Sly Stone, pioneiro do funk psicodélico e lenda da música americana, morre aos 82 anos
Cantor marcou época com hits, transgressão e influência que impactou gerações, vindo a falecer após longa batalha contra doença pulmonar
Morre Jesse Colin Young, fundador do Youngbloods e voz da geração Woodstock
Cantor e compositor, que simbolizou o espírito do movimento hippie, morreu aos 83 anos em sua casa nos Estados Unidos
Melanie, cantora que marcou a geração Woodstock, morre aos 76 anos
Melanie Safka, conhecida pela geração Woodstock simplesmente como Melanie, morreu na terça-feira (23/1) aos 76 anos. A notícia foi confirmada por sua assessoria de imprensa, que não divulgou a causa da morte. Nascida em Astoria, Nova York, em 3 de fevereiro de 1947, ela foi criada no Queens e estudou na American Academy of Dramatic Arts. Contudo, foi seu interesse pelos clubes folk de Greenwich Village que definiu seu caminho artístico. Do nada para Woodstock Ela era praticamente desconhecida antes de Woodstock, apresentando-se em pequenos cafés e trabalhando para estabelecer seu nome. Até que se viu diante do maior público já reunido em shows de rock, tornando-se uma das poucas artistas femininas a se apresentar no festival e conseguindo se destacar, apenas com seu violão, em um evento dominado por bandas masculinas. Sua performance no festival é considerada um dos pontos altos do evento, notável não apenas pela sua música, mas também pelo contexto em que ocorreu. Melanie relembrou em diversas entrevistas, incluindo para a Rolling Stone, a vivência única de Woodstock. Ela descreveu como foi transportada de helicóptero para o local do festival, uma sensação surreal para uma artista ainda no início de sua carreira. Ela também falou sobre o nervosismo que sentiu ao subir no palco, uma emoção tão intensa que ela descreveu como uma experiência fora do corpo. Durante sua apresentação, começou a chover, e seu lendário anúncio de que acender velas ajudaria a manter a chuva afastada levou a uma das imagens mais duradouras de Woodstock: uma colina iluminada por velas. Este momento inspirou a canção “Lay Down (Candles in the Rain)”, que se tornou um dos maiores sucessos da cantora e um símbolo de sua ligação com o festival. A performance de Melanie em Woodstock teve duas faixas imortalizadas num dos discos oficiais do festival, transformando a faixa “Beautiful People” num hino da geração hippie. Esta música e o lançamento subsequente de “Lay Down (Candles in the Rain)” solidificaram sua posição como uma voz significativa na música folk e na cultura popular da época. Apesar de sua carreira posterior ter sido marcada por altos e baixos, seu momento em Woodstock permanece um marco na história da música pop americana. Os hits dos anos 1970 “Lay Down (Candles in the Rain)” foi uma colaboração de estilo gospel com os Edwin Hawkins Singers e alcançou o 6º lugar no Hot 100 em 1970. Essa música, com sua mistura de gospel e folk, ressoou profundamente com o espírito da época, capturando a essência do movimento de paz e amor. E foi seguida em 1971 por um sucesso ainda maior, “Brand New Key”, um hit inescapável que foi interpretado por alguns como uma canção infantil por seu tom brincalhão e por outros como cheia de insinuação sexual. Em meio a essa controvérsia, a faixa alcançou o 1º lugar nos EUA. Entretanto, esse começo arrasador nunca mais foi replicado pela artista, que não teve outro hit no top 10 no país. No Reino Unido, porém, ela também alcançou o top 10 com um cover de “Ruby Tuesday” dos Rolling Stones. Independência de alto custo Melanie enfrentou desafios em ser plenamente reconhecida no cenário folk-rock, dominado por homens. Em entrevistas da época, ela expressou sua frustração sobre como era percebida na indústria musical. Comparada raramente com artistas femininas proeminentes como Joni Mitchell, Melanie se sentia frequentemente marginalizada e não completamente valorizada por seu trabalho e contribuição artística. Em uma decisão inovadora para a época, ela resolveu deixar a gravadora Buddah em 1971 para fundar sua própria gravadora, Neighborhood Records. Esse movimento pioneiro a colocou entre as primeiras artistas femininas a ter controle total sobre sua produção musical. Neste período, ela continuou a explorar diferentes estilos musicais, mantendo-se fiel à sua voz única e à sua abordagem artística. Mas perdeu o alcance comercial que seus trabalhos anteriores tinham lhe conseguido. Legado e influência Ela continuou a gravar e se apresentar ao longo das décadas seguintes, e mesmo sem nunca repetir o apelo inicial, permaneceu uma figura respeitada no mundo da música, conhecida por sua autenticidade e dedicação à arte. Sua influência estende-se a artistas das gerações subsequentes, que reconheceram sua contribuição única para a música. De fato, em anos mais recentes, a obra de Melanie foi redescoberta por uma nova geração de ouvintes e artistas. Colaborações com cantores tão diferentes como Miley Cyrus e Jarvis Cocker (da banda britânica Pulp) destacaram sua influência duradoura e a relevância contínua de sua música. Último disco inédito Melanie permaneceu ativa até o fim de sua vida, trabalhando em novos projetos com seu filho Beau Jarred e as filhas Leilah e Jeordie nos últimos anos. A artista estava em estúdio no início deste mês trabalhando em um novo álbum de covers, “Second Hand Smoke”, para o selo Cleopatra. Ela chegou a gravar versões de “Ouija Board Ouija Board” de Morrissey e “Hurt” de Nine Inch Nails para o álbum, que seria o 32º de sua carreira. Seus filhos agradeceram as mensagens que receberam dos fãs. “Estamos de coração partido, mas queremos agradecer a cada um de vocês pelo carinho que têm por nossa mãe, e dizer que ela amava todos vocês muito! Ela era uma das mulheres mais talentosas, fortes e apaixonadas da sua era e cada palavra que escreveu, cada nota que cantou refletia isso. Nosso mundo está muito mais sombrio, as cores de um Tennessee chuvoso e triste palidecem com sua ausência hoje, mas sabemos que ela ainda está aqui, sorrindo para todos nós, para todos vocês, das estrelas.” Lembre abaixo os grandes sucessos da cantora.
Piper Laurie, atriz de “Carrie, a Estranha”, morre aos 91 anos
A atriz Piper Laurie, indicada três vezes ao Oscar, morreu na manhã deste sábado (14/10) em Los Angeles, aos 91 anos. Sua agente, Marion Rosenberg, revelou que a atriz já não gozava de boa saúde há algum tempo. Início da carreira Piper Laurie, nascida Rosetta Jacobs em 22 de janeiro de 1932 em Detroit, iniciou sua trajetória no cinema ainda na adolescência. Aos 17 anos, foi descoberta por agentes da Universal Pictures e fez sua estreia no filme “Os Noivos de Mamãe” (1950), atuando como filha de Ronald Reagan. Nos anos seguintes, Laurie foi vista em diversos filmes de aventura e romance, fazendo par com Tony Curtis em “O Príncipe Ladrão” (1951), “O Filho de Ali Babá” (1952), “…E o Noivo Voltou” (1952) e “A um Passo da Derrota” (1954), além de Rock Hudson em “Sinfonia Prateada” (1952) e “A Espada de Damasco” (1953), e Tyrone Poweer em “O Aventureiro do Mississippi” (1953). Mas, insatisfeita com os papéis superficiais que lhe eram oferecidos, decidiu romper o contrato com a Universal e mudar-se para Nova York. Performance de Oscar Depois de fazer algumas participações na TV, ela voltou às telas com “Desafio à Corrupção” (1961), onde contracenou com Paul Newman. No filme, ela deu vida à Sarah Packard, uma jovem alcoólatra que se envolvia com o protagonista Eddie Felson, interpretado por Newman, que enfrenta diversos adversários na mesa de bilhar enquanto lida com questões pessoais e emocionais. O longa dirigido por Robert Rossen virou um clássico do cinema, explorando temas de ambição, redenção e a natureza corrosiva do sucesso. A química entre Laurie e Newman foi um dos pontos altos da obra. Um dos momentos marcantes é quando Laurie expressa ao personagem de Newman: “Olha, eu tenho problemas e acho que talvez você tenha problemas. Talvez seja melhor nos deixarmos em paz”. A performance lhe rendeu sua primeira nomeação ao Oscar e a única como Melhor Atriz. Pausa na carreira Após o sucesso de “Desafio à Corrupção”, Piper Laurie casou-se com o escritor Joseph Morgenstern e, juntos, mudaram-se para Woodstock, no interior de Nova York. Durante esse período, Laurie dedicou-se à criação da filha do casal, Anne Grace, e ao estudo de escultura. Retorno triunfal A atriz só retornou à atuação na década de 1970, com outra atuação marcante em “Carrie, a Estranha” (1976) dirigido por Brian De Palma. Laurie interpretou Margaret White, a mãe religiosamente fanática da protagonista Carrie, vivida por Sissy Spacek. A relação tumultuada entre mãe e filha foi um dos pilares da narrativa, contribuindo para a atmosfera opressora e trágica do filme. A performance intensa de Laurie lhe rendeu nova indicação ao Oscar na categoria de Melhor Atriz Coadjuvante. Nos anos seguintes, ela voltou a explorar o terror em “Ruby, A Amante Diabólica” (1977) e estrelou o drama romântico “Tim – Anjos de Aço” (1978), em que fez par com o ainda novato Mel Gibson, antes de mergulhar de vez na TV. Dez anos depois de “Carrie”, a atriz voltou a mostrar seu talento em “Filhos do Silêncio” (1986), onde interpretou a mãe da personagem principal, interpretada por Marlee Matlin. No filme, Laurie retrata as tensões e desafios enfrentados por famílias que lidam com deficiências auditivas, oferecendo uma atuação sensível e impactante, que lhe rendeu nova indicação ao Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante. Carreira televisiva Piper Laurie também foi nomeada nove vezes ao Emmy ao longo de sua carreira, vencendo uma vez. Seu triunfo veio com o telefilme “A Promessa” de 1986, onde ela interpretou uma antiga paixão do personagem de James Garner. Entre seus papéis televisivos notáveis destacam-se a participação na minissérie “Os Pássaros Feridos” (“The Thorn Birds”, 1983), um fenômeno de audiência, que lhe rendeu indicação de Melhor Atriz Coadjuvante em Minissérie, e seu papel na série “Twin Peaks” (1990-1991) como Catherine Martell, uma mulher astuta e poderosa, que no ano seguinte retornou à série disfarçada de homem, uma jogada audaciosa que demonstrou sua capacidade de Laurie de mergulhar profundamente em seus personagens. Esta performance rendeu à atriz duas de suas nove indicações ao Emmy. Ela também teve participações notáveis em séries populares como “Frasier”, “Plantão Médico”, “O Toque de Um Anjo”, “Will & Grace” e “Law and Order: SVU”. Últimos filmes Paralelamente, a atriz continuou a atuar em filmes, especialmente do gênero terror, como “Trauma” (1993), do mestre italiano Dario Argento, e “Prova Final” (1998), do então novato Robert Rodriguez, e “Bad Blood” (2012), entre outros. Seu último papel cinematográfico foi em “White Boy Rick” (2018), como a avó do personagem-título, um informante do FBI que se tornou traficante de drogas. Entre outras curiosidades de sua vida pessoal e profissional, destaca-se o fato de Laurie ter revelado em sua autobiografia de 2011, “Learning to Live Out Loud”, que perdeu a virgindade para Ronald Reagan e que teve um affair com Mel Gibson, sendo este último quando ela tinha o dobro da idade do ator.
Michael Lang (1944–2022)
Michael Lang, criador do lendário festival de Woodstock, morreu no sábado (8/1) de complicações de linfoma não Hodgkin num hospital em Nova York, com 77 anos. Nascido e criado no Brooklyn, Lang iniciou sua carreira como produtor musical em Miami, na Flórida, onde desenvolveu o Miami Pop Festival de 1968, que destacou uma performance incendiária de Jimi Hendrix. No ano seguinte, mudou-se para Woodstock, no interior de Nova York, onde trabalhou com os parceiros Artie Kornfeld, Joel Rosenman e John Roberts para criar um festival local. O evento, que aconteceu de 15 a 18 de agosto de 1969, numa fazenda da região, tornou-se um marco da contracultura, reunindo 500 mil pessoas para assistir shows de artistas como Hendrix, Janis Joplin, Jefferson Airplane, The Who, Carlos Santana, Sly and the Family Stone, Joe Cocker e Crosby, Stills, Nash & Young. “Woodstock ofereceu um ambiente para as pessoas expressarem seu melhor”, disse Lang no aniversário de 50 anos do festival, em 2019. “Foi provavelmente o evento mais pacífico do gênero na história. Isso foi devido às expectativas e ao que as pessoas queriam criar lá.” Apesar do sucesso, o festival deu um enorme prejuízo, já que quase ninguém pagou ingressos, invadindo a fazenda para assistir aos shows de graça. Após perder dinheiro, Lang tentou capitalizar um pouco da fama do evento com a realização de mais dois shows na região, em 1994 e 1999. O último ficou marcado por preços inflacionados, quebra-quebra, estupros e um incêndio grandioso, representando o oposto do evento original. Lang também ajudou a planejar o Woodstock 50, que aconteceria em agosto de 2019, mas acabou cancelado por receio de repetir o desastre do festival anterior. O promotor de eventos também foi produtor de cinema. Após produzir o documentário “Woodstock: The Lost Performances” (1990), com cenas de shows não vistos no filme “Woodstock – 3 Dias de Paz, Amor e Música” (1970), de Michael Wadleigh, ajudou a lançar a carreira do diretor Wes Anderson, produzindo o primeiro longa do cineasta: a comédia “Pura Adrenalina” em 1996, que também revelou os irmãos Luke e Owen Wilson como atores. Presente com grande destaque no filme de Wadleigh, onde apareceu desde o planejamento do festival, acompanhando a construção dos palcos e circulando pela região lamacenta de moto, Michael Lang também virou personagem de cinema, interpretado por Jonathan Groff no filme “Aconteceu em Woodstock” (2009), de Ange Lee. Ele era casado e teve cinco filhos.
Legends of Tomorrow: Heróis vão a Woodstock e encontram os Beatles no novo trailer da 4ª temporada
A rede CW divulgou 12 fotos e o trailer da 4ª temporada de “Legends of Tomorrow”, que apresenta diversas criaturas mágicas, como unicórnios e fadas, além de uma temática roqueira, com direito a encontro com os Beatles e viagem ao Festival de Woodstock. Após salvar o mundo do demônio Mallus no final da temporada passada, os heróis liderados por Sara Lance/Canário Branco (Caity Lotz) inadvertidamente soltaram criaturas mágicas na Terra. Algumas são fofas como um unicórnio, mas também há dragões e monstros, que fazem os protagonistas embarcarem em novas viagens pelo tempo para consertar mais uma bagunça que eles criaram. Com destaque para John Constantine (Matt Ryan) entre os personagens regulares da atração, a nova temporada também promoveu ao elenco central as atrizes Jes Macallan, intérprete de Ava Sharp, que lidera a Agência do Tempo, e Courtney Ford, que vive a ex-vilã Nora Darhk, filha de Damien Darhk (Neal McDonough). E apesar do desfecho do ciclo passado, Maisie Richardson-Sellers ainda continua no elenco. O detalhe é que ela interpretará uma nova personagem. A série também vão introduzir Ramona Young (“Santa Clarita Diet”) como Alaska Yu, jovem obcecada por livros de fantasia que se revela uma espécie de expert em criaturas mágicas – personagem sem equivalente nos quadrinhos – e Thomas F. Wilson (“De Volta para o Futuro”) como Hank Heywood, o pai de Nate/Cidadão Gládio (Nick Zano). A 4ª temporada de “Legends of Tomorrow” estreia em 22 de outubro nos Estados Unidos. A série é exibida no Brasil pelo canal pago Warner.
Amy Adams e o diretor Jean-Marc Vallée desistem de fazer cinebiografia de Janis Joplin
A notícia de que Michelle Williams (“Manchete à Beira-Mar”) estava negociando viver Janis Joplin no cinema indicava que o projeto tinha sofrido uma mudança de rumo. Agora, em entrevista ao site Collider, o diretor Jean-Marc Vallée (“Clube de Compra Dallas”) confirmou que nem ele nem a atriz Amy Adams (“A Chegada”) farão mais a cinebiografia. Vallé tinha sido contratado em 2014, mas ele acabou seguindo o rumo de Lee Daniels (criador da série “Empire”) e até do brasileiro Fernando Meirelles (“Ensaio Sobre a Cegueira”), que anteriormente estiveram ligados à produção. O projeto se arrasta à décadas. Para se ter ideia, Brittany Murphy, que faleceu em 2009, era a primeira escolha para o papel. “Estava trabalhando com Amy Adams no projeto da Janis que, por fim, não faremos e ela me convidou para sua nova aventura, uma série de TV”, disse o canadense, que dirigirá a atriz a seguir na série “Objetos Cortantes”, da HBO. Intitulado “Janis Joplin: Get It While You Can”, o filme mostraria um intenso dia na vida da cantora e Amy planejava cantar todas as canções do filme. Seu retorno à cantoria ficará agora para “Desencantada”, sequência de “Encantada” (2007) prevista para o ano que vem. A propósito, o filme de Janis que tenta contar com Michelle Williams terá outro contexto – baseia-se no livro “Love, Janis”, escrito pela irmã da cantora, que reuniu cartas escritas por ela para a família, enquanto caía na estrada para se apresentar em festivais como Woodstock e enchia a cara para lidar com a pressão da fama. Janis Joplin morreu após uma overdose de heroína, ao terminar de gravar seu quarto álbum em 1970. O disco “Pearl” foi lançado postumamente e se tornou um dos maiores sucessos de sua carreira, rendendo músicas clássicas como “Me and Bobby McGee”, “Get It While You Can”, “Move Over” e “Cry Baby”.






