Após ser presa e acusada de invasão de propriedade no ano passado, quando protestava contra a construção de um oleoduto em território indígena, no Estado de Dakota do Norte, a atriz americana Shailene Woodley (“Divergente” e “A Culpa É das Estrelas”), chegou a um acordo com a Justiça.
Segundo a revista Variety, ela se declarou culpada no tribunal por “conduta desordeira”, o que lhe rendeu uma condenação mais branda. Em vez de ser enviada à prisão, ela ficará em liberdade condicional por um ano, tendo de pagar uma fiança simbólica de US$ 500.
No julgamento, Shailene se livrou ainda de duas acusações menores: participação em rebelião e invasão de território privado.
A atriz foi presa no último dia 10 de outubro junto com outros 26 manifestantes, que se opunham à construção de um oleoduto por baixo do rio Missouri, que fica próximo a áreas de reserva indígena.
Ela transmitiu sua prisão ao vivo pelo Facebook, foi fichada e, na ocasião, declarou-se inocente das acusações.
Shailene participou do protesto junto da tribo sioux Standing Rock, que buscava impedir a construção do oleoduto, orçado em US$ 3,8 milhões, sob o argumento de que seu abastecimento de água poderia ser contaminado, além da obra violar um antigo cemitério indígena.
Protestos em apoio a tribos locais vinham sendo realizados há meses, contabilizando 269 prisões, mas, conforme Shailene escreveu, em artigo publicado na revista Time, foi preciso que uma pessoa branca fosse presa para o assunto receber a devida atenção.
“Não tenho medo. Estou agradecida, e maravilhada de estar ao lado de tantos guerreiros pacíficos. Os ‘protestos’ de Standing Rock são feitos como cerimônias e orações. Estive com eles. E todas essas narrativas sobre tumultos? Assista ao vídeo que transmiti no meu Facebook e decida quem oferece mais perigo: a polícia, paramentada para o confronto e armada de cassetetes, ou as avós e crianças que cantam e espalham sálvia”, escreveu ela, terminando o texto com um chamado para que mais pessoas participem da causa.
Diante da repercussão do caso, o governo do ex-presidente Obama colocou o projeto do oleoduto em espera para explorar rotas alternativas. Mas, em janeiro, o governo Trump ordenou uma revisão acelerada, e o Exército concedeu aprovação à antiga rota.