Diagnosticado com coronavírus na semana passada, Sérgio Mallandro chegou divulgar comunicado dizendo-se assintomático. Mas depois disso passou oito dias na UTI. Após ter alta, resolveu compartilhar sua experiência.
O comediante disse que percebeu os sintomas ao não sentir o cheiro de um perfume. “Liguei para o meu médico, fizemos o exame do coronavírus e vimos que estava já com 25% do pulmão comprometido”, revelou.
“Me internaram na UTI e fiquei oito dias lá, com febre, cansado, me tratando com remédios e oxigênio e com a cabeça totalmente pirada. Ali, veio um filme na minha cabeça, tive muito medo da morte e passei a ressignificar a vida”, continuou.
Para Mallandro, os “oito dias sem gluglu ou salci fufu” lhe inspiraram a refletir e podem render um novo projeto.
“Conversando com enfermeiros e médicos, fiquei tocado com o amor que têm por cuidar dos outros. Me achei uma formiga, muito pequeno, diante da grandiosidade desses heróis. Em oito dias, com todos de máscaras, não vi o rosto de ninguém, mas pude sentir os olhares e os corações”, explicou.
“Em paralelo, pensei o quão ruim está o mundo aqui fora, com valores distorcidos. As pessoas precisam se amar mais, ter generosidade e bondade e menos julgamentos. Agora, quero transformar essa reflexão em roteiro”, continuou.
Com a alta, Mallandro voltou para a casa em São Conrado, na Zona Sul do Rio de Janeiro, onde estava em quarentena desde fevereiro ao lado do filho Edgard, de 32 anos, que estuda nos EUA e lhe fez companhia durante todo o isolamento. O outro filho, Serginho, de 35, virou papai recentemente, mas Mallandro só viu a neta uma vez desde o Carnaval.
“Eu já tive muitos altos e baixos na vida. Já quebrei e levantei. Mas agora é um recomeço não só meu, como do mundo inteiro. Todos estão tendo que se reinventar”, resumiu.