Paddington 2 e A Forma da Água são os destaques da semana nos cinemas

A programação de cinema desta quinta (1/2) registra apenas quatro lançamento. Deste total, três estreias são amplas, além de bastante elogiadas. Curiosamente, duas delas também tem a mesma atriz. Clique nos títulos […]

A programação de cinema desta quinta (1/2) registra apenas quatro lançamento. Deste total, três estreias são amplas, além de bastante elogiadas. Curiosamente, duas delas também tem a mesma atriz. Clique nos títulos dos filmes abaixo para ver seus trailers.

Com maior alcance, “Paddington 2” chega a 660 salas. A produção infantil britânica, que mistura atores com um ursinho falante animado, volta a trazer o elenco do filme de 2014 numa nova aventura, inclusive Sally Hawkins, que estrela “A Forma da Água”. Desta vez, o bichinho adotado pela família londrina é confundido com um ladrão e vai parar na cadeia, após ser incriminado por um vilão mestre dos disfarces (vivido por Hugh Grant, de “Florence: Quem é Essa Mulher?”). Além de divertido e simpático, o filme se tornou o mais bem-avaliado do Rotten Tomatoes em todos os tempos, acumulando 164 críticas com 100% de aprovação.

No Brasil, houve mudanças na voz dublada do ursinho para o segundo filme. Saiu Danilo Gentili e entrou seu parceiro em “Mato sem Cachorro” (2013), o ator Bruno Gagliasso. Outras novidades da dublagem nacional incluem as vozes de Márcio Gárcia (novela “Caminho das Índias”) como o vilão Phoenix Buchanan (personagem de Hugh Grant), que foi transformado em Félix Buchana, e o chef de cozinha Henrique Fogaça (reality “Masterchef”) como o prisioneiro Knuckles McGinty (Brendan Gleeson), que virou Rick em “português”.

Filme com maior quantidade de indicações no Oscar 2018 (disputa 13 prêmios), “A Forma da Água” tem premiado a paixão por monstros do diretor Guillermo Del Toro (“Círculo de Fogo”).

A trama se passa em 1963 e acompanha a rotina de trabalho de uma mulher muda e solitária (Sally Hawkins), faxineira num laboratório secreto do governo americano, onde uma criatura marinha (Doug Jones, como seu quinto monstro de Del Toro) é mantida em cativeiro. Não demora e um laço se forma entre aquela não tão bela e sua “fera”, que estabelecem uma comunicação que nenhum cientista é capaz de criar. E quando o chefe da experiência (Michael Shannon, de “O Homem de Aço”) decide que a única forma de estudar a criatura é dissecá-la, a mulher resolve arriscar-se para libertar o monstro.

Considerado uma obra-prima, o filme já venceu o Festival de Veneza, o PGA Awards (prêmio do Sindicato dos Produtores dos EUA) e o Critics Choice 2018. Mas esta unanimidade chamou atenção do escritor americano David Zindel, que acusa o roteiro de Del Toro e Vanessa Taylor de copiar a peça de teatro “Let Me Hear You Whisper”, escrita por seu pai Paul Zindel (1936–2003), vencedor do prêmio Pulitzer (por outra peça, “The Effect of Gamma Rays on Man-in-the-Moon Marigolds”). A peça de Zindel conta a mesma a história, só que em vez de um monstro é um golfinho que a faxineira ajuda a escapar. Não é possível prever como a revelação das similaridades irá impactar o Oscar.

Também na disputa do Oscar, a produção de “Todo o Dinheiro do Mundo” deu muito o que falar no final de 2017 por algo que não mostra nas telas: o ator Kevin Spacey. O longa já tinha sido filmado quando estourou o escândalo de abuso sexual do astro de “House of Cards”, e a reação do diretor Ridley Scott, ao ver o trabalho sob risco de jamais ser lançado por conta da repercussão negativa, foi correr para retirá-lo de cena – com o filme pronto!

Christopher Plummer foi chamado às pressas para refilmar as cenas de Spacey na pós-produção. A solução dispendiosa envolveu não apenas mais um salário, mas também refilmagens extensas. E Scott só conseguiu o aval da Sony ao prometer que entregaria a nova versão do filme, sem Spacey, dentro do prazo original, a tempo de ser considerado pelo Oscar.

E, de fato, “Todo o Dinheiro do Mundo” acabou conseguindo indicação. No singular. Para Plummer, o substituto de última hora – que antes chegou a ser nomeado ao Globo de Ouro 2018. A grande ironia é que o ator veterano tinha sido a escolha original do diretor para o papel, mas a Sony pressionou por Spacey, um astro mais “atual”.

Ele se tornou o ator mais velho indicado ao Oscar. As 88 anos, superou a antiga recordista, Gloria Stuart, que tinha 87 quando disputou o Oscar por “Titanic”. Mais uma marca para o veterano astro, que também é o mais velho vencedor do Oscar – Melhor Ator Coadjuvante em 2012, por “Toda Forma de Amor”, aos 82 anos.

No filme, ele vive o magnata americano John Paul Getty, o homem mais rico dos anos 1970. A trama gira em torno da história real do sequestro de seu neto de 16 anos e sua recusa em pagar o resgate para que ele fosse salvo. Michelle Williams foi indicada ao Globo de Ouro pelo papel de mãe do adolescente sequestrado, e o elenco também inclui Mark Wahlberg (“Transformers: O Último Cavaleiro”), que não foi indicado a nada, mas ganhou mais que todos os demais.

Único lançamento limitado da semana, a comédia sci-fi brasileira “A Repartição do Tempo” tem ideias acima da média da produção humorística nacional. Com tom farsesco e um clima meio trash dos anos 1980, que valoriza seu baixo orçamento, a trama se passa numa repartição pública de Brasília, mais precisamente na seção de Registro de Patentes e Invenções, e acompanha o que acontece após um chefe psicótico se apossar de uma invenção para clonar os funcionários, visando aumentar a produtividade.

Premiado no Festival de Brasília 2016, o primeiro longa de Santiago Dellape traz nomes consagrados no humor, como Tonico Pereira (série “A Grande Família”) e Dedé Santana (série “Os Trapalhões”), além de Eucir de Souza (“Hoje Eu Quero Voltar Sozinho”), Bianca Muller (“O Escaravelho do Diabo”), Selma Egrei (também de “O Escaravelho do Diabo”), Sérgio Hondjakoff (novela “Malhação”) e talentos brasilienses.