Al Strobel, ator de “Twin Peaks”, morre aos 83 anos
O ator Al Strobel, conhecido por seu papel na série “Twin Peaks”, morreu na sexta-feira (2/12). Ele tinha 83 anos e a causa da mote não foi divulgada. A informação foi confirmada pela produtora Sabrina Sutherland, que trabalhou em “Twin Peaks”, e escreveu em seu perfil no Facebook: “Através da escuridão do passado, futuro e muita tristeza, dizemos adeus a Al Strobel. Ele é um ser humano insubstituível e sempre será uma parte importante da nossa família ‘Twin Peaks'”. O ator perdeu seu braço esquerdo num acidente de carro quando tinha 17 anos e o fato de ter apenas um braço foi incorporado de forma marcante na série dos anos 1990. Presente desde o piloto de 1989, o personagem de Strobel, Philip Gerard, removeu o braço na trama para impedir que um ser sinistro possuísse seu corpo. Ele apareceu em 10 episódios da série original e participou de um momento marcante no programa, quando recitava um poema em que dizia “fire walk with me” (traduzido em português como “o fogo anda comigo”). A expressão batizou o filme derivado da série, “Twin Peaks: Fire Walk With Me”, de 1992, mas a referência perdeu o sentido na “tradução” brasileira, que ficou “Twin Peaks: Os Últimos Dias de Laura Palmer”. Strobel também participou do revival da série, “Twin Peaks: O Retorno”, aparecendo em nove episódios de 2017. Fora a atração criada pelo cineasta David Lynch e o roteirista Mark Frost, ele ainda atuou em cinco filmes independentes, dos quais três eram terrores baratos. Nas redes sociais, o ator recebeu homenagem de Mark Frost, co-criador de “Twin Peaks”, que lembrou: ” Que cavalheiro caloroso e maravilhoso ele era”.
Julee Cruise (1956–2022)
A cantora Julee Cruise, que ficou conhecida por seu trabalho na série “Twin Peaks”, morreu aos 65 anos. Seu marido, Edward Grinnan, confirmou a morte em uma homenagem nas redes sociais, sem dar detalhes ou a data exata do falecimento. “Ela deixou este reino em seus próprios termos. Sem arrependimentos. Ela está em paz… Eu toquei para ela [a música do B-52s] ‘Roam’ durante sua transição. Agora ela vai vagar para sempre. Descanse em paz, meu amor”, escreveu Grinnan. Em 2018, a cantora anunciou nas redes sociais que estava lutando contra o lúpus sistêmico, que a deixava com dores crônicas. “Mal consigo andar. E agora é difícil ficar de pé. Minha coluna está desmoronando e apertando os nervos. Não tomo opiáceos, mas a dor é tão forte que choro e brigo com as pessoas. Eu tive um tempo glorioso, mas devo sair daqui. Alguém sábio me disse que eu deveria ir, e assim sendo um recluso, é lei e tédio para mim. Muito obrigado por tudo… Essa é minha última reverência”, escreveu. O trabalho mais conhecido de Cruise é a música “Falling”, cuja versão instrumental, composta pelo compositor Angelo Badalamenti, foi o tema principal de “Twin Peaks”, criação do cineasta David Lynch que marcou época na TV americana. Mas Cruise não foi apenas ouvida na série. Ela chegou a aparecer em alguns capítulos, inclusive no piloto, cantando “Falling” e outras canções com uma banda no melhor estilo lounge. Sua ligação com a franquia se estendeu também a novas aparições no filme de 1992, “Twin Peaks: Os Últimos Dias de Laura Palmer”, e no revival da série em 2017. A longa associação de Cruise com Lynch e o maestro Badalamenti começou em 1986, quando o cineasta procurava uma música para acompanhar uma cena de seu filme clássico “Veludo Azul”. Badalamenti lembrou-se de Cruise de uma oficina de teatro em Nova York, em que ele havia trabalhado, e sugeriu a música que eles criaram, “Mysteries of Love”. Esta canção e “Falling” ajudaram o disco de estreia de Cruise, o etéreo “Floating Into the Night” (lançado em 1989), a se tornar cultuadíssimo. Ela também gravou um cover de Elvis Presley (produzido por Lynch e Badalamenti) para o filme “Até o Fim do Mundo” (1991), de Wim Wenders. E colaborou com uma música inédita para um episódio temático série de comédia “Psych”, que fez uma das melhores homenagens de todos os tempos a “Twin Peaks”, marcando os 20 anos da atração clássica em 2010. Apesar do impacto que causou nos anos 1990, Julee Cruise só lançou quatro álbuns em toda a carreira – o último em 2011. E teria se divertido mais cantando com a banda B-52s, de 1992 a 1999, que em toda a trajetória solo. Segundo seu marido, a fase em que substituiu Cindy Wilson na banda new wave foi o “momento mais feliz de sua vida de artista”. “Ela foi eternamente grata a eles”, contou Grinnan. “Quando ela assumiu o microfone ao lado Fred [Schneider] e Kate [Pierson], ela disse que era como se juntar aos Beatles. Ela nunca esqueceu as viagens que fizeram juntos ao redor do mundo”.
Walter Olkewicz (1948 – 2021)
O ator Walter Olkewicz, que interpretou o barman e crupiê Jacques Renault na série “Twin Peaks”, morreu na terça (6/4) aos 72 anos, em sua casa em Reseda, Los Angeles. Ele lutou com problemas de saúde durante os últimos 20 anos e passou por uma série de cirurgias no joelho que causaram infecções, o que o levou a ficar acamado. Os fãs de “Seinfeld” o conhecem como Nick, o funcionário da TV a cabo no episódio “The Cadillac”, de 1996, enquanto os cinéfilos devem lembrá-lo mais como o advogado da máfia suicida do thriller “O Cliente” (1994). Mas ele vem atuando desde os anos 1970, quando estreou na sci-fi “Mundo Futuro: Ano 2003, Operação Terra” (1976), protagonizada por Peter Fonda. Olkewicz também estrelou a série “Jogos de Damas”, ao lado de Linda Carter em 1984, recorreu em episódios de “Who’s the Boss?” e integrou o elenco de “Grace Under Fire”, criação de Chuck Lorre exibida de 1993 a 1998, entre muitas outras participações no cinema e na TV. Seu papel mais famoso, porém, foi o do sórdido canadense Jacques Renault, irmão de Jean (Michael Parks) e Bernie (Clay Wilcox) na 1ª temporada de “Twin Peaks”, em 1990, que abusou de Laura Palmer na noite de sua morte. O personagem é assassinado por Leland, o pai de Laura, ao final da temporada. Mesmo assim, Olkewicz voltou a interpretá-lo nos prólogos cinematográficos “Twin Peaks: Os Últimos Dias de Laura Palmer” (1992) e “Twin Peaks: O Mistério” (2014, mas feito com sobras do longa dos anos 1990), além de aparecer no reboot “Twin Peaks: O Retorno” (2017) como outro personagem com o mesmo sobrenome, Jean-Michel Renault. As participações em dois episódios do revival da série do cineasta David Lynch foram seus créditos finais. “Foi seu primeiro papel em quase 15 anos, e ele fez tudo atrás de um bar para encobrir o fato de que não conseguia ficar de pé”, observou seu filho na noite de quarta, ao anunciar o falecimento do ator.
Pamela Gidley (1965 – 2018)
Morreu a atriz Pamela Gidley, de “Twin Peaks: Os Últimos Dias de Laura Palmer” (1992), dirigido por David Lynch. Ela faleceu em sua casa, aos 52 anos, no dia 16 de abril, mas a informação só foi divulgada na noite de domingo (29/4) por um jornal de Seabrook, onde vivia. Pamela começou a carreira como modelo infantil e fez sua estreia no cinema em 1986, coestrelando o filme “O Desafio” (Thrashin’), sobre gangues de skatistas, ao lado de Josh Brolin (o Thanos de “Vingadores: Guerra Infinita”). Os dois chegaram a namorar. No Instagram, o ator lamentou a morte da colega. “Tenho memórias incríveis e inocentes dela. Uma mulher de personalidade forte e uma pessoa realmente engraçada”. Ela participou de dois filmes marcantes do final dos anos 1980, a sci-fi “Cherry 2000” (1987) e o drama “Para Sempre na Memória” (1988), antes de viver Teresa Banks no filme derivado da série “Twin Peaks”. A atriz ainda trabalhou com o pai de Josh Brolin, James Brolin, em “Trapaças do Coração” (1993), antes da carreira estagnar. Sua carreira também incluiu algumas séries de curta duração. Gidley chegou a estrelar “Angel Street”, como uma detetive policial parceira de Robin Givens, que só teve uma temporada em 1992, e “Strange Luck”, com a mesma sina em 1995. Ambas duraram mais que “Skin”, cancelada após seis episódios em 2003. Um episódio a mais que sua participação como a técnica forense Terri Miller e possível interesse romântico do protagonista (William Petersen) de “CSI”, entre a 1ª e a 3ª temporadas (2000-2003). Na reportagem do jornal de Seabrook, a família afirmou que a atriz morreu pacificamente em sua casa, mas a causa da morte não foi divulgada.



