Roteirista de Bright é chamado de “psicopata” em avalanche de denúncias de abusos sexuais

O roteirista Max Landis, que ganhou uma fortuna da Netflix por seu roteiro de “Bright”, é o mais recente alvo de denúncias de abuso sexual. Tudo começou ainda em novembro, com um […]

O roteirista Max Landis, que ganhou uma fortuna da Netflix por seu roteiro de “Bright”, é o mais recente alvo de denúncias de abuso sexual.

Tudo começou ainda em novembro, com um tuíte cifrado de Allie Goertz, editora da revista Mad. Na ocasião, ela escreveu: “Não consigo imaginar quem possa estar mais assustado em um mundo pós-Weinstein do que o filho de um diretor famoso”.

Na quinta-feira (21/12), ela retomou o assunto, afirmando: “Várias publicações me entrevistaram sobre aquele tuíte e eu dei declarações on-the-record para todos eles. Eu não sei se elas vão sair, mas, pelo que posso dizer, cada veículo está levando a história muito a sério”.

Horas depois, foi a vez de um tuíte raivoso da atriz e roteirista Anna Akana (série “Stitchers”), em resposta a um post promocional da Netflix sobre “Bright”, lançado na sexta-feira (22/12) na plataforma de streaming. “Escrito por um psicopata que abusa e assedia mulheres, certo? Bacana”, ela ironizou.

Akana trabalhou com Landis no especial de comédia “Wrestling Isn’t Wrestling”, produzido para o Youtube, e se silenciou após soltar a bomba.

Jake Weisman, criador e protagonista da vindoura série “Corporate”, também usou a mesma definição para mencionar o roteirista de “Bright”. “Definitivamente, veja esse grande filme da Netflix, escrito por esse maldito psicopata que é uma das piores pessoas vivas”, disparou.

O roteirista Mike Drucker (“The Tonight Show Starring Jimmy Fallon”) retrucou: “Jake, eu não tenho 100% de certeza sobre quem você está falando, mas eu só espero que ele não tenha um pai poderoso em Hollywood que encobre toda a merda que ele faz”.

A atriz Siobhan Thompson (“Adam Ruins Everything”) completou: “Eu não sei a quem vocês se referem, mas se isso é verdade, eu aposto que tenho várias amigas que foram assaltadas sexualmente por ele”.

E a diretora Lexi Alexander (“O Justiceiro: Em Zona de Guerra”) lembrou: “Max Landis ainda pensa que eu o bloqueei porque não gostei do que ele falou sobre um filme. Mas eu o tinha bloqueado há meses por causa de uma mensagem direta que recebi de uma jovem atriz, que foi assediada por ele. Eu lhe dei a minha palavra de que a denúncia permaneceria confidencial, o que foi… desafiador”.

Até que a famosa desenvolvedora de games Zoe Quinn se empolgou diante do teclado para confirmar “o histórico de comportamento abusivo” de Landis.

“Algumas vezes os homens que cometem assédio sexual são roteiristas talentosos, e seu trabalho tem bagagem. Outras vezes, eles são Max Landis”, ela ironizou.

“Muita gente ficou possuída com a notícia que um filme do Pepe Le Gambá estava sendo feito, porque quem precisa de um filme sobre um gambá estuprador, mas pelo menos isso significa que Max Landis poderia parar de escrever ficção para finalmente assinar sua autobiografia”, Quinn atacou.

“Isso tem sido um segredo aberto por tanto tempo, eu imagino, porque é difícil falar das coisas realmente perturbadoras que ele fez quando só a menção do nome dele faz a maioria das pessoas virar tanto os olhos que elas desmaiam. Eu tenho segurado tudo isso por anos, enquanto mais e mais das minhas amigas me contavam histórias sobre ele, porque não era o meu lugar, e porque ele e seu pai são figuras poderosas em Hollywood”, continuou.

“Na última vez que o encontrei, ele estava dizendo para uma amiga, na noite que ela tinha sido espancada pelo ex, que, como não era a primeira vez, ela deveria fazer algo para descobrir porque estava causando todo esse drama para si mesma, e não ficar falando sobre isso nas mídias sociais”, declarou.

“Espero que isso signifique que eu não tenha mais que ficar evitando festas legais para as quais ele também foi convidado, porque a vida é muito curta para ter que lidar com alguém que é como se um tio grosseiro e a cocaína tivessem um bebê e o bebê também é um estuprador”.

Por coincidência, a vida de Zoe Quinn vai virar filme, com Scarlett Johansson cotada para interpretá-la. Ela ficou conhecida durante o escândalo batizado de Gamergate, que abalou o mundo dos games com acusações de corrupção e comportamento machista.

Max Landis, por sua vez, é filho do diretor John Landis, responsável por clássicos do cinema como “Clube dos Cafajestes” (1978), “Os Irmãos Cara de Pau” (1980) e “Um Lobisomem Americano em Londres” (1981), além de ter feito o mais famoso clipe musical de todos os tempos, “Thriller”, de Michael Jackson.

Ao contrário do pai, ele só teve um sucesso na carreira, seu primeiro roteiro filmado: “Poder Sem Limites” (2012). As demais “obras” de sua filmografia deram grande prejuízo nas bilheterias – filmes como “American Ultra” (2015) e “Victor Frankenstein” (2015). Ele também foi criador da cancelada série “Dirk Gently’s Holistic Detective Agency”. E mesmo com essa ficha corrida, a Netflix lhe pagou US$ 3 milhões pelo roteiro de “Bright”, um dos mais caros de todos os tempos, que a crítica norte-americana chamou de “pior filme do ano”.