César 2021: Oscar francês consagra comédia e protesto de atriz nua
O filme “Adieu Les Cons”, de Albert Dupontel, foi o grande vencedor do prêmio César, considerado o “Oscar francês”, em cerimônia realizada na noite de sexta-feira (12/3) em Paris. Consagrado como o Melhor Filme Francês do ano, o longa de humor negro levou ao todo cinco estatuetas, incluindo Melhor Direção e Roteiro Original para Dupontel. Outro fato marcante da premiação aconteceu no palco, quando a veterana atriz Corinne Masiero resolveu se despir até ficar nua para apresentar o prêmio de Melhor Figurino, em apoio aos trabalhadores da Cultura. A cena não foi cortada durante a exibição ao vivo pelo Canal Plus e acabou viralizando nas redes sociais, mas sem chegar a escandalizar como a célebre invasão do nudista no Oscar de 1974. Outros apresentadores do evento também se manifestaram contra o fato de os cinemas franceses terem ficado fechados durante a maior parte do ano passado, em duas fases distintas da pandemia, e ainda permanecerem, desde o outono do ano passado (nossa primavera), sem previsão de reabertura. Mas ninguém mais tirou as roupas. A Academia Francesa, porém, tirou uma categoria da premiação, o Prêmio do Público, que vai para o filme de maior bilheteria. O evento contou com participação de uma plateia seleta, formada por 150 pessoas testadas e sentadas de forma socialmente distante na célebre sala de concertos Olympia. As únicas pessoas que não usaram máscaras foram os apresentadores no palco e a orquestra, além dos vencedores. O principal vencedor, Dupontel, não esteve presente. Por isso, coube à produtora de “Adieu Les Cons” (Bye Bye Morons), Catherine Bozorgan, aceitar vários prêmios em seu nome. O filme, produzido pela Gaumont, foi lançado apenas por uma semana na França antes do fechamento dos cinemas. Sua trama acompanha uma mulher gravemente doente que tenta encontrar seu filho há muito perdido com a ajuda de um burocrata suicida e um ativista cego. O segundo filme mais premiado foi “Adolescentes” de Sébastien Lifshitz, que venceu três troféus, incluindo Melhor Documentário. Ele já está disponível em VOD no Brasil. Já o longa com maior número de indicações, “Les Choses Qu’On Dit, Les Choses Qu’On Fait” (Love Affair (s)), de Emmanuel Mouret, conquistou apenas um prêmio, de Melhor Atriz Coadjuvante para Emilie Dequenne. Entre os premiados, ainda chamou atenção o reconhecimento ao trabalho da jovem Fathia Youssouf, protagonista de “Lindinhas/Mignones”, da Netflix, que viu seu trabalho ser distorcido por conservadores em todo o mundo, inclusive no governo brasileiro. Foi Eleita Melhor Atriz Estreante, aos 14 anos de idade. Por fim, também merece destaque a vitória de “Druk: Mais Uma Rodada” como Melhor Filme Estrangeiro. O drama dinamarquês, dirigido por Thomas Vinterberg e estrelado por Mads Mikkelsen, somou seu 33º troféu, entre eles o da Academia Europeia, como Melhor Filme Europeu do ano, e chega forte ao Oscar. A estreia nacional estava prevista para 25 de março, mas os cinemas brasileiros devem estar fechados nesta data. Confira abaixo o manifesto comentadíssimo de Corinne Masiero e todos os vencedores da 46ª edição do César. "No culture, no future." L'intervention (dé)culottée de Corinne Masiero en soutien aux intermittents. #César2021 pic.twitter.com/Uhd8ibEfgj — CANAL+ (@canalplus) March 12, 2021 Adieu Les Cons | Melhor Filme, Direção, Roteiro Original, Fotografia, Cenografia e Ator Coadjuvante Adolescentes | Melhor Documentário, Edição e Som Nós Duas | Melhor Filme de Estreia Minhas Férias com Patrick | Melhor Atriz Un Fils | Melhor Ator Les Choses Qu’On Dit, Les Choses Qu’On Fait | Melhor Atriz Coadjuvante Lindinhas/Mignones | Melhor Atriz Estreante Sou Francês e Preto | Melhor Ator Estreante A Garota da Pulseira | Melhor Roteiro Adaptado A Boa Esposa | Melhor Figurino La Nuit Venue | Melhor Trilha Sonora Josep | Melhor Animação Druk: Mais Uma Rodada | Melhor Filme Estrangeiro
César 2021: Conheça os filmes indicados ao “Oscar francês”
A Academia das Artes e Técnicas do Cinema da França divulgou nesta quarta (10/2) os indicados ao César 2021, premiação equivalente ao Oscar francês. Curiosamente, o filme com maior número de indicações não teve consagração em festivais, o que é reflexo da não realização do Festival de Cannes, onde estava inscrito. O drama romântico “Les Choses Qu’On Dit, Les Choses Qu’On Fait”, conhecido pelo título internacional de “Love Affair(s)”, recebeu 13 indicações, incluindo Melhor Atriz (Camélia Jornada), Ator (Niels Schneider), Diretor (Emmanuel Mouret) e, claro, Melhor Filme. A falta de referência em festivais também acompanha “Adieu Les Cons” (Bye Bye Morons), de Albert Dupontel, que disputa 12 estatuetas. Mas há pelo menos um título bem conhecido entre os mais cotados: “Verão de 85” (Eté 85). O filme de François Ozon, que também concorre a 12 troféus, passou em vários eventos cinematográficos e disputou a premiação da Academia Europeia. Mas também não venceu nenhum prêmio europeu relevante. De fato, o filme mais premiado da lista teve apenas quatro indicações. Trata-se de “Nós Duas” (Deux), que disputa o César de Melhor Atriz com suas duas intérpretes, Martine Chevallier e Barbara Sukowa, além de Melhor Roteiro Original e Filme de Estreia, com o diretor Filippo Meneghetti. Este filme faz parte dos 15 títulos pré-selecionados ao Oscar de Melhor Filme Internacional. Entre os títulos conhecidos no Brasil, a lista do César também inclui o polêmico “Lindinhas” (Mignones), da Netflix, que disputa duas categorias, e o documentário “Adolescentes”, recém-lançado em VOD no Brasil, que concorre a cinco troféus. Confira abaixo a lista completa dos indicados. Vale observar que, à exceção de “Adieu Les Cons”, todos os filmes citados são produções sobre sexualidade. A 46ª edição do César acontece em 12 de março, em Paris. Melhor Filme “Adieu Les Cons”, de Albert Dupontel “Adolescentes”, de Sébastien Lifshitz “Minhas Férias com Patrick”, de Caroline Vignal “Les Choses Qu”On Dit, Les Choses Qu”On Fait”, de Emmanuel Mouret “Verão de 85”, de François Ozon Melhor Direção Albert Dupontel, por “Adieu Les Cons” Maîwenn, por “DNA” Sébastien Lifshitz, por “Adolescentes” Emmanuel Mouret, por “Les Choses Qu”On Dit, Les Choses Qu”On Fait” François Ozon, por “Verão de 85” Melhor Atriz Laure Calamy, por “Minhas Férias com Patrick” Martine Chevallier, por “Nós Duas” Virginie Efira, por “Adieu Les Cons” Camélia Jordana, por “Les Choses Qu”On Dit, Les Choses Qu”On Fait” Barbara Sukowa, por “Nós Duas” Melhor Ator Sami Bouajila, por “Un Fils” Jonathan Cohen, por “Enorme” Albert Dupontel, por “Adieu Les Cons” Niels Schneider, por “Les Choses Qu”On Dit, Les Choses Qu”On Fait” Lambert Wilson, por “De Gaulle” Melhor Filme Estrangeiro “1917”, de Sam Mendes “Corpus Christi”, de Jan Komasa “O Preço da Verdade”, de Todd Haynes “Druk: Mais Uma Rodada”, de Thomas Vinterberg “A Virgem de Agosto”, de Jonas Trueba Melhor Atriz Coadjuvante Fanny Ardant, por “DNA” Valeria Bruni Tedeschi, por “Verão de 85” Emilie Dequenne, por “Les Choses Qu”On Dit, Les Choses Qu”On Fait” Noémie Lvovsky, por “A Boa Esposa” Yolande Moreau, por “A Boa Esposa” Melhor Ator Coadjuvante Edouard Baer, por “A Boa Esposa” Louis Garrel, por “DNA” Benjamin Lavernhe, por “Minhas Férias com Patrick” Vincent Macaigne, por “Les Choses Qu”On Dit, Les Choses Qu”On Fait” Nicolas Mairé, por “Adieu Les Cons” Melhor Atriz Estreante Mélissa Guers, por “A Garota da Pulseira” India Hair, por “Poissonsexe” Julia Piaton, por “Les Choses Qu”On Dit, Les Choses Qu”On Fait” Camille Rutherford, por “Felicità” Fathia Youssouf, por “Cuties” Melhor Ator Estreante Guang Huo, por “La Nuit Venue” Félix Lefebvre, por “Verão de 85” Benjamin Voisin, por “Verão de 85” Alexandre Wetter, por “Miss” Jean-Pascal Zadi, por “Sou Francês e Preto” Melhor Roteiro Original Albert Dupontel, por “Adieu Les Cons” Caroline Vignal, por “Minhas Férias com Patrick” Emmanuel Mouret, por “Les Choses Qu”On Dit, Les Choses Qu”On Fait” Filippo Meneghetti & Malysone Bovorashy, por “Nós Duas” Benoît Delépine & Gustave Kerven, por “Apagar o Histórico” Melhor Roteiro Adaptado Olivier Assayas, por “Wasp Network: Rede de Espiões” Hannelore Cayre & Jean-Paul Salomé, por “La Daronne” François Ozon, por “Verão de 85” Stéphanie Demoustier, por “A Garota da Pulseira” Eric Barbier, por “Petit Pays” Melhor Fotografia Alexis Kavyrchine, por “Adieu Les Cons” Antoine Parouty & Paul Guilhaume, por “Adolescentes” Simon Beaufils, por “Minhas Férias com Patrick” Laurent Desmet, por “Les Choses Qu”On Dit, Les Choses Qu”On Fait” Hichame Alaouié, por “Verão de 85” Melhor Edição Christophe Pinel, por “Adieu Les Cons” Tina Baz, por “Adolescentes” Annette Dutertre, por “Minhas Férias com Patrick” Marital Salomon, por “Les Choses Qu”On Dit, Les Choses Qu”On Fait” Laure Gardette, por “Verão de 85” Melhor Figurino Mimi Lempicka, por “Adieu Les Cons” Madeline Fontaine, por “A Boa Esposa” Hélène Davoudian, por “Les Choses Qu”On Dit, Les Choses Qu”On Fait” Anaïs Romand & Sergio Ballo, por “De Gaulle” Pascaline Chavanne, por “Verão de 85” Melhor Design de Produção Carlos Conti, por “Adieu Les Cons” Thierry François, por “A Boa Esposa” David Faivre, por “Les Choses Qu”On Dit, Les Choses Qu”On Fait” Nicolas De Boiscuillé, por “De Gaulle” Benoît Barouh, por “Verão de 85” Melhor Animação “Calamity, Une Enfance De Martha Jane Cannary”, de Rémi Chayé “Josep”, de Aurel “Petit Vampire”, de Joann Sfar Melhor Documentário “Adolescentes”, de Sébastien Lifshitz “La Cravate”, de Etienne Chaillou & Mathias Théry “Cyrille Agriculteur, 30 Ans, 20 Vaches, Du Lait, Du Beurre, Des Dettes”, de Rodolphe Marconi “Histoire D”Un Regard”, de Mariana Otero “Un Pays Qui Se Tient Sage”, de David Du Fresne Melhor Filme de Estreia “Nós Duas”, de Filippo Meneghetti “Garçon Chiffon”, de Nicolas Maury “Lindinhas”, de Maïmouna Doucouré “Sou Francês e Preto”, de Jean-Pascal Zadi “Un Divan à Tunis”, de Manele Labidi Melhor Trilha Sonora Christophe Julien, por “Adieu Les Cons” Stephen Warbeck, por “DNA” Mateï Bratescot, por “Minhas Férias com Patrick” Jean-Benoït Dunckel, por “Verão de 85” Rone, por “La Nuit Venue”
Homem-Formiga e a Vespa é a maior estreia em semana de bons filmes nos cinemas
A nova produção de super-heróis da Marvel, “Homem-Formiga e a Vespa”, é a maior estreia desta quinta (5/7), em que poucos filmes chegam aos cinemas – mas, diferente de semanas passadas, desta vez todos têm qualidades. Melhor que o primeiro “Homem-Formiga” estrelado por Paul Rudd, graças à inclusão da Vespa (Evangeline Lilly), uma heroína “badass”, como sua parceira, a continuação é bastante leve e ligeira. Um passatempo para rir, que oferece um refresco para os fãs de quadrinhos após o trágico “Vingadores: Guerra Infinita”. Aliás, quem viu aquele filme terá bastante o que pensar após a cena pós-créditos da nova produção, que também estreia neste fim de semana nos Estados Unidos e tem 86% de aprovação no site Rotten Tomatoes. O segundo maior lançamento da semana é outra adaptação divertida de quadrinhos. A comédia nacional “Mulheres Alteradas” leva às telas as tiras homônimas da cartunista argentina Maitena Burundarena, que retrata questões femininas com humor ácido. E foi escrita por outra fera das tiras de quadrinhos, o brasileiro Caco Galhardo (autor de “Os Pescoçudos”), em sua estreia como roteirista de longa-metragens. O filme também marca a estreia no cinema do diretor Luis Pinheiro, que dirigiu, entre outras, a série “Lili, a Ex”, inspirada em tiras de Galhardo. Ou seja, gente que conhece o gênero. O longa conta as lutas de quatro mulheres adultas no mundo moderno, às voltas com angústias de relacionamento, casamento, filhos, trabalho, idade e vida social. Enfim, crises existenciais reais. E com um elenco realmente ótimo, liderado pelo quarteto fantástico Deborah Secco (“Bruna Surfistinha”), Alessandra Negrini (“O Gorila”), Monica Iozzi (“A Comédia Divina”) e Maria Casadevall (novela “Os Dias Eram Assim”). Um dia, as amigas em crise com seus cotidianos resolvem trocar de papel e o resultado faz rir sem perder de vista o realismo – ao contrário das fábulas moralistas de trocas sobrenaturais de corpos, que volta e meia aparecem nas comédias brasileiras. O circuito alternativo traz ainda três filmes franceses e um chileno. Na lista francesa, chama atenção a inclusão de um terror, “A Noite Devorou o Mundo”, filme de apocalipse de zumbis que se distingue no gênero pela abordagem intimista – é praticamente todo passado num pequeno prédio. Comparado a “Eu Sou a Lenda”, tem 67% de aprovação no RT. Filme mais inventivo e artístico da programação, “Nos Vemos no Paraíso” combina surrealismo e aventura trágica à la Victor Hugo numa história passada em meio à 1ª Guerra Mundial. Adaptada do livro de Pierre Lemaitre, dirigida e estrelada por Albert Dupontel (“Uma Juíza Sem Juízo”), surpreende o tempo inteiro pela imaginação com que conta a história de dois homens sem nada em comum, que se conhecem nas trincheiras e se veem ligados após um salvar o outro, embora o que sobreviveu preferisse a morte, após perder parte do rosto numa explosão. Para lidar com o horror de ver a si mesmo, ele cria máscaras, enquanto os dois resolvem tirar proveito da desgraça, com um golpe para enriquecer com os cadáveres da guerra. O humor é negríssimo e a encenação evoca as melhores obras de Jean-Pierre Jeunet (especialmente “Eterno Amor”). Venceu cinco Césars (o Oscar francês), inclusive Direção e Roteiro, e tem 89% de críticas positivas no RT. “Custódia” também traz cenas de impacto, ao lidar com a separação de um casal que luta pelo direito de ficar com os filhos. O homem é demonizado e os filhos acreditam. Mas o longa tenta demonstrar todos os lados da questão, que é das mais complexas do cotidiano humano. A contundência da realização rendeu ao ator Xavier Legrand, em sua estreia atrás das câmeras, o prêmio de Melhor Direção no Festival de Veneza do ano passado, além de elogios rasgados da crítica. 94% no RT – a maior nota da semana. O chileno “Cachorros” completa a lista de ficções flertando com o romance e o drama político. A trama acompanha uma mulher (Antonia Zegers) que se vê atraída por seu professor equitação. Mas o ex-militar tem passado sombrio. Quando recebe advertências para se afastar, ela descobre que sua própria família esteve envolvida com os desaparecimentos de militantes de esquerda durante a ditadura de Pinochet. Premiado no circuito dos festivais – San Sebastian, Munique, Cairo, etc – , o trabalho da diretora Marcela Said tem 67% no RT. Dois documentários nacionais, de estilo TVE, preenchem as salas que faltaram. Confira abaixo todos os filmes, com sinopses oficiais e trailers, que estreiam nesta semana nos cinemas. Homem-Formiga e a Vespa | EUA | Super-Heróis Após ter ajudado o Capitão América na batalha contra o Homem de Ferro na Alemanha, Scott Lang (Paul Rudd) é condenado a dois anos de prisão domiciliar, por ter quebrado o Tratado de Sokovia. Diante desta situação, ele foi obrigado a se aposentar temporariamente do posto de super-herói. Restando apenas três dias para o término deste prazo, ele tem um estranho sonho com Janet Van Dyne (Michelle Pfeiffer), que desapareceu 30 anos atrás ao entrar no mundo quântico em um ato de heroísmo. Ao procurar o dr. Hank Pym (Michael Douglas) e sua filha Hope (Evangeline Lilly) em busca de explicações, Scott é rapidamente cooptado pela dupla para que possa ajudá-los em sua nova missão: construir um túnel quântico, com o objetivo de resgatar Janet de seu limbo. Mulheres Alteradas | Brasil | Comédia O cotidiano de quatro mulheres, cada uma enfrentando problemas bem particulares: Keka (Deborah Secco) enfrenta uma crise no casamento com Dudu (Sérgio Guizé), Marinati (Alessandra Negrini) é uma workaholic que repentinamente se apaixona por Christian (Daniel Boaventura), Leandra (Maria Casadevall) sente-se bastante insegura pelo fato de ainda não ter constituído família e Sônia (Monica Iozzi) está cansada da rotina doméstica e sonha com a época em que era solteira. A Noite Devorou o Mundo | França | Terror Após um noite de festa com muita bebida, Sam (Anders Danielsen Lie) acorda completamente sozinho em seu apartamento. Ainda confuso ele descobre um terrível acontecimento: a cidade de Paris está tomada por zumbis famintos. Rapidamente ele começa a proteger o prédio em que vive e elabora estratégias para conseguir manter-se vivo em meio a catástrofe. No entanto, ele ainda não tem certeza se é o único sobrevivente neste cenário hostil. Nos Vemos no Paraíso | França | Drama Em novembro de 1918, alguns dias antes do Armistício de Compiègne, Édouard Péricourt (Nahuel Pérez Biscayart) salva a vida de Albert Maillard (Albert Dupontel). Os soldados franceses não têm nada em comum, a não ser a guerra e o ódio pelo vil Tenente Preadelle (Laurent Lafitte), e são obrigados a se unir para sobreviver – uma firme parceria marcada por farsas e lealdade. Custódia | França | Drama O casal Miriam (Léa Drucker) e Antoine Besson (Denis Ménochet) acaba de se divorciar. E para garantir a proteção de seu filho do pai, que ela acusa de ser violento, Miriam pede a custódia exclusiva. O juiz, no entanto, acaba concedendo custódia compartilhada aos dois. Tomado quase como um refém entre seus pais, Julien (Thomas Gioria) fará tudo para evitar o pior. Cachorros | Chile | Drama Mariana (Antonia Zegers) faz parte de uma importante família chilena, mas, apesar dos privilégios, encontra-se inteiramente infeliz em sua própria casa. Sentindo-se desprezada pelo pai e pelo marido, ela encontra refúgio nos braços do seu professor de equitação Juan (Alfredo Castro), acusado de diversos crimes durante a ditadura. A partir deste caso amoroso, Mariana contempla o passado de sua família vir à tona. O Desmonte do Monte | Brasil | Documentário A Colina Sagrada, que depois recebeu o nome de Morro do Castelo, foi o local escolhido pelos portugueses para a fundação da cidade do Rio de Janeiro. Sua estrutura representa uma importante referência histórica e arquitetônica do passado da cidade carioca e, segundo uma lenda urbana, as entranhas do morro guardam um tesouro nunca encontrado. Apesar de toda relevância, o Morro do Castelo foi destruído por reformas urbanísticas que visavam promover uma especulação imobiliária na região, acabando com um dos maiores pilares da história guanabara. Estrada de Sonhos | Brasil | Documentário O documentário traz à tona a história ferroviária do Brasil. Pensando além dos trilhos e das locomotivas, discorre sobre momentos, lembranças e registros de pessoas que vivenciaram e ainda vivem esse símbolo da modernidade e progresso no passado, revisitando não apenas a primeira ferrovia do Brasil, a Barão de Mauá, como outras abandonadas.
120 Batimentos por Minuto é o grande vencedor do César, o Oscar francês
O César 2018, premiação que equivale ao Oscar da França, consagrou “120 Batimentos por Minuto” como melhor filme francês do ano. O longa de Robin Campillo venceu seis troféus na cerimônia da Academia Francesa de Artes e Técnicas do Cinema, que aconteceu na noite de sexta-feira (2/3), em Paris. Além do prêmio principal, de Melhor Filme, a produção ainda venceu os troféus de Roteiro Original (de Campillo), Ator Coadjuvante (Antoine Reinartz), Ator Revelação (Nahuel Pérez Biscayart), Edição (novamente de Campillo) e Trilha Original. O filme borda o ativismo LGBT durante a epidemia da AIDS e já tinha sido premiado no Festival de Cannes. Ele era o candidato da França ao Oscar 2018, mas acabou não integrando a lista final – o que rendeu incompreensão e protestos de Barry Jenkins, diretor de “Moonlight”, o filme vencedor do Oscar 2017. “120 Batimentos por Minuto” tinha 13 indicações ao César, mesmo número de “Au Revoir là-Haut”, passado durante a 1ª Guerra Mundial, que acabou ficando com cinco prêmios — de Melhor Direção (Albert Dupontel), Roteiro Adaptado (Dupontel e Pierre Lemaitre), Fotografia, Figurino e Design de Produção. A premiação ainda destacou “Petit Paysan”, de Hubert Charuel, sobre um pecuarista do interior da França que luta para salvar seu rebanho de vacas de uma epidemia, que recebeu três troféus – Melhor Ator (Swann Arlaud), Melhor Atriz Coadjuvante (Sara Giraudeau) e Melhor Filme de Estreia. Para completar, “Barbara”, obra metalinguista de Mathieu Amalric, passada nos bastidores de um filme sobre uma cantora francesa, ficou com dois troféus – Melhor Atriz (Jeanne Balibar) e Som. Pela primeira vez na história da premiação, o filme de maior sucesso de bilheteira também recebeu um César, que ficou com o besteirol “Uma Agente Muito Louca”, de Dany Boom. Entre as homenagens, a atriz espanhola Penélope Cruz foi responsável pela maior carga emocional da noite, indo às lágrimas ao receber um César Honorário por sua carreira das mãos do diretor Pedro Almodóvar. Confira abaixo os prêmios de longa-metragem. Vencedores do César 2018 Melhor Filme “120 Batimentos por Minuto”, de Robin Campillo Melhor Direção Albert Dupontel (“Au Revoir là-Haut”) Melhor Atriz Jeanne Balibar (“Barbara”) Melhor Ator Swann Arlaud (“Petit Paysan”) Melhor Atriz Coadjuvante Sara Giraudeau (“Petit Paysan”) Melhor Ator Coadjuvante Antoine Reinartz (“120 Batimentos por Minuto”) Melhor Revelação Feminina Camelia Jordana (“Le Brio”) Melhor Revelação Masculina Nahuel Perez Biscayart (“120 Batimentos por Minuto”) Melhor Filme de Estreia “Petit Paysan”, de Hubert Charuel Melhor Roteiro Original Robin Campillo (“120 Batimentos por Minuto”) Melhor Roteiro Adaptado Albert Dupontel & Pierre Lemaitre (“Au Revoir Là-Haut”) Melhor Fotografia Vincent Mathias (“Au Revoir Là-Haut”) Melhor Edição Robin Campillo (“120 Batimentos por Minuto”) Melhor Desenho de Produção Pierre Quefféléan (“Au Revoir Là-Haut”) Melhor Figurino Mimi Lempicka (“Au Revoir Là-Haut”) Melhor Som Olivier Mauvezin, Nicolas Moreau & Stéphane Thiébaut (“Barbara”) Melhor Trilha Sonora Arnaud Reotini (“120 Batimentos por Minuto”) Melhor Animação “Le Grand Méchant Renard et Autres Contes”, de Patrick Imbert e Benjamin Renner Melhor Documentário “Eu Não Sou Seu Negro”, de Raoul Peck Melhor Filme Estrangeiro “Sem Amor”, de Andreï Zviaguintsev Maior Bilheteria “Uma Agente Muito Louca”, de Dany Boom
120 Batimentos por Minuto lidera indicações do César, o Oscar francês
A Academia Francesa de Artes e Técnicas do Cinema anunciou os indicados ao Cesar 2018, premiação que equivale ao Oscar da França. E os dramas “120 Batimentos por Minuto”, de Robin Campillo, e “Au Revoir là-Haut”, de Albert Dupontel, lideram as indicações, concorrendo a 13 troféus cada. Em cartaz no Brasil, “120 Batimentos por Minuto” aborda o ativismo LGBT durante a epidemia da AIDS, foi premiado no Festival de Cannes e era o candidato da França ao Oscar 2018, mas acabou não integrando a lista final – o que rendeu protestos de Barry Jenkins, diretor de “Moonlight”, o filme vencedor do Oscar 2017. Passado durante a 1ª Guerra Mundial, “Au Revoir là-Haut” ainda não tem prêmios importantes nem previsão de estreia no Brasil. Entre os diversos filmes indicados, há outro filme assinado por Campillo: o suspense “A Trama”, que ele roteirizou. Também se destacam com várias indicações a comédia “Assim É a Vida”, de Eric Toledano e Olivier Nakache (a dupla do blockbuster “Intocáveis”), “O Formidável”, comédia de Michel Hazanavicius (“O Artista”) sobre a juventude de Jean-Luc Godard, “Barbara”, novo filme de Matthieu Almaric (“O Quarto Azul”) e o terror “Grave”, sensação do circuito dos festivais que foi lançado diretamente em streaming no Brasil. Melhor Filme “120 Batimentos por Minuto”, de Robin Campillo “Au Revoir là-Haut”, de Albert Dupontel “Barbara”, de Mathieu Amalric “Le Brio”, de Yvan Attal “Patients”, de Grand Corps Malade e Mehdi Idir “Petit Paysan”, de ‘Hubert Charuel “Assim É a Vida”, de Eric Toledano e Olivier Nakache Melhor Direção Robin Campillo (“120 Batimentos por Minuto”) Albert Dupontel (“Au Revoir là-Haut”) Mathieu Amalric (“Barbara”) Julia Ducournau (“Grave”) Hubert Charuel (“Petit Paysan”) Michel Hazanaviciu (“O Formidável”) Eric Toledano e Olivier Nakache (“Assim É a Vida”) Melhor Atriz Jeanne Balibar (“Barbara”) Juliette Binoche (“Deixe a Luz do Sol Entrar”) Emmanuelle Devos (“A Número Um”) Marina Foïs (“A Trama”) Charlotte Gainsbourg (“La Promesse de l’Aube”) Doria Tillier (“Monsieur et Madame Adelman”) Karine Viard (“Jalouse”) Melhor Ator Swann Arlaud (“Petit Paysan”) Daniel Auteuil (“Le Brio”) Guillaume Canet (“Rock’n roll: Por Trás da Fama”) Albert Dupontel (“Au Revoir là-Haut”) Louis Garrel (“O Formidável”) Reda Kateb (“Django”) Melhor Atriz Coadjuvante Laure Calamy (“Ava”) Anaïs Demoustier (“Uma Casa a Beira-Mar”) Sara Giraudeau (“Petit Paysan”) Adèle Haenel (“120 Batimentos por Minuto”) Mélanie Thierry (“Au Revoir là-Haut”) Melhor Ator Coadjuvante Niels Arestrup (“Au Revoir là-Haut”) Laurent Lafitte (“Au Revoir là-Haut”) Gilles Lellouche (“Assim É a Vida”) Vincent Macaigne (“Assim É a Vida”) Antoine Reinartz (“120 Batimentos por Minuto”) Melhor Revelação Feminina Iris Bry (“Les Gardiennes”) Laetitia Dosch (“Jovem Mulher”) Eye Haidara (“Assim É a Vida”) Camelia Jordana (“Le Brio”) Garance Marillier (“Grave”) Melhor Revelação Masculina Benjamin Lavernhe (“Assim É a Vida”) Finnegan Oldfield (“Marvin ou la Belle Éducation”) Pablo Pauly (“Patients”) Nahuel Perez Biscayart (“120 Batimentos por Minuto”) Arnaud Valois (“120 Batimentos por Minuto”) Melhor Filme de Estreia “Grave”, de Julia Ducournau “Jovem Mulher”, de Léonor Serraille “Monsieur & Madame Adelman”, de Nicolas Bedos “Patients”, de Grand Corps Malade e Mehdi Idir “Petit Paysan”, de Hubert Charuel Melhor Roteiro Original Robin Campillo (“120 Batimentos por Minuto”) Mathieu Amalric & Philippe Di Folco (“Barbara”) Julia Ducournau (“Grave”) Claude Le Pape & Hubert Charuel (“Petit Paysan”) Eric Tolédano & Olivier Nakache (“Assim é a Vida”) Melhor Roteiro Adaptado Albert Dupontel & Pierre Lemaitre (“Au Revoir Là-Haut”) Xavier Beauvois, Drédérique Moreau & Marie-Julie Maille (“Les Gardiennes”) Grand Corps Malade & Fadette Drouard (“Patients”) Eric Barbier & Marie Eynard (“La Promesse De L’Aube”) Michel Hazanavicius (“O Formidável”) Melhor Fotografia Jeanne Lapoirie (“120 Batimentos por Minuto”) Vincent Mathias (“Au Revoir Là-Haut”) Christophe Beaucarne (“Barbara”) Caroline Champetier (“Les Gardiennes”) Guillaume Schiffman (“O Formidável”) Melhor Edição Robin Campillo (“120 Batimentos por Minuto”) Christophe Pinel (“Au Revoir Là-Haut”) Francois Gedigier (“Barbara”) Julie Lena, Lilian Corbeille & Grégoire Pontecaille (“Petit Paysan”) Dorian Rigal Ansous (“Assim É a Vida”) Melhor Desenho de Produção Emmanuelle Duplay (“120 Batimentos por Minuto”) Pierre Quefféléan (“Au Revoir Là-Haut”) Laurent Baude (“Barbara”) Pierre Renson (“La Promesse de l’Aube”) Christian Marti (“O Formidável”) Melhor Som Julien Sicart, Valérie De Loof & Jean-Pierre Laforce (“120 Batimentos por Minuto”) Jean Minodo, Gurwal Coïc-Gallas, Cyril Holtz & Damien Lazzerini (“Au Revoir Là-Haut”) Olivier Mauvezin, Nicolas Moreau & Stéphane Thiébaut (“Barbara”) Mathieu Descamps, Séverin Favriau & Stéphane Thiébaut (“Grave”) Pascal Armant, Sélim Azzaz & Jean-Paul Hurier (“Assim É a Vida”) Melhor Trilha Sonora Arnaud Reotini (“120 Batimentos por Minuto”) Christophe Julien (“Au Revoir Là-Haut”) Jim Williams (“Grave”) MYD (“Petit Paysan”) Mathieu Chedid (“Visages Villages”) Melhor Animação “Le Grand Méchant Renard et Autres Contes” “Sahara” “Zombillénium” Melhor Documentário “12 Days” “A Voix Haute – La Force De La Parole” “Carré 35” “Eu Não Sou Seu Negro” “Visages Villages” Melhor Filme Estrangeiro “O Incidente no Nile Hilton”, de Tarik Saleh “Dunkirk”, de Christopher Nolan “The Royal Exchange”, de Marc Dugain “Sem Amor”, de Andreï Zviaguintsev “La La Land”, de Damien Chazelle “A Garota Ocidental – Entre o Coração e a Tradição”, de Stephan Streker “The Square A Arte da Discórdia”, de Ruben Ostlund




