Disney volta atrás e encerra suspensão de Jimmy Kimmel após pressão política nos EUA
ABC confirma retorno do apresentador depois de polêmica envolvendo comentários sobre Charlie Kirk e ameaças do governo dos EUA
Diretor de “Oldboy” é expulso do Sindicato dos Roteiristas dos Estados Unidos
WGA pune Park Chan-wook por alterar roteiros da série "O Simpatizante" durante a greve de 2023
Trump comemora cancelamento do “The Late Show” e sindicato pede investigação por pressão política
O presidente dos EUA ironizou saída de Stephen Colbert da CBS, fortalecendo questionamento sobre a decisão da emissora
Criador de “Watchmen” e roteirista de “True Detective” vão escrever série do Lanterna Verde
Damon Lindelof e Chris Mundy aparecem como autores de "Lanterns" em perfis oficiais do Sindicato dos Roteiristas dos EUA
Norman Lear, gênio da TV americana, morre aos 101 anos
O lendário produtor e roteirista de televisão Norman Lear, criador de séries pioneiras como “Tudo em Família”, “Good Times”, “Maude”, “Os Jeffersons” e “One Day at a Time”, que abordaram pela primeira vez questões sociais como racismo, mães solteiras e aborto na televisão dos Estados Unidos, morreu na terça-feira (5/12) de causas naturais em sua casa, em Los Angeles, aos 101 anos. Vencedor de seis prêmios Emmy por seu trabalho na televisão, Lear também era conhecido por seu empenho em favor de causas progressistas e trabalhou de forma ativa até os 90 anos. Começo de carreira com indicação a Oscar A jornada de Norman Lear no mundo do entretenimento começou longe dos holofotes da televisão. Nascido em 27 de julho de 1922, em New Haven, Connecticut, Lear iniciou sua carreira após a 2ª Guerra Mundial, onde serviu na Força Aérea dos Estados Unidos. Após o serviço militar, ele mergulhou no mundo do entretenimento como agente de imprensa em Nova York, mas rapidamente transitou para a escrita de comédias. Seu primeiro grande trabalho foi como escritor para Dean Martin e Jerry Lewis no “The Colgate Comedy Hour”, um programa televisivo no início dos anos 1950. Norman estreou como roteirista de cinema em 1963, adaptando uma peça de Neil Simon no filme “O Bem Amado” (Come Blow Your Horn), estrelada por Frank Sinatra. O sucesso do filme estabeleceu um parceria entre o escritor e o diretor Bud Yorkin, que teve como ponto alto “Divórcio à Americana” (1967), comédia sobre um casal, interpretado por Dick Van Dyke e Debbie Reynolds, que se encontra em um processo turbulento de divórcio. Conseguindo equilibrar o humor com uma crítica social aguda, refletindo as mudanças culturais da época, o roteiro do então jovem Norman recebeu uma indicação ao Oscar, consagrando o escritor. Ele também escreveu a comédia “Quando o Strip-Tease Começou” (The Night They Raided Minsky’s, 1968), dirigida por William Friedkin (de “O Exorcista”), antes de cometer uma ousadia. Em 1971, Norman comandou seu único filme como diretor, “Uma Cidade Contra o Vício” (Cold Turkey), sátira sobre uma cidade cujos habitantes decidem parar de fumar para ganhar um desafio corporativo e o prêmio em dinheiro associado. Crítica mordaz à indústria do tabaco e à cultura do consumismo americano, o filme dividiu opiniões e encerrou a carreira cinematográfica do roteirista, mas desde então virou cult e ganhou reconhecimento por sua abordagem direta na discussão de questões sociais, um tema recorrente em muitos de seus trabalhos posteriores na televisão. A revolução de “Tudo em Família” Nesse meio tempo, Norman levou sua parceria criativa com Bud Yorkin para os negócios. Juntos, eles fundaram a Tandem Productions, que se tornou a plataforma para o desenvolvimento das séries do roteirista, combinando visão criativa com experiência de produção. Norman também estava no lugar certo na hora certa. No início dos 1970, houve uma mudança significativa no panorama da televisão americana. As redes estavam buscando conteúdos mais relevantes e realistas que refletissem as mudanças sociais e culturais da época. Então, Norman teve a ideia de adaptar a série britânica “Till Death Us Do Part” para o público americano, com foco em questões sociais relevantes. Lear e Yorkin adaptaram o conceito, trazendo para o centro da produção questões de racismo, sexismo e política, temas até então pouco explorados na TV. E, claro, a princípio houve hesitação das redes em aceitar uma série com temáticas tão polêmicas. A ABC inicialmente pegou o projeto, mas depois o abandonou devido ao seu conteúdo controverso. Mas a CBS, sob a nova liderança do executivo Robert Wood, queria modernizar sua programação e se mostrou mais aberta a assumir riscos. Norman apresentou sua versão do sitcom britânico, rebatizado como “Tudo em Família” (All in Family) à CBS, que aceitou produzir a série, reconhecendo seu potencial para conectar-se com as mudanças da época. “Tudo em Família” (All in the Family) estreou em 12 de janeiro de 1971 e rapidamente se tornou um marco na televisão americana. Os episódios giravam em torno da família Bunker, liderada por Archie Bunker, interpretado por Carroll O’Connor. Archie é um trabalhador de classe média, morador do bairro Queens, em Nova York, e notoriamente conservador, preconceituoso e de mentalidade fechada, refletindo as tensões sociais e políticas da época. Archie Bunker foi concebido como um retrato da classe trabalhadora americana da época, resistente às mudanças sociais e culturais que estavam ocorrendo nos Estados Unidos. Ele frequentemente expressava suas visões através de declarações racistas, sexistas e homofóbicas. A genialidade da série estava justamente em usar o personagem para satirizar e desafiar essas visões, expondo a ignorância e o absurdo de seus preconceitos. Apesar de suas falhas, Archie também era retratado como um personagem capaz de evolução e mudança, o que contribuiu para a profundidade e relevância da série. Com sua abordagem única e um humor afiado, “Tudo em Família” foi não apenas um sucesso de audiência, mas também um veículo para discussões sociais profundas. E, de quebra, venceu quatro vezes o Emmy, como Melhor Série Estreante e Melhor Série de Comédia. O universo de Norman Lear na TV Norman acabou criando um universo televisivo em torno do sucesso de “Tudo em Família”, expandido através de vários spin-offs. Este universo refletia e comentava a complexidade da sociedade americana da época. O melhor é que nada parecia forçado, já que os personagens foram introduzidos na série principal, causando repercussão suficiente para que se ramificassem em suas próprias narrativas. Por exemplo, a personagem Maude Findlay apareceu pela primeira vez em “Tudo em Família” como a prima liberal de Edith Bunker, antes de se tornar a protagonista de sua própria série, “Maude”, que estreou em 1972 e foi protagonizado por Bea Arthur no papel-título. A série destacou-se por abordar temas controversos, incluindo um episódio memorável sobre o aborto, um assunto raramente discutido na televisão naquela época. Cada spin-off abordava temas sociais do seu próprio ponto de vista único. Enquanto “Tudo em Família” se concentrava no conservadorismo e nas visões de mundo de Archie Bunker, “Maude” explorava questões feministas e liberais. Já “Good Times” e “Os Jeffersons” focavam em famílias afro-americanas, trazendo à tona questões de racismo e ascensão social. “Good Times” era tecnicamente um spin-off de um spin-off. A série surgiu em 1974 a partir de “Maude”, de onde veio a personagem Florida Evans (papel de Esther Rolle), que era a empregada da família Findlay. Florida e seu marido James Evans (interpretado por John Amos) eram os personagens centrais, vivendo em um conjunto habitacional em Chicago com seus três filhos. Eles não eram da classe média como os anteriores e lidavam com questões de pobreza, racismo e sonhos de ascensão social. Com personagens memoráveis como J.J., interpretado por Jimmie Walker, “Good Times” combinou comédia com um retrato realista dos desafios enfrentados pelas famílias negras urbanas. Mais bem-sucedida de todas as séries derivadas, “Os Jeffersons” estreou em 1975 e teve uma notável duração de 11 temporadas. A produção focava uma família afro-americana de classe média que se muda para um bairro de elite. George e Louise Jefferson, interpretados por Sherman Hemsley e Isabel Sanford, foram introduzidos em “Tudo em Família” como vizinhos de Archie e Edith Bunker. Inicialmente, George Jefferson foi concebido como um contraponto a Archie Bunker – ambos eram personagens orgulhosos e teimosos, mas com pontos de vista políticos e sociais opostos. Esta dinâmica proporcionou momentos de confronto e humor, refletindo as tensões raciais e de classe da sociedade americana. Em sua série própria, os Jeffersons se mudam para um apartamento de luxo em Manhattan após o sucesso dos negócios de limpeza a seco de George. Os episódios acompanhavam as aventuras e desafios da família em seu novo ambiente, inovando ao apresentar na TV uma família negra bem-sucedida financeiramente, e ainda ainda assim tendo que lidar com racismo e preconceito contra sua ascensão social. Pioneira em vários sentidos, a série ainda abordou relações interraciais e até questões de identidade de gênero. A última atração desse universo foi “Archie Bunker’s Place”, lançada em 1979 como uma continuação direta de “Tudo em Família”, com Archie Bunker gerenciando um bar. “Archie Bunker’s Place” tentou manter o espírito original, mas com uma abordagem um pouco mais suavizada. Outras Criações Notáveis Além dessas séries icônicas, Lear foi responsável por outras produções de sucesso, como “Sanford and Son”, uma adaptação americana da série britânica “Steptoe and Son”, e “One Day at a Time”, uma sitcom que abordou a vida de uma mãe solteira e seus dois filhos. “One Day at a Time” só durou menos que “Os Jeffersons”. Ambas foram lançadas no mesmo ano e tiveram mais de 200 episódios produzidos, mas “Os Jeffersons” ficou um ano a mais no ar, até 1985. A trama acompanhava Ann Romano, uma mãe recém-divorciada interpretada por Bonnie Franklin, que enfrentava os desafios de criar sozinha suas duas filhas adolescentes, Julie e Barbara Cooper, interpretadas por Mackenzie Phillips e Valerie Bertinelli, respectivamente. O que tornou “One Day at a Time” única na época foi seu foco em uma mãe solteira e as questões que ela enfrentava, uma premissa rara na televisão dos anos 1970. A série abordava temas como feminismo, namoro, violência doméstica e problemas financeiros, tudo sob a perspectiva de uma família liderada por mulheres. Após o sucesso estrondoso na décadas de 1970, Norman Lear deixou de lado os roteiros para se concentrar na produção. Neste papel, ele esteve envolvido em filmes icônicos como “A Princesa Prometida” (1987) e “Tomates Verdes Fritos” (1991), que se tornaram clássicos cult, além da popular série “Vivendo e Aprendendo” (The Facts of Life), que também teve mais de 200 episódios produzidos nos anos 1980. Recentemente, ele ainda se envolveu no remake de “One Day at a Time”, lançado em 2017 com uma nova abordagem e relevância para o público contemporâneo. A nova versão reimaginou a trama com um contexto latino, centrando-se em uma família cubano-americana. Inicialmente produzida pela Netflix, a série durou quatro temporadas seguindo Penelope Alvarez, uma mãe solteira e veterana do exército, interpretada por Justina Machado, que cria sua filha radical Elena e seu filho sociável Alex com a ajuda de sua mãe cubana tradicional, Lydia, interpretada pela vencedora do Oscar Rita Moreno. Além disso, ao longo da série, adolescente Elena (interpretada por Isabella Gomez) passa por um processo de autodescoberta e, eventualmente, se assume como lésbica. Tributos e legado Sua ousadia criativa e importância para a TV é considerada tão grande que o Sindicato dos Produtores dos EUA (PGA) batizou um prêmio com seu nome. O “Prêmio de Realização de Carreira Norman Lear” é uma homenagem concedida a produtores de televisão que demonstraram uma conquista vitalícia notável em sua profissão. Entre muitos outros tributos, ele também foi homenageado por instituições como o Television Hall of Fame e o Peabody Award, em reconhecimento ao seu trabalho pioneiro. Os tributos a Norman Lear enfatizam seu impacto profundo, com sua morte emocionando diversas personalidades e entidades nos EUA. A People for the American Way, organização que Norman co-fundou, destacou seu uso da cultura para gerar conversas e promover mudanças positivas. O Sindicato dos Roteiristas dos EUA (WGA) destacou seu compromisso com a justiça social, reconhecendo sua habilidade de usar o humor para combater o racismo e os preconceitos. Rob Reiner, que trabalhou em “Tudo em Família” e dirigiu “A Princesa Prometida”, o chamou de “segundo pai” e expressou profunda gratidão e admiração pelo genial criador. O apresentador Jimmy Kimmel descreveu Lear como alguém cuja “coragem, integridade e bússola moral inigualável” o tornaram “um grande americano, um herói em todos os sentidos”. Jane Fonda destacou seu impacto significativo no “rosto e alma da comédia americana” e sua importância pessoal para muitos, incluindo ela mesma. E George Clooney refletiu que sua morte aos 101 anos foi “cedo demais”. Ele prestou homenagem ao artista como “o maior defensor da razão do mundo” e um “amigo querido” de sua família, além de reconhecê-lo como um gigante. Até Bob Iger, CEO da Walt Disney Company, enfatizou o “impacto monumental e legado” de Lear, reconhecendo-o como um ícone e uma das mentes mais brilhantes da história da...
James Gunn confirma três atores que continuarão em seus papéis nos novos filmes da DC
O diretor James Gunn, co-presidente do recém-formado DC Studios, confirmou em uma sessão de perguntas e respostas nas redes sociais os nomes de três atores que continuarão em seus papéis no novo universo cinematográfico da DC. Após o reboot planejado para os filmes e séries do estúdio, Xolo Maridueña continuará como Besouro Azul, Viola Davis como Amanda Waller e John Cena como Pacificador. A confirmação de Maridueña vem apesar do desempenho modesto do filme do super-herói latino nas bilheterias, com arrecadação de mais de US$ 70 milhões no mercado doméstico e US$ 125 milhões globalmente. Além disso, já era sabido que a 2ª temporada de “Pacificador” estava em desenvolvimento para a plataforma Max, assim como uma série centrada na personagem de Viola Davis. Entretanto, ele alertou que os personagens não deverão seguir a mesma continuidade das produções anteriores. “Nada é cânone até ‘Comando das Criaturas’ no próximo ano – uma espécie de aperitivo para o DCU – e do mergulho mais profundo no universo com ‘Superman: Legacy’ depois disso. É um impulso muito humano querer entender tudo o tempo todo, mas acho que está tudo bem estar confuso sobre o que está acontecendo no DCU, já que ninguém viu nada do DCU ainda”, respondeu Gunn. Ele acrescentou: “E sim, alguns atores estarão interpretando personagens que já interpretaram em outras histórias e alguns pontos da trama podem ser consistentes com pontos da trama de dezenas de filmes, programas e projetos animados da DC que vieram antes. Mas nada é cânone até ‘Comando das Criaturas’ e ‘Superman: Legacy”, reforçou. Questionado sobre como a greve dos roteiristas afetou seu trabalho, Gunn respondeu: “Não pude escrever, mas pude dirigir – o que significa trabalhar em designs, storyboards, etc.” Ele também foi questionado sobre futuros projetos da DC após o fim da greve. “Nem mesmo sei onde estamos com tudo, já que não pude conversar com nossos roteiristas enquanto isso estava acontecendo. Embora esteja muito feliz com o resultado, a greve foi definitivamente um obstáculo no processo”, respondeu Gunn. Antes da greve, Gunn havia escalado Rachel Brosnahan como Lois Lane e David Corenswet como o Homem de Aço em “Superman: Legacy”, que ele escreveu e também dirigirá. Como a greve dos atores continua, ele não deve revelar novos nomes no elenco até sua resolução.
Com fim da greve, roteiristas de “Stranger Things” já voltaram ao trabalho
O fim da greve dos roteiristas de Hollywood, confirmado nesta quarta (27/9), foi saudado pelos escritores da 5ª temporada de “Stranger Things” com um anúncio no X (antigo Twitter): “Estamos de volta”. A produção tinha sido interrompida na véspera das gravações dos novos capítulos, que estavam marcadas para começar em junho. Em comunicado, os irmãos Duffer, criadores da série, informaram que não poderiam iniciar os trabalhos no set enquanto o Sindicato dos Roteiristas dos EUA (WGA, na sigla em inglês) e os estúdios não chegassem a um acordo, devido à possibilidade de reescrita das cenas durante a produção. “Embora estejamos ansiosos para iniciar a produção com nosso incrível elenco e equipe, isso não será possível durante esta greve. Esperamos que um acordo justo seja alcançado em breve para que todos possamos voltar ao trabalho. Até então – câmbio e desligo”, eles escreveram. A 5ª temporada será a última do seriado e ainda não tem previsão de estreia. A greve dos roteiristas Os roteiristas entraram em greve no início de maio para garantir melhores condições de trabalho e remuneração, além de reivindicarem a devida regularização do uso de inteligência artificial (I.A.) em produções de cinema e televisão. O acordo alinhavado no domingo (24/9) e confirmado na quarta encerra uma das maiores paralisações feitas na história do sindicato da categoria, com duração de 148 dias. A maior greve do WGA aconteceu em 1988, quando os profissionais interromperam as atividades por 153 dias consecutivos. pic.twitter.com/pnvqOpko25 — stranger writers (@strangerwriters) September 27, 2023
Roteiristas de Hollywood encerram greve após quase cinco meses
O sindicato de roteiristas de Hollywood, WGA, anunciou o fim da greve da categoria na terça-feira (26/9). O grupo aprovou um acordo provisório da aliança de produtores da indústria, feita no último domingo (24/9), e deve encerrar a paralisação já nesta quarta (27/9). Os roteiristas entraram em greve no início de maio para garantir melhores condições de trabalho e remuneração, além de reivindicarem a devida regularização do uso de inteligência artificial (I.A.) em produções de cinema e televisão. O acordo encerra uma das maiores paralisações feitas na história do sindicato, com duração de 148 dias. A maior greve da categoria aconteceu em 1988, quando os profissionais interromperam as atividades por 153 dias consecutivos. O que mudou? No último domingo (24/9), o WGA descreveu o acordo provisório como “excepcional” e com “ganhos e proteções significativos para os escritores em todos os setores”. Entre as mudanças previstas, a categoria terá acesso ao número de horas assistidas por usuários de séries produzidas pelas plataformas de streaming. O sindicato também poderá compartilhar as informações publicamente. Já o uso de inteligência artificial em roteiros será regularizado e não-obrigatório. O acordo ainda prevê que os estúdios e serviços de streaming são obrigados a informar roteiristas sobre a tecnologia em criações ou reparos nas obras. O sindicado pode proibir a qualquer momento o uso na parte criativa, e os textos de IAs não serão considerado válidos para determinar autoria. Apesar do fim da greve dos roteiristas, o sindicato de atores, SAG-AFTRA, continua em greve nos Estados Unidos desde julho.
Starz cancela quatro séries, incluindo “Heels”
O canal pago americano Starz cancelou quatro séries originais em meio à resolução iminente da greve dos roteiristas de Hollywood. Entre as séries canceladas estão o drama sobre luta livre “Heels”, a comédia “Run the World” e o dramédia “Blindspotting”, todas após a exibição de suas segundas temporadas. Além disso, o drama inédito “The Venery of Samantha Bird” não retomará a produção, apesar ter gravado vários episódios antes da greve iniciada em maio. Talentos perdidos As séries canceladas contavam com muito talento em seus bastidores. “Heels”era estrelada por Stephen Amell (“Arrow”) e Alexander Ludwig (“Vikings”) e era criação do mentor de “Loki”, Michael Waldron. “Run the World” foi produzida por Yvette Lee Bowser (“Living Single”), e “Blindspotting” tinha Daveed Diggs (“Expresso do Amanhã”) como co-criador. “The Venery of Samantha Bird” seria estrelada por Katherine Langford, conhecida por “13 Reasons Why”. Impacto no mercado O cancelamento de quatro séries originais não é um movimento pequeno para o canal, que vai encerrar em breve seu sucesso de longa data “Outlander”. Isto deixa o canal e sua plataforma de streaming dependendo principalmente dos spin-offs duradouros de “Power” e de alguns outros programas, como a comédia de horror “Shining Vale”. Mantendo o foco em spin-offs, o Starz já deu sinal verde para uma série derivada de “Outlander”, intitulada “Outlander: Blood of My Blood”, produzida pelos produtores executivos da série original. Vale lembrar que a Lionsgate, dona do canal, está tentando vender o Starz, o que também pode ter pesado na onda de cancelamentos. A empresa já anunciou que está deixando o mercado de streaming no Brasil neste ano, onde opera a plataforma Lionsgate+.
Warner Bros. Discovery prevê perdas de até US$ 500 Milhões com greves em Hollywood
A Warner Bros. Discovery (WBD) anunciou uma revisão de suas previsões financeiras para 2023 devido às greves de atores e roteiristas em Hollywood, estimando um impacto negativo de US$ 300 a US$ 500 milhões em seus lucros. Durante um balanço para acionistas, divulgado nesta terça (5/9), a empresa apontou que sua receita deve ficar entre US$ 11 e US$ 11,5 bilhões brutos, um número abaixo do que estava sendo projetado meses atrás. Revisão de Previsões “Embora a WBD esteja esperançosa pela resolução rápida da situação, não podemos prever quanto as greves vão de fato atrasar. Com os dois sindicatos ainda em greve neste momento, a WBD espera sentir o impacto financeiro das paralizações ao menos até o fim de 2023”, informou a empresa. O documento atualizado retira a previsão anterior, que sugeria que os conflitos trabalhistas se resolveriam em setembro. A Warner Bros. Discovery agora espera impactos financeiros das greves pelo menos até o fim de 2023. Greves em Hollywood A greve foi oficializada pelo WGA, Sindicato dos Roteiristas dos EUA, SAG-AFTRA, Sindicato dos Atores, em maio e julho, respectivamente, após semanas de negociações fracassadas com os estúdios. Entre as principais demandas estão novas regras para o pagamento de residuais — os pagamentos feitos para atores por repetições de seus trabalhos em TV e streaming — e proteções contra o uso de inteligência artificial na produção de filmes e séries. A última vez que os dois sindicatos entraram em greve simultaneamente foi em 1960, tornando o cenário atual particularmente histórico e preocupante para a indústria. Desdobramentos financeiros Segundo sua declaração regulatória de terça-feira, a WBD também aumentou sua previsão de fluxo de caixa livre para todo o ano para pelo menos US$ 5 bilhões. “Agora, a empresa espera ultrapassar US$ 1,7 bilhão no fluxo de caixa livre no terceiro trimestre de 2023, em parte devido ao forte desempenho de ‘Barbie’ e ao impacto incremental relacionado à greve”, consta no documento. Isto porque a greve interrompeu os gastos com produções de filmes e séries. Em compensação, logo deixarão de existir entradas financeiras como resultado da falta de novos conteúdos da empresa. David Zaslav, CEO da WBD, que tem participado ativamente nas negociações com os sindicatos, falará em uma conferência de investidores da Goldman Sachs em São Francisco na quarta-feira (6/9).
Marvel adia estreias de séries em meio às greves de Hollywood
O Marvel Studios anunciou uma reorganização significativa nas datas de estreia de suas próximas séries de streaming. Em meio às greves dos atores e roteiristas de Hollywood, a empresa optou por ajustar seu cronograma em um movimento interpretado como estratégico. A decisão ocorre num momento em que os sindicatos dos atores (SAG-AFTRA) e roteiristas (WGA) impõem desafios à indústria do entretenimento, paralisando diversas produções. No entanto, o site The Hollywood Reporter observou que a Disney já havia decidido espaçar seu conteúdo televisivo “para focar seus esforços em tornar cada título um evento para os fãs”. “Loki” escapa das alterações A única série a manter sua data de estreia original é a 2ª temporada de “Loki”, programada para 6 de outubro na Disney+. Depois dela, o único título confirmado para 2023 é a 2ª temporada da animação “What If..?”, agora programada para “por volta do Natal”. Mudanças no calendário O spin-off de “Gavião Arqueiro”, intitulado “Echo”, inicialmente previsto para 29 de novembro, foi adiado para janeiro de 2024. Já o spin-off de “WandaVision”, “Agatha: Darkhold Diaries”, antes conhecido como “Agatha: Coven of Chaos”, enfrentou um atraso considerável e só estará disponível em outubro do próximo ano. Para completar, a animação “X-Men ’97”, ainda sem uma data oficial de estreia, não deve ir ao ar antes do fim de 2024.
Billy Porter terá que vender sua casa devido à greve em Hollywood
Billy Porter, vencedor do Emmy por “Pose”, revelou em entrevista ao jornal britânico Evening Standard que terá que vender sua casa devido à greve em Hollywood. Segundo o ator, a venda é uma medida de “corte de gastos”, já que vários projetos nos quais ele estava programado para trabalhar, incluindo a cinebiografia de James Baldwin, foram paralisados. “Eu tenho que vender minha casa”, disse Porter. “Estamos em greve e eu não sei quando vamos voltar. A vida de um artista, até você fazer dinheiro suficiente — o que eu ainda não fiz — ainda é aquela de salário em salário. Eu deveria estar em um novo filme e em uma nova série a partir de setembro. Mas nada disso está acontecendo”. Críticas ao CEO da Disney Porter também criticou o CEO da Disney, Bob Iger, por uma entrevista que ele deu em julho, na Conferência Sun Valley, na qual disse que os grevistas dos sindicatos dos roteiristas (WGA) e dos atores (SAG-AFTRA) não estavam sendo “realistas” com suas demandas. “No final dos anos 1950, início dos anos 1960, eles estabeleceram uma maneira de compensar os artistas adequadamente por meio de pagamentos de cheques residuais… Aí o streaming entrou. Não há contrato para isso. E eles não precisam ser transparentes com os números — não são mais as classificações da Nielsen [que importam]. As empresas de streaming são notoriamente opacas com suas cifras de audiência. O negócio evoluiu. Portanto, o contrato precisa evoluir e mudar, ponto. Ouvir Bob Iger dizer que nossas demandas por um salário digno são irreais? Enquanto ele ganha US$ 78.000 por dia?”, seguiu. “Eu não tenho palavras para isso, exceto: vai se f****”, acrescentou. Greve dos roteiristas e atores O WGA, sindicato dos roteiristas, entrou em greve oficialmente no dia 1º de maio, após as negociações iniciais com os estúdios não resultarem em um acordo. O sindicato trouxe várias reivindicações para a mesa, como mudanças no cálculo de pagamentos residuais (que roteiristas recebem pela exibição contínua de suas obras na TV e no streaming), regulamentação para a estrutura das salas de roteiristas televisivas, e proteções contra o uso de inteligência artificial na produção de filmes e séries. Em 14 de julho, o sindicato dos atores de Hollywood (SAG-AFTRA) se juntou ao WGA na greve, praticamente com as mesmas exigências. Como resultado, a grande maioria das produções filmadas nos EUA foram paralisadas, as divulgações com atores canceladas e datas de estreia de alguns filmes precisaram ser alteradas – incluindo “Homem-Aranha no Aranhaverso 3” e “Kraven, o Caçador”.











