A atriz Mo’Nique (“Bessie”) resolveu processar a Netflix por discriminação. Ela entrou com uma ação no Tribunal Superior do Condado de Los Angeles contra a empresa por lhe apresentar um contrato para gravar um especial de comédia com valor bem abaixo do oferecido para comediantes masculinos e até Amy Schumer (“Sexy por Acidente”), que é branca.
O caso aconteceu há quase dois anos. Em janeiro de 2018, Mo’Nique postou um vídeo nas redes sociais, em que alegava ter sido vítima de preconceito de gênero e cor porque sua oferta foi significativamente menor do que os milhões pagos a pessoas como Amy Schumer, Chris Rock e Dave Chappelle. Segundo a comediante, a Netflix lhe ofereceu US$ 500 mil para um especial de stand-up de uma hora de duração.
Quando a reclamação se tornou pública, outra comediante negra, Wanda Sykes, foi o Twitter agradecer a manifestação, dizendo que recusaria uma oferta da Netflix de “menos da metade” do valor oferecido a Mo’Nique para fazer seu especial.
Amy Schumer teria recebido, na mesma época, US$ 11 milhões para gravar um especial similar. Intitulado “Amy Schumer: Growing”, foi lançado em março pela Netflix.
Mo’Nique, que é vencedora do Oscar como atriz coadjuvante pelo filme “Preciosa (2009)”, chegou a fazer campanha pedindo boicote à Netflix, antes de decidir abrir o processo civil nesta quinta-feira (14/11) por discriminação de raça e gênero e práticas comerciais desleais.
Em sua ação, ela afirma que a Netflix diferencia os salários pagos para homens e mulheres que fazem os mesmos trabalhos, e citou como exemplo a série “The Crown”. A disparidade salarial entre Claire Foy, protagonista das duas primeiras temporadas, e o ator Matt Smith também veio à público no começo de 2018, chocando pela descoberta de que ela recebia menos por episódio. Os fãs até criaram uma petição para a Netflix compensar a atriz, que venceu o Emmy e o Globo de Ouro pelo papel da Rainha Elizabeth II e, de fato, ela acabou recebendo um bônus de 200 mil libras.
A Netflix ainda não se pronunciou sobre o caso.