O diretor Robert Eggers, que estreou com o terror “A Bruxa” (2015), premiado no Festival de Sundance, vai fazer nova incursão ao gênero em seu segundo longa-metragem. Ele vai se arriscar a filmar um remake do clássico do cinema mudo “Nosferatu” (1922), de F.W. Murnau.
O projeto já é antigo. Veio à tona pela primeira vez no ano passado, mas é um sonho literalmente de infância de Eggers. Em entrevista ao podcast do site Indiewire, o diretor contou que ficou obcecado pelo ator Max Schreck quando era criança, depois de ver uma foto do Conde Orlok num livro, a ponto de convencer sua mãe a dirigir até uma locadora em outra cidade para alugar um vídeo do filme. Algum tempo depois, quando tinha 17 anos, ele fez uma adaptação da história para o teatro.
“Parece feio, blasfemo e egomaníaco que um diretor como eu faça ‘Nosferatu’ nesta altura da minha carreira. Eu até estava esperando um pouco, mas aí entrou o destino e mexeu com tudo”, ele explicou.
O destino tem nome. Se chama Jeff Robinov, ex-presidente da Warner Bros, que foi decisivo para o sucesso de filmes como “Batman: O Cavaleiro das Trevas” (2008), “Se Beber, Não Case!” (2009), “A Origem” (2010), “Argo” (2012) e “Gravidade” (2013). O executivo conseguiu arrecadar um capital de US$ 1 bilhão para financiar sua nova empresa cinematográfica, Studio 8, e fechou um acordo de distribuição com a Sony Pictures para lançar seus filmes. O remake de “Nosferatu” será um dos primeiros projetos.
Além de dirigir, Eggers vai escrever a adaptação.
Vale observar que produção será o quarto “Nosferatu” – ou quinto, se contar “Drácula em Veneza” (1988).
O clássico foi refilmado pela primeira vez em 1979 pelo diretor alemão Werner Herzog, com o ator Klaus Kinski (“Fitzcarraldo”) no papel do vampiro. Kinski ainda voltou a reviver o personagem no citado trash “Drácula em Veneza”, que teve seu diretor demitido no meio das filmagens.
Além disso, o cineasta indie David Lee Fisher lançou uma nova versão de “Nosferatu” há apenas duas semanas, direto em VOD, com Doug Jones (“Hellboy”) no papel principal.
O filme é tão lendário que até a história por trás de sua filmagem também foi parar nos cinemas, na ficção “A Sombra do Vampiro” (2000), em que Willem Dafoe (“Meu Amigo Hindu”) viveu Max Schreck como um vampiro de verdade.
Para completar o clima macabro, no ano passado o crânio do diretor do filme original, Friedrich Wilhelm Murnau, foi roubado de sua sepultura na Alemanha.