Academia muda regras do Oscar de Melhor Filme Internacional
A Academia de Artes e Ciências Cinematográficas anunciou uma nova mudança nas regras do Oscar na sexta-feira (15/1), desta vez focada na peneira dos candidatos à vaga de Melhor Filme Internacional. Devido à pandemia, a organização cancelou as reuniões dos comitês especializados e, assim, precisou alterar a forma de definir os pré-selecionados. Ao contrário de outras categorias do Oscar, a de longa-metragem internacional não tem um ramo específico na Academia, e profissionais de diferentes disciplinas (diretores, roteiristas, etc) podem votar em seus escolhidos. Originalmente, um grupo de voluntários de várias categorias era responsável por listar sete títulos, enquanto um grupo menor de cineastas, formado por especialistas em cinema estrangeiro, selecionava mais três, chegando ao total de dez títulos a serem considerados. Este ano, porém, o comitê específico teve as atividades canceladas. Assim, apenas os voluntários do comitê mais amplo votarão nos finalistas. Por conta disso, também houve mudanças na quantidade de filmes que passarão pela peneira inicial. Depois dos votos do comitê geral, em vez de anunciar 10 pré-selecionados, a Academia apresentará 15, que servirão como base para uma nova votação, que definirá os 5 indicados finais na categoria. Vale lembrar que o candidato do Brasil é o documentário “Babenco: Alguém Tem que Ouvir o Coração e Dizer Parou”, de Barbara Paz.
Pelo segundo ano consecutivo, Ancine não apoia candidato brasileiro ao Oscar
A Ancine, que supostamente teria mais de R$ 2 bilhões em caixa do FSA, o fundo do setor audiovisual brasileiro, não está dando nenhum apoio financeiro para a campanha do filme brasileiro “Babenco: Alguém Tem que Ouvir o Coração e Dizer Parou”, de Barbara Paz, na disputa por uma vaga no Oscar 2021. O comando da agência, no governo Bolsonaro, tem ignorado sistematicamente o Programa de Apoio Financeiro aos filmes brasileiros de longa-metragem indicados ao Oscar, a Portaria nº 280 instituída em 2008 para ajudar os candidatos a conquistar uma vaga na categoria de Melhor Filme Internacional. O boicote começou com “A Vida Invisível”, da Karim Aïnouz, no Oscar 2020. O governo brasileiro autorizou apenas o apoio institucional da campanha brasileira. Isto é, a inclusão da marca do governo federal no filme. Isto porque “A Vida Invisível” foi parcialmente financiado com recursos oriundos da Lei do Audiovisual. Como comparação, em 2018, durante o governo Temer, o longa escolhido para representar o país na disputa, “O Grande Circo Místico”, de Cacá Diegues, recebeu cerca de R$ 200 mil do antigo Ministério da Cultura para sua divulgação em Hollywood. O corte de verbas ainda se estende a outros programas similares, como o Apoio à Participação Brasileira em Festivais, Laboratórios e Workshops Internacionais. A página oficial da Ancine destinada a este apoio não é atualizada desde 2019 e os links para novas candidaturas não funcionam mais. No ano passado, o Brasil teve participação recorde de filmes no Festival de Berlim. Motivo de orgulho em outros governos, a situação foi ignorada pelo atual desgoverno. Nenhum dos filmes recebeu apoio para representar o país no evento. Sob o pretexto de não ter dinheiro, apesar dos supostos R$ 2 bilhões em caixa do FSA para isso, a Ancine realmente suspendeu os programas de apoio internacional em 2019, seguindo a política de desmonte cultural determinada por Bolsonaro. Além da Ancine, os filmes brasileiros também contavam com financiamento do Cinema do Brasil, um programa de exportação e fomento implementado em parceria pelo Sindicato da Indústria Audiovisual do Estado de São Paulo (SIAESP) e pela Agência de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), ligada ao Ministério das Relações Exteriores. O apoio chegava a US$ 15 mil por produção até que, também em 2019, a então diretora de Negócios da Apex, Letícia Catelani, filiada ao PSL, interrompeu a distribuição dos recursos. Diante da situação, Barbara Paz está tendo que recorrer a um crowdfunding para conseguir dinheiro para a campanha de seu filme, em busca de uma vaga no Oscar 2021. A campanha está no site Benfeitoria (https://benfeitoria.com/babenco). Enquanto os governos dos países mais desenvolvidos do mundo transformam a produção cultural numa de suas maiores fontes de influência (o soft power) e enriquecimento financeiro, o atual desgoverno do Brasil segue firme rumo ao empobrecimento em todos os sentidos.
Academia barra Hamilton do Oscar 2021
A Academia de Artes e Ciências Cinematográficas dos Estados Unidos tomou uma decisão polêmica e barrou a versão filmada do musical “Hamilton”, um dos maiores sucessos da plataforma Disney+ (Disney Plus), da disputa do Oscar 2021. Mesmo estando apto a concorrer em outras premiações do cinema, como o Globo de Ouro e o SAG Awards, a gravação do espetáculo da Broadway foi desqualificada pela Academia sem maiores explicações, segundo apurou o site The Hollywood Reporter. “Hamilton” tem sua elegibilidade questionada desde o ano passado, por ser uma espécie de registro documental de apresentações da peça da Broadway. Segundo alguns, a produção seria incompatível com uma regra de 1997 válida para curtas e documentários, que descarta “trabalhos sem edição de registros de performance”. Esta regra foi introduzida após peças filmadas aparecerem na premiação do cinema, como “Otelo” (1965), “Give ‘Em Hell, Harry” (1974) e “O Homem na Caixa de Vidro” (1975). O detalhe é que “Hamilton” tem trabalho de edição. Não é um simples registro, pois compila três dias de performances diferentes, com o teatro fechado, realizadas especificamente para o filme. Por conta disso, o THR apurou que o Comitê de Regras e Prêmios da Academia optou por excluir a obra com base em outra regra, recém-introduzida, e que teria o objetivo oposto: de facilitar a disputa de lançamentos exclusivos de streaming durante a pandemia. A regra diz que “Até novo aviso e somente nesta edição do Oscar, filmes disponíveis em serviços de streaming estarão qualificados para concorrer ao prêmio. O comitê de regras da Academia vai avaliar todas as questões envolvendo regras e elegibilidade”. Teria sido a segunda parte, sobre o poder do comitê para decidir com base em seus critérios pessoais, que teria barrado o filme. Não há explicações sobre quais critérios impediram a inclusão entre os candidatos. “Hamilton” foi aceito na disputa de várias outras premiações de cinema e é favorito ao Globo de Ouro de Melhor Filme Musical (ou de Comédia), assim como o elenco nas categorias de atuação. Já o SAG Awards, prêmio do Sindicato dos Atores, curiosamente caracterizou “Hamilton” como um filme para TV, qualificando-o a concorrer nas categorias destinadas a telefilmes e minisséries. Vale lembrar que a Disney desembolsou U$ 75 milhões pelos direitos de exibição do longa e pretendia lançá-lo no cinema, mas acabou disponibilizando-o em sua plataforma de streaming por causa da pandemia. “Hamilton” tornou-se um dos conteúdos mais assistidos da Disney Plus. Veja abaixo o trailer da produção.
Peter Lamont (1929 -2020)
O diretor de arte e designer de produção Peter Lamont, que venceu um Oscar pela cenografia de “Titanic”, morreu aos 91 anos. Ele também se destacou por seu trabalho em 18 dos 25 filmes da franquia “007” e foi descrito pelos produtores Michael G. Wilson e Barbara Broccoli como “um integrante amado da família 007 e um gigante da indústria”, nas redes sociais. Lamont começou a trabalhar na franquia em “007 Contra Goldfinger” (1964), criou os efeitos visuais de “007 Contra o Foguete da Morte” (1979) e se tornou o principal designer de produção dos longas a partir de “007: Somente Para os Seus Olhos” (1981), cargo que manteve até “007: Cassino Royale” (2006), filme que marcou sua aposentadoria. Seu trabalho consistia desde escolher locações, preparar cenários e selecionar acessórios. No caso de Bond, esse produção incluía armas icônicas, carros e apetrechos de espionagem que o personagem utilizava. Além de Bond, Lamont teve uma frutífera parceria com o cineasta James Cameron, que lhe rendeu uma indicação ao Oscar por “Aliens: O Resgate” (1986) e a cobiçada estatueta por “Titanic” (1997). Ele foi indicado ao prêmio da Academia outras duas vezes, por “Um Violinista no Telhado” (1981) e “007: O Espião Que Me Amava” (1977).
Steven Soderbergh vai produzir o Oscar 2021
O cineasta Steven Soderbergh foi um dos selecionados pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas para produzir a cerimônia do Oscar 2021. Ele vai trabalhar ao lado da produtora Stacey Sher, com quem já tinha colaborado em “Contágio”, “Erin Brockovich” e “Irresistível Paixão”, e Jesse Collins, um especialista de eventos de premiação televisados, que este ano comandou o Grammy. Todos são estreantes na organização do Oscar, mas Soderbergh conhece bem o evento, tendo vencido o troféu de Melhor Direção por “Traffic” em 2000. Produtora veterana, Sher não venceu, mas já foi indicada duas vezes ao Oscar de Melhor Filme, por “Erin Brockovich” e “Django Livre”. A primeira tarefa dos produtores pode ser definir se o próximo Oscar terá ou não apresentador. As duas últimas cerimônias optaram por aposentar o apresentador principal, com resultados mistos. Mas como mostrou Jimmy Kimmel à frente do Emmy em setembro passado, as cerimônias que adotam distanciamento social e participações virtuais precisam de um apresentador capaz de comandar o espetáculo, até por questão organizacional. Com sua vasta experiência na TV ao vivo, Collins será de grande ajuda na criação de um programa que promete ser como nenhum outro: um híbrido de participação presencial e virtual. “Estamos emocionados e apavorados em igual medida”, disseram Collins, Sher e Soderbergh em um comunicado. “Devido à situação extraordinária em que estamos todos, há uma oportunidade de nos concentrarmos nos filmes e nas pessoas que os fazem de uma nova maneira, e esperamos criar um programa que realmente se pareça com os filmes que todos amamos.” O presidente da Academia, David Rubin, e a CEO da Academia, Dawn Hudson, acrescentaram: “O próximo Oscar é a ocasião perfeita para inovar e rever as possibilidades da premiação. Este é um time dos sonhos que responderá diretamente a esses tempos. A Academia está animada para trabalhar com eles para realizar um evento que reflita o amor mundial pelos filmes e como eles nos conectam e nos divertem quando mais precisamos deles.” O 93º prêmio anual da Academia será exibido apenas em 25 de abril, devido aos atrasos das estreias causados pela crise do coronavírus. No Brasil, a transmissão deve ficar por conta da Globo e do canal pago TNT, como nos anos anteriores.
Variety diz que Oscar 2021 será presencial
“Não haverá Oscar ‘virtual'”, afirmou a revista Variety nesta terça (1/12), citando representantes (não nomeados) da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas e da rede ABC, responsável pela transmissão de TV, que lhe garantiram que o evento de 2021 será presencial. A Academia postergou o evento em dois meses justamente para materializar uma cerimônia com a participação de todos os indicados. Geralmente realizado entre fevereiro e março, o próximo Oscar acontecerá no dia 25 de abril, devido à pandemia do coronavírus. Apesar do anúncio oficial da mudança de data, os organizadores não revelaram quais medidas de segurança será adotadas para o evento, que costuma lotar os 3,4 mil assentos do Teatro Dolby, em Los Angeles, onde tradicionalmente tem sido realizado. Além disso, a proposta de um Oscar presencial precisará levar em conta se os indicados se sentirão confortáveis para comparecer a uma plateia lotada, já que muitos integrantes da Academia são idosos e pertencem ao grupo de risco da covid-19. Entre os atores que podem disputar os prêmios, após performances elogiadas pela crítica, estão Anthony Hopkins, de 82 anos, Ellen Burstyn, 88, Sophia Loren, 86, Meryl Streep, 71, David Strathairn, 72, Yuh-Jung Youn, 73, e Gary Oldman, 62. Neste ano, o Emmy Awards aconteceu em formato híbrido. Parte da cerimônia foi presencial e os indicados receberam seus prêmios de casa, acompanhando o evento por meio de videoconferência. A transmissão neste formato foi considerada um grande sucesso.
Glenn Close diz que foi injustiça Fernanda Montenegro não ganhar um Oscar
A atriz Glenn Close disse nesta terça (24/11) que Fernanda Montenegro deveria ter vencido o Oscar de Melhor Atriz em 1999. O assunto surgiu numa entrevista para o tradicional programa “Good Morning America”, da emissora ABC News. Enquanto promovia seu novo filme, “Era uma Vez um Sonho” (Hillbilly Elegy), dirigido por Ron Howard, ela expressou a sua revolta com as injustiças do Oscar, lembrando a derrota de Fernanda Montenegro, quando foi indicada pelo filme “Central do Brasil”, de Walter Salles. “Eu me lembro do ano que em que a Gwyneth Paltrow ganhou daquela atriz incrível de ‘Central do Brasil’. Eu pensei: ‘O quê? Isso não faz sentido’”, comentou a estrela americana. Após a exibição da entrevista, o nome de Fernanda Montenegro foi parar entre os assuntos mais comentados do Twitter. Internautas celebraram o fato de a atriz americana se lembrar do episódio e concordaram com a sua revolta.
Documentário sobre Babenco é escolhido para representar o Brasil no Oscar 2021
A Academia Brasileira de Cinema (ABC) anunciou nesta quarta-feira (18/11) que o documentário “Babenco: Alguém Tem que Ouvir o Coração e Dizer Parou”, de Bárbara Paz, será o candidato oficial do Brasil para tentar uma vaga entre os indicados na categoria do próximo Oscar de Melhor Filme Internacional. O filme, que chega ao circuito cinematográfico na quinta-feira que vem (26/11), é uma crônica dos últimos dias do diretor Héctor Babenco (“Carandiru”, “Pixote”), diretor argentino que virou brasileiro por afinidade, morto em 2016, depois de décadas lutando contra o câncer. Esta é a primeira vez que um documentário é escolhido pela comissão nacional. No ano passado, quando “Democracia em Vertigem”, de Petra Costa, concorreu ao Oscar de Melhor Documentário, ele foi selecionado por uma comissão americana, enquanto o candidato oficial do Brasil foi “A Vida Invisível”, de Karim Aïnouz, que acabou não entrando na lista. A escolha deste ano também foi a primeira sem participação do governo federal. Os responsáveis foram profissionais do setor: os diretores de fotografia Afonso Beato e Lula Carvalho, os produtores Clelia Bessa, Leonardo Monteiro de Barros, Renata Magalhães e Rodrigo Teixeira, e os cineastas Laís Bodanzky, Roberto Berliner e Viviane Ferreira. Os também cineastas Andre Ristum e Toni Venturi serviram de membros suplentes do grupo. “Babenco: Alguém Tem que Ouvir o Coração e Dizer Parou” teve uma trajetória internacional premiada, vencendo, entre outros, o troféu de Melhor Documentário do Festival de Veneza do ano passado. Além dele, a lista de filmes avaliada ainda incluiu “A Divisão”, “A Febre”, “Alice Júnior”, “Aos Olhos de Ernesto”, “Casa de Antiguidades”, “Cidade Pássaro”, “Jovens Polacas”, “M8”, “Macabro”, “Marighella”, “Minha Mãe É uma Peça 3”, “Narciso em Férias”, “Pacarrete”, “Pureza”, “Sertânia”, “Todos os Mortos”, “Três Verões” e “Valentina”. A última vez que um filme selecionado pela comissão oficial conseguiu chegar entre os finalistas e obter indicação ao Oscar foi em 1999, com “Central do Brasil” (de 1998) – que também emplacou o nome de Fernanda Montenegro na categoria de Melhor Atriz. Antes disso, só “O Pagador de Promessas” (1962), “O Quatrilho” (1995) e “O que É Isso, Companheiro?” (1997) conseguiram ser indicados ao troféu da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas do EUA (AMPAS). O primeiro corte dos candidatos ao troféu acontecerá no dia 9 de fevereiro, quando serão revelados os títulos pré-selecionados pela AMPAS para seguir na disputa. Já os cinco finalistas à categoria de Melhor Filme Internacional só serão conhecidos durante o anúncio de todas as indicações ao Oscar, previsto para acontecer no dia 15 de março. A cerimônia de premiação, por sua vez, está marcada para 25 de abril de 2021.
Astro de The Walking Dead pode se tornar primeiro ator asiático indicado ao Oscar
O ator sul-coreano Steven Yeun, mais conhecido como o Glenn de “The Walking Dead”, pode se tornar o primeiro asiático indicado ao Oscar na categoria de Melhor Ator. O estúdio indie A24 revelou que pretende lançar uma campanha pela indicação de Yeun por seu desempenho no drama “Minari”, que venceu o Festival de Sundance deste ano. Junto com Yeun, o estúdio vai destacar o trabalho de Han Ye-ri na categoria de Melhor Atriz e de seus colegas de elenco, Alan S. Kim, Will Patton e Youn Yuh-Jung, nas categorias de Coadjuvantes. A falta de representação asiática nas categorias de atuação tem sido uma das lacunas mais gritantes na longa história da Academia. Se qualquer um dos atores de “Minari” for nomeado, será a primeira vez que a Academia indicará um coreano em uma categoria de atuação, apesar da vitória de “Parasita” no Oscar deste ano. No filme dirigido por Lee Isaac Chung, Yeun interpreta Jacob, um pai sul-coreano que traz sua família para os EUA, iniciando uma fazenda na década de 1980. Sua luta para vencer os obstáculos comoveu o público e o júri de Sundance, que premiaram duplamente o longa. Mas não é de hoje que Yeun vem chamando a atenção dos festivais. Ele já tinha marcado presença em “Em Chamas”, produção sul-coreana premiada no Festival de Cannes de 2018. Ainda sem previsão de estreia comercial, “Minari” tem 100% de aprovação, em críticas publicadas durante sua passagem por festivais e apuradas pelo site Rotten Tomatoes. Veja abaixo o trailer emocionante da produção.
Academia vai considerar projeção em drive-in para o Oscar 2021
A Academia de Artes e Ciências Cinematográficas dos EUA anunciou nesta quarta-feira (7/10) que alterou suas regras de elegibilidade mais uma vez, devido à pandemia de coronavírus. As novas mudanças tem o objetivo de aceitar exibições de filmes no circuito dos drive-ins como sessões oficiais de cinema, nos termos da premiação. As regras foram alteradas porque os cinemas de Nova York e Los Angeles continuam fechados, mas filmes estão sendo projetados nestas cidades em sessões de drive-in ao ar livre. Além disso, a Academia criou uma “screening room” digital para seus membros, onde os estúdios deverão disponibilizar os lançamentos de streaming e VOD com pretensões à disputar prêmios no Oscar de 2021. Neste ano, excepcionalmente, a Academia vai permitir que títulos de streaming possam ser considerados para o Oscar sem que também tenham sido exibidos nos cinemas, e estendeu o período de elegibilidade das candidaturas para lançamentos realizados até 28 de fevereiro de 2021. A próxima cerimônia do Oscar está marcada para 26 de abril no Dolby Theatre em Los Angeles.
CEO da Netflix vira presidente do Museu da Academia de Cinema dos EUA
O executivo Ted Sarandos, co-CEO da Netflix, foi eleito presidente do conselho de curadores do Museu da Academia de Cinema dos EUA. Ainda em fase de construção, o museu deve ser aberto em abril de 2021 em Los Angeles, pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, tornando-se a primeira instituição do tipo nos EUA. “Ao crescer como amante do cinema, sempre desejei ter um lugar como o Museu da Academia – um lugar onde pudesse me perder na magia do cinema”, disse Sarandos em comunicado. “Me sinto honrado e inspirado em servir como presidente, ao lado do magnífico conselho de curadores e da equipe do museu, enquanto trabalhamos para nossa inauguração em abril de 2021”. A ironia não pode ser perdida de vista. O principal executivo da empresa que um dia foi vista como intrusa e sem lugar na Academia agora é presidente do maior empreendimento dessa mesma instituição. O conselho de curadores também contará com a produtora Miky Lee (de “Parasita”), eleita vice-presidente, e James Gianopulos, CEO da Paramount, eleito tesoureiro.
Academia impõe critérios de diversidade para disputa do Oscar
A Academia de Artes e Ciências Cinematográficas dos EUA, responsável pela premiação do Oscar, anunciou uma iniciativa para estimular o aumento de diversidade no cinema. Para isso, estabeleceu novos critérios para qualificar produções na categoria de Melhor Filme do ano, e todos têm a ver com representatividade na frente e atrás das câmeras. A partir de 2022, as produções que quiserem disputar o Oscar precisarão se submeter aos Padrões de Inclusão da Academia, que serão cada vez mais rígidos até atingir a meta de representatividade em 2025. Os padrões foram divididos em quatro pilares. O primeiro é Representação na Tela, nos Temas e nas Narrativas. Isto significa que os filmes deverão possuir ao menos uma das seguintes características: atores principais ou coadjuvantes importantes de grupos raciais “sub-representados”, mínimo de 30% dos atores em papéis secundários sendo mulheres, LGBTQ +, de grupos de diferentes etnias e/ou pessoas com deficiências cognitivas ou físicas; ou ainda ter um dos enredos centrado em um destes grupos. O segundo padrão abrange Liderança Criativa e Chefes de Departamento. Para se qualificar, o filme precisa ter, nos principais cargos da produção, ao menos dois ocupados por pessoas que sejam de etnia “sub-representada”, pertençam à comunidade LGBTQ +, sejam mulher ou tenham uma deficiência. Caso este critério não seja preenchido, o filme deverá ter pelo menos seis integrantes de sua equipe de grupos étnicos “sub-representados” ou ainda 30% da equipe com pessoas pertencentes aos grupos mencionados. O terceiro padrão diz respeito a Acesso e Oportunidades da Indústria. Para cumprir o critério, a distribuidora ou financiadora do filme deverá obrigatoriamente possuir “estagiários/aprendizes pagos” dos grupos citados anteriormente e deverá oferecer “oportunidades de treinamento e/ou trabalho para o desenvolvimento de habilidades” destes profissionais. Por fim, o quarto critério se baseia no Desenvolvimento da Audiência e consiste incluir representatividade no marketing, publicidade e distribuição do filme. Os critérios começarão a ser cobrados de forma crescente, em etapas para atingir o objetivo de maior integração da indústria em cinco anos. O presidente da Academia, David Rubin, e a CEO, Dawn Hudson, disseram em uma declaração conjunta que “a abertura deve se alargar para refletir nossa população global diversificada tanto na criação de filmes quanto nas audiências que se conectam com eles”. Ainda, de acordo com o comunicado, “a Academia está empenhada em desempenhar um papel vital para ajudar a tornar isso uma realidade.”









