Amber Heard acusa Johnny Depp de tentar destruir sua carreira
O julgamento de difamação movido por Johnny Depp contra sua ex-mulher Amber Heard foi retomado nesta segunda (16/5) nos EUA com o final do depoimento da atriz e o começo de seu questionamento pelo advogado de seu ex-marido. Antes da defesa começar a confrontá-la, Heard mostrou novas gravações e fotos de machucados, e revelou que foi por temer pela própria integridade física que decidiu pedir uma ordem de restrição contra Depp, após uma discussão em que ele a atingiu com um telefone. “Eu sabia que, se não o fizesse, provavelmente não sobreviveria literalmente”, disse Heard. “Eu estava com muito medo de que isso acabasse muito mal para mim.” Eles já estavam separados quando Depp voltou à cobertura em que moravam em 21 de maio de 2016, originando a discussão que levou a polícia a ser chamada. Embora Heard não tenha registrado um boletim de ocorrência naquela noite, ela mais tarde buscou e obteve uma ordem de restrição contra ele. “Eu queria mudar minhas fechaduras, queria uma boa noite de sono”, disse ela, explicando que a segurança do prédio onde moravam “sempre o deixava entrar em casa, não importando o que eu pedisse”. A atriz descreveu uma luta violenta, com Depp segurando seus cabelos depois de atirar-lhe o telefone no rosto e perguntando o quanto tinha machucado “desta vez”, situação que foi interrompida pela chegada de uma amiga vizinha e os seguranças do ator, preocupados com a gritaria. A partir daí, Depp teria parado de bater nela e começado a destruir o apartamento. Fotos da destruição foram mostradas ao tribunal. Herd explicou que não foi ela quem chamou a polícia e se recusou a registrar um boletim de ocorrência para que Depp não fosse preso. “Eu queria proteger Johnny”, disse ela. “Eu não queria que ele fosse preso. Eu não queria que ele estivesse em apuros. Eu não queria que o mundo soubesse.” O júri também viu uma série de fotos em que a atriz aparece com o rosto avermelhado. Heard disse que as fotos foram tiradas naquela noite por sua amiga. Outra foto, que ela disse ter sido tirada no dia seguinte, mostrava um pouco de escuridão ao redor do olho e vermelhidão logo abaixo. Em seu depoimento, Depp admitiu ter jogado um telefone no sofá, mas negou ter acertado em Heard. Seu caso se concentrou em testemunhas que disseram ter visto Heard nos dias após a discussão sem hematomas em seu rosto. Mas os problemas de Heard não foram “apenas” violência. Ela testemunhou que Depp orquestrou uma “campanha difamatória” com o objetivo explícito de arruinar sua carreira e reputação. O ator teria estimulado abaixo-assinados para tirá-la da franquia “Aquaman” e procurou fazer a Warner desistir de sua escalação. Heard afirmou que existe uma “máquina de relações-públicas sofisticada” por trás de Depp, que conspira para rotulá-la de mentirosa, resultando em sua dificuldade para arrumar trabalhos no cinema. “Eu tive que lutar muito para manter minha carreira depois que consegui minha [ordem de restrição contra Depp]”, disse Heard ao tribunal. “Perdi oportunidades. Fui dispensada de empregos e campanhas. Lutei para manter meu emprego e a maior oportunidade que tive até hoje, ‘Liga da Justiça’ e a opção de [estrelar] ‘Aquaman’. Tive que lutar muito para ficar na ‘Liga da Justiça’ porque essa foi a época do divórcio.” Ela ainda revelou que a sequência de “Aquaman”, que chega aos cinemas em 2023, quase a cortou, sugerindo que seu papel teria diminuído bastante por causa de Depp. A declaração representa um contra-ataque ao argumento trazido pelo ator como motivo de seu processo. Depp alega ter perdido seu papel em “Piratas do Caribe” e visto sua carreira ser arruinada por conta de um artigo assinado por Heard para o jornal Washington Post, em que ela se diz vítima de violência doméstica. Por isso, a está processando em US$ 50 milhões por difamação. Devido à publicidade trazida por esse processo e outro aberto – e perdido – por Depp no Reino Unido, Heard também se diz perseguida e difamada pelo ator, e deu início a seu próprio processo, de US$ 100 milhões, contra Depp. Depois do almoço, a defesa de Depp foi para o ataque, tentando reverter o quadro pintado pela atriz. Os dois principais pontos levantados foram a falta de registros da suposta violência prolongada de Depp contra a atriz, resumidos à fotos do último confronto, e o fato dela não ter doado todo o dinheiro do divórcio conforme prometido. Ela respondeu as duas questões com “mulher forte e maquiagem” e “dinheiro comprometido por processos de Depp”. O advogado da defesa também revelou porque Depp tem usado óculos escuros e evitado olhar para a ex-esposa durante o julgamento. Ele prometeu nunca mais deixá-la ver seus olhos. Amber Heard vai continuar a ser questionada na terça (17/5). Todo o julgamento está sendo transmitido ao vivo pelo canal americano Court TV, disponível pela internet. Veja abaixo os novos vídeos do depoimento da atriz.
Amber Heard acusa Johnny Depp de tentar matá-la
O 15º dia do julgamento por difamação, aberto no estado americano de Virgínia por Johnny Depp contra sua ex-esposa Amber Heard, foi marcado por novas declarações bombásticas da estrela de “Aquaman”. Testemunhando em sua defesa pelo segundo dia consecutivo, a atriz disse ao tribunal nesta quinta (5/5) que o ator a agredia, abusava dela e a ameaçava de morte constantemente, e durante um surto ela acreditou que realmente morreria em suas mãos. Durante a descrição de novos casos de agressões cometidas por Johnny Depp, a atriz apresentou uma gravação de áudio de um voo privado para Boston em 24 de maio de 2014, no qual Depp é ouvido uivando. Heard disse que se trancou no banheiro, quando ele “começou a uivar como um animal”. E explicou que decidiu gravar porque “na minha experiência, quando Johnny estava tão embriagado, ele não se lembrava do que fez”. Depp estava chateado por ela estar fazendo um filme com James Franco, a quem ele desprezava, principalmente porque ela tinha uma cena de amor com o ator. “Odiava, odiava James Franco e me acusava de ter um caso em segredo com ele no passado, desde que fizemos ‘Segurando as Pontas’ (Pineapple Express) juntos”, explicou, se referindo ao filme de 2008 no qual trabalhou com Franco. Em um ponto do voo, Heard alegou que Depp começou a jogar cubos de gelo e utensílios nela, “falando sobre como eu sou um constrangimento em sua vida”. “Eu estava olhando pela janela quando ele me deu um tapa no rosto”, disse Heard, olhando diretamente para o júri enquanto testemunhava. Ela disse que tentou evitar a discussão, mudando de assento, mas “Johnny veio atrás de mim” e “senti essa bota nas minhas costas. Ele simplesmente me chutou”. A atriz teria ficado paralisada com a sensação de impotência e pelo fato de não ter recebido nenhum tipo de ajuda. “Ninguém disse nada. Ninguém fez nada. Eu me senti tão envergonhada por ele poder fazer isso na frente das pessoas.” Em seu depoimento, Heard também descreveu um incidente no início daquele mês, quando ambos compareceram ao Met Gala. Ela contou que, no jantar, Depp pensou que ela estava “olhando para uma mulher de uma maneira sexual”. E mais tarde, em seu quarto de hotel, ele a empurrou e a agarrou pela clavícula. Ela disse que então o empurrou de volta e “ele jogou uma garrafa em mim. Não me acertou, mas quebrou o candelabro.” Heard disse que eles brigaram na sala de estar e ele a empurrou em um sofá “e em algum momento ele me deu um tapa na cara”. “Suspeitei que tinha um nariz quebrado”, completou. Apesar disso, ela manteve os planos de casamento, por acreditar que conseguiria livrar Depp do vício e fazê-lo voltar a ser o homem por quem se apaixonou. Esta noção, porém, começou a ruir na festa de noivado, quando Depp “desapareceu no andar de cima durante quase toda a festa”, porque se trancou para se drogar com o pai dela. “Meu pai era viciado na mesma coisa que Johnny”, disse ela, afirmando que, a certa altura, seu pai saiu com um segurança de Depp para comprar drogas em West Hollywood. “Eu tentei fazer Johnny descer as escadas e ele simplesmente me repreendeu, me disse para calar a boca”, contou Heard. Seguindo a ordem cronológica dos eventos, ela chegou ao dia do surto nas horas de folga das filmagens de “Piratas do Caribe: A Vingança de Salazar” na Austrália. “Eu disse algo para ele, ele ficou tão bravo e me deu um tapa na cara”, disse Heard, com a voz embargada. “Às vezes, acho que ele não entendeu o quanto poderia me machucar fisicamente”, acrescentou, admitindo que também “gritou com ele”. “Nada que eu fiz o fez parar de me bater”, completou. Foi quando revelou: “Ele me disse que iria mutilar meu rosto”, colocando uma garrafa quebrada em sua mandíbula e ameaçando cortá-la. Em vez de fazer isso, Depp rasgou sua camisola e a deixou nua no chão coberto de cacos de vidro de garrafas quebradas, deixando-a cheia de feridas. Heard acrescentou que o intérprete de Jack Sparrow começou a gritar como “ele me odiava e como eu arruinei a vida dele”, enquanto socava a parede. Até que ele “me pegou pelo pescoço”. “Eu tentei dizer que ele estava realmente me machucando, acho que ele não sabia o que estava fazendo”, descreveu Heard, antes de entrar em colapso no tribunal. “Eu não conseguia respirar.” “Eu vou te matar, ele disse isso várias vezes”, contou Heard sobre os instantes seguintes. E enquanto gritava, ele pegou uma garrafa que usou para penetrá-la “repetidamente”. “Lembro-me de não querer me mexer”, disse ela, antes de revelar o que pensava: “Por favor, Deus, espero que não esteja quebrada”. Ela achou que só uma coisa poderia acontecer depois disso. “Eu pensei: ‘É assim que eu morro’”, disse ela. “Ele vai me matar agora”, seguiu a atriz, chorando ao lembrar aqueles instantes de agonia. “Ele vai me matar e nem vai perceber.” Pedindo a sua advogada Elaine Bredehoft para não exigir mais detalhes, Heard mencionou contusões, feridas e inúmeros traumas que a acompanham desde aquele momento. “Nunca tive tanto medo na minha vida”, garantiu a atriz entre soluços. Ela despertou no dia seguinte com a casa toda manchada de sangue e com uma mensagem “incoerente” pintada na parede, com o que ela pensava ser seu nome. Neste ponto, a defesa exibiu fotos da destruição. “Ele não estava mais lá, não era Johnny”, continuou a atriz, descrevendo a expressão no rosto de seu então marido naquele dia, quando ela “descobriu” que Depp tinha perdido parte de seu dedo. No depoimento, Heard disse que, enquanto Depp mijava do lado de fora da residência para “enviar mais mensagens a ela”, uma enfermeira tentou lhe dar remédios para acalmá-la. “Eu só me lembro de estar com medo… sem saber o que diabos estava acontecendo”, acrescentou, revelando que depois disso pegou o que pôde e deixou a Austrália. As conversas sobre separação começaram em seguida. Mas Heard afirmou que temia o que poderia acontecer com o ator se fosse em frente. “Meu coração estava partido… Eu pensei que algo poderia acontecer com ele, como se ele pudesse morrer ou se matar”, ela revelou. “Eu queria ficar com o bom Johnny que eu amava…”, acrescentou, explicando porque fez outra tentativa de reconciliação no final de 2015, topando passar o Natal em família na ilha particular de Depp nas Bahamas. Heard tinha boas lembranças da Bahamas, onde aconteceu o processo de desintoxicação de Depp. “Eu me preocupava profundamente com o bem-estar desse humano… era muito confuso e assustador”, disse. A atriz aproveitou para lembrar os elogios que ele lhe fez por tentar ajudá-lo. “Ele me dizia o tempo todo que eu salvei sua vida, ele não estaria tentando se desintoxicar sem mim”, declarou. Neste ponto, os advogados de Depp fizeram objeções, que foram contestadas pela advogada de Heard. Elaine Bredehoft apresentou como prova da veracidade do depoimento de sua cliente uma mensagem pós-desintoxicação de Depp, onde o ator chamava a então esposa de “anjo” por ajudá-lo. Essa tentativa de limpeza fez com que o casamento durasse mais que devia. E permitiu a volta das ameaças de morte no Natal, proferidas por Depp por ela supostamente o envergonhar na frente de seus filhos. Descrevendo empurrões, gritos e tortura psicológica diante das crianças, Heard acrescentou: “Ele enfiou o dedo dentro de mim através do meu maiô” enquanto a provocava com “você acha que é tão durona?”. Na manhã depois disso, Depp teria sido encontrado “desmaiado” do lado de fora da casa. Acusando as drogas e a bebida de terem acabado com o casamento e com o próprio Depp, a atriz disse que tudo o que fez foi tentar se proteger. Apesar de admitir chutar, empurrar e se debater, ela jurou no tribunal que sempre reagiu para preservar sua integridade física. “Em todo o meu relacionamento com Johnny, eu não tinha dado um soco”, declarou Heard. Mas confessou que não conseguiu se contar quando ele ameaçou derrubar sua irmã de um lance de escadas. “Neste momento sim, eu bati nele, bem na cara”. “Claro, eu tentei revidar… mas nunca consegui nada”, disse a atriz de “Aquaman”. Mas ele conseguia. “Me socando, me socando repetidamente com o punho, eu nem me lembro da dor, apenas do som da voz de Johnny… Batendo na minha cabeça, dizendo que ia me matar”, exemplificou. Uma foto de Heard aparentemente machucada após a última suposta agressão foi exibida para o tribunal. Enquanto a atriz dava seu depoimento impactante, Depp repetiu o comportamento do dia anterior, rabiscando num papel sem fazer contato visual. Ela deve continuar seu depoimento em 16 de maio. O julgamento foi interrompido até lá, devido a uma conferência pré-agendada da juíza Penny Azcarte. Todo o julgamento está sendo transmitido ao vivo pelo canal americano Court TV, disponível pela internet. Veja abaixo os novos vídeos do depoimento da atriz.
Amber Heard descreve agressões de Johnny Depp: tapas “com muitos anéis”
Amber Heard deu um depoimento emocional nesta quarta-feira (4/6) durante o julgamento do processo de difamação movido por seu ex-marido Johnny Depp em Halifax, no estado americano de Washington. “Estou aqui porque meu ex-marido está me processando por um artigo de opinião que escrevi”, ela resumiu, sobre a situação que a levou a testemunhar. “Eu luto para ter as palavras, para descrever as palavras… isso é horrível, ficar sentada aqui por semanas e reviver tudo”, disse a estrela de “Aquaman” a sua advogada Elaine Bredehoft, à juíza Penny Azcarte e ao júri, referindo-se às narrativas de violência e agressões sexuais que foram trazidos à tona nos dias anteriores, trazendo lágrimas ao rosto durante parte das declarações. “Esta é a coisa mais dolorosa e difícil pela qual já passei, com certeza”, ela explicou, enquanto Depp, sentado com óculos escuros entre seus dois advogados, rabiscava um papel e evitava contato visual. Ele se portou desta maneira durante toda a sessão. Depois de falar de sua infância difícil e o início de sua carreira, ela detalhou seu primeiro encontro com Depp em 2009 em um teste para “Diário de um Jornalista Bêbado”, acompanhado por conversas sobre “livros e poesia” e “velhos blues”, indicando que ficou encantada com o ator. Em seu depoimento, a atriz falou sobre como uma vibe de “flerte” se desenvolveu na filmagem, mesmo que os dois estivessem em outros relacionamentos na época. Chamando de “tempo bonito e estranho”, Heard também detalhou um beijo que eles compartilharam e como eles se envolveram em Los Angeles durante a turnê de imprensa de 2011 para o filme. O clima romântico, porém, não durou muito. Ela disse que o amor acabou na primeira agressão de Depp. “Nunca vou esquecer, isso mudou minha vida”, afirmou a atriz. A fúria teria sido motivada porque ela riu quando o ator explicou uma tatuagem, revelando ter mudado o nome de Winona Ryder, sua antiga namorada, para “Wino” – gíria americano para bêbado. Ela testemunhou ter rido do primeiro tapa, achando que era uma piada e porque não a machucou. De acordo com Heard, a resposta de Depp foi: “Você acha engraçado, vadia?” E então ele a esbofeteou mais duas vezes, desequilibrando-a. Naquele mesmo momento, a atriz decidiu deixá-lo. Chegou a pegar suas roupas e ir embora, mas alguns dias depois Depp voltou com um pedido de desculpas, algumas caixas de seu vinho favorito e a promessa de que nunca faria isso de novo. “Eu queria acreditar nele, então eu aceitei”, disse ela. Segundo seu depoimento, entretanto, a violência só piorou a partir disso. Entrando em detalhes sórdidos, Amber Heard disse ao tribunal ter sido agredida sexualmente em 2013. O incidente ocorreu depois que Depp a acusou de flertar com outra mulher no estacionamento de trailers de Hicksville, no deserto da Califórnia. “Ele agarra meu peito, toca minhas coxas, rasga minha calcinha e começa a buscar minha cavidade… ele enfia os dedos dentro de mim”, disse Heard, hesitante, ao tribunal, depois de revelar como Depp tirou seu vestido com raiva. Ela ainda acrescentou relatos sobre como Depp segurou seus cachorros para fora do carro em movimento, sobre abuso de drogas, explosões de raivas que destruíram trailers e quartos, e outras ações que colocaram em cheque seu “orgulho de ser durona”. Até que, em março de 2013, houve uma série de incidentes. Numa ocasião, Heard tirou uma foto de um grande hematoma em seu braço. Em outra, ela afirmou ter sido atingida no rosto por Depp. “Meu lábio entrou nos dentes e ficou um pouco de sangue na parede”, observou Heard, acrescentando que seu ex-marido “usa muitos anéis”. Ela mencionou que Depp disse que “poderia me matar” porque “eu sou uma vergonha”, empurrando-a contra a parede da cabine de seu iate, num dia que o casal tinha saído com os filhos do ator. Heard disse que, depois disso, deixou o iate com a filha de Depp, Lily-Rose, envergonhada pelas acusações do ex-marido supostamente bêbado, de que ela o havia humilhado na frente de seus filhos. O depoimento de Heard foi interrompido neste ponto, ao fim da sessão do tribunal, e continuará na quinta-feira (5/5). Todo o julgamento está sendo transmitido ao vivo pelo canal americano Court TV, disponível pela internet. Veja abaixo os primeiros vídeos do depoimento da atriz, que vão até o ponto em que ela descreve a agressão inicial.
Psicóloga diz que Amber Heard foi estuprada e traumatizada por Johnny Depp
A primeira testemunha da defesa no julgamento por difamação, movido por Johnny Depp contra a ex-mulher, Amber Heard, em Halifax, estado da Virginia, foi uma psicóloga que declarou que a atriz foi estuprada e ficou com transtorno de estresse pós-traumático devido ao abuso sofrido nas mãos do ator. Dawn Hughes testemunhou que chegou ao diagnóstico depois de examinar Heard por 29 horas e revisar seus registros de terapia, concluindo que Depp a envolveu em um “alto grau de violência”. Hughes relatou ter ouvido de Heard vários casos de violência sexual, que seriam motivadas pelo “ciúme obsessivo” de Depp e pelo desejo de mostrar seu domínio sobre a esposa. Ela foi chamada pela defesa para refutar o testemunho de Shannon Curry, uma psicóloga convocada pela equipe de Depp na semana passada, que disse ao júri que Heard sofria de transtorno de personalidade limítrofe. Curry examinou Heard por 12 horas em nome de Depp e testemunhou que Heard era propensa a dar declarações “excessivamente dramáticas” e estava “cheio de raiva”. Hughes disse que discordava do diagnóstico de Curry. Ela disse que, em seu exame, os sintomas de Heard eram consistentes com uma vítima de violência por um parceiro íntimo. Hughes também observou que Heard havia sofrido abuso dos pais quando criança e carregava algumas dessas dinâmicas em seu relacionamento com Depp. “Ela também acreditava que poderia consertá-lo, assim como tentou consertar seu pai”, disse Hughes. “Ela realmente acreditava que poderia consertar o Sr. Depp e livrá-lo de seus problemas de abuso de substâncias, mas isso não funcionou.” Hughes também testemunhou que Depp exercia “controle coercitivo” sobre Heard e estava focado em controlar sua carreira. Junto com a palavra “prostituta” e linguagem sobre a anatomia da esposa, o ator adorava chamá-la de “ambiciosa”, como se fosse um termo “depreciativo” para a carreira da atriz. A psicóloga também contestou a avaliação de uma terapeuta de casais, Laurel Anderson, que disse em nome da acusação que Depp e Heard se envolveram em “abuso mútuo”. Hughes argumentou que, embora ambas as partes possam se envolver em abuso verbal ou físico, também é importante observar o equilíbrio de poder no relacionamento. “Você precisa examinar o contexto”, disse Hughes. “Você tem que examinar o diferencial de poder e controle – e controle coercitivo – no relacionamento para fazer uma determinação completa.” O aspecto mais polêmico em seu depoimento foram descrições dos estupros praticados contra a atriz. “Quando o Sr. Depp estava bêbado ou drogado, ele a jogava na cama, arrancava sua camisola e tentava fazer sexo com ela”, testemunhou Hughes. “Houve momentos em que ele a forçou a fazer sexo oral quando ele estava com raiva – esses não eram momentos amorosos, eram momentos de raiva”, continuou. Hughes também fez referência a incidentes em que Depp supostamente penetrou em Heard com os dedos e, em uma ocasião, com uma garrafa. Em seu depoimento, a psicóloga apontou que este suposto ataque em particular aconteceu enquanto o casal estava na Austrália para as filmagens do quinto “Piratas do Caribe”. Depp, gritando “eu vou te matar”, colocou uma garrafa dentro do corpo de Heard, e a atriz lhe contou que, naquele momento da suposta agressão, tudo o que ela conseguia pensar era que esperava que a garrafa que a estava penetrando “não fosse a quebrada”. “Esses incidentes geralmente aconteciam em uma fúria alimentada por drogas”, completou a psicóloga. Muitas vezes contestada pela equipe de Depp, Hughes esclareceu ao tribunal que realizou uma avaliação independente e forense de Heard. E que ela “nunca foi cliente” de sua clínica, ao contrário de muitas testemunhas trazidas ao tribunal pela acusação, a maioria composta de funcionários de Depp. Espera-se que Heard dê um relato mais completo dos supostos abusos quando for testemunhar nesta quarta-feira (4/5).
Agente diz que Johnny Depp perdeu US$ 22,5 milhões por não fazer “Piratas do Caribe 6”
Uma das últimas testemunhas de acusação no julgamento do processo por difamação, que Johnny Depp abriu contra a ex-esposa Amber Heard no estado americano de Virgínia, deu nesta segunda (2/5) o principal depoimento para a causa do ator. O ex-agente de Depp, Jack Whigham, disse que o ator ganharia US$ 22,5 milhões (R$ 111 milhões) pelo sexto filme da franquia “Piratas do Caribe”, mas que a Disney descartou o projeto após a atriz se declarar vítima de violência doméstica num artigo publicado no Washington Post em dezembro de 2018. O artigo é ponto chave do julgamento, já que Depp alega que sua publicação destruiu sua reputação e carreira. “Depois do artigo, foi impossível conseguir um filme de estúdio para ele”, contou Whigham ao júri de sete pessoas no tribunal da Virgínia. Agente de Depp desde 2016, ele disse que um acordo havia sido fechado com a Disney para que o ator voltasse a interpretar “Jack Sparrow” no sexto filme da franquia. “Fechamos em US$ 22,5 milhões.” Entretanto, ao ser questionado pelo advogado de Heard, ele afirmou que nunca existiu um contrato para a produção. Whigham disse que o acordo com a Disney sobre a compensação de Depp por um novo filme “Piratas do Caribe” teria sido verbal: “Houve um entendimento sobre qual seria o acordo.” Entretanto, a Disney teria decidido seguir por “uma direção diferente” após a publicação do artigo de Amber no Post, em dezembro de 2018, relatou Whigham. Apesar da defesa ainda não ter começado a apresentar suas testemunhas, o advogado de Heard já exibiu para o júri artigos da imprensa demonstrando que Depp teria perdido o contrato da Disney meses antes da publicação do artigo. Além disso, ele conseguiu fazer Depp dizer que não voltaria nunca mais à franquia, nem por US$ 300 milhões, e lembrou que Heard acusou o ator de violência doméstica pela primeira vez em 2016, durante o processo de divórcio, e ele não contestou. Outra testemunha apresentada pela acusação nesta segunda (2/5) foi Travis McGivern, membro da equipe de segurança de Depp. Ele disse que testemunhou uma discussão entre o casal em sua cobertura em Los Angeles durante a qual Amber deu um soco no rosto de Depp, lançou uma lata de bebida e cuspiu no ator. O guarda-costas disse que escoltou Depp para longe, “para a sua segurança”. “Era hora de fazer o meu trabalho e tirá-lo de lá.” A defesa vai apresentar sua primeira testemunha nesta terça (3/5), quando a narrativa do julgamento mudará de ponto de vista. Um dos momentos mais esperados, o depoimento da atriz Amber Heard, está previsto para começar na quarta (4/5). Todo o julgamento está sendo transmitido ao vivo pelo canal americano Court TV, disponível pela internet.
Amber Heard deve testemunhar contra Johnny Depp na próxima semana
A atriz Amber Heard será a primeira testemunha a depor em sua defesa no julgamento de difamação de US$ 50 milhões movido por Johnny Depp no condado de Fairfax, na Virgínia, EUA. O dia exato do depoimento da atriz vai depender do tempo tomado pelas testemunhas convocadas pela acusação, que estão atualmente depondo no processo. Nesta semana, a equipe de acusação trouxe vários ex-funcionários para testemunhar em favor do ator, mas ainda pretende confrontar o colega James Franco (“Artista do Desastre”) e o bilionário Elon Musk, que acaba de comprar o Twitter, por supostamente terem sido amantes de Heard durante seu casamento com Depp. Por outro lado, o advogado do ator já dispensou o testemunho de Paul Bettany (o Visão de “WandaVison”), com quem Depp trocou mensagens brutais sobre Heard. Representantes de Heard não confirmaram os planos da defesa, mas o site Deadline afirma ter ouvido de fontes que ela pode dar seu depoimento já na próxima semana, se tudo correr conforme os planos. “É difícil ver como Amber não se provará uma arma altamente eficaz contra Depp em sua própria defesa”, disse um membro da indústria com conexões com os dois campos. O julgamento acontece de segunda a quinta-feira, com a participação presencial de Depp e Heard, acompanhados por seus respectivos advogados. Mas será interrompido entre 9 e 12 de maio, porque a juíza Penny Azcarate, responsável pelo caso, tem uma conferência pré-agendada nessa data.
Johnny Depp se diz vítima de abusos de Amber Heard
Em seu quarto e último dia de depoimento, Johnny Depp encerrou seu testemunho no julgamento de difamação contra a ex-mulher, Amber Heard, afirmando que foi ele a verdadeira vítima de abuso doméstico, não ela. “Sim”, disse o ator quando perguntado por seu advogado em uma pergunta final, se foi “vítima de violência doméstica”. Na retomada do julgamento nesta segunda (25/4), o astro de “Piratas do Caribe” procurou recuperar o domínio da narrativa após vários dias de interrogatório, no qual foi bombardeado pelo advogado de Heard com textos, vídeos e áudios que o retrataram como um homem violento, drogado e capaz de explosões de raiva contra a ex-esposa. Ele começou o dia ainda confrontado pelo advogado de defesa, Ben Rottenborn, que apresentou reportagens sobre a implosão de sua carreira, publicadas bem antes do artigo de 2018, em que sua ex-esposa se apresentou como vítima de violência doméstica – sem nomeá-lo. Em seu processo, Depp afirma que foi o artigo que fez sua carreira desandar. O advogado ainda mostrou novos áudios violentos de Depp gravados pela ex-esposa. Em um deles, ela reage a uma briga dizendo: “Vá apagar seu cigarro em outra pessoa”. No tribunal, Depp disse que a atriz tinha uma propensão de fazer declarações “grosseiramente exageradas”. Em outra gravação, Depp é que teria “exagerado grosseiramente” ao dizer que, se Heard não parasse de discutir, a situação viraria um “banho de sangue”. Após o almoço, foi a vez dos advogados de Depp tentarem reverter a imagem negativa evocada pela defesa. Com ajuda da advogada Jessica Meyers, o ator repetiu a tese de que não estava sendo ameaçador em seus textos, mas simplesmente usando “humor abstrato”. E insistiu que não bebia demais. “Eu nunca tive apagões”, continuou ele, em um claro contraste com o material apresentado pela defesa, incluindo imagens e textos do próprio Depp. Embora tenha admitido, ao ser confronto por provas, que Heard foi fundamental para sua desintoxicação de opioides em 2015, Depp aproveitou para recolocar o tema em debate ao afirmar que sua ex-esposa também foi o gatilho de suas recaídas. O detalhe mais estranho desse encerramento é que, após dois dias confrontado com um retrato pouco lisonjeiro de si mesmo, os próprios advogados de Depp acrescentaram novas injúrias do ator no processo, ao reproduzirem as gravações do casal feitas por ele. Numa delas, o intérprete de Jack Sparrow chama a então esposa de “dor na bunda”, “harpia” e “vadia”. Além disso, declara que Heard tinha um “distúrbio de personalidade limítrofe” porque disse que o amava. O auto-descrito “pobre drogado velho” também foi ouvido dizendo para Heard: “Nunca vou ficar limpo e sóbrio”. Também foi possível ouvir Heard chorando e dizendo a Depp que ele é “muito malvado” e um “valentão”. “Você está me matando”, afirmou Heard, quando Depp pediu a um assessor que a levasse embora. Outro áudio trouxe Depp pedindo que a atriz o cortasse com uma faca: “Você pegou tudo, você quer meu sangue, pegue”. Depp explicou ao tribunal que disse a Heard para cortá-lo porque seu sangue “era a única coisa que ela não tinha”. Ele levou a faca para um encontro com Heard na época da discussão do divórcio. “Eu tinha uma faca no bolso. Eu peguei a faca e disse: ‘aqui, me corte'”, contou. “Eu estava quebrado, realmente não aguentava mais no final”, explicou Depp ao tribunal sobre as gravações. O mais interessante em todos os áudios foi o que não se ouviu: ofensas da atriz. O momento mais agressivo registrado por Depp foi uma gravação de telefone em que Heard o desafia a provar que ele foi a vítima do casal. Heard falou: “Diga ao mundo que eu, Johnny Depp, um homem, sou vítima de violência doméstica e veja quantas pessoas acreditam ou estão do seu lado”. Mais um áudio complicado, registrado em meados de 2016, ainda mostrou Depp comentando as alegações de abuso logo após Heard pedir uma medida restritiva de proteção. “A questão do abuso é que temos que lidar com isso”, disse Depp em um ponto da gravação. “Você me forçou indo para o ataque”, respondeu Heard, agitada. Para completar o dia, os advogados de Depp ainda retiraram o nome do ator Paul Bettany (“WandaVision”) de sua lista de testemunhas. Bettany foi o destinatário das mensagens mais violentas de Depp sobre Heard, incluindo os textos em que manifestou seu desejo de afogá-la, queimá-la e depois estuprar seu cadáver. O intérprete do Visão do MCU (Universo Cinematográfico da Marvel) chegou a mencionar à imprensa que achava constrangedor ver seu nome envolvido no julgamento, com essas mensagens vindo à tona. Assim como Depp, Heard também prestará depoimento no julgamento, que começou em 11 de abril e deve durar cinco semanas. Todo o julgamento está sendo transmitido ao vivo pelo canal americano Court TV, disponível pela internet. Veja abaixo os vídeos do quarto dia de depoimentos do ator.
Confrontado com textos e áudios violentos, Johnny Depp faz piadas
Depois de uma quarta-feira (20/4) de mutilação e fezes, o depoimento de Johnny Depp no processo movido contra sua ex-esposa Amber Heard por difamação prosseguiu nesta quinta com novas doses de bizarrice e violência. E tentativas de humor. Desta vez, porém, quem conduziu o interrogatório foi o advogado da atriz, Ben Rottenborn. Um dos momentos mais tensos foi quando um áudio revelou a vontade de Depp de se automutilar. “Onde você quer a cicatriz?” diz Depp. Ao que Heard implora: “Não corte sua pele. Por favor, não corte sua pele. Porque eu faria isso? Por favor não faça isso. Por favor, não se corte.” A defesa de Heard exibiu uma enxurrada de evidencias com textos, imagens, áudio e vídeo para tentar demostrar que as reações violentas de Depp não eram eventuais, mas constantes. Conhecidas desde o julgamento que Depp perdeu no Reino Unido, ao processar o jornal The Sun por chamá-lo de “espancador de esposa”, as mensagens trocadas com Paul Bettany, intérprete do Visão no MCU (Universo Cinematográfico da Marvel), foram as mais horripilantes, especialmente o trecho em que Depp revela seu desejo de afogar, depois queimar e finalmente estuprar o “cadáver queimado” de Heard. Rottenborn listou as substâncias que Depp e Bettany teriam ingerido nas noitadas em que passaram juntos, incluindo cocaína, Xanax e Adderall, além de bebida, antes de ler uma mensagem incriminadora. “Bebi a noite toda antes de pegar Amber para voar para LA no domingo passado. Feio, companheiro. Sem comida por dias. Pós. Meia garrafa de uísque”, escreveu Depp. “Um índio agressivo com raiva em um maldito apagão, gritando obscenidades e insultando qualquer f*da que chegasse perto”, continuou o ator. Em outro texto de 2015 para sua irmã mais velha, Depp se referiu à sua então esposa como “aquela prostituta imunda”. Questionado sobre o vocabulário, Depp disse: “Eu tenho uma maneira particular de usar palavras no meu vernáculo”. Essa observação não pareceu impressionar o júri e outros espectadores, muitos dos quais são fãs autodeclarados de Depp. No entanto, Depp arrancou algumas risadas com várias piadas durante o interrogatório. Numa delas, o ator retrucou um de seus próprios textos controversos, lido em voz alta pelo advogado. No texto, Depp afirma: “A única razão pela qual escolhemos a garganta é o amor”. Heard respondeu: “Minha garganta é sua. Você vai ser a minha morte, mas eu não me importo”. Depp respondeu: “Tenho outros usos para sua garganta que não incluem ferimentos”. No banco das testemunhas, Depp zoou: “Desculpe, você poderia ler isso de novo”. Alguns no tribunal riram. Ele também fez graça ao falar do vício compartilhado com o cantor Marilyn Manson. “Nós tomamos cocaína juntos algumas vezes”, admitiu, antes de brincar: “Uma vez, eu dei uma pílula a Marilyn Manson para que ele parasse de falar tanto.” Outro registro calou os risos, mesmo quando Depp tentou se esforçar para tornar a situação engraçada. Num áudio, sua voz é ouvida usando palavrões para se referir a Heard. E diz que “eu dei uma cabeçada na por** da sua testa. Isso não quebra um nariz.” “Eu disse essas palavras, mas estava usando as palavras que a senhorita Heard estava usando, mas não houve uma cabeçada intencional”, disse Depp. “Se você quiser ter uma conversa pacífica com a senhorita Heard, talvez seja necessário aplacá-la um pouco”, completou, achando engraçado. Entre os vídeos, Rottenborn exibiu uma gravação de Heard que mostra Depp, aparentemente bêbado, batendo no armário da cozinha e quebrando outros objetos, antes de descobrir que ela estava gravando com seu telefone, jogando-o longe. “Claramente eu estava tendo um mau momento”, disse Depp ao tribunal. E então reconheceu que “atacou alguns armários, mas não toquei na Srta. Heard”. Ele disse que Heard gravou o vídeo ilegalmente e que “a parte mais interessante” foi que ela apareceu sorrindo no final. Confrontado com registros de seu excesso de bebidas desde antes do relacionamento com Heard, ele declarou que “não bebia tanto”. Mas o advogado lembrou seu testemunho no caso de difamação que moveu contra o tabloide The Sun, no Reino Unido, onde havia dito que “estava abusando de álcool com certeza” após o fim do casamento com Vanessa Paradis. Depois de retrucar com um “você estava lá?” para Rottenborn, Depp teve que admitir o testemunho anterior, contradizendo sua posição de que nunca teve problemas com excesso de bebidas. Neste momento, mensagens de Depp sobre Paradis, com quem ele foi casado antes de Heard, foram lidas no tribunal, revelando o mesmo tom usado contra a atriz. “Extorsionista francesa” e “ex-buc***” foram algumas das expressões usadas para definir a ex-esposa – apontando, segundo a defesa, um padrão de linguagem ofensiva. Fotos do ator em estado lamentável, após beber muito e se drogar, foram apresentadas como evidência de seu problema com substâncias controladas. Mas o ator insistiu em sua linha de defesa, de que não fazia isso para se divertir e sim para lidar com uma infância triste e o trabalho na indústria cinematográfica. “Não é como se eu tomasse as pílulas para ficar chapado, eu tomava as pílulas para ficar normal”, declarou sobre seu vício assumido em Oxicodona. Destruição de propriedades, quartos cheios de “prostitutas e animais” e momentos sangrentos também foram trazidos à luz, como a destruição de um banheiro depois de uma discussão com Heard sobre a atenção que outra mulher estaria dando a ela. Na sequência desse incidente, ele mandou uma mensagem para Paul Bettany em que afirmou: “Claro que eu bati e mostrei cores feias para Amber em uma jornada recente. Feio e triste, ah, como eu amo isso”. Os textos também demonstram que a atriz tentou convencê-lo a se desintoxicar. Numa mensagem de 2014, Depp inclusive lhe agradeceu por ajudá-lo. “Muito obrigado por me deixar limpinho pra caral**”, ele escreveu para Heard. Outra comunicação, desta vez para a mãe da ex-esposa, traz o ator elogiando-a pelo esforço, dizendo que “foi Amber e Amber apenas que me fizeram superar isso”. O advogado de Heard também trouxe ao tribunal o relato de um processo aberto pelo gerente de locação Greg “Rocky” Brooks no set do filme “City of Lies” em 2017, quando Depp o atacou fisicamente apenas porque o avisou que as filmagens do dia precisavam terminar. Este caso ainda está aberto e em andamento na Justiça. Outra evidência trazida por Rottenborn foi um formulário de seguro feito pela Walt Disney Company que questionava se Depp estava tomando “substâncias ilegais, prescritas por um médico ou não” e o ator assinalou “não”. O advogado alegou que Depp mentiu no formulário, devido a todas as evidências apresentadas e que ainda serão trazidas à corte. O julgamento não terá sessão nesta sexta, retornando apenas na próxima segunda (25/4). Todos os depoimentos estão sendo transmitidos ao vivo pelo canal americano Court TV, disponível pela internet. Veja abaixo os primeiros vídeos divulgados do terceiro dia de depoimentos do ator.
Johnny Depp acusa Amber Heard de agressão e se contradiz em depoimento
O ator Johnny Depp, que está processando a ex-esposa Amber Heard por difamação, mostrou-se bem menos confiante em seu segundo dia de depoimento no tribunal de Fairfax, no estado americano de Virginia, entrando em contradição e exibindo sinais de raiva ao ser questionado pela defesa. A serenidade controlada, frases empoladas e histórias tristes apresentadas no dia anterior viraram histórias de terror na primeira parte da sessão desta quarta (20/4), quando Depp fez denúncias literalmente sangrentas contra Heard. Mas seu tom sofreu outra mudança radical, quando chegou a vez do advogado de Heard, Ben Rottenborn, interrogá-lo nos minutos finais da audiência. Neste momento, Depp se atrapalhou com datas, mostrou-se confuso e reagiu com fúria ao ser questionado sobre as afirmações principais do caso, de que um editorial escrito pela atriz em 2018 no jornal Washington Post destruiu sua vida, carreira e reputação, trazendo prejuízo financeiro ao tirá-lo da franquia “Piratas do Caribe”. “Estou processando ela por difamação e as várias falsidades que usou para acabar com minha vida”, declarou Depp. Antes de Rottenborn pressioná-lo, Depp se mostrou bem à vontade para descrever Heard como mentirosa, manipuladora e extremamente violenta. O ponto mais polêmico foi a briga de março de 2015 que o deixou sem um pedaço do dedo médio da mão direita. Declarações sobre o incidente já surgiram várias vezes no julgamento. O médico particular do ator disse que Depp lhe confessou ter se cortado sozinho e a ficha médica de seu atendimento hospitalar na Austrália reforça esse relato, registrando o incidente como um corte involuntário com uma faca. No tribunal, porém, Depp disse que perdeu a ponta do dedo quando Heard jogou uma garrafa de vodka nele e o vidro quebrou. Segundo Depp, Heard havia chegado à Austrália, após um longo voo de Los Angeles, chateada com uma reunião que teve com um advogado para discutir o pedido de Depp de um acordo “pós-nupcial”. “Ela ficava dizendo: ‘Eu não estou nem em seu testamento. Eu nem estou em seu testamento’”, declarou o ator ao júri. “Achei uma coisa estranha de se dizer. Parecia errado, e ela não deixava de lado esse acordo pós-nupcial, dizendo que eu estava tentando enganá-la para não conseguir nada se algo acontecesse.” O intérprete de Jack Sparrow relatou que a discussão deles aumentou e que Heard “ficou irada e possuída”. Ele disse que acabou indo para a sala de recreação no andar de baixo da casa, onde, apesar de estar sóbrio por vários meses, serviu-se de duas ou três doses de vodka. “Ela me encontrou lá [e disse] ‘Oh, você está bebendo de novo’, um monstro e tudo mais’”, relatou Depp. Em seguida, afirmou que Heard agarrou a garrafa e jogou nele, passando direto por sua cabeça e quebrando às suas costas. Então, ele foi ao bar e se serviu de uma garrafa maior de vodka. Para recriar a situação, Depp levantando-se do banco de testemunha e interpretou o momento em que, segundo ele, Heard pegou outra garrafa para atirar em sua direção. “Minha mão estava na beirada do bar e ela jogou a garrafa grande, que quebrou em todos os lugares, e eu honestamente não senti a dor”. Mas disse que sentiu pingar sangue e “olhei para baixo e percebi que a ponta do meu dedo havia sido cortada. Eu estava olhando diretamente para o meu osso saindo e a parte carnuda do interior do dedo, e o sangue estava saindo.” Depp afirmou que ao ver o dedo transformado numa espécie de vulcão “Vesúvio” entrou em “uma espécie de colapso nervoso” e começou a escrever nas paredes com seu próprio sangue. Ele não disse o que estava escrito, citando apenas que eram “pequenos lembretes do nosso passado, que representavam mentiras que ela me contou e mentiras nas quais eu a peguei”. Os advogados de Heard disseram que pretendem provar que o corte de Depp foi auto-infligido durante um surto, seguido por coisas horríveis escritas com sangue nas paredes. Depp trocou a palavra “surto” por “colapso”, ao explicar porque não conseguia se lembrar do que fez em seguida. Ele relatou que foi ao pronto-socorro, mas disse a seu médico particular que havia esmagado o dedo em portas sanfonadas. O motivo, de acordo com sua explicação, foi para “manter as coisas o mais compactas possível”. Aos jurados foram mostradas fotos gráficas de sua lesão, bem como uma foto do rosto de Depp com uma marca, que ele afirmou ser resultado de uma agressão de Heard com o cigarro em sua bochecha. Depp disse que fez uma cirurgia para reconstruir o dedo por meio de um enxerto de pele de outra parte da mão. Ele explicou que usou um curativo durante o resto da produção de “Piratas do Caribe: Vingança de Salazar”, escondido no filme por meio de efeitos especiais. O ator também relembrou a ocasião em que encontrou cocô na cama, após uma briga com a então esposa. “Minha reação inicial foi rir. Era uma coisa tão bizarra e tão grotesca que eu só conseguia rir”, começou ele. “Ela tentou culpar os cachorros. Eles são yorkshires pequenos e pesam cerca de 4 kg cada. Eu vivi com aqueles cachorros. Eu peguei o cocô deles. Não foram os cachorros”, acusou. E seguiu descrevendo a esposa como alucinada e agressiva, alguém que sempre o atacava com “violência”. “Em sua frustração e raiva, ela sempre atacava”, ele testemunhou. “Podia começar com um tapa, podia começar com um empurrão, podia começar com um controle remoto da TV na minha cabeça. Poderia começar jogando uma taça de vinho na minha cara. Em suma, foi constante.” O júri provavelmente ouvirá uma versão radicalmente oposta durante o testemunho de Heard. Mas uma prévia dos embates de versões já pôde ser antevista após o final do depoimento espontâneo do ator, quando o advogado da atriz começou a questioná-lo. De imediato, Depp precisou admitir para o júri que o artigo em que baseou seu processo não cita seu nome e que assinou uma declaração em 2016, afirmando que “nenhuma das partes fez falsas acusações” após iniciar o divórcio. Esta declaração foi uma condição exigida por Heard para tirar da Justiça uma medida de restrição contra o ator, após ela indicar a um juiz ter sido vítima de violência doméstica. Ao pedir o divórcio, Heard obteve uma ordem de restrição temporária, alegando que Depp a agrediu depois de uma discussão em que estava bêbado em seu apartamento em Los Angeles. A denúncia diz que ele “começou a ficar obcecado por algo que não era verdade” e “ficou extremamente irritado”, jogando um telefone em Heard, atingindo sua bochecha e olho “com extrema força”. Uma declaração separada de uma amiga de Heard que testemunhou a cena, Raquel Pennington, apoiou a versão de Heard, incluindo uma descrição de que Depp balançava uma garrafa de vinho “como um taco de beisebol”. “Fui aconselhado por meus advogados a não lutar contra isso”, Depp explicou, tentando justificar o motivo de não ter contestado as acusações de abuso de Heard na época, preferindo esperar quase três anos para processá-la por insinuações a este respeito num editorial do Washington Post que não cita seu nome. A parte mais importante do julgamento por difamação é provar que o demandante sofreu danos à sua reputação por uma declaração ou artigo específico. O advogado demonstrou que Heard já tinha feito a acusação anteriormente – e na Justiça – sem ser contestada, e Depp assinou um documento afirmando que a declaração não era falsa. Outro argumento contestado pela defesa foi de que o editorial teria custado ao ator o papel de Jack Sparrow, supostamente extirpado do próximo filme dos “Piratas do Caribe”. O advogado de Heard buscou mostrar que a Disney havia tomado a decisão de não contratar Depp bem antes da publicação do texto, além de lembrar que Depp nem queria fazer o filme. A prova apresentada foi um artigo publicado no jornal britânico Daily Mail, datado de 25 de outubro de 2018, dois meses antes do editorial do Washington Post, que afirmava que Depp estava “fora” da franquia dos piratas. Pressionado pela defesa, Depp confessou a Rottenborn e ao tribunal que ele realmente não tinha ideia se outro filme da franquia seria feito. A Disney não deu nenhum prosseguimento a “Piratas do Caribe: A Vingança de Salazar”, após as confusões judiciais do ator. Portanto, não seria possível afirmar que ele “perdeu” o papel num filme que nunca entrou em produção. Os argumentos da defesa avançaram direto sobre as alegações de Depp para abrir o caso, mostrando que elas não se sustentam. Mas o julgamento deve se estender até meados de maio e trazer ainda a versão de Heard sobre os detalhes mais sombrios do relacionamento do ex-casal. Depp vai continuar no banco das testemunhas nesta quinta (21/4). Todo o julgamento está sendo transmitido ao vivo pelo canal americano Court TV, disponível pela internet. Veja abaixo os vídeos do segundo dia de depoimentos do ator.
Johnny Depp minimiza vício e mensagens sobre matar Amber Heard
O ator Johnny Depp prestou depoimento nesta terça (19/4) no julgamento do processo que abriu no estado americano de Virginia contra a ex-mulher, Amber Heard, por difamação. O motivo da ação foi um artigo escrito por ela no jornal The Washington Post em 2018, em que se descreveu como uma “figura pública que representa a violência doméstica”. Ao se apresentar, o ator jurou que nunca agrediu Amber Heard ou qualquer outra mulher em sua vida. Ele justificou a iniciativa de processar a atriz pela necessidade de se defender por conta dos filhos, que são constantemente questionados sobre as acusações. Confrontado com as mensagens ameaçadoras revelados no tribunal, com linguagem violenta desejando até morte brutal da ex-esposa, ele disse que tende a ser “bastante expressivo” ao escrever. Ciente do retrato agressivo realçado pelos textos, Depp se esforçou para minimizá-los. “Estou envergonhado com algumas das referências feitas e envergonhado com o tom que, no calor do momento, no calor da dor que eu estava sentindo, me levou para lugares escuros”, disse o ator em voz baixa no banco de testemunha. “Às vezes, a dor tem que ser tratada com humor e, às vezes, com humor muito sombrio”, ele continuou. “Às vezes, você está exagerando algo que fez para fazê-lo entender que você está no Planeta Ponto de Interrogação”, acrescentou. E se justificou com a alegação de que “ela começou”, ao insinuar ser vítima de agressão. Depp também refutou ser um drogado sem controle. Ele afirmou que só fuma maconha e toma medicamentos prescritos para dor. Esse consumo não é para fazer festa, mas para suportar os problemas que enfrenta na vida desde a infância. Em sua defesa, afirmou que essas drogas “eram um alvo fácil” para Heard denunciar, mas elas não afetavam seu comportamento. Mesmo confirmando seu vício em opioides, que diz ter encerrado, ele argumentou que sempre foi um viciado funcional, que nunca perdeu o controle durante filmagens. Entretanto, há amplas evidências em contrário, algumas já expostas no julgamento – pela enfermeira que testemunhou chutes e socos em portas e paredes – , outras levadas à Justiça, como o caso de um assistente do filme “City of Lies”, e as que deverão ser apresentadas ao tribunal pelos advogados de Heard, que pretendem trazer à tona os bastidores de “Piratas do Caribe: A Vingança de Salazar”. A imprensa americana considerou o testemunho como uma performance teatral, já que pouco foi dito sobre o caso que motivou o julgamento. Na maior parte do tempo, Depp falou de si mesmo, de sua infância e carreira, contando “causos” para divertir os jurados. Depp vai continuar seu depoimento na quarta-feira. Todo o julgamento está sendo transmitido ao vivo pelo canal americano Court TV, disponível pela internet. Veja abaixo os vídeos do depoimento.
Testemunhas abordam violência entre Johnny Depp e Amber Heard
O julgamento por difamação travado entre Johnny Depp e Amber Heard iniciou nesta semana em Fairfax, no estado americano de Virgínia, com testemunhos sobre as alegações de violência entre o ex-casal. Na quarta (13/4), Isaac Baruch, amigo de infância de Johnny Depp, afirmou não ter visto machucados no rosto da atriz ao cruzar com ela no dia em que teria sido atingida por um telefone jogado pelo ator. Ele acrescentou que ela estava espalhando mentiras. “Muitas pessoas foram afetadas por essa mentira maliciosa que ela começou, criou e espalhou ao redor do mundo”, disse Baruch. Para deixar claro: a mentira não era sobre o telefone ter sido jogado na cara de Heard, mas que seu rosto tivesse ficado marcado pela ação, como fotos que circularam mais tarde (quando o machucado arroxou). Confrontado pela defesa de Heard, Baruch precisou confirmar uma mensagem enviada pelo astro da franquia “Piratas do Caribe”, em que ele dizia esperar ver “o corpo apodrecido [de Amber Heard] decompondo na p***a do porta-malas de um Honda Civic”. Não foi revelado como os advogados da atriz tiveram acesso à mensagem, mas o amigo de Depp confirmou a veracidade do texto, bem como de outras mensagens ofensivas. Ele sugeriu que os ataques eram justificados. “Não é justo. Não é certo o que ela fez e o que aconteceu com as várias pessoas afetadas por isso tudo. É doentio isso tudo”. Nesta quinta (14/4), a situação entornou de vez para Depp, graças aos depoimentos de uma terapeuta e um médico. O Dr. David Kipper, contratado em 2014 para tratar o ator por seu vício em opióides (medicamentos com efeitos analgésicos e sedativos potentes), foi questionado sobre mensagens de sua enfermeira Debra Lloyd, que diziam que Depp havia “socado um quadro branco na cozinha depois de uma briga” e chutado uma porta em um set de filmagem porque estava agitado. Kipper disse que nunca viu nenhuma violência entre Depp e Heard. Mas em março de 2015, quando eles estavam na Austrália, recebeu várias mensagens perturbadoras de Depp com ofensas contra a atriz – “Ela é tão cheia de merda como um ganso de Natal”, “uma malvada maliciosa e uma vadia vingativa”, etc. Depp também informou a Kipper que “cortou a parte superior” do dedo médio. “O que devo fazer? Ir ao hospital? Estou tão envergonhado por pular em qualquer coisa com ela.” Esta informação é importante, porque durante as declarações de abertura na terça-feira, os advogados de Depp alegaram que Heard jogou uma garrafa em Depp que decepou parte de seu dedo. Kipper contradisse essa alegação citando uma mensagem em que Depp admitiu ter cortado o próprio dedo enquanto brigava com a esposa. Depois dessa mensagem, o médico foi ver Depp na Austrália. Em seu depoimento, ele revelou que a residência alugada pela Warner Bros. para as filmagens de “Piratas do Caribe: A Vingança de Salazar” estava “uma bagunça. Havia coisas jogadas por todos os lugares”. E sangue nas paredes. Ele disse que foi para o hospital com Depp para ele realizar uma cirurgia na mão. Mas Kipper o avisou que se afastaria se ele não cumprisse o plano de tratamento, pois precisava estar “estável” para a cirurgia. Depp prometeu que cumpriria. Em junho, Depp enviou um mensagem para Kipper dizendo ter trancado seu “filho monstro em uma gaiola”, referindo-se ao vício, e isso “funcionou pra c***lho. “Amber e eu fomos absolutamente perfeitos por três meses inteiros!”, exclamou, acrescentando: “Nós somos melhores amigos agora”. Heard revelou num julgamento anterior, realizado em Londres, que Depp virava um monstro ao beber e se drogar, passando a agir com violência. O outro depoimento desta quinta foi da Dra. Laurel Anderson, que foi terapeuta matrimonial do casal por 21 sessões. Ela comentou anotações feitas na terapia, confirmando agressões de Depp, mas descrevendo a relação “como abuso mútuo”. “Ele conseguiu ser bem controlado por quase 20, 30 anos. Ambos foram vítimas de abuso [na infância] em suas casas, mas eu achava que ele estava bem controlado há décadas. Mas com a Sra. Heard, ele sofreu um gatilho e eles se envolveram no que eu vi como abuso mútuo”, disse ela. Em uma nota de uma sessão, Anderson escreveu que “ele bate nela. Sem punho fechado. Ela revida por orgulho, porque o pai bateu nela.” Questionada sobre a anotação, Anderson disse que o texto se referia a um relato de Heard de que Depp a atingiu com um “tapa de mão aberta”. A terapeuta ainda foi questionada sobre os hematomas no rosto da atriz. Após a fatídica discussão de 21 de maio de 2016, que levou Heard a obter uma ordem de restrição contra Depp, a atriz a visitou para uma sessão particular. Anderson confirmou ter visto hematomas no rosto de Heard, idênticos às fotos que lhe foram mostradas, contrariando o depoimento do amigo de Depp. Uma ex-assistente de Heard também foi ouvida. Kate James pintou um quadro oposto ao dizer que Depp era um cavalheiro e Heard estava sempre louca de drogas, manifestando um comportamento agressivo. A atriz teria cuspido na ex-assistente quando ela lhe pediu aumento. James, porém, não soube contextualizar uma mensagem enviada por Depp, que parecia sugerir um encontro regado a vinho para falar mal de Heard. “Ele escreve de forma abstrata”, foi sua explicação. Todo o julgamento está sendo transmitido ao vivo pelo canal americano Court TV, disponível pela internet.
Amber Heard acusa Johnny Depp de violência sexual
O primeiro enfrentamento entre as defesas de Johnny Depp e Amber Heard, no julgamento do processo aberto pelo ator contra a ex-esposa por difamação, marcou o surgimento de uma nova e grave acusação. A advogada de Heard, Elaine Bredehoft, apresentou a acusação de violência sexual no Tribunal de Justiça do Condado de Fairfax, na Virgínia, EUA, após os representantes de Depp chamaram sua ex de “uma pessoa profundamente problemática”. Segundo Bredehoft, o abuso sexual teria acontecido enquanto Heard estava desacordada. Diante das câmeras do canal Court TV, a equipe jurídica da atriz alegou que ela teria sido abusada sexualmente em mais de uma ocasião, uma delas durante três dias de pesadelo na Austrália em março de 2015, enquanto outra teria acontecido nas Bahamas em dezembro daquele mesmo ano. Ao fazer a acusação, a advogada anunciou que a atriz vai testemunhar sobre “abuso sexual, verbal, emocional e físico” que ela supostamente sofreu durante se casamento. Já o representante de Depp apresenta uma versão diferente sobre o histórico de violência trazido à tona por Heard. Segundo ele, as acusações são inventadas e a suposição de que o ator praticou violência tiveram um efeito “devastador” na sua carreira. “Este caso demonstra como as palavras podem ser devastadoras quando são falsas e ditas em público”, disse o advogado do ator, Benjamin Chew, na abertura do processo. “Amber Heard mudou para sempre a vida e a reputação de Depp e vocês o ouvirão contar o terrível impacto que isso teve em sua vida”, continuou, em sua introdução do caso para o júri. Segundo Chew, Heard acusou seu marido de violência para se vingar dele ter pedido o divórcio. Isto teria acontecido originalmente num artigo que ela escreveu para o jornal Washington Post, onde não nomeou Depp, mas afirmou ser uma “figura pública que representa a violência doméstica” e buscou demonstrar como foi assediada pela sociedade após suas denúncias de agressão. Na linha de raciocínio da acusação, a atriz “escolheu lembrar o mundo dessas acusações venenosas em um jornal conhecido mundialmente”. Johnny Depp, de 58 anos, e Amber Heard, 35, já haviam se enfrentado judicialmente na Inglaterra, num processo do ator contra um jornal que o chamou de “espancador de esposa”. A Justiça britânica concordou que Depp agrediu Heard. Agora, Depp processa Heard em US$ 50 milhões pelo editorial que ela escreveu em 2018, onde criticou basicamente a cultura machista que ataca mulheres que denunciam violência sexual. “Eu falei contra a violência sexual e enfrentei a ira de nossa cultura. Isso tem que mudar”, diz o artigo. A atriz, por sua vez, revidou a ação de Depp com outro processo, também de difamação, em que pede US$ 100 milhões. “O processo frívolo que o Sr. Depp moveu contra a Sra. Heard mantém esse abuso e assédio”, diz a ação de Heard. Um júri foi escolhido na segunda-feira para decidir quem tem razão. A expectativa é que o julgamento, que acontece em Fairfax, uma pequena cidade do estado da Virgínia onde o jornal Washington Post é impresso, dure seis semanas.










