Sem maiores avisos, a Globoplay começou a disponibilizar no Brasil as séries da plataforma americana Peacock. Os primeiros títulos do serviço da NBCUniversal a chegar no mercado brasileiro são a minissérie sci-fi “Admirável Mundo Novo” e o thriller “Departure”, que ganhou o subtítulo “A Investigação”.
Com direção de Owen Harris (responsável pelo premiado episódio “San Junipero” de “Black Mirror”), “Admirável Mundo Novo” adapta a famosa distopia de Aldous Huxley publicada em 1932, que previu invenções como os bebês de proveta, análise de DNA e até antidepressivos como o Prozac. A trama apresenta um futuro onde a sociedade conquistou paz e equilíbrio após a proibição do dinheiro, da família, da monogamia, da privacidade e do livre arbítrio, mas também questiona se isso trouxe a felicidade. A dúvida se manifesta por meio de um jovem criado longe das cidades protegidas (Alden Ehrenreich, de “Han Solo: Uma História Star Wars”), que ao ser levado para a sociedade moderna entra em choque com aquele mundo “perfeito” e “admirável”, a ponto de virar uma ameaça para o sistema.
Co-produção exibida no Reino Unido e no Canadá antes de chegar à Peacock, “Departure” traz Archie Panjabi (de “The Good Wife”) à frente da investigação de um avião desaparecido no Atlântico. Acontece que há uma sobrevivente e muita conspiração em torno de como o avião caiu no mar, que garante ação, reviravoltas e ritmo tenso – ainda que nem tudo seja plausível. A atração foi renovada para uma 2ª temporada, que chegou a ser filmada antes da morte do coprotagonista, o veterano astro Christopher Plummer (“Todo o Dinheiro do Mundo”), falecido em fevereiro passado.
A semana também destaca várias séries que retomam suas tramas em streaming. Nova temporada mais esperada, a segunda leva de episódios de “Quem Matou Sara?” chega em tempo recorde, dois meses após os capítulos inaugurais. A produção se tornou a série mexicana mais popular da Netflix, com 55 milhões de visualizações do começo de sua história, que combina thriller de vingança e melodrama de novela. A história gira em torno de um homem (Manolo Cardona) que passou 18 anos preso injustamente pelo assassinato da própria irmã e decide provar a culpa da família poderosa que o incriminou, apenas para perceber que os muitos segredos de Sara são seu principal obstáculo para chegar à verdade.
Se “Quem Matou Sara?” retornou rápido, a 3ª temporada de “Master of None” teve desenvolvimento oposto, levando quatro anos para se materializar após a temporada anterior. A longa passagem de tempo também impactou sua narrativa, a começar pela inclusão de um título inesperado na produção, “Momentos”, e o fato de se focar na relação lésbica entre a coadjuvante Denise (Lena Waithe) e sua parceira Alicia (Naomi Ackie), escanteando as aventuras românticas do protagonista Dev Shah, personagem do criador da série, Aziz Ansari. É quase outra série, mas por decisão pessoal de Ansari, que buscou sair dos holofotes após ter seu nome envolvido numa denúncia de assédio no auge do movimento #MeToo. O problema foi apenas uma encontro romântico ruim de 2017, mas ele ficou surpreso e decidiu deixar a carreira – e a série premiada – esfriar.
Agora, a melhor produção da lista não é nenhuma dessas, mas a série documental “1971: The Year That Music Changed Everything”, que aborda como as canções lançadas em 1971 refletiram o ano mais impactante do século 20. Com a trilha do rock de The Who e John Lennon e o soul de Marvin Gaye e Aretha Franklin, entre outros, a série da Apple TV+ é obrigatória para os geeks da música e atingiu 100% de aprovação no Rotten Tomatoes.
A Apple também lançou outra atração documental, “The Me You Can’t See”, focada em saúde mental, que é cheia de revelações traumáticas de celebridades como o príncipe Harry (coprodutor do projeto) e Lady Gaga. Algumas declarações bombásticas incluem os traumas por estupro de Lady Gaga aos 19 anos e de Harry sobre a frieza da família real que levaram a seu rompimento com o próprio pai.
Confira abaixo a seleção (com os trailers) das 10 melhores séries disponibilizados em streaming nesta semana.