O diretor e produtor John Lasseter, que fez o primeiro “Toy Story” (1999), transformou o estúdio Pixar em referência e virou o chefão do estúdio de animação da Disney em 2006, vai chefiar a recém-inaugurada divisão de animação da produtora Skydance.
Ele estava desempregado após ser afastado da chefia da Disney no ano passado, em meio a acusações de assédio e conduta imprópria no ambiente de trabalho.
“John é de um talento criativo e executivo sem par, e cujo impacto na indústria da animação não pode ser subestimado. Ele foi responsável por levar a animação para a era digital, enquanto contava histórias incomparáveis que continuam a inspirar e entreter plateias ao redor do mundo”, disse David Ellison, presidente da Skydance.
A notícia surpreendeu o mercado e rendeu manifestações de protesto da organização Time’s Up, criada para apoiar mulheres assediadas no trabalho. Na esteira das revelações feitas pelo movimento #MeToo, funcionários da Disney/Pixar relataram que se sentiam constantemente “desrespeitados e desconfortáveis” com a postura do chefe, descrito como “pegajoso” no ambiente de trabalho. Segundo queixas, ele gosta de abraçar, beijar, falar no ouvido e tocar indevidamente funcionárias do sexo feminino.
“John reconheceu e se desculpou por seus erros, e durante o último ano que ficou longe de seu local de trabalho, ele se dedicou a se reformar”, disse Ellison ao se referir às acusações contra Lasseter.
John Lasseter começa a trabalhar na Skydance Animation no final de janeiro.
Os primeiros projetos animados da produtora são “Split”, escrito por Linda Woolverton (“Alice no País das Maravilhas”) e dirigido por Vicky Jenson (“Shrek”), “Luck”, do diretor Alessandro Carloni (“Kung Fu Panda 3”), e “Powerless”, de Nathan Greno (“Enrolados”), todos em fase de desenvolvimento.