Novos donos dizem que público do canal de “Riverdale” tem 58 anos de idade!
Os planos do Nexstar Media Group para a recém-adquirida rede The CW precisaram de apenas uma apresentação para virar piada nas redes sociais. Ao relatar seu projeto de ampliar a base de telespectadores, os novos proprietários da emissora afirmaram que a média etária do público da CW é de 58 anos. Entretanto, o canal é conhecido por suas séries adolescentes, cheias de super-heróis e colegiais, como “Riverdale”, “All American”, “Legacies” e “The Flash”. De acordo com o presidente e COO da Nexstar, Tom Carter, a diferença entre a idade elevada do público e o conteúdo é o motivo pelo qual a CW é a rede de menor audiência entre todas as cinco dos EUA. O plano, daqui para frente, seria incluir mais produções que reflitam a “verdadeira idade” da audiência. O mais curioso é que o (ainda) presidente do canal, Mark Pedowitz, não cansa de comentar que o público jovem da emissora é o verdadeiro motivo da baixa audiência, devido ao costume de consumir conteúdo online. Por isso, ele sempre destaca a importância da CW Seed, plataforma da rede, em sua estratégia de audiência geral. Pedowitz, por sinal, não foi referenciado na apresentação, que contou com declarações de executivos da CBS e da Warner, empresas até então sócias no controle da CW (cujo nome é a sigla da junção de CBS e Warner). Mas a expectativa é que ele permanece como CEO do canal. O comentário de Carter acabou viralizando nas redes sociais, no pior sentido. “Eu teria rido se a idade média fosse 40”, escreveu Mike Royce, ex-produtor de “On One Day at a Time”, no Twitter. “58 é uma verdadeira genialidade cômica.” Royce ainda fez a sugestão de sua antiga comédia de cinquentões, “Men of a Certain Age”, fizesse companhia para “Riverdale” na programação da emissora. Foram várias piadas depois disso. “Você ouviu?”, escreveu o jornalista Matt Sibley, do site Newsarama. “Aparentemente, a idade média dos espectadores da CW é de 58 anos. 58 anos! Agora, eu sei que você está pensando que isso é absurdo! Mas pense em quanto tempo ‘Supernatural’ durou.” “Descobrir que a idade média de um telespectador da CW é 58 é a melhor coisa que poderia ter acontecido comigo”, escreveu a roteirista Caissie St.Onge (“Busy Tonight”). “Talvez seja porque quando você tem 58 anos finalmente tem tempo para assistir TV? Hora de sentar, abrir um White Claw e viver indiretamente através de adolescentes falsos fazendo merda que você sempre ouviu que os adolescentes faziam?” Veja abaixo estes e outros posts (em inglês) sobre a declaração. After Riverdale, stay tuned for an all new pic.twitter.com/EAPeceLF9S — Mike Royce (@MikeRoyce) August 15, 2022 "You hear about this?– Apparently the average age of a CW viewer is 58 years old. 58 years old! Now I know you're thinking, that's absurd! But just think about how long Supernatural was on for." pic.twitter.com/ZbjyKRWyO1 — Matt Sibley (in his Red era) (@Matt_Sibley) August 15, 2022 Finding out the average age of a CW viewer is 58 is THE BEST thing that could have happened to me. Maybe it's that when you're 58 you finally have time to watch TV? Time to sit back, crack a White Claw & live vicariously through fake teens doing shit you always heard teens did? — Caissie (@Caissie) August 15, 2022 So this was the CW the whole time? pic.twitter.com/V6v0aCtTxs — Scott of Rivia (@DerfelMacGuffin) August 15, 2022 the average cw viewers watching organ harvesting cults and supernatural plots playout on riverdale: pic.twitter.com/xSIAiVQZ9P — barchiedaily (@Barchiedaily) August 15, 2022 the average CW viewer tuning in to Riverdale each week https://t.co/wXz4agIe23 pic.twitter.com/8mMhDK1339 — Spencer Althouse (@SpencerAlthouse) August 15, 2022 ***The CW, 2006-2022***– superheroes– supernatural– sexy teens ***The CW, 2022-????***– The Bucket List: The Series– Golden Girls: The Next Generation– Walker — Alex Zalben (@azalben) August 15, 2022
Canal americano The CW é vendido
O canal americano The CW foi vendido. A Nexstar Media Group, rede televisiva que já transmite o conteúdo da CW no interior dos EUA, está assumindo o controle de 75% da empresa. A Paramount Global e a Warner Bros. Discovery, atuais donos do CW, vão continuar na sociedade, retendo 12,5% da emissora cada. “Nossa aquisição da The CW é estratégica e operacionalmente atraente, pois nos permitirá alavancar nossa experiência operacional para melhorar o desempenho da rede por meio do gerenciamento desta poderosa plataforma nacional”, disse Perry Sook, presidente e CEO da Nexstar, nesta segunda-feira (15/8). Os termos financeiros do acordo não foram divulgados, mas fontes ligadas às negociações afirmam que a Nexstar não precisou desembolsar nada pela compra. Em vez disso, a empresa vai agregar a maior parte da dívida de mais de US$ 100 milhões acumulados em prejuízo pela operação da emissora, que estavam na contabilidade da Paramount e da WBD. Lar das séries do Arrowverso, de “Riverdale”, “Legacies”, “Walker” e várias outras atrações de fantasia juvenil, o CW foi inaugurado em 2006 como resultado da união dos antigos canais UPN e Warner nos EUA. Muitos apostaram que a experiência não duraria, mas embora nunca tenha se tornado lucrativa de forma tradicional, a joint venture se provou um bom negócio para os estúdios da CBS e Warner (o C e o W do nome do canal). O CW nunca foi lucrativo como canal de TV, mas foi um ótimo negócio para a CBS e a Warner, pois passou a render dinheiro por sinergia, ao comprar apenas séries produzidas pelas duas empresas. Além disso, esse conteúdo depois era negociado por seus estúdios para o mercado internacional e o streaming. Só a Netflix chegou a pagar US$ 1 bilhão pelos direitos de exibição do conteúdo da CW em 2018. Só que este modelo sofreu abalos nos últimos anos, acompanhando mudanças internas nas empresas proprietárias. A Warner foi desastrosamente comprada pela AT&T, que passou a desmontar a empresa, dissolvendo ou vendendo parte de seu patrimônio apenas para “revendê-la” numa fusão inacreditável com a Discovery. Já a CBS sobreviveu a um escândalo sexual de seu chefão, Les Mooves, para se fundir com a Viacom. No ano passado, os dois grupos passaram a priorizar a expansão de seus serviços streaming, HBO Max e Paramount+, sobre todos os outros projetos. Por isso, romperam o acordo bilionário com a Netflix, interrompendo o fluxo de dinheiro para o canal. Foi um tiro de morte. Ao perceberem a falha neste plano, começaram a cortejar a ideia de vender a emissora. Os novos donos reconhecem o trabalho que têm pela frente. “Não é nenhum segredo que a CW não é lucrativa”, disse a diretora financeira da Nexstar, Lee Ann Gliha, que completou: “nenhum outro canal opera com perdas contínuas”. O objetivo da Nexstar é reverter esse cenário e tornar a emissora lucrativa até 2025. Por conta disso, a venda vai afetar o número de atrações da CW. Os cancelamentos que começaram a acontecer em abril refletem este plano. Séries como “Batwoman”, “Legends of Tomorrow”, “Charmed”, “Dynasty”, “Legacies” são apenas algumas das encerradas devido à negociação. Até a finalização da venda, que deve levar alguns meses, a CW vai continuar apenas com algumas das suas séries mais consagradas, como “The Flash”, “Riverdale”, “Superman & Lois” e “Walker”, com planos de encerrar “The Flash” e “Riverdale” na próxima temporada. De novidade, o canal vai lançar apenas três atrações no próximo outono: “Gotham Knights”, nova produção do universo DC, “The Winchesters”, prólogo de “Supernatural”, e “Independence”, série derivada de “Walker”. Segundo Carter, a Paramount e a Warner devem continuar a produzir conteúdos para a CW, mas esse acordo é válido apenas até 2023. Depois disso, a Nexstar tem a opção de manter a parceria criativa, mas não a obrigatoriedade de fazer isso. De todo modo, o investimento em séries será bem mais baixo que o atual. “Esperamos investir um valor baixo de 9 dígitos neste período de 3 anos à medida que implementamos nosso plano”, explicou Gliha. “Vemos esse valor como um proxy para um preço de compra – ou um investimento feito ao longo do tempo – em vez de um obstáculo contínuo no fluxo de caixa. Você nos conhece. Estamos focados no lucro e no fluxo de caixa e esperamos que esse ativo alcance lucratividade.” Mas os investimentos devem aumentar no futuro. “Então, com o tempo, adotaremos uma abordagem diferente para nossa estratégia de programação da CW e alavancaremos nossa experiência em gastar aproximadamente US$ 2 bilhões por ano em programação, atraindo e monetizando espectadores e fazendo a transição da NewsNation, nossa rede nacional de notícias a cabo, da WGN, mantendo um foco estrito no fluxo de caixa”, disse Tom Carter, diretor executivo da Nexstar. George Cheeks, presidente e CEO da CBS da Paramount, acrescentou: “Esta nova estrutura de propriedade nos permite fazer parceria com a Nexstar e a Warner Bros. Discovery no próximo capítulo da The CW, enquanto redistribuímos capital para outras plataformas de conteúdo da Paramount”. Channing Dungey, presidente do Warner Bros. Television Group, demonstrou estar feliz com a venda. “Estamos ansiosos para continuar a colaborar em nossas séries compartilhadas e projetos futuros que ficarão sob a liderança da Nexstar”, disse a executiva.
Warner Bros. Discovery anuncia fusão da HBO Max e Discovery+ para 2023
A apresentação dos primeiros resultados trimestrais da Warner Bros. Discovery ao mercado nesta quinta (4/8) confirmou os planos de unificação dos serviços de streaming HBO Max e Discovery+, refletindo a forma como a nova empresa foi formada no início do ano – a partir da junção da antiga WarnerMedia e da Discovery. O novo serviço unificado entrará em funcionamento daqui a um ano, entre junho e agosto de 2023 (temporada de verão nos EUA), informou JB Perrette, CEO e presidente de streaming global e interativo da Warner Bros. Discovery, falando na teleconferência da empresa. A empresa não anunciou qual será o novo nome da plataforma que juntará HBO Max e Discovery+, mas adiantou que o novo serviço será lançado em duas versões: com e sem anúncios, que terão preços diferentes – ainda não informados. Na projeção apresentada para o novo serviço, a WBD disse esperar ter 130 milhões de assinantes globais até 2025, que gerarão US$ 1 bilhão em lucro para a companhia. Perrette disse que a empresa também espera que as perdas ocasionadas pelo investimento na divisão de streaming atinjam seu pico em 2022, mas que em três anos a tendência se reverterá. Já refletindo o viés de unificação, o conglomerado optou por não revelar números individuais de assinantes conquistados por suas plataformas no trimestre, o primeiro sob a nova administração. Em vez disso, anunciou uma soma geral das duas, que teriam 92,1 milhões de assinantes entre si. O número é enigmático. No trimestre passado, a AT&T, antiga proprietária da WarnerMedia, revelou que a HBO Max tinha 76,8 milhões de assinantes. Já os donos originais da Discovery+ anunciaram 24 milhões de consumidores no mesmo período. Assim, a progressão trimestral aponta que houve uma diminuição de 8,7 milhões entre os dois serviços. A WBD, porém, ressalta que, por decisão própria, decidiu não considerar 10 milhões de assinantes que ganharam acesso a um dos serviços numa parceria promocional com a AT&T. Isto é, que ganharam a assinatura como bônus na aquisição de pacotes de internet com a empresa telefônica. Considerando esses 10 milhões, a empresa teria adicionado mais de 1 milhão de assinantes no segundo trimestre. Entretanto, as duas plataformas perderam 300 mil assinantes nos EUA, caindo de 53,3 milhões no primeiro trimestre para 53,0 milhões no novo levantamento. Vale apontar ainda que os números individuais da Discovery+, divulgados no começo do ano, foram ultrapassados pelos da Starzplay neste trimestre, transformando a plataforma da WBD na menos buscada por assinantes entre os serviços considerados de maior porte. Isto, mesmo sendo uma das assinaturas mais baratas disponíveis. Além da soma de números, a WBD deu início a combinações de conteúdo que já começam a aproximar os dois serviços. Dentro desta iniciativa, houve o anúncio de que a HBO Max começará a contar com alguns programas da Discovery+. Inicialmente, foram confirmadas a inclusão de produções da Magnolia Network – realities como “Do Velho ao Novo” (Fixer Upper) e “The Lost Kitchen”, entre outros – no catálogo da plataforma mais bem-sucedida da empresa. Ao mesmo tempo, a Discovery+ acrescentará as produções do cancelado serviço de streaming CNN+, passando a disponibilizar vários programas jornalísticos da rede de notícias e produções originais em sua programação, incluindo uma variedade de documentários de “true crime” (crimes reais). Em termos financeiros, a WBD revelou ter conquistado uma receita pró-forma de mais de US$ 9,82 bilhões durante o período, uma queda de 1% em relação ao mesmo período do ano anterior. Mas reportou um prejuízo líquido de mais de US$ 3,41 bilhões, devido a mais de US$ 2 bilhões em amortização de vários ativos, mais de US$ 1 bilhão em reestruturação e outros encargos e US$ 983 milhões em despesas relacionadas à fusão. O segmento mais lucrativo foi o dos estúdios de cinema e TV, que registrou receita de mais de US$ 2,79 bilhões em bilheteria e pagamentos por produções, um aumento de 3%. Este desempenho foi seguido pelas redes de TV da empresa, que viram a receita subir 1%, para US$ 5,74 bilhões, impulsionadas por um aumento de 2% na publicidade, graças principalmente à exibições de esportes.
CNN+ é fechada menos de um mês após lançamento
A CNN anunciou nesta quinta-feira (21/4) o encerramento do CNN+, serviço de streaming da emissora nos Estados Unidos, que foi lançado há menos de um mês, em 29 de março. O desligamento oficial está marcado para o próximo dia 30. Em comunicado oficial, Chris Licht, novo CEO da CNN, informou que a decisão foi tomada pela nova cúpula de executivos da Warner Bros. Discovery, que vai revisar a estratégia de streaming do conglomerado. Há planos, inclusive, de juntar HBO Max e Discovery+ numa única plataforma. “À medida que nós nos tornamos a Warner Bros. Discovery, a CNN será mais forte como parte da estratégia de streaming da companhia, que vê as notícias como uma parte importante de uma oferta mais ampla e atraente, juntamente com conteúdo de esportes, entretenimento e produções de não ficção”, disse Licht no comunicado. “Tomamos a decisão de encerrar as operações da CNN+ e focar nosso investimento nas principais operações de coleta de notícias da CNN e na construção da CNN Digital. Esta não é uma decisão sobre qualidade; agradecemos todo o trabalho, ambição e criatividade investidos na construção da CNN+, uma organização com talento incrível e programação atraente. Agora, nossos clientes e a CNN serão mais bem atendidos com uma escolha de streaming mais simples”, encerrou o executivo. Com a decisão, Alex MacCallum, ex-diretor de programação, assume o comando da renomeada CNN Digital, e Andrew Morse, executivo que supervisionou a criação e lançamento da CNN+, deixa a companhia. Os funcionários do streaming também serão afastados. A WarnerMedia gastou cerca de US$ 300 milhões (R$ 1,3 bilhão) no lançamento do CNN+ e planejava gastar outras centenas de milhões a mais nos próximos anos. Os usuários que assinaram a plataforma neste breve período receberão reembolsos proporcionais por suas taxas. O lançamento da CNN+ foi a última mostra da desorganização da WarnerMedia, empresa criada em 2018 pela compra da Time Warner pela AT&T, e que foi extinta na negociação com o grupo Discovery para a criação da atual empresa Warner Bros. Discovery. Embora tenha feito o lançamento de uma nova plataforma de streaming no apagar das luzes, a WarnerMedia fechou várias iniciativas bem-sucedidas do conglomerado, após a AT&T assumir o controle, incluindo as plataformas DC Universe (adaptações de quadrinhos), Machinima (séries baseadas em games) e DramaFever (de doramas), entre outras, além de ter vendido a Crunchyroll (de animes) para a rival Funimation (da Sony). A dilapidação causou desvalorização e favoreceu a aquisição da Discovery, que comprou ações e assumiu o controle de uma empresa muito maior que ela mesma, a outrora poderosa Warner Bros, enquanto a AT&T veio a público admitir que nunca deveria ter enveredado pelo negócio do entretenimento.
Nasce a Warner Bros. Discovery
A Discovery finalizou nesta sexta-feira (8/4) a aquisição da WarnerMedia, que pertencia à AT&T, em um acordo que rendeu US$ 40 bilhões e 71% das ações da nova empresa (formada com a fusão dos dois gigantes de mídia) para a própria AT&T. Além disso, há 3 bilhões de dívidas da WarnerMedia incorporadas na empresa resultante do negócio. A partir de hoje, Warner Bros., HBO, HBO Max, CNN, Cartoon Network, TNT, DC Comics, New Line Cinema, metade do canal The CW e mais empresas da recém-finada WarnerMedia se juntam ao Discovery Channel, Food Network, TLC, Animal Planet e OWN (Oprah Winfrey Network) num novo conglomerado, batizado de Warner Bros. Discovery – e identificado como WBD na bolsa de valores. Ao longo desta semana, o CEO da nova companhia, David Zaslav, ex-chefão da Discovery, definiu a saída de dezenas de executivos da agora finada WarnerMedia, incluindo o ex-presidente da empresa, Jason Kilar. Mas manteve alguns nomes importantes em seus postos, como Toby Emmerich (chefe da Warner Bros. Pictures), Casey Bloys (chefe da HBO e HBO Max) e Channing Dungey (chefe da Warner Bros. Television). Junto da fusão, foi anunciado também que a nova empresa planeja, a médio prazo, unir os streamings HBO Max e Discovery+.
Megafusão da Warner com a Discovery é aprovada
Os acionistas da Discovery aprovaram na sexta-feira (11/3) a megafusão da empresa com a WarnerMedia, que vai criar uma nova companhia de entretenimento global: a Warner Bros. Discovery. O chefão da Discovery, Davis Zaslav, é quem vai comandar o novo conglomerado, que não encontrou objeção jurídica após o departamento antitruste norte-americano perder o prazo de contestação – ao contrário do que aconteceu com os vários entraves levantados pelo governo Trump contra a aquisição da Warner pela AT&T. No Brasil, a megafusão também já foi aprovada pelo Cade sem restrições. A criação da Warner Bros. Discovery passa a originar uma empresa mais valiosa que a Netflix e a NBCUniversal, ficando atrás apenas da Walt Disney Company em termos de grupos de mídia norte-americanos. O valor estimado da nova companhia é de US$ 150 bilhões, juntando um portfólio de canais como Discovery, HGTV, Food Network, TLC e Animal Planet ao grupo Warner, dono de estúdios de cinema e TV e canais como HBO, CNN, TNT e Cartoon Network, além da plataforma HBO Max, a editora DC Comics e metade da rede The CW. Segundo os termos do acordo, os acionistas da AT&T controlarão 71% da nova empresa, enquanto os acionistas da Discovery deterão 29% e ainda precisarão desembolsar US$ 43 bilhões em compensação financeira. Na prática, porém, a Discovery está pagando para ser a cabeça do negócio, enquanto a AT&T abandona o mercado de entretenimento para se forcar em seu negócio original, tecnologia de comunicação. Por conta disso, Zaslav deve montar uma equipe formada basicamente por executivos da Discovery, mantendo apenas um punhado de profissionais da WarnerMedia em posições de chefia. Uma das decisões mais esperadas da nova companhia é sobre o destino dos streamings HBO Max e Discovery+, que atualmente são plataformas distintas. Ambos podem continuar coexistindo, como aconteceu com a Disney+ e a Hulu (Star+ no Brasil) após a fusão da Disney com a Fox, ou podem ser integrados num único serviço. Segundo apurou o site Deadline, Zaslav não deve se apressar para implementar mudanças, porque há riscos de abalos no mercado de ações. Afinal, a Discovery será a terceira empresa a comandar os destinos corporativos da Warner em menos de quatro anos. Uma nova mexida grande no comando do grupo pode ser percebida como um tiro no próprio pé, diante do sucesso atual da HBO Max e das adaptações dos quadrinhos da DC Comics nos cinemas e em séries.
Warner é processada por lançamento híbrido de “Matrix Resurrections” na HBO Max
O estúdio Village Roadshow Pictures, que se associou à Warner Bros. para produzir “Matrix Resurrections”, resolveu processar o sócio poderoso pelo lançamento do filme simultaneamente em streaming nos EUA. Os advogados da companhia argumentam que a decisão exclusiva da Warner de lançar o filme no streaming ao mesmo tempo que nos cinemas “eviscerou o valor considerável de uma propriedade intelectual que também pertence à Village Roadshow”. “Matrix Resurrections” foi um grande fracasso nos EUA, onde arrecadou apenas US$ 37,3 milhões desde sua estreia em dezembro. De acordo com a Village Roadshow, a razão para esse desempenho foi a disponibilização do filme na HBO Max. A decisão da Warner de lançar todos seus filmes de 2021 de forma híbrida nos EUA sofreu muitas críticas de parceiros. O estúdio Legendary chegou a ameaçar processo, mas fechou um acordo, enquanto críticas do cineasta Denis Villeneuve conseguiram atrasar a estreia de “Duna” nos EUA, o que permitiu uma carreira cinematográfica internacional ao filme antes de sua chegada na HBO Max. A estratégia ajudou a disparar o número de assinantes da plataforma, mas abalou a credibilidade do estúdio. Depois de Christopher Nolan abandonar sua longa parceria com a Warner e o valor de mercado da empresa desabar, a AT&T correu para fechar negócio com o grupo Discovery, passando a Warner e todos os problemas adiante. Mas apesar das críticas, o presidente da WarnerMedia, Jason Kilar, vinha conseguindo manter um verniz de sucesso no negócio, graças ao desempenho da HBO Max. Até a Village Roadshow abrir o primeiro processo diretamente pelo ocorrido. Os advogados da empresa australiana, que tem laços fortes em Hollywood, não especificaram o valor de reparação financeira que gostariam de receber caso vençam o caso. Mas em caso de vitória, outros parceiros da Warner podem seguir o mesmo caminho. O processo está em trâmite na Corte Superior de Los Angeles, nos EUA. Embora não tenha sido lançado de maneira simultânea no Brasil, “Matrix Resurrections” já está disponível para streaming na HBO Max nacional.
Canal americano The CW está à venda
A WarnerMedia e a ViacomCBS estão dispostos a vender parte significativa ou até toda a rede americana The CW, lar das séries do Arrowverso, “Riverdale”, “Legacies”, “Walker” e várias outras atrações de fantasia juvenil. A rede foi inaugurada em 2006 como resultado da união dos antigos canais UPN e Warner nos EUA. Muitos apostaram que a experiência não duraria, mas embora nunca tenha se tornado lucrativa de forma tradicional, a joint venture se provou um bom negócio para os estúdios da CBS e Warner (o C e o W do nome do canal). A CW passou a render dinheiro por sinergia, ao comprar apenas séries produzidas pelas duas empresas. Além disso, as séries da emissora depois são negociadas por seus estúdios para o mercado internacional. Só a Netflix chegou a pagar US$ 1 bilhão pelos direitos de exibição do conteúdo da CW em 2018. Este modelo, porém, sofreu abalos nos últimos anos, acompanhando mudanças internas na Warner e na CBS. A primeira foi desastrosamente comprada pela AT&T, que passou a desmontar a empresa, dissolvendo ou vendendo parte de seu patrimônio – processo que parece seguir mesmo após as negociações para fusão com a Discovery. Já a CBS sobreviveu a um escândalo sexual de seu chefão, Les Mooves, para se fundir com a Viacom. Desde o ano passado, os dois grupos vêm priorizando a expansão de seus serviços streaming, HBO Max e Paramount+, sobre todos os outros projetos. Por isso, romperam o acordo bilionário com a Netflix, interrompendo o fluxo de dinheiro para o canal. Mesmo assim, Warner e CBS querem continuar usando a CW como parceira, tanto como fonte de renda quanto para reduzir os custos de produção de suas séries. A negociação com interessados na compra do canal teria que considerar manter os dois estúdios como sócios e renovar o acordo de exclusividade para a produção de conteúdo. Segundo o Wall Street Journal, que anunciou o negócio, o maior interessado em adquirir a CW é a Nexstar Media Group, empresa televisiva que já transmite o conteúdo da CW e tem se expandido com aquisições de outros grupos, buscando ganhar projeção nacional. Mas a revelação da possível venda atraiu outros interessados. Fala-se até na Netflix.
HBO Max chega a 73,8 milhões de assinantes mundiais
A HBO Max fechou o ano de 2021 com 73,8 milhões de assinantes em todo o mundo, superando as projeções mais otimistas de 70 milhões. Comemorando os números, o CEO da WarnerMedia, Jason Killar, disse ao site Deadline que 2021 foi “o ano em que a HBO Max realmente fez sua marca” no mercado de streaming. Após chegar a vários territórios internacionais em junho, inclusive na América Latina, a plataforma tornou-se disponível em 46 países ao redor do planeta. Este número, porém, não inclui mercados europeus importantes para a indústria do entretenimento, como Reino Unido, Itália e Alemanha. Nesses países, a Warner ainda não conseguiu lançar a HBO Max por causa de contratos prévios de distribuição firmados com o canal pago Sky, que valem até 2024. Nos EUA, a HBO Max foi lançada em maio de 2020, mas foi um início complicado pela falta de conteúdo original, devido à paralisação das produções durante a pandemia de covid-19. Para contornar este problema, a WarnerMedia tomou uma decisão polêmica, programando lançamentos simultâneos de seus filmes de 2021 nos cinemas e na plataforma americana. O resultado foram bilheterias baixas e crescimento das assinaturas. Em um ano, a HBO Max foi de fracasso a sucesso popular. O detalhe é que a AT&T, empresa que adquiriu a Warner em 2018, entrou em pânico com a pandemia, as baixas bilheterias e a dificuldade de emplacar a HBO Max, e decidiu se desfazer do negócio, repassando o conteúdo da WarnerMedia para a Discovery. A criação da Warner Bros. Discovery, nova empresa resultante do negócio, aguarda autorização dos reguladores de mercado para ser aprovada, mas a Discovery não poderia ter feito melhor negócio.
Discovery+ chega ao Brasil nesta terça
O serviço de streaming Discovery+ finalmente chegou no Brasil. Prevista extraoficialmente para setembro, a nova plataforma de conteúdo digital começa a funcionar a partir das 15h de terça-feira (9/11) no país, com assinaturas a partir de R$ 16,29 ao mês. Lançada no início do ano nos EUA, a Discovery+ tem como diferencial a especialização em reality shows, programas de variedades e documentários, e inclui em sua programação mais de 55 mil atrações dos canais Discovery Channel, Kids, Home & Health, TLC, Animal Planet, ID, Discovery Turbo, Science, Food Network e HGTV, além de conteúdos originais e exclusivos. Trata-se do maior conteúdo de não ficção do mundo, e só tende a aumentar, com o atual desenvolvimento de mais de 150 programas para o streaming. O primeiro lançamento inédito feito especialmente para a estreia do serviço no país é o “Largados e Pelados Brasil”, versão brasileira do programa de sobrevivência da Discovery que faz sucesso desde 2013. Também estão previstas versões brasileiras de “Mestres da Sabotagem” e “Tô Chegando – Na Casa dos Famosos”, em que Dony De Nuccio conhecerá o lar e história de celebridades como Cafu e Carlinhos Brown. A programação também traz Antonio Fagundes narrando “Um Planeta Perfeito”, superprodução sobre a relação entre homem e natureza distribuída pela BBC Studios, um documentário sobre o Papa Francisco e muito conteúdo infantil, com a animação brasileira inédita “Ba Da Bean” e a série “Mundo Curiozoo”, que falam, respectivamente, de arte e meio ambiente. Apesar desse investimento, o futuro do serviço encontra-se indefinido, uma vez que Discovery e WarnerMedia anunciaram em maio sua fusão numa nova companhia, a Warner Bros. Discovery, que deve dar uma nova cara para os negócios de streaming da empresa. A Warner também tem seu próprio streaming, a HBO Max, que já está em atividade no Brasil. Avaliada em US$ 200 bilhões, a nova companhia ainda precisa passar pela aprovação dos comitês reguladores dos EUA e demais países em que a empresa opera, o que só deve acontecer em 2022. Os rumos da Warner Bros. Discovery só serão conhecidos após essa aprovação. Por enquanto, a Discovery fechou parceria com a Globo no Brasil, permitindo à Globoplay oferecer seu serviço num combo promocional – a partir do dia 17. Veja abaixo o comercial de lançamento da Discovery+ no Brasil.
Sony completa aquisição da plataforma Crunchyroll
A Sony Pictures Entertainment completou a aquisição da plataforma Crunchyroll da AT&T por US$ 1,175 bilhão, aumentando a lista de ativos de entretenimento queimados pela empresa de telefonia após comprar a Time-Warner por US$ 85 bilhões em 2016. A Crunchyroll agora será combinada com a Funimation da Sony na maior plataforma de anime do mundo. O acordo foi anunciado em dezembro de 2020, mas precisou vencer entraves burocráticos contra a percepção de que a junção das duas plataformas criaria um monopólio do mercado de animes. Com a superação das barreiras (graças à existência da Netflix), o futuro da Crunchyroll agora está nas mãos da Sony, que pode simplesmente absorver os títulos da antiga rival na Funimation. Sem detalhar seus planos, a Sony anunciou apenas que vai combinar as operações e “ampliar a distribuição para seus parceiros de conteúdo e expandir as ofertas para os consumidores”. “Estamos muito entusiasmados em dar as boas-vindas à Crunchyroll no Grupo Sony”, disse o CEO da Sony Corp. Kenichiro Yoshida. “Anime é um meio de crescimento rápido que cativa e inspira emoção entre o público em todo o mundo. O alinhamento entre Crunchyroll e Funimation nos permitirá estar ainda mais próximos dos criadores e fãs que são o coração da comunidade de anime. Estamos ansiosos para oferecer entretenimento ainda mais incrível que encha o mundo de emoção por meio do anime. ” Tony Vinciquerra, presidente e CEO da Sony Pictures Entertainment, disse que a Crunchyroll acrescenta “um valor tremendo” aos esforços de anime da empresa. Ele afirmou que a empresa planeja criar “uma experiência unificada de assinatura de anime o mais rápido possível”. Ao combinar as duas operações, disse ele, “estamos empenhados em criar a experiência definitiva em anime para os fãs e apresentar uma oportunidade única para os nossos principais parceiros, editores e criadores imensamente talentosos de continuarem a entregar o seu conteúdo magistral a públicos em todo o mundo”. A venda da Crunchyroll foi o último estrago causado pela curta passagem da AT&T sobre os ativos da Warner. Assim que recebeu aprovação para assumir o controle dos ativos da Time-Warner em 2018, a AT&T rebatizou a companhia de WarnerMedia e começou a se desfazer de várias marcas e iniciativas visionárias, como as plataformas DC Universe, que lançou séries exclusivas da DC Comics, Machinima, que produzia séries exclusivas derivadas de games, e DramaFever, dedicada a produções sul-coreanas. Mas o pior descaso foi mesmo com a Crunchyroll. Visto como investimento estratégico pela Netflix, o negócio de animes foi considerado supérfluo pela empresa que lançou a HBO Max para concorrer no mercado de streaming. A AT&T também vendeu a empresa de TV paga americana DirecTV, o serviço latino de TV paga Sky, seus 10% da Hulu e, finalmente, até a própria WarnerMedia, numa fusão de US$ 43 bilhões com a Discovery Communications, que ainda espera aprovação regulatória. Queima total.
HBO Max atinge 67 milhões de assinantes após chegar à América Latina
A HBO Max deu um salto quantitativo ao chegar à América Latina, atingindo a marca de 67 milhões de assinantes mundiais. Do total de assinantes da plataforma, 47 milhões estão nos EUA, onde o serviço foi lançado há 15 meses. A HBO Max chegou na América Latina – e no Brasil – há menos de um mês, no dia 29 de junho. A meta original da AT&T, antiga proprietária da plataforma (toda a WarnerMedia foi comercializada com a Discovery neste ano), era que o streaming tivesse entre 67 e 70 milhões de assinantes até o final de 2021. Os números já foram atingidos e ainda há muito espaço de crescimento até dezembro. A plataforma tem diversas séries e filmes em desenvolvimento para atrair mais público e melhor se colocar na disputa pela audiência do streaming, atualmente liderada pela Netflix, que possuiu mais de 200 milhões de assinantes em todo o mundo.









