Ex-diretor da Globo acusa Marcius Melhem de abuso moral
O cineasta Maurício Farias (“Hebe: A Estrela do Brasil”), que também é ex-diretor de programas de humor da TV Globo, como “Zorra” e “Tá no ar”, falou pela primeira vez sobre os episódios de abuso moral que presenciou de Marcius Melhem, ex-diretor do núcleo de humor da emissora, acusado de assédio sexual. Em entrevista ao Metropolis, Farias afirmou que Melhem tinha um comportamento agressivo e constrangia muito os profissionais da emissora. Para começar, Farias discordou das afirmações de Melhem, que afirmou ser natural em um ambiente de trabalho de humoristas a existência de práticas que ele mesmo admitiu ter, como sarrar o pênis em colegas. Para Farias, “porque você faz humor, não significa que você pode passar a mão em ninguém”. Sobre o hábito de Melhem sarrar colegas, Farias revelou ter tomado conhecimento de um relato sobre esse tipo de conduta de Melhem e afirmou que a colega ficou constrangida e com nojo. “O comportamento de uma cena de proximidade é todo combinado: ‘Posso colocar a mão aqui? Pode aparecer isso? Podemos colocar a câmara aqui?’. É uma coisa técnica, não estamos fazendo pornô. Precisa de consentimento. As pessoas precisam ter liberdade para dizer ‘sim’ e ‘não’. Usar esse argumento de que o ambiente do humor é permissivo ajuda a confundir muito. Nós estávamos em um ambiente de trabalho”, defendeu. Em seu relato, Faria disse só ter testemunhado abusos morais e chegou a ver pessoas com vontade de chorar, tamanho era a agressividade e a força que Melhem usava como chefe. “No trabalho, o Marcius tinha um comportamento que se aproximava de um abuso moral. Isso aconteceu com pessoas próximas a mim e eu tive que intervir algumas vezes”, afirmou. Ele contou que freava Melhem quando ele tinha desentendimentos com diretores e editores, e disse que quando um colega fazia uma queixa, conversava com Melhem, mas eles tinham vários atritos. Mas disse que só soube das histórias de assédio sexual quando já não era mais diretor do “Zorra”. “Quando as atrizes vieram falar comigo, foi um choque. Eu percebi que não era só a Dani Calabresa, entendi que era algo sistemático”, disse, lamentando o fato de Melhem ter se colocado como um intermediário entre o elenco e a direção. O cineasta afirmou que acredita que Melhem escondia dele esse lado e que o humorista era muito inteligente e capaz de simular muito bem. O caso de Marcius Melhem ganhou repercussão em dezembro de 2019, quando a humorista Dani Calabresa o acusou de assédio moral e sexual em uma entrevista ao jornal Folha de S.Paulo. Desde então, outras mulheres vieram a público com relatos semelhantes, e Melhem deixou a TV Globo em agosto de 2020. Desde que as acusações de assédio sexual vieram à tona, a TV Globo abriu uma investigação interna sobre o caso e afastou o humorista de suas atividades na emissora. Em agosto de 2020, Melhem e Globo encerraram a parceria, após 17 anos de trabalho, e logo em seguida vieram à tona as denúncias das atrizes, que agora processam Melhem na Justiça.
Antônio Pedro, da “Escolinha do Professor Raimundo”, morre aos 82 anos
O ator Antônio Pedro, conhecido por uma série de personagens humorísticos da Globo, morreu na madrugada deste domingo (12/3) no Rio de Janeiro, aos 82 anos. Ele estava internado desde janeiro com um quadro de insuficiência renal e cardíaca. Antônio Pedro Borges de Oliveira teve uma carreira longa, de mais de meio século, e embora seja mais lembrado por tipos cômicos da TV, participou de dezenas de filmes, peças e produções televisivas. Ele foi um dos atores agredidos por militantes da extrema direita em 1968, durante a montagem de “Roda Vida”, de Chico Buarque, em São Paulo. E o cancelamento da peça, diante do recrudescimento da ditadura militar, foi responsável por levá-lo às telas. Sua carreira televisiva começou em 1969, na novela “Super Plá”, da rede Tupi, e três anos depois o levou à Globo, onde estreou em outra novela, “O Bofé”. Mas depois de “Supermanoela” (1974), sua segunda novela na emissora, Antônio Pedro se jogou no cinema, atuando em vários clássicos como “Os Condenados” (1975), de Zelito Viana, “O Casal” (1975), de Daniel Filho, “Se Segura, Malandro!” (1978), de Hugo Carvana, “A Lira do Delírio” (1978), de Walter Lima Jr., “O Homem do Pau-Brasil” (1982), de Joaquim Pedro de Andrade”, e “Bar Esperança” (1983), novamente trabalhando com Hugo Carvana. Neste período, chegou até a estrear na direção com “O Grande Desbum…” (1978), sua única incursão na função, em parceria com Braz Chediak. A volta à Globo se deu pelo humorístico “Chico Anysio Show” em 1982, que inaugurou sua veia humorística na TV. Ele voltou a trabalhar com Chico Anysio em “Estados Anysios de Chico City” e na “Escolinha do Professor Raimundo”, nos anos 1990, vivendo os personagens Bicalho, Nelson Piquete e João Abrealas, e mais recentemente esteve também na versão da “Zorra” de 2015. Durante sua passagem pela emissora, o ator fez participações em muitas novelas, como “Sassaricando” (1987), “Bebê a Bordo” (1988), “Que Rei Sou Eu?” (1989), “Caça Talentos” (1996) e “Explode Coração” (1996), além de minisséries e infantis como “Sítio do Picapau Amarelo” (2002) e “Acampamento de Férias” (2009), com Renato Aragão. Paralelamente, ele ainda foi um dos responsáveis pela explosão do besteirol no teatro brasileiro, com o lançamento de “Cabra Marcado para Correr” em 1985, que ele dirigiu e estrelou, com direito a nudez gratuita do elenco. Entretanto, o cinema continuou representando a maior atividade artística de sua trajetória. Ele firmou uma colaboração bem-sucedida com Bruno Barreto a partir da versão de cinema de “Gabriela” em 1983, que rendeu ainda “Romance da Empregada” (1988) e “O Que é Isso, Companheiro?” (1997), indicado ao Oscar de Melhor Filme em Língua Estrangeira. Seguiu firme na parceria com Hugo Carvana, filmando “O Homem Nu” (1997), “Apolônio Brasil, Campeão da Alegria” (2003), “Casa da Mãe Joana” (2008), “Não Se Preocupe, Nada Vai Dar Certo” (2011) e “Casa da Mãe Joana 2” (2013). E também trabalhou nos clássicos “Dias Melhores Virão” (1989), de Cacá Diegues, “O Grande Mentecapto” (1989), de Oswaldo Candeira, e “Policarpo Quaresma, Herói do Brasil” (1997), de Paulo Thiago. A partir dos anos 2000, Antônio Pedro passou a ser visto em diversos sucessos de bilheteria, integrando-se ao novo cinema de comédia do Brasil. A lista inclui, entre outros, “O Xangô de Baker Street” (2001), de Miguel Faria Jr., “Divã” (2009), de José Alvarenga Jr., “De Pernas pro Ar” (2010) e “O Candidato Honesto” (2014), de Roberto Santucci, “Meu Passado Me Condena 2: O Filme” (2015), de Julia Rezende, “Ninguém Entra, Ninguém Sai” (2017), de Hsu Chien, e “Detetives do Prédio Azul 2: O Mistério Italiano” (2018), de Vivianne Jundi. Suas última aparições nas telas aconteceram em três minisséries do grupo Globo: “Shippados” (2019), “Bom Sucesso” (2019) e “Filhas de Eva” (2021). Antônio Pedro também teve atuação na política. Filiado ao PDT, foi nomeado em 1986 primeiro Secretário Municipal de Cultura do Rio de Janeiro, mesmo cargo que ocuparia no município de Volta Redonda três anos depois. Em 1990, foi candidato a deputado estadual pelo partido, mas não conseguiu se eleger. O artista deixa três filhos, incluindo as atrizes Ana Baird e Alice Borges.
Roberto Guilherme, o Sargento Pincel, morre aos 84 anos
O ator Roberto Guilherme, que é conhecido pelo papel do Sargento Pincel em “Os Trapalhões”, morreu nesta quinta-feira (10/11), no Rio de Janeiro, aos 84 anos. Ele lutava contra um câncer há alguns anos e estava internado na Clínica São Vicente, na Gávea, Zona Sul da capital carioca. Há seis semanas atrás, ele chegou a receber a visita de Dedé Santana, com quem contracenou no programa clássico da Globo. “Muito assunto para colocar em dia. Valeu compadre Dedé Santana pela visita!!”, ele escreveu em sua última postagem do Instagram. Roberto na verdade se chamava Edward e nasceu em Ladário, Corumbá (MT), em 25 de agosto de 1938. O nome artístico foi uma homenagem a Roberto Carlos. Antes de ser ator, ele passou por várias profissões, ainda menor de idade. Aos 11 anos, foi aprendiz de sapateiro. Aos 14, virou jogador de futebol profissional, integrando o time mirim do Vasco da Gama. Aos 18, alistou-se no Exército para seguir carreira, tornando-se paraquedista, mas sem abandonar o futebol. Ele chegou a disputar partidas pela Seleção Brasileira Militar de Futebol ao lado de Pelé. Representando o Brasil, Roberto Guilherme disputou campeonatos nos Estados Unidos, Inglaterra, Panamá, e Colômbia, e foi campeão sul-americano na categoria. Ainda no Exército, ele escreveu uma peça de teatro amador encenada no Olaria Atlético Clube, na Zona Norte do Rio. Mas um dia um ator faltou, e Guilherme acabou o substituindo. Um produtor viu a peça e convidou Roberto Guilherme para trabalhar na TV Rio. Foi o início de sua carreira definitiva. Ele teve o encontro que mudou sua vida quando começou a trabalhar na TV Excelsior e conheceu Renato Aragão, o Didi. Eles contracenaram pela primeira vez no humorístico “Um Dois, Feijão Com Arroz” (1965) e levaram a parceria para o cinema em “Dois na Lona” (1968). Depois, o ator passou a fazer parte do elenco fixo de “Adoráveis Trapalhões”, que tinha como astros principais o comediante Aragão, o lutador galã Ted Boy Marino e os cantores Ivon Cury e Wanderley Cardoso. Com o mesmo elenco, também atuou em “Os Legionários” (1965), onde interpretou pela primeira vez um militar sem nome, que virou o embrião do Sargento Pincel. Na Excelsior, ele ainda atuou no programa de aventuras “002 Contra o Crime” (1965) e na novela infanto-juvenil “A Ilha do Tesouro” (1966). O Sargento Pincel, na verdade, materializou-se fora de “Os Trapalhões”, quando Guilherme foi para a TV Record e estrelou o programa “Quartel do Barulho” (1966). No novo canal, ele voltou a fazer dupla com Renato Aragão no humorístico “Praça da Alegria”. E depois se juntou ao elenco do protótipo de “Os Trapalhões”, batizado de “Os Insociáveis” (1971-1974), que juntou pela primeira vez o trio Didi, Dedé e Mussum, além da cantora Vanusa. No final dos anos 1960, Guilherme se separou dessa turma para ir para a TV Tupi, onde trabalhou com Costinha no programa “Do Que Se Trata” (1969). Esta parceria também foi parar no cinema, na comédia “Costinha e o King Mong” (1977). Mas não demorou para ele se reencontrar com Didi, Dedé e Mussum, que o seguiram rumo à Tupi, onde Zacarias acabou se juntando ao grupo. Essa trupe definitiva se reuniu pela primeira vez em 1975 para materializar um programa novo, chamado “Os Trapalhões”. Guilherme participou desde o início, mas com destaque bem menor que o quarteto central. Só que o programa não fez sucesso e foi cancelado no ano seguinte. Sério. Em 1980, com o colapso da Tupi, Guilherme chegou a fazer teste para interpretar o palhaço Bozo, no SBT. Sem conseguir a vaga, buscou a TV Globo, onde participou de humorísticos como “Viva o Gordo” e “Balança Mais Não Cai”, e reencontrou seus antigos colegas. A Globo tinha lançado a versão mais conhecida de “Os Trapalhões” em 1977. Mas Guilherme só entrou no programa em 1982, quando popularizou de vez o Sargento Pincel, líder de um grupo atrapalhado de recrutas militares. O programa ficou no ar até 1997, perseverando mesmo após as mortes de Zacarias (1934–1990) e Mussum (1941–1994). Roberto Guilherme também participou de oito filmes dos Trapalhões entre 1984 e 2017, incluindo dois longas “solos” de Renato Aragão e um “crossover” com Xuxa, “Xuxa e os Trapalhões em o Mistério de Robin Hood” (1990). Ao final de “Os Trapalhões”, ele seguiu ao lado de Renato Aragão na série “Aventuras do Didi” (2010-2013), que manteve o Sargento Pincel na ativa até 2013. Depois disso, ainda voltou a se juntar a Didi e Dedé em “Os Saltimbancos Trapalhões: Rumo a Hollywood”, último filme do grupo, lançado em 2017. Com o fim da era de Renato Aragão na TV, Guilherme chegou aparecer no humorístico “Zorra” na Globo e em duas produções do Multishow, “Treme Treme” (em 2018) e “Dra. Darci” (2018-2020), ao lado de Tom Cavalcanti. Ao longo da carreira, Roberto Guilherme ficou bastante conhecido pela careca reluzente. Mas ele não era calvo de verdade. A falta de cabelos surgiu em uma esquete de “Os Trapalhões” na Globo, onde Didi e Dedé rasparam sua cabeça completamente com a desculpa de uma aposta. Quando o personagem Sargento Pincel completou 40 anos em 2021, ele lembrou a história da caracterização em entrevista ao jornal Extra. “A máquina [elétrica] estava cega e não cortava, arrancava o meu cabelo. Enquanto o auditório morria de rir, as lágrimas corriam pelo meu rosto, de tanta dor”, comentou. Como o público achou engraçado, ele manteve o corte zero dali em diante. “Sou um cara brincalhão. Moro em Jacarepaguá desde os anos 1960, com muito orgulho. E ando por lá de sandália, bermuda, camiseta e uma bolsinha do lado, tranquilão. Todo mundo é meu amigo, eu sou amigo de todo mundo, acho a vida maravilhosa. Quando perguntam ‘E aí, Pincel, como é que tá?’, digo ‘Tirando tudo que tá errado, para mim tá tudo certo, tá tudo ótimo'”, completou Roberto Guilherme na mesma entrevista.
Globo encerra contrato com Fabiana Karla após 16 anos
A Globo e Fabiana Karla não renovaram seu contrato de exclusividade após 16 anos. Assim como outras artistas da emissora, entre elas Juliana Paes, a comediante vai passar a trabalhar somente por obra na empresa. Apesar disso, Fabiana será vista em breve num lançamento da Globoplay. Ela gravou toda a 1ª temporada da série “Rensga Hits!”, sobre rivais no mundo sertanejo, que tem estreia prevista para o final deste semestre. Ela ainda tem um novo projeto humorístico em desenvolvimento no canal pago Multishow, chamado “Central de Bicos”. A atriz iniciou seu vínculo com a Globo em 2006 ao entrar no humorístico “Zorra Total” (1999-2015) mas, antes disso, já havia feito uma participação na novela “Mulheres Apaixonadas” (2003), por isso conta o período de ligação com o canal como se fossem 19 anos. Depois de sair do “Zorra Total” em 2011, ela passou a se alternar entre novelas – foi Olga em “Gabriela” (2012), a virgem Perséfone em “Amor à Vida” (2013) e Madalena em “Verão 90” (2019) – e participações no “Zorra” (2015-2019) e na nova versão da “Escolinha do Professor Raimundo” – no papel de Cacilda. Um dos últimos trabalhos de Fabiana Karla na emissora foi a apresentação do programa “Se Joga” (2019-2021), juntamente com Érico Braz e Fernanda Gentil. Em um post no Instagram, ela agradeceu as oportunidades abertas pela longa parceria. “Depois de 19 anos encerro um ciclo incrível na Globo. Aprendi e cresci muito trabalhando ao longo dos anos aqui. Tive muitas oportunidades e também muitas conquistas. Serei eternamente grata por tudo o que eu conquistei com os meus trabalhos na Globo”, escreveu. E ainda acrescentou: “Não é um adeus, apenas um até breve. Ainda vou estar trabalhando por obra e com todos os projetos incríveis na Globoplay (Alerta Spoiler: vocês vão amar assistir Rensga!!!)
Atriz do Zorra morre de covid sem conseguir leito de UTI
A atriz Christina Rodrigues morreu na manhã desta quinta (17/12) em decorrência de complicações de covid-19, com apenas 47 anos de idade. Desde segunda (14/12), ela estava internada na enfermaria da UPA (Unidade de Pronto Atendimento) da Tijuca com sintomas graves e dificuldades para respirar, sem conseguir uma vaga para ser transferida a um leito de UTI (Unidade de Terapia Intensiva). A informação sobre a morte da atriz foi divulgada pela Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro. “Com pesar, informamos que a paciente Christina Maria Rodrigues Teixeira apresentou piora clínica e foi a óbito no fim desta manhã”, informou a pasta estadual. Rodrigues era conhecida por atuar em quadros de humor no “Zorra Total” (1999-2015), que depois mudou o nome para “Zorra” e foi extinto neste ano. Também fez participações em diversas novelas, entre elas, “Malhação – Sonhos” (2014-2015) e “Beleza Pura” (2008). Nas últimas semanas, a Globo também perdeu o ator Eduardo Galvão, de 58 anos. Ele estava internado no Hospital Unimed, na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio, e não resistiu a complicações causadas pela doença. O Rio de Janeiro tem fila de quase 500 pessoas por leitos em UTI, segundo reportagem publicada pela Folha de S. Paulo no início de dezembro. A fila chegou a 491 pessoas na rede pública no dia 8 de dezembro, sendo que 251 delas precisavam de terapia intensiva. Desde então, os casos de infecção pelo coronavírus dispararam.
Globo tira Zorra do ar sem direito a despedida
A rede Globo encerrou o humorístico “Zorra” sem direito a despedida. A última edição foi ao ar no sábado (6/12) e a produção foi interrompida nesta semana. O final do “Zorra” já estava previsto desde outubro, mas a data de exibição de seu último episódio não havia sido divulgada. Entre alguns dos atores, havia a expectativa de que a atração seguisse por mais duas semanas, porque o trabalho continuava. Há esquetes gravados que não chegaram a ser exibidos. A nova temporada contou com os reforços de Marisa Orth e Diogo Vilela, que ficaram no ar por apenas quatro meses. O programa era o mais simbólico da era de Marcius Melhem à frente do humor da Globo e o encerramento acontece após o mal-estar causado pela repercussão de uma reportagem da revista Piauí com relatos de assédio sexual e moral atribuídos ao ex-diretor da emissora. Mas “Zorra” não foi a única atração desenvolvida sob a supervisão de Melhem a ser cancelada. Todos os programas criados pelo ator e roteirista, como o “Fora de Hora”, a nova versão da “Escolinha do Professor Raimundo” e o quadro “Isso a Globo Não Mostra”, no “Fantástico”, foram cancelados pela Globo. Com o fim do “Zorra”, boa parte do elenco do programa será dispensado após o final deste ano. O “Altas Horas” assumirá o lugar da atração e passará a ir ao ar mais cedo a partir desta semana. Paralelamente, um novo humorístico vem sendo desenvolvido sob o comando de Antonio Prata. A estreia está prevista para maio.
Dani Calabresa vai comandar seu próprio programa e pode até estrear em novelas
Em meio à repercussão da denúncia de assédio sexual que teria sofrido de Marcius Melhem, segundo reportagem da revista “Piauí”, a comediante Dani Calabresa está cheia de projetos no conglomerado Globo. O colunista Fefito apurou que ela tem encaminhada uma produção concreta e pelo menos mais duas possibilidades. Em março, ela estreia seu primeiro programa solo, que irá ao ar no canal pago GNT, pertencente ao grupo Globo. O programa vai se chamar “Dani-se” e foi criado pela própria atriz, em conjunto com uma equipe de roteiristas. Na atração, além de receber convidados famosos, Calabresa fará esquetes e algumas imitações, uma de suas especialidades. O diretor Calvito Leal já estaria escalado para o projeto. Além disso, a atriz ainda teria convite da Globo para estrear em novelas. Segundo Fefito, ela poderia entrar em “Olho Por Olho”, nova trama de João Emanuel Carneiro, autor de “Avenida Brasil”, para formar um triângulo amoroso com Miguel Falabella e Vera Fischer no núcleo cômico da história. As gravações estão previstas para começar no final de outubro. Para completar, ela deve ser uma das prováveis estrelas do novo projeto de humorístico que substituirá o “Zorra” nas noites de sábado, a partir de maio do ano que vem.
Pabllo Vittar “tá bandida” em clipe de parceria com Pocah
Pabllo Vittar lançou o clipe de “Bandida”, uma parceria com Pocah, que faz parte de “111 Deluxe”, seu novo álbum. Claramente inspirado na explosão de cores e danças do K-Pop, o clipe desfila roupas e cabelos coloridíssimos, em meio a coreografias reboladas, desenvolvidas pelo coreógrafo Flávio Verne, que assina a direção do vídeo em conjunto com Vittar. Eles já são parceiros há dois anos, desde que Verne coreografou um clipe de Lucas Lucco com participação de Vittar (“Paraíso”). Depois disso, deu liga. Vieram o clipe do sucesso “Problema Seu”, a apresentação do MTV EMA 2019 e várias outras colaborações. “Bandida” também faz menção ao bordão “ai, como eu tô bandida”, da personagem Valéria, criada por Rodrigo Sant’Anna, que virou hit de bailes funks na voz de MC Mayara – sampleada no ponto alto pancadão da nova música. Com remixes e duas faixas exclusivas, “111 Deluxe” chegou às plataformas digitais em novembro de 2020.
Humorístico que substituirá o Zorra começa a ser desenvolvido na Globo
O programa que substituirá o “Zorra”, na Globo, a partir de 2021 começou a ser desenvolvido nesta segunda-feira (19/10). A coluna de Patricia Kogut, no jornal O Globo, confirmou que a equipe de roteiristas será comandada por Antonio Prato (“Filhos da Pátria”) e a emissora pretende estrear a atração em maio. A ideia é reunir esquetes, paródias e brincadeiras com o noticiário e com a programação de TV. A Globo anunciou na semana passada que acabaria com seus programas humorísticos atuais: “Zorra”, “Fora de Hora”, “Escolinha do Professor Raimundo” e o quadro “Isso a Globo Não Mostra”, no “Fantástico”, informando para roteiristas e diretores que pretendia utilizar o horário do “Zorra” (as noites de sábado) para lançar um programa de humor. Uma parte dos redatores dos programas cancelados devem participar do grupo que desenvolve o novo humorístico. Segundo o colunista Maurício Stycer, Marcelo Adnet e Fernando Caruso são mencionados entre os que devem fazer parte do grupo de criação, sob coordenação do roteirista Antonio Prata e a supervisão de Silvio de Abreu, responsável pelo núcleo de humor. O cancelamento de três programas, oficializado nesta semana, teria pego muita gente de surpresa, já que a informação que circulava até então é que os programas iriam continuar. A decisão de encerrar os programas e concentrar o humor numa nova atração, de perfil mais popular, faz parte do processo de enxugamento de despesas do Grupo Globo. Mas também marca o fim da era de Marcius Melhem na emissora. O antigo diretor do núcleo de humor deixou a empresa na qual trabalhou por 17 anos em agosto, oficialmente para dedicar seu tempo para tratar a saúde da filha nos EUA, mas também após ser investigado internamente por denúncia de assédio moral. Melhem foi quem politizou o antigo “Zorra Total” (1999-2015), transformando-o no novo “Zorra”, cujo seu slogan era “está difícil competir com a realidade”. Ele também criou o “Tá no Ar” (2014-2019), que foi substituído, sem o mesmo sucesso, pelo “Fora de Hora”, assim como do quadro “Isso a Globo Não Mostra”. Ele também participava da “Escolinha do Professor Raimundo” como novo Seu Boneco.
Globo cancela seus programas humorísticos
A Globo anunciou o final de seus programas humorísticos. A equipe do humorístico “Zorra” foi avisada na quarta-feira (14/10) que o programa vai acabar no fim do ano, com o encerramento da atual temporada. Além dele, o “Fora de Hora”, a “Escolinha do Professor Raimundo” e o quadro “Isso a Globo Não Mostra”, no “Fantástico”, também estão com os dias contados. No início da pandemia, a Globo exibiu reprises do “Zorra” e alguns quadros feitos remotamente. Em julho, o programa deixou a grade para dar lugar ao “Diário de um Confinado” e, no final do mês passado, a equipe de roteiristas foi reduzida, gerando um clima de muita incerteza em seus bastidores. Para roteiristas e diretores, a Globo avisou que pretende substituir o “Zorra” com outro programa de humor. Uma parte dos redatores dos programas cancelados participarão de um grupo para desenvolver o novo humorístico, que deverá ser exibido nas noites de sábado em 2021. Segundo o colunista Maurício Stycer, Marcelo Adnet e Fernando Caruso são mencionados entre os que devem fazer parte do grupo de criação, sob coordenação do roteirista Antônio Prata e a supervisão de Silvio de Abreu, responsável pelo núcleo de humor. O cancelamento de três programas, oficializado nesta semana, teria pego muita gente de surpresa, já que a informação que circulava até então é que os programas iriam continuar. A decisão de encerrar três programas e focar em apenas uma nova atração, de perfil mais popular, faz parte do processo de enxugamento de despesas do Grupo Globo. Mas também marca o fim da era de Marcius Melhem na emissora. O antigo diretor do núcleo de humor deixou a empresa na qual trabalhou por 17 anos em agosto, oficialmente para dedicar seu tempo para tratar a saúde da filha nos EUA, mas também após ser investigado internamente por denúncia de assédio moral. Melhem foi quem politizou o antigo “Zorra Total” (1999-2015), transformando-o no novo “Zorra”, cujo seu slogan era “está difícil competir com a realidade”. Ele também criou o “Tá no Ar” (2014-2019), que foi substituído, sem o mesmo sucesso, pelo “Fora de Hora”, assim como do quadro “Isso a Globo Não Mostra”. Ele também participava da “Escolinha do Professor Raimundo” como novo Seu Boneco.
Atores e equipe do Zorra assinam abaixo-assinado em defesa de Marcius Melhem, acusado de assédio moral
Um grupo de atores, redatores e técnicos do programa “Zorra” enviou à direção da TV Globo um abaixo-assinado em defesa do coordenador de humor da emissora, Marcius Melhem, que teria sido acusado de assédio moral. Segundo o texto, o chefe do departamento nunca praticou assédio contra qualquer um dos 55 funcionários que assinam o documento. “Temos todos aqui uma relação baseada no diálogo, profissionalismo e respeito. Toda solidariedade a Marcius Melhem diante dessa maldade, que não vai destruir a harmonia entre nós, nem o prazer de trabalhar neste projeto que nos orgulha tanto”, diz o texto. O conteúdo do documento foi revelado pelo colunista Mauricio Stycer, do UOL. Ele ainda acrescentou que os colegas de Melhem estão recolhendo assinaturas de outros programas de humor da Globo para dar apoio ao chefe, que também é comediante e está à frente de uma renovação nos programas de humor da emissora. O caso foi noticiado originalmente pelo jornalista Leo Dias, outro colunista do UOL, em 26 de dezembro de 2019. Na ocasião, Dias sugeriu que as atrizes Dani Calabresa, Renata Castro Barbosa e Maria Clara Gueiros haviam denunciado Melhem. As duas últimas negaram o fato no mesmo dia. Leo Dias também informou que Marcelo Adnet testemunhou a favor das atrizes, o que ele negou um dia depois. Até agora, nem Melhem, nem Calabresa comentaram o caso publicamente. Mas tudo indica que a humorista realmente registrou uma queixa, que estaria sendo investigada pelo comitê de auditoria e compliance do Grupo Globo (a área que avalia se o que ocorreu está em conformidade ou não com regras da empresa). A TV Globo abordou o assunto por meio de uma nota genérica de seu departamento de Comunicação. “Todo relato de assédio, moral ou sexual, na Globo é apurado criteriosamente assim que tomamos conhecimento. A Globo reafirma que não aceita qualquer tipo de assédio e, neste sentido, mantém um canal aberto para denúncias de violação às regras do Código de Ética do Grupo Globo.” Pode ser considerado assédio moral em ambiente de trabalho qualquer situação humilhante, constrangedora, que aconteça de forma repetitiva e prolongada durante o expediente e no exercício de funções profissionais, sendo mais comuns em relações hierárquicas autoritárias. Pouco antes da denúncia, em novembro, Calabresa deixou o humorístico “Zorra”. Na semana passada, ela estreou um quadro no programa “Se Joga”. Mas Leo Dias, novamente, trouxe informação polêmica sobre a atriz nos últimos dias. Ela poderia deixar a emissora por estar insatisfeita com o ambiente de trabalho.
Agildo Ribeiro (1932 – 2018)
Morreu Agildo Ribeiro, um dos comediantes de maior sucesso no Brasil. Ele faleceu neste sábado (28/4) em sua casa no Leblon, no Rio de Janeiro, aos 86 anos. O humorista sofria de um grave problema vascular e, após um tombo recente, estava com dificuldades de se manter muito tempo em pé. Nascido em 26 de abril de 1932, Agildo sempre foi associado ao bom humor, tanto que seu apelido era o “Capitão do Riso”. Fez rádio, teatro, cinema, mas ficou mais conhecido com seus inesquecíveis personagens da TV, nos programas “O Planeta dos Homens” (1976), “Estúdio A…Gildo!” (1982), “Escolinha do Professor Raimundo (1994) e “Zorra Total”. O talento para a comédia foi desenvolvido ainda no Colégio Militar, com imitações dos professores que faziam muito sucesso entre os colegas, mas não com a direção. Acabou aconselhado a sair da escola. Para frustração do pai, o tenente comunista Agildo Barata, foi fazer teatro. Agildo enveredou pelo teatro de revista e não demorou a se juntar à turma da Cinelândia para aparecer em meia dúzia de chanchadas com Ankito. A filmografia inaugurada com “O Grande Pintor”, em 1955, também incluiu uma comédia de Mazzaropi, “Fuzileiro do Amor” (1956), e uma chanchada da Atlântida, “Esse Milhão É Meu” (1959), com Oscarito. Foram uma dezena de comédias até Agildo participar do thriller americano “Sócio de Alcova” (1962) e da espionagem francesa “O Agente OSS 117” (1965), ambos filmados no Rio e entremeados por um curto desvio pelo cinema dramático – fase que incluiu o clássico criminal “Tocaia no Asfalto” (1962), de Roberto Pires, e o pioneiro filme de favela “Esse Mundo é Meu” (1964), de Sérgio Ricardo. Aos poucos, porém, as comédias voltaram a prevalecer, com participações no clássico infantil “Pluft, o Fantasminha” (1965), o musical da Jovem Guarda “Jerry – A Grande Parada (1967), “A Espiã Que Entrou em Fria” (1967), “A Cama Ao Alcance de Todos” (1969) e “Como Ganhar na Loteria sem Perder a Esportiva” (1971). Este último marcou época por incluir alguns dos colegas que acompanhariam Agildo por parte da carreira, como os comediantes Costinha e Renata Fronzi, futuros “alunos” da “Escolinha do Professor Raimundo”. Sua estreia na telinha foi numa série da rede Globo, “TNT”, em 1965, no qual interpretava um repórter que narrava a história de três jovens modelos, Tânia (Vera Barreto Leite), Nara (Márcia de Windsor) e Tetê (Thais Muiniz Portinho). Em 1969, virou apresentador do programa “Mister Show”, contracenando com o famoso ratinho fantoche Topo Gigio. Mas foi só nos anos 1970, a partir de “Uau, a Companhia” (1972), que a Globo o escalou em programas de esquetes humorísticas. Agildo virou presença marcante de humorísticos desde então. Emplacou papéis em “Chico City” (1973) e “Satiricom” (1973), mas foi em “Planeta dos Homens” (1976) que estourou, graças ao esquete do professor de mitologia Acadêmico, que possuía um mordomo ao qual chamava de múmia paralítica, toda vez que ele tocava uma sineta. Isso acontecia quando o professor frequentemente desviava-se dos temas das suas aulas e passava a suspirar pela atriz Bruna Lombardi, ou então fazia alguma piada em analogia à situação política do Brasil. Ele também participou de um punhado de pornochanchadas da época e filmou a comédia “O Pai do Povo” (1976), único filme dirigido por Jô Soares, seu colega nos programas da Globo. Mas, ao fim de “Planeta dos Homens”, Agildo tentou se estabelecer como protagonista de humorísticos, o que levou ao distanciamento de Jô, Chico Anísio e outras estrelas da comédia televisiva brasileira, em sua busca por estrelar seu próprio programa. Entretanto, ao contrário dos dois colegas famosos, sua carreira “solo” não decolou. Enquanto “Viva o Gordo” (1981-87), de Jô Soares, e “Chico Anysio Show” (1982-90) ocuparam a programação da Globo por praticamente uma década, “Estúdio A… Gildo” (1982) não teve a repercussão pretendida e foi cancelado após o primeiro ano. Agildo foi deslocado para programas de humor coletivo, como “A Festa É Nossa” (1983) e “Humor Livre” (1984), que também não emplacaram, embora fossem protótipos do que virou “Zorra Total”. Desencantado, Agildo mudou de canal. Foi para a rede Bandeirantes, onde estrelou “Agildo no País das Maravilhas”, contracenando com fantoches que representavam políticos brasileiros. Foi um sucesso, até os produtores decidirem levar o programa para a rede Manchete em 1989, rebatizando-o de “Cabaré do Barata”. Sem o nome de Agildo, a audiência sumiu. Ele ainda fez um humorístico para a TV portuguesa, “Isto É o Agildo” (1994), mas a atração também foi cancelada ao final de uma temporada. Assim, voltou para a Globo como integrante da “Escolinha do Professor Raimundo”, assumindo o papel de Andorinha. Seu arsenal de “tipos”, porém, ficou guardado até o lançamento de “Zorra Total” em 1999, no qual tirou do baú inúmeros personagens, como Ali Babaluf, Manoel, Chapinha, Professor Laércio Fala Claro, Gaspar, Rubro Chávez, Don Gongorzola e Aquiles Arquelau. Ao mesmo tempo em que fazia o humorístico, Agildo também participou de novelas do canal, como “A Lua Me Disse” (2005) e “Escrito nas Estrelas” (2010), desempenhou um papel importante na série infantil “Sítio do Pica-Pau Amarelo” em 2007, filmou três bons longa-metragens – a sátira “O Xangô de Baker Street” (2001), baseada num livro do velho amigo Jô Soares, o drama criminal “O Homem do Ano” (2003), roteirizado pelo escritor Rubem Fonseca, e a comédia “Casa da Mãe Joana” (2008), de Hugo Carvana – e rodou o país em sucessivos espetáculos de humor teatral. Até que, em 2015, “Zorra Total” virou “Zorra”, numa repaginada completa, marcando o fim de uma era no humor televisivo brasileiro, com a substituição de comediantes veteranos por uma nova geração, que propunha outro tipo de humor, no qual as esquetes de “tipos” seriam ultrapassadas. Agildo resistiu apenas aos primeiros episódios do novo programa, afastando-se da TV em 2016. Em março, ele foi o grande homenageado do prêmio Prêmio do Humor 2018, promovido por Fábio Porchat, ocasião em que deu entrevistas relembrando a carreira e também a vida pessoal, chegando a comentar sobre seus três casamentos – com Consuelo Leandro (“Era ótimo, mas dois humoristas casados não dá muito certo. Tem hora que pede seriedade”), Marília Pera (“A Marília era foda, né?”) e Didi Ribeiro (“Foi o amor da minha vida”), todas já falecidas. O presidente Michel Temer se pronunciou sobre o tamanho da perda sofrida pelo humor brasileiro. “É triste perder um talento do humor do porte de Agildo Ribeiro, que tantas gerações alegrou. Profissional do riso que não perdia a elegância e inteligência jamais. Um mestre. Meus sentimentos à família e amigos”, escreveu no Twitter. “A comédia brasileira perde mais um Grande! Triste pensar num mundo sem as piadas do Agildo. Obrigado por tudo o que fez por nós!”, resumiu Fábio Porchat, o último a lhe render homenagens durante a vida.









