Semana tem estreia de seis filmes brasileiros nos cinemas
A programação de estreias desta quinta (9/11) inclui nada menos que seis longas brasileiros, inclusive o lançamento mais amplo da semana, a comédia “Gosto se Discute”. Entretanto, a maioria tem distribuição limitada. Duas produções nacionais, o drama “Vazante” e o documentário “No Intenso Agora”, foram exibidos no Festival de Berlim deste ano. Mas os filmes de maior prestígio são o documentário americano “Uma Verdade Mais Inconveniente”, que abriu o Festival de Sundance, e a produção indie “Borg vs McEnroe”, abertura do Festival de Toronto. Confira abaixo todos os lançamentos e clique nos títulos para assistir aos trailers. “Gosto Se Discute” não é só o maior lançamento, mas o único título destinado ao grande circuito nesta semana. A direção é André Pellenz, responsável pelos blockbusters nacionais “Minha Mãe é uma Peça: O Filme” (2013) e “Detetives do Prédio Azul: O Filme” (2017). Contudo, desta vez há poucas chances de vir novo fenômeno. Estrelado por Cassio Gabus Mendes (“Confissões de Adolescente”, minissérie “Justiça”) e a youtuber Kéfera Buchmann (“É Fada”), a trama gira em torno do chef de um restaurante, que precisa lidar com o interesse inesperado da sócia financeira no negócio. Pouco empolgante, a narrativa não se define entre história dramática e o tom caricato das esquetes do “Zorra Total”. “Vazante”, primeiro filme solo de Daniela Thomas, tem proposta oposta. Rodado em preto e branco e voltado ao circuito de arte, acabou gerando polêmica no Festival de Brasília por seu retrato da escravidão, ao mostrar escravos subjugados e conformados como pano de fundo de sua história. Mas o filme é sobre gênero e não raça, e seu retrato da época é correto. Passado no Brasil de 1821, o drama denuncia a opressão do patriarcado, contando a história de uma menina (a estreante Luana Nastas) que é obrigada a casar com um homem muito mais velho (o português Adriano Carvalho), antes mesmo de sua primeira menstruação. E enquanto espera que ela vire moça, o fazendeiro estupra repetidamente uma de suas escravas (Jai Baptista, também estreante, mas premiada em Brasília). Grande destaque da obra, a fotografia belíssima remete às gravuras de Jean-Baptiste Debret. Os outros quatro filmes brasileiros da programação são documentários. O mais badalado é “No Intenso Agora”, de João Moreira Salles, que abriu o festival É Tudo Verdade deste ano. A obra foi feita a partir de fragmentos de filmes caseiros que a mãe do diretor fez durante uma viagem à China em 1966, no auge da Revolução Cultural. O material rodado na China soma-se a imagens de eventos de 1968 na França, na Tchecoslováquia e no Brasil, buscando uma síntese da contestação política que tomou conta da juventude da época. “Aqualoucos” lembra a trupe de atletas-palhaços que ficou famosa por fazer comédia em meio a saltos em piscinas, a 10 metros de altura. Entre os anos de 1950 e 1980, eles atraíam milhares de pessoas ao Clube Tietê nos finais de semana, quando apresentavam suas esquetes e exibiam suas habilidades em saltos perigosos. “Olhando para as Estrelas” acompanha bailarinas cegas. E “Para Além da Curva da Estrada” registra o cotidiano de caminhoneiros. Mas o documentário mais importante é o americano “Uma Verdade Mais Inconveniente”, que mostra como a situação do meio-ambiente se deteriorou nos últimos dez anos, desde o lançamento de “Uma Verdade Inconveniente”, que venceu o Oscar em 2007. Novamente conduzido pelo ex-vice-presidente dos EUA Al Gore, o longa inclui declarações de Donald Trump desdenhando o aquecimento global e retrata o atual presidente americano como supervilão ambiental, enfatizando o perigo que ele representa para o mundo. Com o fim da Mostra de São Paulo, o circuito volta a receber estreias europeias. Assim, o melhor filme da semana é uma coprodução escandinava (de estúdios da Suécia, Dinamarca e Finlândia). “Borg vs McEnroe” aborda uma das rivalidades mais famosas do esporte, entre o tenista americano John McEnroe e o sueco Bjorn Borg, e centra-se na final do torneio de Wimbledon de 1980, considerada uma das melhores partidas de tênis de todos os tempos. A diferença de personalidade entre os rivais ajudou a transformar o jogo num drama humano. O tenista sueco, então com 24 anos, era um cabeludo calmo e centrado, enquanto McEnroe, à época com 21 anos, era visto como o bad boy do tênis, sempre prestes a explodir, jogar sua raquete longe e gritar com os árbitros. O ator sueco Sverrir Gudnason (“O Círculo”) tem o papel de Borg e uma semelhança impressionante com o verdadeiro tenista. Mas quem rouba a cena é Shia LaBeouf (“Ninfomaníaca”) como McEnroe. Muitos apostaram num renascimento na carreira do ator, que contrariou o prognóstico após o filme passar em Toronto, quando voltou a ser preso por bebedeira. A direção é do dinamarquês Janus Metz Pedersen (documentário “Armadillo”), que estreou nos EUA dirigindo um episódio da série “True Detective” no ano passado. “O Outro Lado da Esperança” também é uma produção nórdica. Trata-se de segunda tragicomédia consecutiva do finlandês Aki Kaurismäki a tratar da imigração na Europa, após “O Porto” (2011), desta vez focando num refugiado desempregado e sem teto, que conta com a ajuda do dono de um restaurante para reiniciar sua vida na Finlândia. A temática humanista ajudou o filme a conquistar o Urso de Prata de Melhor Direção no Festival de Berlim. Já a comédia francesa “Um Perfil para Dois” é um besteirol romântico, que mistura a trama clássica de “Cyrano de Bergerac” com namoro online. Além de não ser original, a premissa do diretor-roteirista Stéphane Robelin (“E se Vivêssemos Todos Juntos?”) embute um incômodo, ao achar engraçado que um senhor de 75 anos (Pierre Richard, de “Perdidos em Paris”) procure seduzir mulheres com idade para ser suas netas. Por fim, o circuito ainda estreia o drama argentino “Invisível”, segundo longa de Pablo Giorgelli (após o premiado “Las Acacias”), que trata de gravidez adolescente e aborto. Na trama, uma garota de 17 anos engravida do chefe, mais velho e casado, e precisa considerar seu futuro num país onde o aborto é proibido e toda a atividade relacionada à interrupção de gravidez acontece de forma clandestina. O tema se torna especialmente relevante diante dos avanços de políticos evangélicos, que pretendem mudar a lei de aborto no Brasil, proibindo-o mesmo nos casos hoje considerados legais – risco de morte da gestante, gestação resultante de estupro e fetos malformados.
Longa mineiro Arábia vence o Festival de Brasília 2017
O 50º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro entregou seus prêmios na noite de domingo (24/9) e o grande vencedor foi o longa-metragem “Arábia”, da dupla mineira Affonso Uchoa e João Dumans, premiado como Melhor Filme, Ator (Aristides de Sousa), Montagem e Trilha Sonora pelo Júri Oficial, além do Prêmio da Crítica (Abraccine). Já o público preferiu “Café com Canela”, que também recebeu os troféus de Melhor Roteiro e Melhor Atriz (Valdinéia Soriano). “Arábia” já tinha sido passado por festivais internacionais, como Amsterdã, San Sebastian, Cartagena e IndieLisboa. Ainda sem previsão de estreia em circuito comercial, o longa acompanha Cristiano (Aristides de Souza), um jovem da periferia de Contagem (MG) que chega a Ouro Preto para trabalhar numa siderúrgica e acaba se envolvendo em um acidente de trabalho. Sua história é contada num grande flashback, por meio de um diário onde deixou relatos de dez anos de vida, desilusões, desencontros, paixões e andanças. O longa foi o segundo trabalho de Aristides de Souza no cinema, após “A Vizinhança do Tigre” (2016), também estreia do diretor Affonso Uchoa. “Café com Canela” transborda as vivências culturais do Recôncavo baiano, onde os dois diretores estreantes, Ary Rosa e Glenda Nicácio, moram há sete anos. A trama gira em torno do reencontro entre Margarida (Valdineia Soriano) e Violeta (Aline Brune), duas mulheres negras que têm suas vidas marcadas pelo luto. Eleita Melhor Atriz, Valdineia integra o Bando de Teatro Olodum desde a fundação do grupo, nos anos 1990. Adirley Queirós venceu o troféu Candango de Melhor Direção por “Era Uma Vez Brasília”, longa também premiado pela Fotografia e Som. Os prêmios de Melhor Atriz Coadjuvante e Ator Coadjuvante ficaram com Jai Baptista (“Vazante”) e Alexandre Sena (“O Nó do Diabo”). Confira abaixo lista dos principais prêmios da noite. Vencedores do Festival de Brasília 2017 Longas Filme: “Arábia” Melhor Direção: Adirley Queirós (“Era uma Vez Brasília”) Melhor Ator: Aristides de Sousa (“Arábia”) Melhor Atriz: Valdinéia Soriano (“Café com Canela”) Melhor Ator Coadjuvante: Alexandre Sena (“Nó do Diabo”) Melhor Atriz Coadjuvante: Jai Baptista (“Vazante”) Melhor Roteiro: Ary Rosa (“Café com Canela”) Melhor Fotografia: Joana Pimenta (“Era uma vez Brasília”) Melhor Direção de Arte: Valdy Lopes JN (“Vazante”) Melhor Trilha Sonora: Francisco Cesar e Cristopher Mack (“Arábia”) Melhor Som: Guile Martins, Daniel Turini e Fernando Henna (“Era uma Vez Brasília”) Melhor Montagem: Luiz Pretti e Rodrigo Lima (“Arábia”) Prêmio Especial do Júri: Melhor Ator Social para Emelyn Fischer (“Música para quando as Luzes se apagam”) Prêmio do Júri Popular: “Café com Canela” Curtas Melhor Filme: “Tentei” Melhor Direção: Irmãos Carvalho (“Chico”) Melhor Ator: Marcus Curvelo (“Mamata”) Melhor Atriz: Patricia Saravy (“Tentei”) Melhor Roteiro: Ananda Radhika (“Peripatético”) Melhor Fotografia: Renata Corrêa (“Tentei”) Melhor Direção de Arte: Pedro Franz e Rafael Coutinho (“Torre”) Melhor Trilha Sonora: Marlon Trindade (“Nada”) Melhor Som: Gustavo Andrade (“Chico”) Melhor Montagem: Amanda Devulsky e Marcus Curvelo (“Mamata”) Prêmio Especial do Júri: “Peripatético” Prêmio do Júri Popular: “Carneiro de ouro”
Festival de Brasília inicia 50ª edição marcando a identidade nacional
O Festival de Brasília do Cinema Brasileiro inicia sua edição de número 50 nesta sexta (15/9) com a exibição de “Não Devore Meu Coração!”, primeiro filme solo de Felipe Bragança (codiretor de “A Alegria”), sobre o romance de adolescentes na fronteira com o Paraguai e disputas entre motociclistas e descendentes de índios guaranis, que evocam ressentimentos antigos da Guerra do Paraguai. Antes de chegar em Brasília, o filme de Bragança foi exibido no Festival de Berlim, assim como outros dois longas da mostra competitiva: “Pendular”, de Julia Murat, e “Vazante”, de Daniela Thomas. “Não Devore Meu Coração” também foi exibido nos festivais de Sundance (EUA), Toulousse (França) e abriu a mostra de Cartagena de Índias (Colômbia), além de estar na programação do Festival Biarritz América Latina, que acontece na França em outubro. O filme discute identidade nacional e ecoa algo que chama atenção na seleção de Brasília. A mostra competitiva reuniu nove filmes de nove estados diferentes, cada um com seu próprio sotaque e dilemas, cobrindo paisagens tão distintas quanto os rincões do Rio Grande do Sul (“Música para Quando as Luzes se Apagam”, de Ismael Caneppele) e os conflitos urbanos de Recife (“Por Trás da Linha de Escudos”, de Marcelo Pedroso). Entre os cenários, também aparecem cidades históricas de Minas Gerais (“Arábia”, de Affonso Uchoa e João Dumons), o centro de São Paulo (“Pendular”, de Julia Murat) e o Recôncavo Baiano (“Café com Canela”, de Ary Rosa e Glenda Nicácio). Há também viagens ao passado, às fazendas coloniais mineiras do século 19 (“Vazante”, de Daniela Thomas) e à Curitiba durante a ditadura militar (“Construindo Pontes”, de Heloisa Passos). Este ano, os filmes selecionados receberão cachê de participação, o que aumentou a procura pelo festival. Ao todo, foram inscritos 778 produções nas mostras competitivas, sendo 170 longas, de onde os organizadores selecionaram a nata. Cada longa em competição receberá R$ 15 mil só para participar do evento. Mas há outras mostras, que elevam a soma dos cachês a R$ 340 mil, apenas para exibir os filmes. Além do cachê, serão distribuídos os tradicionais troféus Calango e o Prêmio Petrobras de Cinema, votado pelo público. O vencedor deste troféu ainda receberá R$ 200 mil, que devem ser investidos na distribuição comercial do filme. Desde a primeira edição, em 1965 – quando era chamado de Semana do Cinema Brasileiro –, o Festival de Brasília só não foi realizado entre 1972 e 1974, no auge da censura do regime militar. O histórico dessas 50 edições também será lembrado em duas mostras paralelas, ao longo dos próximos dias. O festival também prepara uma homenagem para Nelson Pereira dos Santos, diretor de clássicos como “Rio 40 Graus” (1955), “Vidas Secas” (1963), “Como Era Gostoso o Meu Francês” (1971), “O Amuleto de Ogum” (1974), “Memórias do Cárcere” (1984) e o recente “A Música Segundo Tom Jobim” (2012), atualmente com 88 anos de idade. A 50ª edição do Festival de Brasília acontece até 24 de setembro, e terá como encerramento o filme “Abaixo a Gravidade”, de Edgard Navarro. Confira abaixo a lista dos filmes selecionados para as mostras competitivas. Competição de Longa-metragem “Arábia”, de Affonso Uchoa e João Dumans, MG “Café com Canela”, de Ary Rosa e Glenda Nicácio, BA “Construindo Pontes”, de Heloisa Passos, PR “Era uma vez Brasília”, de Adirley Queirós, DF “Música para Quando as Luzes se Apagam”, de Ismael Cannepele, RS “O Nó do diabo”, de Ramon Porto Mota, Gabriel Martins, Ian Abé, Jhesus Tribuzi , PB “Pendular”, de Julia Murat, RJ “Por Trás da Linha de Escudos”, de Marcelo Pedroso, PE “Vazante”, de Daniela Thomas, SP Competição de Curta-metragem “A Passagem do Cometa”, de Juliana Rojas, SP “As Melhores Noites de Veroni”, de Ulisses Arthur, AL “Baunilha”, Leo Tabosa, PE “Carneiro de Ouro”, Dácia Ibiapina, DF “Chico”, Irmãos Carvalho, RJ “Inocentes”, Douglas Soares, RJ “Mamata”, Marcus Curvelo , BA “Nada”, Gabriel Martins , MG “O Peixe”, Jonathas de Andrade, PE ‘Peripatético”, Jessica Queiroz, SP “Tentei”, Laís Melo, PR “Torre”, Nadia Mangolini, SP
Festival de Brasília traz destaques do Festival de Berlim em sua competição
O Festival de Brasília do Cinema Brasileiro vai comemorar 50 anos com uma seleção de nove filme de nove estados diferentes em sua mostra competitiva. Prova do prestígio do evento, os representantes do Rio (“Pendular”, de Julia Murat) e São Paulo (“Vazante”, de Daniela Thomas) fizeram parte da seleção do Festival de Berlim. Este ano, os filmes selecionados receberão cachê de participação. Os longas em competição receberão R$ 15 mil; os longas da sessão especial hors concours, R$ 10 mil; os curtas em competição, de R$ 5 mil; e os longas programados em mostras paralelas, R$ 3 mil. O total gasto nos cachês será de R$ 340 mil, apenas para exibir os filmes. Não por acaso, a procura pelo festival aumentou. Ao todo, foram inscritos 778 produções nas mostras competitivas, sendo 608 curtas-metragens e 170 longas. Além do cachê, serão distribuídos os tradicionais troféus Calango e o Prêmio Petrobras de Cinema, votado pelo público. O vencedor deste troféu ainda receberá R$ 200 mil, que devem ser investidos na distribuição comercial do filme. No dia 15, será divulgada a programação completa do festival. Também serão anunciados os filmes que integram as mostras especiais, sessão hors concours, filmes de abertura e encerramento, além de seminários. A 50ª edição do Festival de Brasília vai acontecer entre 15 a 24 de setembro na capital federal. Confira abaixo a lista dos filmes selecionados para as mostras competitivas. Competição de Longa-metragem “Arábia”, de Affonso Uchoa e João Dumans, MG “Café com Canela”, de Ary Rosa e Glenda Nicácio, BA “Construindo Pontes”, de Heloisa Passos, PR “Era uma vez Brasília”, de Adirley Queirós, DF “Música para Quando as Luzes se Apagam”, de Ismael Cannepele, RS “O Nó do diabo”, de Ramon Porto Mota, Gabriel Martins, Ian Abé, Jhesus Tribuzi , PB “Pendular”, de Julia Murat, RJ “Por Trás da Linha de Escudos”, de Marcelo Pedroso, PE “Vazante”, de Daniela Thomas, SP Competição de Curta-metragem “A Passagem do Cometa”, de Juliana Rojas, SP “As Melhores Noites de Veroni”, de Ulisses Arthur, AL “Baunilha”, Leo Tabosa, PE “Carneiro de Ouro”, Dácia Ibiapina, DF “Chico”, Irmãos Carvalho, RJ “Inocentes”, Douglas Soares, RJ “Mamata”, Marcus Curvelo , BA “Nada”, Gabriel Martins , MG “O Peixe”, Jonathas de Andrade, PE ‘Peripatético”, Jessica Queiroz, SP “Tentei”, Laís Melo, PR “Torre”, Nadia Mangolini, SP
Novo filme de Laís Bodansky entra no Festival de Berlim, que terá recorde de brasileiros
O Festival de Berlim anunciou a inclusão de mais dois filmes brasileiros em sua programação. A nova leva, revelada nesta quarta-feira (25/1), acrescenta o longa “Como Nossos Pais”, de Laís Bodanzky, e o curta “Vênus – Filó, a Fadinha Lésbica”, de Sávio Leite. Os dois filmes se juntam a uma seleção recorde de filmes brasileiros no festival alemão, um dos mais importantes do mundo. Ao todo, oito longa-metragens farão parte do evento, incluindo o documentário “No Intenso Agora”, de João Moreira Salles, e as ficções “Vazante”, de Daniela Thomas, “Pendular”, de Júlia Murat, “Mulher do Pai”, de Cristiane Oliveira, “As Duas Irenes”, de Fábio Meira, “Rifle”, de Davi Pretto, e “Joaquim”, cinebiografia de Tiradentes dirigida pelo cineasta Marcelo Gomes, que participará da mostra competitiva. O filme de Laís Bodanzky (“As Melhores Coisas do Mundo”) entrou na mostra Panorama. “Como Nossos Pais” tem Maria Ribeiro (“Tropa de Elite”) como protagonista e conta a história de uma mulher em conflito diante da criação dos filhos, os objetivos profissionais e a relação conturbada com a mãe. Em comunicado, a diretora comemorou a oportunidade de exibir seu filme para o público internacional. “A estreia mundial é sempre muito importante para um filme, porque define o rumo que ele pode tomar. Ter a oportunidade de exibir ‘Como Nossos Pais’ em um festival da linha A como o de Berlim é realmente uma grande conquista”, afirmou Laís, que também comemorou o recorde de filmes brasileiros no festival. “Fico muito feliz de fazer parte desse momento.” Já o curta de Sávio Leite é uma animação inspirada num poema de Hilda Hilst, que leva o mesmo nome, sobre uma fada que “vestia-se como rapaz para enganar mocinhas”. O Festival de Berlim 2017 vai acontecer entre os dias 9 e 19 de fevereiro na capital alemã.
Documentário de José Moreira Salles é selecionado para o Festival de Berlim
Mais um filme brasileiro foi selecionado para o Festival de Berlim. O documentário “No Intenso Agora”, escrito e dirigido por João Moreira Salles, foi incluído na mostra Panorama, tornando-se o sexto longa-metragem nacional incluído na programação do evento alemão. Salles lançou seu último documentário, “Santiago” há dez anos. “Apesar da distância, tenho a impressão de que são filmes aparentados. Não me refiro apenas ao aspecto pessoal dos documentários, mas também ao modo como eles foram realizados”, escreveu o diretor em um comunicado divulgado à imprensa. “‘Santiago’ talvez seja sobre o pai, enquanto ‘No Intenso Agora’ é sobre a mãe”, completou. O documentário, produzido pela Videofilmes, reúne cenas históricas das rebeliões ocorridas na década de 1960 em todo o mundo. Da China, vieram imagens feita pela mãe do diretor, em filmes caseiros rodados em 1966 durante a fase inicial da Revolução Cultural. Os demais registros são de 1968, da revolta estudantil em maio em Paris, das forças soviéticas dando fim à Primavera de Praga e de protestos no Rio de Janeiro, entre outros. O documentário vai se juntar a outros dois filmes brasileiros anteriormente selecionados para a mostra Panorama: “Vazante”, de Daniela Thomas, e “Pendular”, de Júlia Murat. Além destes, o cinema brasileiro também estará representado na mostra competitiva, por meio de “Joaquim”, cinebiografia de Tiradentes dirigida pelo cineasta Marcelo Gomes (“Era uma Vez Eu, Veronica”), e também na seção Generation, dedicada a filmes com temáticas e protagonistas adolescentes, com “Mulher do Pai”, de Cristiane Oliveira, e “As Duas Irenes”, de Fábio Meira. O Festival de Berlim 2017 vai acontecer entre os dias 9 e 19 de fevereiro na capital alemã.
Filme sobre Tiradentes vai disputar o Urso de Ouro no Festival de Berlim
O filme “Joaquim”, cinebiografia de Tiradentes dirigida pelo cineasta Marcelo Gomes (“Era uma Vez Eu, Veronica”), foi selecionado para a mostra competitiva do Festival de Berlim. O longa está entre os dez títulos anunciados nesta terça-feira (10/1) pela organização do festival alemão, como complemento da lista dos concorrentes ao Urso de Ouro em 2017. A inclusão de “Joaquim” acontece dois anos após “Praia do Futuro”, de Karim Aïnouz, ter sido o último representante do país na competição. Curiosamente, Gomes e Aïnouz são parceiros, tendo trabalhado juntos em “Madame Satã” (2002), “Cinema, Aspirinas e Urubus” (2005) e “Viajo Porque Preciso, Volto Porque te Amo” (2009). “Joaquim” surgiu inicialmente como parte de um projeto de coproduções da Televisão Espanhola (TVE), realizado em homenagem ao bicentenário das revoluções sul-americanas. Além do filme de Tiradentes, representando o Brasil, fizeram parte do plano original “José Marti: O Olho do Canário” (2010), do cubano Fernando Pérez (“Últimos Dias em Havana”), “Hidalgo – A História Jamais Contada” (2010), do mexicano Antonio Serrano (“Macho”), “Revolução: A Cruzada de San Martin” (2011), do argentino Leandro Ipiña (série “Exodo”), “Artigas – La Redota” (2011), do uruguaio César Charlone (série “3%”), e “Libertador” (2013), uma cinebiografia de Simon Bolivar feita pelo venezuelano Alberto Arvelo (“Habana, Havana”). Mas aí veio a crise financeira europeia, e “Joaquim” precisou ser feito com recursos próprios, enquanto outros projetos jamais saíram do papel – um filme chileno sobre Bernardo O’Higgins e um peruano a respeito de Tupac Amaru, por exemplo. A história de Tiradentes já rendeu vários filmes, entre eles o marcante “Os Inconfidentes” (1972), dirigido por José Pedro de Andrade e com José Wilker no papel principal. Mas o personagem foi explorado até em novelas, interpretado por Carlos Zara em “Dez Vidas” (1969) e por Thiago Lacerda na recente “Liberdade, Liberdade” (2016). O filme de Marcelo Gomes tem como diferencial forcar-se mais nas viagens de Tiradentes por Minas Gerais e Rio de Janeiro e no caldeirão de ideias que formou a consciência política do alferes Joaquim José da Silva Xavier, vivido por Julio Machado (“Trago Comigo”). O roteiro foi feito em parceria com João Dumans (“A Cidade onde Envelheço”), segundo declarou o pernambucano Gomes, para ter um “olhar mineiro”. O cinema brasileiro venceu duas vezes o Urso de Ouro com “Central do Brasil”, em 1998, e “Tropa de Elite”, em 2008. O presidente do júri deste ano será o cineasta holandês Paul Verhoeven, atualmente em cartaz nos cinemas com “Elle”, que venceu os Globos de Ouro de Melhor Filme Estrangeiro e Melhor Atriz (Isabelle Huppert) e foi um dos 15 melhores filmes lançados em circuito limitado no Brasil em 2016. Além de “Joaquim”, o Brasil será representado por mais quatro longas nas mostras paralelas do festival: “Vazante”, de Daniela Thomas, e “Pendular”, de Júlia Murat, na mostra Panorama, “Mulher do Pai”, de Cristiane Oliveira, e “As Duas Irenes”, de Fábio Meira, na mostra Generation, além do curta “Estás vendo Coisas”, de Bárbara Wagner e Benjamin de Burca. O Festival de Berlim ocorrerá entre 9 e 19 de fevereiro na capital da Alemanha.
Adilson Maghá (1948 – 2016)
Morreu o ator mineiro Adilson Maghá. Ele faleceu no sábado (31/12), em um hospital de Belo Horizonte, aos 68 anos de idade. O artista lutava contra um câncer no pulmão que acabou atingindo o cérebro, por metástase. Maghá chegou a ser submetido a uma cirurgia cerebral nesta semana, mas acabou não resistindo. Nascido em Nova Lima, na região metropolitana de Belo Horizonte, em maio de 1948, Maghá iniciou carreira artística nos anos 1960 como cantor e compositor, mas acabou seguindo rumo às artes cênicas, inicialmente no teatro, quando foi autor, ator e diretor. Também trabalhou como administrador do Teatro Santa Maria de Belo Horizonte. Deu aulas de técnica teatral e foi o fundador-presidente do Grupo Cena de Teatro. Seu primeiro trabalho na TV foi na minissérie “Grande Sertão: Veredas” (1985) na Rede Globo, mas apenas recentemente veio a se tornar presença constante nas novelas do canal, participando do elenco de “Sete Pecados” (2007), “Caminho das Índias” (2009) e “Araguaia” (2010). Seu último papel foi uma participação em “Velho Chico” (2016). A carreira cinematográfica também é recente, e inclui títulos como “O Vestido” (2003), “Confronto Final” (2005), “Oração do Amor Selvagem” (2015) e o inédito “Vazante”, selecionado para o Festival de Berlim. O diretor de teatro Pedro Paulo Cava, amigo do ator, postou uma homenagem ao ator. “Último dia do ano que traz tristeza para a cena mineira. Deixou-nos esta madrugada o nosso querido Adilson Maghá, um dos mais instigantes e criativos atores brasileiros. Generoso, alegre, excelente profissional, um companheiro imprescindível nesta trajetória de lutas pelo bom teatro em Minas Gerais.”
Festival de Berlim seleciona filmes de duas diretoras brasileiras
O Festival de Berlim anunciou os filmes de sua principal mostra paralela, a Panorama, dedicada a trabalhos de vanguarda, e entre os 11 títulos selecionados se destacam dois filmes de diretoras brasileiras: “Vazante”, de Daniela Thomas, e “Pendular”, de Júlia Murat. “Vazante” se passa no Brasil de 1821, às vésperas da declaração de independência, enquanto a escravidão ainda vigorava. O drama retrata as raízes do racismo no país e o comunicado oficial de Berlim fala sobre “eventos monstruosos”, sublinhando o peso histórico e social do filme. Daniela Thomas, inclusive, já concorreu à Palma de Ouro do Festival de Cannes com “Linha de Passe” (2008), codirigido por Walter Salles. “É emocionante que o meu primeiro filme solo, ‘Vazante’, seja selecionado para a mostra Panorama do Festival de Berlim”, disse Thomas em comunicado divulgado pela assessoria Primeiro Plano. “A Berlinale é talvez o festival que mais impacto tenha tido no cinema brasileiro das últimas décadas, premiando ‘Central do Brasil’, Fernanda Montenegro, ‘Tropa de Elite’ e ‘Que Horas Ela Volta’. É uma honra e um privilégio voltar aos grandes festivais de cinema que me deram tanta felicidade, como o de Cannes, em 2008, quando recebi a Palma de Ouro para Sandra Corvelloni, por sua linda Cleuza de ‘Linha de Passe’. Fico muito orgulhosa de ter Sandra mais uma vez brilhando em um filme meu. Meu coração está acelerado.” Por sua vez, “Pendular” segue uma proposta bem diferente, misturando cinema com dança e escultura para mostrar um relacionamento amoroso. A Berlinale não poupou elogios à produção, descrita como “um tratamento original e filosófico sobre os gêneros no caso de jovens boêmios se aproximando da meia-idade”. A diretora Júlia Murat foi chamada de “uma verdadeira descoberta” pelos organizadores. Na verdade, porém, ela já foi “descoberta” por seu trabalho anterior, “Histórias que Só Existem Quando Lembradas” (2011), premiado em diversos festivais internacionais. O Festival de Berlim ocorre entre os dias 9 e 19 de fevereiro na capital alemã. Confira abaixo a lista de filmes anunciados, que ainda deve sofrer acréscimos. E veja aqui a lista de filmes da mostra competitiva do festival. Seleção da mostra Panorama no Festival de Berlim 2017 “Vazante” (Brasil/Portugal), de Daniela Thomas “I Am Not Your Negro” (França/EUA/Bélgica/Suíça), de Raoul Peck “The Wound” (África do Sul/Alemanha/Holanda/França), de John Trengove “Política, Manual de Instrucciones” (Espanha), de Fernando León de Aranoa “Combat au Bout de la Nuit (Fighting Through the Night)” (Canadá), de Sylvain L’Espérance “Casting JonBenet” (EUA), de Kitty Green “Honeygiver Among the Dogs” (Butão), de Dechen Roder “Centaur” (Quirguistão/França/Alemanha/Holanda), de Aktan Arym Kubat “Pendular” (Brasil/Argentina/França), de Julia Murat “Ri Chang Dui Hua (Small Talk)” (Taiwan), de Hui-chen Huang “Untitled” (Áustria/Alemanha), de Michael Glawogger, Monika Willi








