John Stahl (1953–2022)
O ator John Stahl, que interpretou Rickard Karstark nas primeiras temporadas de “Game of Thrones”, morreu na quarta-feira (2/3) aos 68 anos. A causa da morte não foi revelada. Antes de aparecer na série da HBO, o ator era mais conhecido por interpretar Tom “Inverdarroch” Kerr na longeva novela escocesa “Take the High Road”. Ele apareceu no programa de 1982 até o final de sua exibição em 2003. O personagem Karstark também teve grande destaque nas primeiras temporadas de “Game of Thrones”. A maioria das cenas de Stahl foram compartilhadas com Richard Madden, intérprete de Robb Stark, enquanto as Casas de Karstark e Stark passaram de aliadas a inimigas juradas. Na 3ª temporada, Rickard Karstark termina executado por Robb, o que, num efeito em cadeia, leva o filho mais velho dos Starks a ser abandonado por aliados e cair vítima da traição do “Casamento Vermelho”. Ele também apareceu nos filmes “Victoria e Abdul: O Confidente da Rainha” (2017), “Duas Rainhas” (2018) e na recente comédia romântica da Netflix “Um Castelo para o Natal” (2021). A maior parte de sua carreira, porém, foi passada no teatro. Suas principais interpretações aconteceram com a Royal Shakespeare Company e no National Theatre em Londres.
Liga da Justiça ocupa metade dos cinemas do Brasil em sua estreia no feriadão
“Liga da Justiça” ocupa metade de todos os cinemas disponíveis no país durante este feriadão da Proclamação da República, com um lançamento em 1,5 mil salas, mas, apesar deste impacto na concentração das bilheterias, há mais nove estreias, numa resistência limitada à ofensiva dos super-heróis. Clique nos títulos abaixo para ver os trailers de cada estreia. Filmado por Zack Snyder (“Batman vs. Superman”) e refeito por Joss Whedon (“Os Vingadores”), “Liga da Justiça” reúne pela primeira vez os principais super-heróis da DC Comics, uma façanha que a Marvel já realizou duas vezes em relação a seus ícones de quadrinhos. Por sinal, ambas dirigidas por Whedon, conhecido por sua capacidade de desenvolver personagens e inserir diálogos divertidos em suas obras. Estas características são o que há de melhor no novo longa, que nem sempre dá liga com o tom sombrio e pomposo de Snyder. O vilão e os efeitos visuais são as maiores fraquezas da produção, que aproveita o sucesso de “Mulher-Maravilha” para destacar a heroína e ainda tenta compensar os diversos problemas com boas cenas de ação – e a melhor luta já registrada numa adaptação da DC. As demais estreias são três documentários e seis produções de ficção da Europa – duas britânicas, duas italianas, uma francesa e uma portuguesa. Embora as melhores sejam as duas últimas, as britânicas medianas chegam em mais cinemas. “Uma Razão para Viver” é o típico melodrama de superação de doença, que traz Andrew Garfield (“Silêncio”) e Claire Foy (série “The Crown”) como marido e mulher e conta a história real de um homem brilhante e aventureiro, que fica com paralisia por conta da poliomielite. Apesar disso, ele e sua mulher se recusam a se lamentar e ajudam a mudar a vida das pessoas ao seu redor com entusiasmo e bom humor, virando símbolos da luta dos deficientes. A única novidade dessa história é que ela marca a estreia na direção do ator Andy Serkis, mais conhecido por suas interpretações digitais como o César da franquia “O Planeta dos Macacos” e o Gollum de “O Senhor dos Anéis”. “Victoria e Abdul – O Confidente da Rainha” volta a trazer Judi Dench como a Rainha Victoria, 20 anos após viver a monarca em “Sua Majestade, Mrs. Brown” (1997), e este é o maior atrativo da produção, que retrata os anos finais da segunda monarca mais longeva da história da Grã-Bretanha, quando, entediada com os problemas do reino, acaba desenvolvendo uma amizade com um criado indiano, o Abdul do título. A trama também registra o retorno do diretor inglês Stephen Frears às biografias da monarquia britânica, após seu excelente trabalho à frente de “A Rainha” (2006), justamente sobre a monarca mais longeva do Reino Unido, Elizabeth II – neta de Victoria. “A Trama” é o melhor e mais relevante lançamento da semana. Quase uma década após vencer a Palma de Ouro do Festival de Cannes por “Entre os Muros da Escola” (2008), o cineasta Laurent Cantet volta a trabalhar com o roteirista Robin Campillo (diretor de “120 Batidas por Minuto”) e a colocar a juventude francesa diante de questões de identidade cultural e raça. Sua trama começa como um experimento social, reunindo estudantes do Ensino Médio num curso de escrita criativa administrado por uma escritora famosa em sua casa. Mas o grupo multicultural embute uma ameaça, representada por um jovem racista de extrema direita. As discussões são dramáticas, mas o filme também prende atenção pelo suspense, terminando como um thriller. Entretém e dá o que falar. “Colo”, de Teresa Villaverde (“Os Mutantes”), foi exibido no Festival de Berlim e é um retrato urbano, ao som de rock, sobre o mergulho de Portugal na crise econômica. Uma crise que devasta a família da trama diante do olhar da filha adolescente, que nem sequer tem dinheiro para o transporte público. Deprimente e belo como uma obra de arte. Os dois filmes italianos da programação, “Histórias de Amor que Não Pertencem a este Mundo” e “Algo de Novo” são besteiróis absolutamente descartáveis, dirigidos por duas irmãs, Francesca Comencini e Cristina Comencini, que filmam desejos e ansiedades de mulheres de uma certa idade – ser trocada por uma mulher mais jovem no primeiro filme, encontrar um homem mais jovem no segundo. Há quem veja mais nisso, há quem veja menos. Há outras coisas para ver, também. A lista de estreias da semana se completa com três documentários. O mais famoso é “Human Flow – Não Existe Lar se Não Há para Onde Ir”, do artista chinês Ai Weiwei, que registra a crise mundial dos refugiados, tem belíssima fotografia e abriu a Mostra de São Paulo 2017. “On Yoga – Arquitetura da Paz” é assinado por Heitor Dhalia (“Serra Pelada”), o que também garante acabamento de padrão internacional no registro de ensinamentos de grandes mestres de ioga. Por fim, “Maria – Não Esqueça que Venho dos Trópicos” exibe uma estrutura mais convencional, mas ao mesmo tempo o melhor tema: a revolucionária escultora brasileira Maria Martins, mestre do surrealismo que saiu dos trópicos para as principais galerias de arte moderna do mundo. A direção é do veterano Ícaro Martins (“Estrela Nua”) em parceria com Elisa Gomes (“Unhas e Outras”).
A Morte Te Dá Parabéns confirma boa fase do terror ao estrear em 1º lugar na América do Norte
“A Morte Te dá Parabéns” foi o filme mais visto do fim de semana na América do Norte, tomando o 1º lugar das bilheterias de “Blade Runner 2049”, líder por uma semana. Produzido por apenas US$ 4,5M (milhões), o longa arrecadou US$ 26,5M e já se pagou com três dias em cartaz. Trama que junta psicopata mascarado à vítima presa num “looping temporal”, “A Morte Te dá Parabéns” teve boas críticas (média de 67% no Rotten Tomatoes), que aprovaram sua reciclagem de “O Feitiço do Tempo” (1993) num contexto slasher, pela forma como reforça o mistério central sobre a identidade do assassino. O filme é a terceira produção da Blumhouse a fazer sucesso em 2017, após “Fragmentado” e “Corra!”. Não por acaso, o estúdio e o diretor Christopher Landon (“Como Sobreviver a Um Ataque Zumbi”) planejam continuação. Mas o fenômeno não é restrito à Blumhouse. A New Line, divisão especializada da Warner, também colecionou campeões de bilheteria de terror, como “Annabelle 2: A Criação do Mal” e principalmente “It: A Coisa”, que quebrou recordes do gênero em 2017. Lançado há cerca de 50 dias, o filme continua no Top 5 norte-americano (veja abaixo). Até a Dimension, de Bob Weinstein, emplacou “47 Metros Para Baixo”. Vive-se uma nova era de ouro (no sentido financeiro) do terror americano. Já a sci-fi “Blade Runner 2049”, após abrir abaixo do esperado na semana passada, caiu para o 2º lugar com US$ 15,1M, num encolhimento de 53,1% em sua arrecadação. Neste caso, as críticas positivas (89% de aprovação) não fizeram diferença. O longa custou US$ 150 milhões apenas para ser produzido – o marketing teve custo não revelado – e se não estourar na China – como aconteceu com “Planeta dos Macacos: A Guerra” – dará grande prejuízo. O Top 3 se fecha com outra estreia, o thriller de ação “O Estrangeiro”, estrelado por Jackie Chan, que fez US$ 12,8M e registrou 57% de aprovação no Rotten Tomatoes. BILHETERIAS: TOP 10 América do Norte 1. A Morte Te Dá Parabéns Fim de semana: US$ 26,5M Total EUA: US$ 26,5M Total Mundo: US$ 31,5M 2. Blade Runner 2049 Fim de semana: US$ 15,1M Total EUA: US$ 60,5M Total Mundo: US$ 158,5M 3. O Estrangeiro Fim de semana: US$ 12,8M Total EUA: US$ 12,8M Total Mundo: US$ 101,2M 4. It: A Coisa Fim de semana: US$ 6M Total EUA: US$ 314,9M Total Mundo: US$ 630,6M 5. A Montanha Entre Nós Fim de semana: US$ 5,6M Total EUA: US$ 20,5M Total Mundo: US$ 30,2M 6. Feito-na-América Fim de semana: US$ 5,48M Total EUA: US$ 40,1M Total Mundo: US$ 112M 7. Kingsman: O Circulo Dourado Fim de semana: US$ 5,3M Total EUA: US$ 89,6M Total Mundo: US$ 286,7M 8. Lego Ninjago: O Filme Fim de semana: US$ 4,3M Total EUA: US$ 51,5M Total Mundo: US$ 96,9M 9. My Little Pony: O Filme Fim de semana: US$ 4M Total EUA: US$ 15,5M Total Mundo: US$ 26,1M 10. Victoria e Abdul – O Confidente da Rainha Fim de semana: US$ 3,1M Total EUA: US$ 11,3M Total Mundo: US$ 40,1M
Blade Runner 2049 decepciona nas bilheterias, apesar da estreia em 1º lugar na América do Norte
“Blade Runner 2049” estreou em 1º lugar nas bilheterias da América do Norte neste fim de semana, mas com uma arrecadação frustrante. Elogiadíssimo pela imprensa, com 89% de aprovação (caiu 7% desde as primeiras sessões), o filme dirigido por Denis Villeneuve (“A Chegada”) não conseguiu capitalizar as críticas positivas numa grande venda de ingressos, arrecadando apenas US$ 31,5M (milhões). A frustração se deve às primeiras previsões de faturamento. A Warner, que distribui o filme nos Estados Unidos, tinha projetado uma estreia em torno de US$ 50M. Este foi exatamente o valor obtido, mas no mercado internacional. Entretanto, a projeção internacional era de US$ 100M. Somando todos os países, a sequência da sci-fi clássica de 1982 ficou em US$ 81,5M. O longa teria que fazer US$ 400M em todo o mundo para equilibrar seu orçamento oficial de produção – de US$ 150M. Mas teve um desempenho similar a outro derivado recente de um clássico de Ridley Scott, “Alien: Covenant”, que abriu com US$ 36M no seu primeiro fim de semana em maio. Agora, “Blade Runner 2049” depende do mercado asiático para se pagar. As estreias na Coreia do Sul e no Japão acontecem nas próximas semanas, mas ainda não há previsão para o lançamento na China. Um dos fatores apontados como responsável pela baixa bilheteria é a longa duração de 163 minutos, que limita o número de exibições por dia. Além disso, o estúdio teria superestimado o interesse do público jovem na franquia, já que o filme original tem 35 anos. Não por acaso, 63% dos espectadores da estreia norte-americana foram maiores de 35 anos. Mesmo assim, “Blade Runner 2049” pode experimentar um reativamento em streaming ou Blu-ray, pois há um consenso de que deverá ser um dos destaques das categorias técnicas do Oscar 2018, assim como aconteceu com “Mad Max: Estrada da Fúria” há dois anos. É o que acredita o chefe de distribuição da Warner, Jeff Goldstein, que previu muitos prêmios, mas assumiu seu desapontamento em depoimento ao site The Hollywood Reporter. “Nós ficamos desapontados por não ter um resultado mais forte na América do Norte. É difícil, porque Denis fez um lindo filme”, disse Goldstein. “Nós definitivamente tivemos um público menor do que esperávamos”. Se foi ruim para “Blade Runner 2049”, as outras estreias tiveram um fim de semana ainda pior. Em 2º lugar, o romance interracial de “A Montanha Entre Nós” rendeu somente US$ 10,1M, além de ter sido considerada medíocre, com 40% de aprovação no Rotten Tomatoes. Entretanto, o filme estrelado por Idris Elba e Kate Winslet custou pouco – US$ 35M. Já “My Little Pony: O Filme” implodiu com US$ 8,8M, abrindo em 4º lugar, abaixo do bicho-papão “It: A Coisa”, que ultrapassou um novo marco, ao superar os US$ 300M de arrecadação nos Estados Unidos e no Canadá. A animação infantil não empolgou a crítica, com 58% de aprovação, e não teve seu custo revelado. O ranking semanal ainda teve mais uma novidade, desta vez positiva. O drama de época “Victoria e Abdul – O Confidente da Rainha” teve seu circuito ampliado e entrou no Top 10, em 8º lugar. O que torna seus US$ 4,1M dignos de nota é o fato de virem de 732 salas, enquanto os demais filmes do ranking estão em cartaz entre 2,5 mil e 4 mil telas. Em faturamento por tela, o filme em que Judi Dench volta a viver a rainha Vitória, 20 anos após “Sua Majestade, Mrs. Brown” (1997), só perde para “Blade Runner 2049”. BILHETERIAS: TOP 10 América do Norte 1. Blade Runner 2049 Fim de semana: US$ 31,5M Total EUA: US$ 31,5M Total Mundo: US$ 81,7M 2. A Montanha Entre Nós Fim de semana: US$ 10,1M Total EUA: US$ 10,1M Total Mundo: US$ 13,7M 3. It: A Coisa Fim de semana: US$ 9,6M Total EUA: US$ 304,9M Total Mundo: US$ 603,7M 4. My Little Pony: O Filme Fim de semana: US$ 8,8M Total EUA: US$ 8,8M Total Mundo: US$ 12,6M 5. Kingsman: O Circulo Dourado Fim de semana: US$ 8,1M Total EUA: US$ 79,9M Total Mundo: US$ 253,5M 6. Feito-na-América Fim de semana: US$ 8M Total EUA: US$ 30,4M Total Mundo: US$ 98,5M 7. Lego Ninjago: O Filme Fim de semana: US$ 6,7M Total EUA: US$ 43,8M Total Mundo: US$ 77,4M 8. Victoria e Abdul – O Confidente da Rainha Fim de semana: US$ 4,1M Total EUA: US$ 5,9M Total Mundo: US$ 30,9M 9. Além da Morte Fim de semana: US$ 3,8M Total EUA: US$ 12,3M Total Mundo: US$ 18,3M 10. A Guerra dos Sexos Fim de semana: US$ 2,4M Total EUA: US$ 7,6M Total Mundo: US$ 7,6M



