O cineasta James Toback, indicado ao Oscar pelo roteiro de “Bugsy” (1991), foi acusado de abuso sexual por 38 mulheres. As mulheres entraram com uma ação contra o diretor na segunda (5/12), na Suprema Corte de Manhattan, em Nova York.
As acusações foram feitas sob o Adult Survivors Act, uma lei do estado de Nova York que suspende temporariamente a prescrição de denúncias de agressões sexuais mais antigas. Vigente desde novembro, a lei permite que se abra uma “janela retroativa” de um ano para os acusadores entrarem com ações civis de agressão sexual, independentemente da data em que foram cometidas.
As acusações de que Toback praticara abuso sexual surgiram no final de 2017, e foram relatadas pela primeira vez pelo jornal Los Angeles Times quando o movimento #MeToo ganhou atenção.
Entre as atrizes mais famosas a denunciar Toback na ocasião, estavam Selma Blair e Rachel McAdams. Em entrevista ao programa The Talk, Blair disse que esperava ver o diretor na prisão, após passar “17 anos com medo de James Toback”, que a ameaçou de morte. “Ele disse que me colocaria num sapato de cimento e furaria meus olhos com canetas se eu contasse para alguém”, ela afirmou.
Em 2018, os promotores de Los Angeles disseram que o prazo de prescrição havia expirado em cinco dos casos denunciados e se recusaram a apresentar acusações criminais contra Toback.
Agora, porém, com a nova janela, as acusações serão levadas à Justiça.
Do total de acusadoras, 15 das mulheres são identificadas por nome no processo, enquanto outras 23 são listadas como Jane Does (ou seja, suas identidades são mantidas em segredo).
Além de Toback, o Clube Harvard da cidade de Nova York também está listado como réu, visto que algumas das mulheres disseram que foram abusadas lá.
O diretor nega as acusações feitas contra ele.
Além da indicação ao Oscar por escrever o filme “Bugsy” (1991), ele também roteirizou o clássico “O Jogador” (1974) e dirigiu 12 longas, incluindo as comédias “O Rei da Paquera” (1987) e “Uma Paixão Para Duas” (1997), ambas estreladas por Robert Downey Jr., e o documentário “Tyson” (2008), que foi premiado no Festival de Cannes.
Seu último filme foi “História de um Assassinato” (2017), com Sienna Miller e Alec Baldwin, lançado na época das denúncias.