A 55ª edição do Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, um dos mais tradicionais festivais de cinema do país, começa nessa segunda (14/11) com uma programação diferente. Em vez de apresentar uma seleção de filmes inéditos, o evento vai contar com produções já exibidas e premiadas em outros festivais.
Ao todo, serão exibidos 40 filmes, nos formatos de curta, média e longa-metragem, divididos em mostras competitivas, sessões especiais e homenagens. A Mostra Competitiva Nacional de Longas-Metragens terá seis filmes: “Mato Seco em Chamas”, “Espumas ao Vento”, “Rumo”, “Mandado”, “Canção ao Longe” e “A Invenção do Outro”.
Dirigido por Adirley Queirós e Joana Pimenta, “Mato Seco em Chamas” já foi exibido no Festival do Rio, de onde saiu premiado com o Troféu Redentor de Melhor Fotografia e com o Prêmio Especial do Júri. O filme é uma ficção científica distópica passada na Ceilândia, em Brasília, e acompanha três mulheres que recolhem petróleo de oleodutos subterrâneos e o refinam para transformá-lo em gasolina.
“Espumas ao Vento”, tem direção de Taciano Valério, e mostra a catástrofe ocorrida durante espetáculo de uma trupe artística, num evento que leva duas irmãs a redefinirem as suas vidas. Depois disso, as irmãs precisam conviver com as consequências e lembranças do acontecimento, ao mesmo tempo que se deparam com um pastor que planeja expandir o reino de Deus na Terra.
Com direção da dupla Bruno Victor e Marcus Azevedo, “Rumo” é um retrato do Brasil da era Bolsonaro. Abordando temáticas sociais que foram suprimidas nos últimos anos, o filme fala sobre os programas de cotas raciais implantadas em diversas universidades nos últimos 20 anos.
“Mandado”, de João Paulo Reys e Brenda Melo Moraes, é um documentário que narra os eventos ocorridos na favela alguns meses antes do início da Copa do Mundo de 2014 (que aconteceu no Brasil) e mostra as consequências do mandado de busca emitido pela Justiça, que autorizou a Polícia a entrar em todas as casas de duas favelas cariocas. O filme tem entrevistas com Marielle Franco, além de jornalistas e moradores do Complexo da Maré.
Com direção de Clarissa Campolina, “Canção ao Longe” acompanha o dia-a-dia de Jimena, uma jovem em busca da sua identidade que reescreve suas relações familiares ao criar novas formas de estabelecer vínculos amorosos, de amizade e trabalho. E “A Invenção do Outro”, de Bruno Jorge, é um documentário sobre a morte do sertanista Bruno Pereira e do jornalista britânico Dom Phillips, assassinados há alguns meses na Amazônia.
O Festival de Brasília também contará com uma mostra de curtas (em que 12 filmes foram selecionados) e uma mostra competitiva Brasília (composta por mais quatro longas e oito curtas). Todos eles disputam o Troféu Candango. A programação ainda terá Sessões Especiais, a Mostra Reexistências, a Mostra Festival dos Festivais (dedicadas a filmes prestigiados do cinema brasileiro) e uma homenagem ao cineasta Jorge Bodanzky.
Neste último caso, serão exibidos os filmes “Distopia Utopia” e “Amazônia, a Nova Minamata?”, ambos dirigidos por Bodanzky, além de “Compasso de espera”, dirigido por Antunes Filho e fotografado por Jorge Bodanzky.
O 55º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro acontece até o dia 20 de novembro no Cine Brasília, em Brasília. O encerramento será com sessão especial do filme “Diálogos com Ruth de Souza”, de Juliana Vicente, uma homenagem à consagrada atriz (1921-2019).
Confira abaixo a lista dos filmes selecionados.
Mostra Competitiva Nacional – Longas
“Mato Seco em Chamas” (DF), direção de Adirley Queirós e Joana Pimenta
“Espumas ao Vento” (PE), direção de Taciano Valério
“Rumo” (DF), direção de Bruno Victor e Marcus Azevedo
“Mandado” (RJ), direção de João Paulo Reys e Brenda Melo Moraes
“Canção ao Longe” (MG), direção de Clarissa Campolina
“A Invenção do Outro” (SP/AM), direção de Bruno Jorge
Mostra Competitiva Nacional – Curtas
“Big Bang” (MG/RN), direção de Carlos Segundo
“Ave Maria” (RJ), direção de Pê Moreira
“Nossos Passos Seguirão os Seus…” (RJ), direção de Uilton Oliveira
“Anticena” (DF), direção de Tom Motta e Marisa Arraes
“Calunga Maior” (PB), direção de Thiago Costa
“Sethico” (PE), direção de Wagner Montenegro
“Escasso” (RJ), direção: Encruza – Clara Anastácia e Gabriela Gaia Meirelles
“São Marino” (SP), direção de Leide Jacob
“Capuchinhos” (PE), direção de Victor Laet
“Nem o Mar tem Tanta Água” (PB), direção de Mayara Valentim
“Um Tempo Para Mim” (RS), direção de Paola Mallmann de Oliveira
“Lugar de Ladson” (SP), direção de Rogério Borges
Mostra Brasília – Longas
“Capitão Astúcia”, direção de Filipe Gontijo
“Profissão Livreiro”, direção de Pedro Lacerda
“Afeminadas”, direção de Wesley Godim
“O Pastor e o Guerrilheiro”, direção de José Eduardo Belmonte
Mostra Brasília – Curtas
“Desamor”, direção de Herlon Kremer
“Super-Heróis”, direção de Rafael de Andrade
“Plutão Não É Tão Longe Daqui”, direção de Augusto Borges e Nathalya Brum
“Manual da Pós-Verdade”, direção de Thiago Foresti
“Tá Tudo Bem”, direção de Carolina Monte Rosa
“Virada de Jogo”, direção de Juliana Corso
“Levante pela Terra”, direção de Marcelo Cuhexê
“Reviver”, direção de Vinícius Schuenquer
Sessões Especiais
“Quando a Coisa Vira Outra” (DF), direção de Marcio de Andrade
“Diálogos com Ruth de Souza” (SP), direção de Juliana Vicente
Mostra Reexistências
“O Cangaceiro da Moviola” (MG/RJ), direção: de Luís Rocha Melo
“Não É a Primeira Vez que Lutamos pelo Nosso Amor” (RJ), direção de Luis Carlos de Alencar
“Uýra – A Retomada da Floresta” (AM), direção de Juliana Curi
“Cordelina” (PB), direção de Jaime Guimarães
Mostra Festival dos Festivais
“A Filha do Palhaço” (CE), direção de Pedro Diógenes
“Três Tigres Tristes” (SP), direção de Gustavo Vinagre
“Fogaréu” (GO), direção de Flávia Neves
Homenagem Jorge Bodanzky
“Distopia Utopia”, direção de Jorge Bodanzky
“Compasso de Espera”, direção de Antunes Filho
“Amazônia, a Nova Minamata?”, direção de Jorge Bodanzky