mas não é pelos sustos e pelas reviravoltas que “Corra!” marca uma posição tão significativa dentro do cinema norte-americano atual, e sim graças ao desmantelamento que o diretor inteligentemente faz de várias décadas de estereótipos racistas, para mostrar, com um riso safo no rosto, que por trás desse exterior aberto e tolerante, a América continua hipócrita e conservadora. Assim como Barry Jenkis fez em “Moonlight”, Peele é o mais novo representante infiltrado no velho recinto de exaltação branca que é Hollywood, a conquistar uma nova posição na indústria do cinema norte-americano. E ele constrói esse caminho com uma delicadeza e inteligência imensas.
Guardiões da Galáxia Vol. 2 tem quatro cenas pós-créditos
Com a exibição para a imprensa de “Guardiões da Galáxia Vol. 2” começam a surgir revelações sobre a produção, que poderiam ser consideradas surpresas. Uma das revelações, que não chega a ser spoiler, é o número recorde de cenas pós-créditos incluídas na projeção. O diretor James Gunn levou a prática instituída nos filmes da Marvel a seu extremo, incluindo quatro cenas após os créditos do filme. Ele, inclusive, conta cinco cenas em sua soma, já que considera como cena extra um “easter egg” de “Thor: Ragnarok”, exibido (não após, mas) durante os créditos. O filme estreia em 27 de abril no Brasil.
Primeiras impressões da crítica sobre Guardiões da Galáxia Vol. 2 são positivas
“Guardiões da Galáxia Vol. 2” teve sua primeira exibição para a imprensa norte-americana na noite de segunda-feira (17/4), e as impressões da crítica foram rapidamente postadas no Twitter. A maioria gostou muito. Mas tem um detalhe. Quanto mais geek a publicação, maior a aprovação. Houve, claro, quem achasse que o primeiro filme foi melhor. Veja alguns comentários abaixo e repare, curiosamente, como “toneladas” de expressões se repetem. “’Guardiões da Galáxia Vol. 2′ tem toneladas de surpresas e uma quantidade inesperada de emoção. Outro vencedor da Marvel.” – Germain Lussier, Gizmodo “’Guardiões da Galáxia Vol. 2‘ é mais engraçado que o original, uma tonelada de surpresas e uma profundidade emocional inesperada. Eu sou o Groot. Mantis e Drax roubam o filme. A música de Awesome Mix 2 é ótima e possui algumas faixas mais obscuras que o volume 1”. – Peter Sciretta, /Film “‘Guardiões da Galáxia Vol. 2’ tem toneladas de diversão. Incrivelmente divertido, belamente colorido, e grandes sequências dos heróis. Muito feliz!” – Eric Eisenberg, Cinema Blend “Há mais beleza, profundidade e amor dos anos 80 em ‘Guardiões Vol. 2’ que em qualquer outro filme da Marvel. É como uma ácida viagem de aquarela, cheia de coisas incríveis”. – Erik Davis, Fandango “Não acho que eu já tenha ouvido tantas risadas em uma exibição para imprensa. As pessoas pareciam estar realmente curtindo ‘Guardiões da Galáxia Vol. 2’. Não posso dizer mais (ainda)”. – Aaron Couch, The Hollywood Reporter “Meu Deus, que experiência! Absolutamente amei e vocês vão também! Mal posso esperar por ver de novo!” – El Mayimbe, The Wrap “‘Guardiões da Galáxia Vol. 2’ manteve um sorriso no meu rosto do começo ao fim. Engraçado, ação garantida, emocional e toneladas de surpresas. Tem meu polegar pra cima.” – Steven Weintraub, Collider “‘Guardiões da Galáxia Vol. 2’ é muito divertido. Toma a estratégia de ‘dividir seus personagens’. Drax é uma figura. Baby Groot rouba o show”. – Mike Ryan, Uproxx “Foi ok, eu não amei. Falta muito daquilo que fez o original tão ajustado. Drax e Groot são os destaques” – Simon Thompson, co-apresentador de Meet The Movie Press “Eu odeio ser a voz da razão, mas ‘Guadiões da Galáxia Vol. 2’ não é tão bom quanto o primeiro. O que antes parecia revigorante agora parece forçado. 2,5 estrelas de 4. O problema é que os efeitos visuais ameaçam engolir o filme, que é longo demais e muito dependente das deixas musicais. O time de guardiões quer se romper exageradamente. Não me importei com o Senhor das Estrelas e seu pai, ou Gamora e sua irmã. Os protagonistas não são tão divertidos como Rocket, Drax, Yondu ou Baby Groot. De novo, estes filmes não são muito pra mim e eu acho que o público alvo (o povo que aprecia quatro cenas pós-créditos) vai devorá-lo”. – Jeff Sneider, The Tracking Board
Fracasso nos EUA, A Vigilante do Amanhã – Ghost in the Shell é a maior bilheteria do mundo no fim de semana
A tendência de adaptações de animes não deve se materializar em Hollywood, após o desempenho de “A Vigilante do Amanhã – Ghost in the Shell”. A crítica do país não gostou, as redes sociais protestaram contra seu “racismo” e o público faltou à adaptação americana da obra clássica dos mangás e animes, que em dois fins de semana somou apenas US$ 31,5 milhões na bilheteria doméstica. Já o resto do mundo não só ignorou a patrulha ideológica contra a escalação de Scarlett Johansson (“Os Vingadores”) num papel originalmente japonês como lotou os cinemas para assistir ao longa dirigido por Rupert Sanders (“Branca de Neve e o Caçador”). Só neste fim de semana, o live action de “Ghost in the Shell” faturou US$ 41,3 milhão no mercado internacional, tornando-se o filme de maior bilheteria e o mais visto do mundo nos últimos três dias. Metade desta arrecadação veio da China, onde “Ghost in the Shell” foi lançado na sexta (7/4), abrindo em 1º lugar. A produção da Paramount e da DreamWorks rendeu US$ 21,4 milhões no país, mais do que o sucesso “Lucy” (US$ 20 milhões em 2014), outra sci-fi de ação estrelada por Johansson. No Japão, de dimensões bem menores, fez US$ 3,5 milhões e recebeu críticas bastante entusiasmadas. A imprensa local se impressionou com os efeitos visuais, muito superiores aos de qualquer adaptação de anime/mangá já feita no país, e ainda achou curiosa a reação dos americanos à escalação de Johansson como protagonista. A mesma opinião foi compartilhada pelo público, conforme pode ser conferido aqui. Mesmo com o sucesso na Ásia, o filme ainda está sendo considerado deficitário. A rejeição nos EUA foi muito maior do que a Paramount e a DreamWorks esperavam.
Fenômeno de crítica e bilheteria nos EUA, terror Corra! ganha trailer legendado
A Universal divulgou o primeiro trailer legendado de “Corra!”, um dos maiores fenômenos do ano nos EUA. A trama, que envolve a visita de um jovem negro (Daniel Kaluuya, de “Sicário”) à casa de campo da família rica de sua namorada branca (Allison Williams, da série “Girls”), causou comoção entre o público e a crítica. O terror motivado por racismo conquistou impressionantes 99% de aprovação no site Rotten Tomatoes. E após uma estreia em 1º lugar em fevereiro e mais de um mês no Top 5, também deixou para trás o recorde de arrecadação de “Fragmentado” para se tornar a maior bilheteria de terror já registrada nos EUA em todos os tempos. O filme marca a estreia do comediante Jordan Peele (série “Key and Peele”) como diretor e, assim como “Fragmentado”, é uma produção da Blumhouse, a mais bem-sucedida produtora de terror da atualidade. Infelizmente, também como aconteceu com “Fragmentado”, o lançamento nacional ainda vai demorar. Está marcado apenas para 18 de maio, três meses após a estreia original e junto com a distribuição do blu-ray nos EUA.
Primeiros comentários do novo Piratas do Caribe são todos positivos
Quinto filme da franquia estrelada por Johnny Depp, “Piratas do Caribe: A Vingança de Salazar” teve sua primeira exibição para a crítica americana nesta semana, durante a CinemaCon, convenção do mercado cinematográfico realizada em Las Vegas. E a impressão que chegou ao Twitter é que o filme agradou. “Os fãs de franquia vão adorar, mas ele também funciona como filme individual. Efeitos visuais brilhantes e performances ótimas e divertidas. Jack Sparrow sempre tem um plano. E eles são sempre divertidos de assistir. Cai sob a categoria de ‘performances brilhantes’. Ainda assim, eu acho que os efeitos e as cenas de ação gigantescas roubaram o show”, escreveu Brandon Davis, do site ComicBook. “’Piratas do Caribe: A Vingança de Salazar’ é que tem mais emoção desde o primeiro filme. Não é tão engraçado e épico quanto os três primeiros, mas é bem melhor que o 4. Grande final. Talvez vocês chorem. Efeitos visuais impressionantes”, destacou Gregory Ellwood, do site The Playlist. “Os efeitos visuais do novo ‘Piratas do Caribe’ são realmente muito bem feitos. Não teve créditos finais, então não tenho certeza se tem cena pós-créditos. Além disso, as cenas de ação são realmente bem ensaiadas e fáceis de seguir. Muito melhor que o último”, postou Steven Weintraub, editor do Collider. “O novo “Piratas do Caribe” tem bom ritmo, ação sólida e um vilão ameaçador em Javier Bardem. Também tem em Kaya Scodelario a personagem feminina mais forte da franquia”, decretou Sean P. Means, do jornal The Salt Lake Tribune. Confira mais alguns tuítes de jornalistas sobre o filme: “Fãs de ‘Piratas do Caribe’ não ficarão decepcionados. ‘Piratas 5’ é muito divertido, uma aventura cheia de ação com uma referência sutil à própria atração [do parque da Disney]. Apesar de não ser o melhor da franquia, entrega a diversão que você espera e quer de Sparrow & companhia”, escreveu Yolanda Machado, do site MovieFone. “A coisa que eu mais gostei sobre ‘Piratas do Caribe’ é que pareceu mais como o primeiro filme, que é meu favorito. Final forte. Você acha que não precisa de mais Jack Sparrow e então percebe que precisa de mais Jack Sparrow”, disse Erik Davis, do Fandango. “Piratas 5 é definitivamente o melhor desde o primeiro. Evidentemente, isso não é muita coisa, mas ocasionalmente captura essa magia”, completa Germain Lussier, do Slash Film. “Piratas do Caribe 5: A Vingança de Salazar” chegará aos cinemas brasileiros em 25 de maio.
Críticas de Kong: A Ilha da Caveira são mais entusiasmadas que as de A Bela e a Fera
Os críticos americanos gostaram de “A Bela e a Fera”, mas as declarações de amor só foram dedicadas para “Kong: A Ilha da Caveira”. Os dois candidatos a blockbuster vão chegar aos cinemas nos próximos dias e competirão ferozmente pelas bilheterias. “Kong: A Ilha da Caveira” chega antes, já nesta semana, e conquistou 83% de aprovação na média do site Rotten Tomatoes, enquanto “A Bela e a Fera”, que estreia uma semana depois, ficou com 74%. No Brasil, as datas são 9 e 16 de março, respectivamente. Os maiores elogios para “Kong” dizem respeito ao ritmo frenético, à qualidade dos efeitos visuais e ao roteiro redondo. O crítico da revista Variety ousou dizer que o filme é, de forma surpreendente, melhor – não, 10 vezes melhor! – que “Jurassic World”. Os dois filmes compartilham um roteirista, Derek Connolly. Em compensação, o crítico do Guardian chutou o balde e derramou ácido por todo o lado, ao considerar o filme tão trash que o lembrou de Ed Wood, o pior diretor de todos os tempos. Já “A Bela e a Fera” teve como destaque negativo os efeitos da Fera, que saltaram aos olhos desde as primeiras fotos, mas isso teria sido compensado com uma cenografia deslumbrante. Também houve quem reclamasse da falta de novidades, já que se trata de uma releitura que pouco acrescenta – além de atores reais – à animação clássica, sendo “instantaneamente esquecível”. Mas, por outro lado, houve eco para o espetáculo tecnicamente perfeito. Veja abaixo alguns dos principais comentários sobre os dois filmes. Kong: A Ilha da Caveira “A surpresa é que ‘Kong: A Ilha da Caveira’ não é apenas dez vezes melhor que Jurassic World, mas um espetáculo de criaturas gigantes excitante e muito bem elaborado” (Owen Gleiberman, Variety). “Esta volta altamente divertida de uma das criaturas gigantes mais longevas do cinema corre como um louco – o filme parece ter 90 minutos e não 2 horas – e consegue um equilíbrio ideal entre ação feroz, humor, reinvenção de gênero e, talvez de forma mais impressionante, uma desprendida consciência de sua própria modesta importância no esquema maior das coisas” (Todd McCarthy, The Hollywood Reporter). “Não se pode menosprezar a importância de John C. Reilly para o longa. No momento em que ele aparece, o filme parece imediatamente revigorado e energizado; sua mera presença acrescenta uma enorme quantidade de charme e humor” (Drew Taylor, The Playlist). “Nós não embarcamos na ‘Ilha da Caveira’ pelos personagens (sejam eles bem desenvolvidos ou não), nós vamos para ver o maldito macaco. E o diretor Jordan Vogt-Roberts e a empresa Industrial Light & Magic entregam um Kong de cair o queixo” (Chris Nashawaty, Entertainment Weekly). “Derivativo e um pouco bobo, mas consistentemente divertido: há personalidade e estilo de sobra neste blockbuster monstro” (Jordan Farley, Total Film). “Esta fantasticamente confusa e exasperantemente aborrecida tentativa de atualização da história de King Kong se parece com uma mistura de Jurassic Park, Apocalypse Now e alguns empréstimos visuais exóticos de Miss Saigon. Não chega perto do poder elementar do King Kong original ou do remake de Peter Jackson. É algo que Ed Wood Jr poderia ter feito com um trilhão de dólares caso tivesse o aval para fazer o que quisesse com esse dinheiro – mas sem a menor a diversão” (Peter Bradshaw, do The Guardian). A Bela e a Fera “Após os espectadores digerirem todo o esplendor visual, eles poderão perceber que toda a experiência foi um pouco sem graça e sem profundidade, e com um resultado tão efervescente quanto instantaneamente esquecível” (Leslie Felperin, The Hollywood Reporter). “O novo ‘A Bela e a Fera’ é um filme tocante, bastante ‘assistível’, mas nunca convence totalmente que era um filme que o mundo estava esperando” (Owen Gleiberman, Variety). “Com seus olhos lindos, seu sorriso encantador e seu conjunto de sardas na ponta do nariz, Emma Watson é uma perfeita heroína da Disney. Há uma inocência e inteligência nela que se encaixa perfeitamente com a personagem. E descobrimos que ela também sabe cantar” (Chris Nashawaty, Entertainment Weekly). “’A Bela e a Fera’ casa o espetáculo visual e o magnífico design com uma história melhor do que o longa original, lançando um feitiço sobre os antigos fãs e também os mais novos” (Brian Truitt, USA Today). “Uma deliciosa recriação live-action de uma fábula familiar. Você já viu isso antes, mas seu espírito e graça são irresistíveis” (Matt Maytum, Total Film). “Em última análise, ‘A Bela e a Fera’ se revela como uma recriação cínica feita aparentemente apenas para produzir um ano fiscal mais promissor para os acionistas da Disney. Este é um produto que é mais calculista do que inspirador” (Rodrigo Perez, The Playlist).
Crítica internacional elogia e se emociona com Logan, que é comparado ao Cavaleiro das Trevas
Surgiram as primeiras críticas internacionais de “Logan”. E são todas elogiosíssimas, destacando o tom sombrio e a violência, mas também o grande apelo emocional da história. O crítico do jornal americano USA Today chegou a comparar o filme dirigido por James Mangold (que retorna à franquia após “Wolverine – Imortal”) com “Batman: O Cavaleiro das Trevas” (2008). Confira abaixo alguns dos elogios rasgados. “Facilmente o melhor filme do Wolverine, ‘Logan’ é o ‘Cavaleiro das Trevas’ da franquia mutante dos ‘X-Men’, um filme emocionante que transcende o gênero dos heróis de quadrinhos dizendo algo importante” (Brian Truitt, da USA Today). “Hugh Jackman não está entregando apenas o filme definitivo dos ‘X-Men’; este pode ser o filme definitivo baseado em quadrinhos” (Mark Daniell, da Toronto Sun). “É ao mesmo tempo o filme mais violento da série e o mais sentimental. Quando não derrama sangue em você, tenta te fazer derramar lágrimas” (Chris Nashawaty, da Entertainment Weekly). “Cada vez que a violência explode, ela é satisfatória porque está justificada na trama, e também porque Mangold sabe como apresentá-la” (Owen Gleiberman, da Variety). “O peso da violência gráfica e grotesca paira sobre todo o filme. Mas a ousada violência emocional permanece por mais tempo, mesmo depois que as luzes se apagam no ato final” (Tasha Robinson, do The Verge). “A violência em ‘Logan’ não está para brincadeira, como em ‘Deadpool’. Ela é séria e grave e às vezes difícil de assistir, o que se encaixa perfeitamente com o tom deste filme surpreendentemente sombrio” (Rene Rodriguez, do Miami Herald). “Misturando a mitologia da Marvel com a mitologia do gênero western, James Mangold criou um filme emocionalmente impressionante, que tira sua força da interpretação cheia de nuances de Hugh Jackman como um herói relutante” (Sheri Linden, do Hollywood Reporter). “Logan é um filme para pessoas que, como eu, acharam que o único bom momento de ‘X-Men: Apocalipse’ era a cena de Michael Fassbender chorando na floresta, e deixaram o cinema desejando que aquilo tivesse sido o filme inteiro. ‘Logan’ é algo que ninguém poderia esperar: um filme de super-herói criativamente ousado” (Robbie Collin, do The Telegraph). “Em geral, ‘Logan’ é algo bastante especial: uma história emocionante e triste sobre a reta final da vida, e o blockbuster perfeito para esses tempos amargurados em que vivemos” (Tom Huddleston, da Time Out London). “Logan” estreia no dia 2 de março nos cinemas brasileiros.
Grande favorito ao Oscar, Moonlight ganha primeiro trailer legendado
A Diamond Films divulgou o trailer legendado de “Moonlight”, drama indie que está sendo considerado um dos grandes favoritos ao Oscar 2017. A prévia destaca o clima dramático, as ótimas interpretações e os diversos elogios que a produção vem recebendo, além de revelar que o filme ganhará um subtítulo no Brasil (que óbvio), chamando-se “Moonlight: Sob a Luz do Luar” – tipo “Stop: Pare”. Produzido pelo astro Brad Pitt, o drama que ganha elogios rasgados (“perfeito”, “obra-prima”, etc) acompanha três períodos da vida de um jovem, desde os dias de bullying na infância até seu formação como adulto, com direito a decepções familiares, contato com a violência, o tráfico e descoberta de desejos homossexuais em um bairro violento de Miami. “Moonlight” é o segundo longa do jovem diretor e roteirista Barry Jenkins, e tem um elenco composto exclusivamente por intérpretes negros, numa combinação de atores novatos com veteranos conhecidos, como Naomie Harris (“007 Contra Skyfall”) e Mahershala Ali (o Boca de Algodão da série “Luke Cage”), além da cantora Janelle Monáe. Já em cartaz em circuito limitado nos EUA, o filme só estreia no Brasil em 23 de fevereiro.
Prevenge: Grávida psicótica realiza matança em trailer de comédia já considerada cult
A Western Edge Pictures divulgou fotos e o primeiro trailer de “Prevenge”, comédia britânica de humor negro – na verdade, negríssimo – que marca a estreia da atriz Alice Lowe na direção. Ela é mais conhecida pelo filme “Turistas” (2012), com o qual “Prevenge” possui semelhanças. Ambos foram escritos por ela. A atriz também estrela o filme como uma viúva grávida, que ouve a voz de seu feto comandá-la a executar uma onda de massacres sanguinários. Detalhe: ela estava realmente grávida durante as filmagens. O elenco inclui Kate Dickie (“A Bruxa”), Jo Hartley (“Voando Alto”), Kayvan Novak (“As Aventuras de Paddington”), Tom Davis (série “Plebs”) e Gemma Whelan (série “Game of Thrones”). “Prevenge” teve première mundial na mostra Semana da Crítica, do Festival de Veneza, onde encantou a imprensa internacional e foi considerado um futuro cult. Por conta dos elogios, sua média no site Rotten Tomatoes é de 90% de aprovação. A estreia comercial está marcada para 10 de fevereiro no Reino Unido e não há previsão de lançamento no Brasil.
Bilheterias: Estreia de Doutor Estranho fatura mais de US$ 300 milhões em todo o mundo
A mágica da Marvel é insuperável. Numa das semanas mais competitivas do ano na América do Norte, a estreia de “Doutor Estranho” arrecadou impressionantes US$ 84,9 milhões. Somente no primeiro dia em cartaz, na sexta-feira (4/11), o filme faturou US$ 32,6 milhões. A bilheteria superou a expectativa do mercado, que era de US$ 75 milhões. Para completar, o longa também fez mais de US$ 240 milhões em outros países, atingindo impressionantes US$ 325 milhões em todo o mundo, em seus primeiros dias em cartaz. O primeiro longa da inevitável nova franquia superou as estreias domésticas de super-heróis mais conhecidos da Marvel, como “Thor” (US$ 65,7 milhões), “Capitão América: O Primeiro Vingador” (US$ 65 milhões) e “Homem-Formiga” (US$ 57,2 milhões), ficando atrás apenas de “Homem de Ferro” (US$ 98,6 milhões) e dos filmes com mais de um super-herói, como “Guardiões da Galáxia” (US$ 94,3 milhões) e “Os Vingadores” (US$ 207,4 milhões). Além da ótima bilheteria, o filme estrelado por Benedict Cumberbatch (“O Jogo da Imitação”) foi antecipado por críticas bastante positivas. Com 90% de aprovação no site Rotten Tomatoes, também foi o lançamento mais bem-avaliado da semana nos EUA. E a competição era boa, com o lançamento da animação musical “Trolls”. A produção da DreamWorks Animation, com músicas de Justin Timberlake, abriu em 2º lugar. Mas com uma bilheteria bastante superior aos líderes das últimas semanas: US$ 45,6 milhões. A crítica também gostou da cantoria animada, rendendo aprovação de 74% no Rotten Tomatoes. Em 3º lugar, veio outra estreia bastante aguardada: “Até o Último Homem”, filme de guerra que marca a volta de Mel Gibson à direção. Estrelado por Andrew Garfield (“O Espetacular Homem-Aranha”) e baseado numa história real, o filme fez U$ 14,7 milhões. Era mesmo uma tarefa difícil enfrentar a Marvel e a DreamWorks Animation, mas o desempenho, ainda que modesto para os padrões de Hollywood, está sendo considerado uma vitória para uma produção independente. O longa tem financiamento do estúdio do próprio cineasta, Icon Productions, em parceria com várias produtoras pequenas. Não há nenhum grande estúdio bancando o projeto, que mesmo assim já é considerado a redenção de Gibson em Hollywood. Sua exibição no Festival de Veneza, há dois meses, foi aplaudida de pé por 10 minutos, e a crítica americana agora faz eco, com 87% de aprovação. Infelizmente, a estreia no Brasil ainda vai demorar e só deve acontecer em janeiro. BILHETERIAS: TOP 10 EUA 1. Doutor Estranho Fim de semana: US$ 84,9 milhões Total EUA: US$ 84,9 milhões Total Mundo: US$ 325,3 milhões 2. Trolls Fim de semana: US$ 45,6 milhões Total EUA: US$ 45,6 milhões Total Mundo: US$ 149,6 milhões 3. Até o Último Homem Fim de semana: US$ 14,7 milhões Total EUA: US$ 14,7 milhões Total Mundo: US$ 14,7 milhões 4. Boo! A Madea Halloween Fim de semana: US$ 7,8 milhões Total EUA: US$ 64,9 milhões Total Mundo: US$ 65,6 milhões 5. Inferno – O Filme Fim de semana: US$ 6,2 milhões Total EUA: US$ 26 milhões Total Mundo: US$ 185,3 milhões 6. O Contador Fim de semana: US$ 5,9 milhões Total EUA: US$ 70,8 milhões Total Mundo: US$ 109,3 milhões 7. Jack Reacher: Sem Retorno Fim de semana: US$ 5,5 milhões Total EUA: US$ 49,2 milhões Total Mundo: US$ 111,9 milhões 8. Ouija: Origem do Mal Fim de semana: US$ 3,9 milhões Total EUA: US$ 31,3 milhão Total Mundo: US$ 64,4 milhões 9. A Garota no Trem Fim de semana: US$ 2,7 milhões Total EUA: US$ 70,7 milhões Total Mundo: US$ 140,6 milhões 10. O Lar das Crianças Peculiares Fim de semana: US$ 2,1 milhões Total EUA: US$ 83,3 milhões Total Mundo: US$ 253,4 milhões











