MP investiga Adrilles Jorge por suposto gesto nazista

A “demissão” de 40 dias de Adrilles Jorge não foi a única consequência da suposta saudação nazista do comentarista, realizada ao vivo em fevereiro, durante participação no programa “Opinião”, da Jovem Pan. […]

Jovem Pan

A “demissão” de 40 dias de Adrilles Jorge não foi a única consequência da suposta saudação nazista do comentarista, realizada ao vivo em fevereiro, durante participação no programa “Opinião”, da Jovem Pan.

Apesar da manifesta “absolvição” do gesto pela Jovem Pan, que trouxe o ex-BBB de volta ao ar nesta semana, o MP-SP (Ministério Público de São Paulo) deu prosseguimento a uma denúncia criminal.

A denúncia foi aberta após manifestações de repúdio de entidades judaicas, dando início a uma investigação para analisar a saudação.

Assinada pela promotora de Justiça Maria Fernanda Balsalobre Pinto, o texto alega que Adrilles Jorge teria violado a lei 7716/89, que estipula uma multa e pena de um a três anos.

“O contexto em que foi feito o gesto, a absoluta identidade estética, o fato de o denunciado jamais ter usado tal maneira de se despedir nos cerca de 60 programas dos quais participou anteriormente são elementos que evidenciam a utilização da saudação nazista”, diz um trecho do documento.

A ação também pede que as imagens do programa, retirado do ar pela Jovem Pan, sejam analisadas antes de uma decisão judicial, porque “o contexto guarda relevância tão somente para evidenciar que o gesto externalizado é a saudação nazista ‘Sieg Heil’, a qual encontra subsunção penal em razão do conteúdo inerente”, aponta a denúncia.

Em nota, o Grupo Jovem Pan disse repudiar qualquer manifestação em defesa do nazismo e suas ideias, ressaltando que os comentaristas têm liberdade para emitir opiniões, desde que permaneça nos limites da lei.

Adrilles Jorge, por sua vez, compartilhou um vídeo nas redes sociais negando que tenha feito uma saudação nazista, e que as consequências do gesto foram culpa de outros. “Infelizmente, a pressão de uma turba ‘canceladora’ e sua sanha de sangue surtiram efeito”.

A investigação pode preocupar a Jovem Pan, que ainda busca credibilidade em sua tentativa de se tornar um canal sério de notícias. Chama muito atenção o fato de não ser a primeira vez que a empresa “demite” um comentarista envolvido em polêmica, apenas para “recontratá-lo” em seguida. O mesmo aconteceu em 2020 com Rodrigo Constantino, após uma fala controvertida sobre estupro.