Star Trek: Discovery ganha trailer, pôster e painel virtual com novidades da 3ª temporada
A franquia “Star Trek” realizou uma – pouquíssima divulgada – convenção virtual nesta terça (8/9), em que apresentou várias novidades. Batizado de “Star Trek Day”, o evento teve participação de atores e equipes de produção das séries clássicas e das novas atrações exibidas no serviço de streaming CBS All Access. Entre os painéis divulgados no canal da plataforma no YouTube, o maior destaque ficou por conta da revelação do pôster e do trailer da 3ª temporada de “Star Trek: Discovery”, que acompanha a comandante Burnham (Sonequa Martin-Green) numa viagem ao futuro, dando sequência aos eventos do final da 2ª temporada. Os novos episódios encontrarão a tripulação da USS Discovery em um período desconhecido, devastado e cheio de incertezas, em que a tripulação se vê como símbolos de uma utopia destruída e assume a missão de restaurar os ideias de fraternidade da agora extinta Federação dos Planetas Unidos. Além do trailer, o painel destacou a introdução de novos personagens na série, com destaque para Cleveland Booker, papel de David Ajala (“Supergirl”), ator presente na discussão, sem esquecer dos novos representantes da comunidade LGBTQIA+: Blu Del Barrio, em seu primeiro papel como um personagem não binário, e Ian Alexander (“The OA”), que viverá um transexual hospedeiro da raça trill. Com 13 episódios, a 3ª temporada estreará no CBS All Access em 15 de outubro, com a exibição de episódios semanais às quintas. No Brasil, a série é distribuída pela Netflix, que costuma disponibilizar os capítulos um dia após a transmissão nos EUA. Veja abaixo a íntegra do painel, o trailer e o pôster de “Star Trek: Discovery”.
Star Trek: Discovery inclui primeiros personagens trans e não binário da franquia futurista
Conhecida por seu pioneirismo em representatividade e inclusão desde os anos 1960, a franquia futurista “Star Trek” anunciou que passará a contar com mais personagens da comunidade LGBTQIA+, introduzindo seus primeiros personagens trans e não binário. A série “Star Trek: Discovery”, principal título atual da franquia e que já tem um casal gay em sua tripulação original, incluirá um personagem não-binário, interpretado por Blu Del Barrio, estreante na atuação, e um trans vivido por Ian Alexander, que os fãs de “The OA” devem lembrar pelo papel de Buck Vu. Blu Del Barrio viverá Adira, oficial que chega à USS Discovery trazendo muita confiança e inteligência ao time. Durante a temporada, Adira vai forjar uma amizade inesperada com o tenente comandante Paul Stamets (Anthony Rapp) e com o Dr. Hugh Culber (Wilson Cruz), o casal gay original da produção. Já Ian Alexander será Gray, um jovem caloroso e empático cujo sonho é se tornar hospedeiro da raça alienígena de simbiontes conhecida como Trill. Entretanto, algo acontece para tirar esse plano dos trilhos. Em comunicado, a showrunner Michelle Paradise disse que os roteiristas trabalharam com os atores e com a organização ativista GLAAD para criar personagens que refletissem com respeito a comunidade LGBTQIA+. “‘Star Trek’ sempre teve a missão de dar visibilidade a comunidades pouco representadas, porque acreditamos em mostrar um futuro em que as pessoas não sofrem divisões com base em suas raças, identidades de gênero ou orientações sexuais. Queremos mostrar que isso é possível e alcançável”, disse Paradise. “Estamos muito orgulhosos de trabalhar com Blu, Ian e com a GLAAD para criar estes personagens extraordinários de forma compreensiva e empoderadora.” Del Barrio foi aprovada no teste para viver Adira durante seu último ano na Academia de Música e Arte Dramática de Londres. “Star Trek: Discovery” será seu primeiro crédito como atriz profissional. Alexander, o primeiro transgênero asiático-americano a atuar na TV, além de ter aparecido em “The OA”, da Netflix, também trabalhou no videogame “The Last of Us – Parte II”. A 3ª temporada de “Star Trek: Discovery” tem estreia marcada para 15 de outubro na plataforma americana CBS All Access. A série costuma ser exibida no Brasil um dia após a exibição nos EUA pela Netflix.
J.K. Rowling devolve prêmio humanitário após acusações de transfobia
A escritora J.K. Rowling, autora dos livros da saga “Harry Potter” e da franquia cinematográfica derivada, “Animais Fantásticos”, devolveu um prêmio que recebeu da fundação de Direitos Humanos batizada com o nome do falecido senador Robert F Kennedy. O prêmio Ripple of Hope, cujos vencedores anteriores incluem Barack Obama, Joe Biden e o arcebispo Desmond Tutu, é concedido a pessoas que demonstram “compromisso com mudanças sociais” e foi concedido à autora de “Harry Potter” em dezembro de 2019 por seu trabalho com uma instituição de caridade para crianças. Desde então, Rowling fez comentários transfóbicos na internet e Kerry Kennedy, filha do célebre político americano e presidente da fundação, manifestou sua “profunda decepção”. Em um comunicado oficial, a escritora afirma que considerou “incorreto” o posicionamento de Kerry Kennedy, que a considerou “responsável por machucar pessoas trans”. Rowling fez questão de relembrar que é uma antiga doadora de caridades voltadas à comunidade LGBT e sempre apoiou o direito de pessoas trans de viver livre de perseguição, mas reafirmou algumas de suas posições justificando que sua luta é pelo direito das mulheres. “Nenhum prêmio ou homenagem, não importa minha admiração pela pessoa que o concebeu, significa tanto pra mim a ponto de eu renunciar ao direito de seguir as regras de minha própria consciência”, ela disse, em comunicado, sobre a decisão de devolver a homenagem. Em sua manifestação, Rowling repetiu comentários que revoltaram fãs de “Harry Potter”, ao chamar a defesa dos direitos trans de “radical” e afirmar que “há conflito entre o atual movimento radical pelos direitos trans e os direitos das mulheres”. Rowling começou a se manifestar publicamente contrária aos direitos transexuais em dezembro passado, ao defender uma mulher demitida por tuitar que as pessoas não podiam alterar seu sexo biológico. Naquele momento, ela se posicionou contra uma legislação do Reino Unido que permitiria que as pessoas trans pudessem assumir suas identidades sociais. Os ataques foram retomados em junho com ironias contra “pessoas que menstruam”, que não seriam mulheres. Os comentários se acirraram e Rowling acabou publicando um texto longo em seu site pessoal contra o “ativismo trans”, que, segundo sua interpretação, colocava mulheres em perigo. “Eu me recuso a me curvar a um movimento que eu acredito estar causando um dano demonstrável ao tentar erodir a ‘mulher’ como uma classe política e biológica e oferecer cobertura a predadores como poucos antes dele”, ela escreveu. “Quando você abre as portas dos banheiros e dos vestiários para qualquer homem que acredite ser ou se sinta mulher – e, como já disse, os certificados de confirmação de gênero agora podem ser concedidos sem a necessidade de cirurgia ou hormônios -, você abre a porta a todo e qualquer homem que deseje entrar. Essa é a verdade simples”, disse a autora. Por conta dessas posições, ela foi criticada pelos três astros dos filmes de “Harry Potter”, Daniel Radcliffe, Emma Watson e Rupert Grint, bem como pelo protagonista do prólogo “Animais Fantásticos”, Eddie Redmayne, e ainda ganhou uma lição de Nicole Maines, estrela de “Supergirl” que vive a primeira super-heroína transexual da TV. Maines, que aos 15 anos foi proibida de frequentar o banheiro de sua escola, escreveu um longo ensaio para demonstrar que a falta de fundamento dos argumentos de Rowling expressavam apenas preconceito. A polêmica tomou proporções tão grandes que a Warner não sabe o que fazer em relação a “Animais Fantásticos 3”, que perdeu cronograma de filmagens, embora estivesse em pré-produção quando a pandemia paralisou seus trabalhos. E atitudes como a devolução de um prêmio por realizações humanitárias, acompanhado por discurso anti-direitos trans, só piora a situação.
Diretora diz que transexualidade inspirou Matrix
A intenção original de “Matrix” era ser uma grande alegoria sobre transexualidade, revelou Lilly Wachowski durante uma entrevista ao Netflix Film Club, um canal de YouTube dedicado aos filmes disponíveis na plataforma de streaming. Lilly e Lana Wachowski dirigiram o primeiro filme como “os irmãos Wachowski”, passando a virar irmãs apenas após o final da trilogia. Por conta disso, muitas pessoas na comunidade trans adotaram as ideias do longa como metáforas para suas existências, dando origem a várias teorias debatidas há anos nas redes sociais. Agora, uma das autoras de “Matrix” assume que a ideia por trás da criação do universo da franquia veio realmente da exploração da identidade trans a partir da ficção científica. Ela afirma que o filme “deveria servir como uma alegoria trans e utilizar a ficção-científica como uma forma de explorar as questões de identidade e evolução” e se diz agradecida por o público finalmente ter conversas sobre “Matrix” por esta ótica. “Eu fico feliz que tenha se tornado aparente, esta foi a intenção original”, comentou Wachowski, que lembrou como em 1999, época do lançamento original, “o mundo não estava exatamente preparado” para algo assim “em um nível corporativo”, aludindo ao fato de “Matrix” ter sido produzido pelo estúdio Warner. Um tópico do Twitter da Netflix cita o personagem principal do filme, Neo, como um bom exemplo da narrativa trans. Ele faz a transição de Thomas Anderson para Neo durante sua jornada. Mas Wachowski diz que havia um exemplo mais claro. Ela citou Switch, um personagem do primeiro filme, como representante da intenção de o filme ser sobre transformação sexual. No roteiro original, o personagem mudou de gênero ao entrar na Matrix – um homem no mundo “real”, uma mulher em Matrix. A Warner Bros. rejeitou a ideia e decidiu que as pessoas teriam sempre o mesmo gênero no filme original. Wachowski disse que sempre gostou de ficção científica como forma de explicar o que estava sentindo. “Estávamos existindo em um espaço onde as definições não existiam, então vivíamos sempre em um mundo de imaginação”. A cineasta não está participando das filmagens atuais da nova continuação. “Matrix 4” está sendo comandado apenas por Lana Wachowski, assim como aconteceu com a série “Sense8”, que marcou a separação criativa das irmãs. Atualmente em produção em Berlim, na Alemanha, “Matrix 4” tem previsão de estreia apenas para 2022.
Após repercussão negativa, Halle Berry desiste de papel de homem transexual
Demorou pouco o entusiasmo da atriz Halle Berry para interpretar um homem transgênero. Após a repercussão negativa nas redes sociais ao anúncio desse projeto, ela se desculpou e informou ter desistido do papel, em um comunicado publicado nas redes sociais. Ela reconheceu que alguém da comunidade LGBTQIA+ deveria ser responsável por contar esta história, e não ela, uma mulher cisgênero. “No fim de semana, tive a oportunidade de discutir ter considerado este papel como um homem transgênero e gostaria de me desculpar por minhas declarações”, afirmou ela, na nota. “Como mulher cisgênero, eu agora entendo que não deveria ter considerado este papel e que a comunidade transgênero deveria sem dúvidas ter a oportunidade de contar sua própria história”, adicionou a atriz. E acrescentou: “Sou grata pelas orientações e conversas críticas dos últimos dias e continuarei a ouvir, me educar e aprender com esse erro. Me comprometo a ser uma aliada no uso da minha voz para promover uma melhor representação na tela, tanto na frente quanto atrás das câmeras.” A decisão da atriz foi recebida com elogios pela GLAAD, organização que defende a correta representação LGBTQIA+ na mídia. “Estamos satisfeitos que Halle Berry tenha ouvido as preocupações das pessoas trans e aprendido com elas. Outras pessoas poderosas devem fazer o mesmo. Um bom lugar para começar é assistindo ao documentário ‘Disclosure’ [na Netflix] para saber mais sobre a representação trans na mídia”. Halle Berry tinha anunciado o projeto numa live do fim de semana. E não foi criticada apenas por querer viver a personagem, mas por confundir o gênero do papel, ao insistir que se tratava da história de uma mulher. “É uma mulher. É uma história feminina. Sim, ela fez a transição para homem, mas quero entender o porquê e como. Então estou torcendo para que eu consiga fazer isso”, disse na ocasião. Na live, a atriz disse que amava o projeto: “Eu quero experimentar esse mundo, quero entender esse mundo. Quero mergulhar fundo, como fiz em ‘Bruised’”, completou, referindo-se ao filme ainda inédito em que interpretou uma lutadora veterana de MMA. Os comentários foram considerados transfóbicos por membros da comunidade LGBTQIA+, já que homem trans é homem e não mulher que vira homem. A reação negativa também era bastante previsível, uma vez que Scarlett Johansson já tinha se envolvido em uma polêmica parecida há dois anos. Berry repetiu exatamente os mesmos passos feitos pela colega em 2018, que acabou desistindo do papel e pedindo desculpas pela forma como lidou com a situação. “Aprendi muito através desse processo”, disse Johansson na ocasião. pic.twitter.com/qpE8Tw1Xmu — Halle Berry (@halleberry) July 7, 2020
Halle Berry cria polêmica ao revelar planos de interpretar homem transexual
Halle Berry não deve ter visto o documentário “Disclosure” na Netflix. Nem se ligado na polêmica que acompanhou o anúncio de Scarlett Johansson num papel transexual há dois anos, que a fez desistir do filme. Só isso explica seu entusiasmo ao anunciar em uma live no Instagram que seu próximo papel provavelmente será o de um transexual. Pior ainda, ela disse que o personagem masculino é uma mulher. “Estou pensando em interpretar uma personagem… Essa mulher é transgênero. Então meu cabelo vai precisar… Ela é uma mulher que faz a transição para homem, então meu cabelo vai precisar ficar bem curto.” A atriz foi criticada por não só afirmar como insistir que se trata da história de uma mulher. “É uma mulher. É uma história feminina. Sim, ela fez a transição para homem, mas quero entender o porquê e como. Então estou torcendo para que eu consiga fazer isso.” Ela prosseguiu dizendo que ama o projeto: “Eu quero experimentar esse mundo, quero entender esse mundo. Quero mergulhar fundo, como fiz em ‘Bruised'”, completou, referindo-se ao filme ainda inédito em que interpretou uma lutadora veterana de MMA. Os comentários foram considerados transfóbicos por membros da comunidade LGBTQIA+, já que homem trans é homem e não mulher que vira homem. “Ainda tentando entender por que a Halle Berry estaria interessada em interpretar um homem transgênero”, comentou uma usuária do Twitter, em meio a uma campanha para que a atriz reconsidere a decisão. Lançado no mês passado, o filme “Disclosure” é didático ao explicar porque papéis de personagens transexuais deveriam ser interpretado por atores trans. Veja um trecho abaixo. Today is a good day to remind people that casting trans actors in trans roles is more than about opportunity. #DisclosureNetflix https://t.co/Ko2gjPHvnU — Disclosure Documentary (@Disclosure_Doc) July 6, 2020
J.K. Rowling apaga elogio a Stephen King após escritor defender mulheres trans
J.K. Rowling se envolveu em uma nova polêmica no Twitter. Desta vez, não pelo que escreveu, mas pelo que apagou. E ainda envolveu seu colega escritor Stephen King na confusão. Tudo começou quando a autora de “Harry Potter” publicou uma frase sobre direitos de mulheres, que foi retuitada pelo autor de “It – A Coisa” no domingo (28/6). O post de Rowling compartilhado por King dizia: “Andrea Dworkin escreveu: ‘Homens geralmente reagem às palavras das mulheres – faladas ou escritas – como se fossem atos de violência; às vezes homens reagem às palavras das mulheres com violência’. Não é odioso para mulheres falar sobre suas próprias experiências, e elas não merecem ser punidas por fazerem isso”. Após perceber que seu post tinha sido retuitado, Rowling escreveu um elogio ao escritor. “Eu sempre reverenciei Stephen King, mas hoje meu amor atingiu – talvez não o nível de Annie Wilkes [personagem de ‘Louca Obsessão’] – mas novos níveis. É tão mais fácil para homens ignorarem questões femininas ou diminuí-las, mas não vou esquecer os homens que se posicionaram quando não era preciso. Obrigada, Stephen”. Só que mais adiante o escritor respondeu a um fã preocupado com seu apoio à Rowling que o comentário também abrangia mulheres transexuais. “Sim. Mulheres trans são mulheres”. Foi o que bastou para Rowling retirar o elogio feito, apagando seu post sobre King. Além de ter apagado o tuíte, Rowling também parou de seguir King na rede social. Seu ódio parece ter atingido – talvez não o nível de Annie Wilkes – mas novos níveis. Transfóbica assumida, J.K. Rowling tem se isolado na comunidade literária e colocado o futuro de suas franquias infantis, “Harry Potter” e “Animais Fantásticos”, em risco devido ao acirramento de sua postura intolerante. O preconceito da escritora começou a ficar claro para o público quando a escritora decidiu se manifestar contra os direitos transexuais em dezembro passado, ao defender uma mulher demitida por tuitar que as pessoas não podiam alterar seu sexo biológico. Naquele momento, ela se posicionou contra uma legislação do Reino Unido que permitiria que as pessoas trans pudessem assumir suas identidades sociais. Os ataques foram retomados no começo de junho (em 6/6) com ironias contra “pessoas que menstruam”, que não seriam mulheres, e subiram de tom na publicação de um texto longo em seu site pessoal, em que Rowling assumiu ser contra o “ativismo trans”, que, segundo sua interpretação, colocaria mulheres em perigo. “Eu me recuso a me curvar a um movimento que eu acredito estar causando um dano demonstrável ao tentar erodir a ‘mulher’ como uma classe política e biológica e oferecer cobertura a predadores como poucos antes dele”, ela escreveu. “Quando você abre as portas dos banheiros e dos vestiários para qualquer homem que acredite ser ou se sinta mulher – e, como já disse, os certificados de confirmação de gênero agora podem ser concedidos sem a necessidade de cirurgia ou hormônios -, você abre a porta a todo e qualquer homem que deseje entrar. Essa é a verdade simples”, disse a autora. “A atual explosão do ativismo trans está exigindo a remoção de quase todos os sistemas robustos pelos quais os candidatos à reatribuição sexual eram obrigados a passar. Um homem que não pretendia fazer cirurgia e não tomar hormônios pode agora obter um certificado de reconhecimento de gênero e ser uma mulher à vista da lei. Muitas pessoas não estão cientes disso”, completou a escritora. A posição de Rowling foi criticada pelos três astros dos filmes de “Harry Potter”, Daniel Radcliffe, Emma Watson e Rupert Grint, bem como pelo protagonista do prólogo “Animais Fantásticos”, Eddie Redmayne. E levou a atriz Nicole Maines, estrela de “Supergirl” que vive a primeira super-heroína transexual da TV, a se expressar num depoimento pessoal sobre o tema, publicado na revista Variety. Além disso, quatro escritores LGBTQIA+ abandonam agência literária de Rowling em protesto, enquanto funcionários da Hachette, editora de seus livros, estão se recusando a trabalhar com seu novo livro, “O Ickabog”.
Quatro escritores LGBTQIA+ abandonam agência literária de JK Rowling em protesto
Quatro escritores representados pela agência literária de JK Rowling — autora da franquia “Harry Potter” — decidiram deixar a empresa depois que Rowling começou campanha contra direitos de transexuais. Fox Fisher, Drew Davies e Ugla Stefanía Kristjönudóttir Jónsdóttir disseram que não podiam mais trabalhar com a Blair Partnership, com sede em Londres, porque não estavam convencidos de que a empresa “apoia nossos direitos”. Os três se identificam como parte da comunidade LGBTQIA+. Um quarto autor também rompeu contrato com a agência, mas preferiu se manter anônimo. Em declaração conjunta, eles contaram que pediram à editora “que reafirmasse seu compromisso com os direitos das pessoas trans”, mas sentiram que a empresa de JK Rowling “era incapaz de se comprometer com qualquer ação que julgávamos apropriada e significativa”. De acordo com o jornal The Guardian, Jónsdóttir – também conhecido como Owl Fisher e co-autor de “Trans Teen Survival Guide” (o guia de sobrevivência do adolescente trans) – sugeriu que a agência literária deveria realizar treinamento com o grupo All About Trans (tudo sobre trans), mas “essa solicitação não foi encarada positivamente pela gerência”. Por isso, eles decidiram deixar a Blair Partnership, alegando que “a liberdade de expressão só pode ser mantida se as desigualdades estruturais que impedem oportunidades iguais para grupos sub-representados forem desafiadas e alteradas”. A Blair Partnership emitiu um comunicado em que fez uma afirmação genérica, dizendo que apoia “os direitos de todos os nossos autores de expressar seus pensamentos” e que “é nosso dever, como agência literária, apoiar a todos nessa liberdade fundamental”. A polêmica com JK Rowling começou quando a escritora decidiu se manifestar contra os direitos transexuais em dezembro passado, ao defender uma mulher demitida por tuitar que as pessoas não podiam alterar seu sexo biológico. Naquele momento, ela se posicionou contra uma legislação do Reino Unido que permitiria que as pessoas trans pudessem assumir suas identidades sociais. Os ataques foram retomados no começo de junho (em 6/6) com ironias contra “pessoas que menstruam”, que não seriam mulheres. Os comentários se acirraram e Rowling acabou publicando um texto longo em seu site pessoal contra o “ativismo trans”, que, segundo sua interpretação, coloca mulheres em perigo. “Eu me recuso a me curvar a um movimento que eu acredito estar causando um dano demonstrável ao tentar erodir a ‘mulher’ como uma classe política e biológica e oferecer cobertura a predadores como poucos antes dele”, ela escreveu. “Quando você abre as portas dos banheiros e dos vestiários para qualquer homem que acredite ser ou se sinta mulher – e, como já disse, os certificados de confirmação de gênero agora podem ser concedidos sem a necessidade de cirurgia ou hormônios -, você abre a porta a todo e qualquer homem que deseje entrar. Essa é a verdade simples”, disse a autora. “A atual explosão do ativismo trans está exigindo a remoção de quase todos os sistemas robustos pelos quais os candidatos à reatribuição sexual eram obrigados a passar. Um homem que não pretendia fazer cirurgia e não tomar hormônios pode agora obter um certificado de reconhecimento de gênero e ser uma mulher à vista da lei. Muitas pessoas não estão cientes disso”, completou a escritora. A posição de Rowling foi criticada pelos três astros dos filmes de “Harry Potter”, Daniel Radcliffe, Emma Watson e Rupert Grint, bem como pelo protagonista do prólogo “Animais Fantásticos”, Eddie Redmayne. E levou a atriz Nicole Maines, estrela de “Supergirl” que vive a primeira super-heroína transexual da TV, a se expressar num depoimento pessoal sobre o tema, publicado na revista Variety. Até o momento, a Warner, para quem os filmes de “Harry Potter” representam uma mina de ouro, e que atualmente desenvolve um terceiro “Animais Fantásticos” escritos por Rowling, divulgou apenas um comunicado ambíguo, em que reforça sua posição em defesa de “uma cultura diversificada e inclusiva”, ao mesmo tempo em que valoriza seus “contadores de histórias” (Rowling). “Os eventos nas últimas semanas confirmaram nossa determinação como empresa de enfrentar questões sociais difíceis. A posição da Warner Bros. sobre inclusão está bem estabelecida, e promover uma cultura diversificada e inclusiva nunca foi tão importante para nossa empresa e para nosso público em todo o mundo. Valorizamos profundamente o trabalho de nossos contadores de histórias, que se dedicam muito ao compartilhar suas criações com todos nós. Reconhecemos nossa responsabilidade de promover a empatia e advogar a compreensão de todas as comunidades e todas as pessoas, principalmente aquelas com quem trabalhamos e com as quais alcançamos através de nosso conteúdo”, diz o texto que, realmente, não se posiciona a respeito da polêmica. Caso a situação continue evoluindo de forma dramática, o estúdio deverá ser pressionado a sair de cima do muro.
Funcionários da Hachette não querem mais trabalhar com J.K. Rowling
A polêmica causada pelos comentários transfóbicos de J.K. Rowling começa a afetar sua carreira. Funcionários da editora Hachette manifestaram sua insatisfação em uma reunião e se recusaram a seguir trabalhando no novo livro da autora de “Harry Potter”. Segundo o Daily Mail, a divisão de livros infantis da empresa disse “não estar preparada para trabalhar” em ‘O Ickabog’, novo livro de Rowling, criticando as manifestações recentes da escritora. Uma fonte que trabalha na editora teria dito ao jornal britânico que a insatisfação veio de apenas “um punhado de funcionários”, que “conversarão com seus respectivos gestores” sobre o assunto. Mas a Hachete acabou se manifestando oficialmente sobre o assunto. “Nós acreditamos que todos têm o direito de expressar livremente suas crenças e pensamentos”, informou a Hachette em um comunicado. “Por isso não comentamos nas visões pessoais de nossos autores e respeitamos o direito de nossos funcionários expressarem seu ponto de vista”. A editora seguiu o comunicado dizendo que jamais obrigaria seus funcionários a trabalharem em um livro que possa lhes causar incômodo por motivos pessoais, mas que há “uma distinção entre isso e se recusar a trabalhar por discordar da opinião de um escritor” expressada em sua vida pessoal. Em março passado, funcionários da Hachete se manifestaram publicamente contra decisão da editora de lançar o novo livro de Woody Allen, “A Propósito de Nada”. Graças a essa pressão, a editora cancelou o lançamento. O livro, porém, acabou publicado por outra empresa. Rowling começou a se manifestar contra os direitos transexuais em dezembro passado, ao defender uma mulher demitida por tuitar que as pessoas não podiam alterar seu sexo biológico. Naquele momento, ela se posicionou contra uma legislação do Reino Unido que permitiria que as pessoas trans pudessem assumir suas identidades sociais. Os ataques foram retomados no começo de junho (em 6/6) com ironias contra “pessoas que menstruam”, que não seriam mulheres. Os comentários se acirraram e Rowling acabou publicando um texto longo em seu site pessoal contra o “ativismo trans”, que, segundo sua interpretação, coloca mulheres em perigo. “Eu me recuso a me curvar a um movimento que eu acredito estar causando um dano demonstrável ao tentar erodir a ‘mulher’ como uma classe política e biológica e oferecer cobertura a predadores como poucos antes dele”, ela escreveu. “Quando você abre as portas dos banheiros e dos vestiários para qualquer homem que acredite ser ou se sinta mulher – e, como já disse, os certificados de confirmação de gênero agora podem ser concedidos sem a necessidade de cirurgia ou hormônios -, você abre a porta a todo e qualquer homem que deseje entrar. Essa é a verdade simples”, disse a autora. “A atual explosão do ativismo trans está exigindo a remoção de quase todos os sistemas robustos pelos quais os candidatos à reatribuição sexual eram obrigados a passar. Um homem que não pretendia fazer cirurgia e não tomar hormônios pode agora obter um certificado de reconhecimento de gênero e ser uma mulher à vista da lei. Muitas pessoas não estão cientes disso”, completou a escritora. A posição de Rowling foi criticada pelos três astros dos filmes de “Harry Potter”, Daniel Radcliffe, Emma Watson e Rupert Grint, bem como pelo protagonista do prólogo “Animais Fantásticos”, Eddie Redmayne. E levou a atriz Nicole Maines, estrela de “Supergirl” que vive a primeira super-heroína transexual da TV, a se expressar num depoimento pessoal sobre o tema, publicado na revista Variety.
Nickelodeon celebra orgulho LGBTQIA+ sugerindo que Bob Esponja é gay
A Nickelodeon deixou a Internet em frenesi no sábado (13/6), quando postou um tuíte para celebrar o mês do orgulho LGBTQIA+, acompanhado por imagens de três de seus personagens. Foi o suficiente para Bob Esponja ser consagrado como ícone gay. “Comemorando o #Orgulho com a comunidade LGBTQIA+ e seus aliados neste mês e em todos os meses”, disse o post, ao lado das imagens de cor de arco-íris. Um dos personagens em destaque, Korra, da série animada “A Lenda de Korra”, é definitivamente bissexual. Os criadores da animação, Michael DiMartino e Bryan Konietzko, que também criaram “Avatar: A Lenda de Aang”, confirmaram a identidade sexual de Korra em uma série de histórias em quadrinhos publicadas após as quatro temporadas da série original. O segundo personagem apresentado é Schwoz Schwartz, do programa infantil “Henry Danger”. Ele é interpretado pelo ator canadense Michael D. Cohen, que se revelou transexual em uma entrevista em maio de 2019 à revista Time. O personagem de Schwartz em “Harvey Danger” também acabou se revelando trans. “As pessoas não entendem. Eles acham que isso tem a ver com sexualidade e não. Eles acham que isso tem a ver com empurrar uma agenda para as crianças e não é o caso”, disse Schwartz à Time sobre a decisão de tornar sua transição pública. “O que isso significa é enviar uma mensagem às crianças de que, sejam elas quem forem, como elas se identificam, isso também é valorizado e positivo.” O terceiro personagem é, claro, a esponja submarina favorita de todo mundo, o que levou os fãs a supor que a Nickelodeon estava tentando dizer que Bob Esponja é gay. Na verdade, o Sr. Calça Quadrada é, bem, uma esponja, portanto assexuado. Isso é corroborado pelo próprio criador do personagem, o falecido Stephen Hillenburg, que disse à revista People em 2005 que esponja não tem sexo. Para a comunidade LGBTQIA+, isso significa que ele é não binário. Ou queer. E isso é um bom motivo para celebrar Bob Esponja no mês da diversidade sexual. Celebrating #Pride with the LGBTQIA+ community and their allies this month and every month 🌈 (🎨: by @ramzymasri) pic.twitter.com/pENmTaQB0h — Nickelodeon (@Nickelodeon) June 13, 2020
Estrela transexual de Supergirl refuta argumentos transfóbicos de J.K. Rowling
A atriz Nicole Maines, estrela de “Supergirl” que vive a primeira super-heroína transexual da TV, deu um depoimento à revista Variety em que desarma os ataques de J.K. Rowling contra comunidade trans. A intérprete da Sonhadora refutou os argumentos da escritora dos livros de “Harry Potter” e dos filmes “Animais Fantásticos” para justificar sua transfobia, afirmando que eles contradizem as próprias histórias que ela escreveu. Nicole Maines não é apenas atriz. Ele se tornou ativista trans ao enfrentar, aos 15 anos de idade, o mesmo preconceito assumido por Rowling em seus ataques contra a comunidade transexual. Após redefinir sua identidade, ela foi humilhada e impedida de frequentar o banheiro feminino de sua escola. Como também não podia ir ao banheiro masculino, onde sofria bullying, sua família entrou com uma ação na Justiça contra discriminação. Em junho de 2014, a Suprema Corte dos Estados Unidos concluiu que o distrito escolar havia violado seus direitos humanos. A família Maines recebeu uma indenização de US$ 75 mil e a escola foi proibida de impedir alunos transgêneros de entrar no banheiro com qual se identificassem. A decisão criou jurisprudência e virou um marco histórico na luta pela aceitação da comunidade trans. E também tornou a ainda adolescente Nicole Maines conhecida em todos os EUA. O argumento do banheiro exclusivo feminino foi utilizado por Rowling para justificar seus ataques à comunidade trans. Rowling já tinha se manifestado contrária aos direitos transexuais em dezembro passado, ao defender uma mulher demitida por tuitar que as pessoas não podiam alterar seu sexo biológico. Naquele momento, ela se posicionou contra uma legislação do Reino Unido que permitiria que as pessoas trans pudessem assumir suas identidades sociais. Os ataques foram retomados no sábado passado (6/6) com ironias contra “pessoas que menstruam”, que não seriam mulheres. Os comentários se acirraram e Rowling acabou publicando um texto longo em seu site pessoal contra o “ativismo trans”, que, segundo sua interpretação, colocava mulheres em perigo. “Eu me recuso a me curvar a um movimento que eu acredito estar causando um dano demonstrável ao tentar erodir a ‘mulher’ como uma classe política e biológica e oferecer cobertura a predadores como poucos antes dele”, ela escreveu. “Quando você abre as portas dos banheiros e dos vestiários para qualquer homem que acredite ser ou se sinta mulher – e, como já disse, os certificados de confirmação de gênero agora podem ser concedidos sem a necessidade de cirurgia ou hormônios -, você abre a porta a todo e qualquer homem que deseje entrar. Essa é a verdade simples”, disse a autora. “A atual explosão do ativismo trans está exigindo a remoção de quase todos os sistemas robustos pelos quais os candidatos à reatribuição sexual eram obrigados a passar. Um homem que não pretendia fazer cirurgia e não tomar hormônios pode agora obter um certificado de reconhecimento de gênero e ser uma mulher à vista da lei. Muitas pessoas não estão cientes disso”, completou a escritora. A posição de Rowling foi criticada pelos três astros dos filmes de “Harry Potter”, Daniel Radcliffe, Emma Watson e Rupert Grint, bem como pelo protagonista do prólogo “Animais Fantásticos”, Eddie Redmayne. Mas foi Maines quem teve a paciência de demonstrar, com clareza, a falta de fundamento dos argumentos da escritora, que expressariam apenas preconceito. “A parte central do movimento trans-excludente e seus argumentos residem na ideia de que mulheres trans são uma ameaça para a segurança de mulheres cisgênero e, assim, ao conquistarmos o direito de existir em locais públicos e participar da sociedade, estaríamos tirando os direitos de outras mulheres”, escreveu Maines. “Eu conheço bem esse argumento. A primeira vez que eu o ouvi, ainda estava na escola. Um ofício estava circulando sobre eu usar o banheiro feminino em minha escola em Orono, Maine. Havia uma garota, que devia ser de uma série ou duas acima da minha, e que disse que tinha medo de me ver no mesmo banheiro porque ‘ela vai olhar pra mim enquanto eu estiver me trocando’”, ela lembrou. “Como uma criança da 6ª série, foi muito desolador saber que eu estava sendo excluída porque as pessoas achavam que eu era algum predador perigoso.” Maines diz que é um absurdo mulheres se sentirem inseguras porque banheiros e vestiários são frequentados pela comunidade trans. “Nos 20 estados e em aproximadamente 200 cidades que têm políticas de gênero, descobrimos que permitir que as pessoas trans utilizem as instalações que correspondem à sua identidade de gênero não traz o menor impacto negativo na segurança pública.” “Acho engraçado no ensaio dela que ela também crie uma ‘câmara de eco’, porque acho que é exatamente onde e como essa mentalidade se desenvolve, e como essas ideologias permaneceram tão fortes por todos esses anos, porque são as pessoas que afirmam ser especialistas e pessoas que afirmam ter feito suas pesquisas que ficam alimentando seus preconceitos mutuamente. Achei surpreendente que ela dissesse que estava fazendo toda essa pesquisa e conversando com psiquiatras e membros da comunidade. Um, eu adoraria ver os recibos. Segundo, acho que ela está realizando pesquisas de maneira bastante tendenciosa, porque na minha pesquisa a grande maioria do mundo da medicina discorda da sua linha de pensamento”, acrescenta. “Outra coisa que Rowling mencionou em seu ensaio é que uma pessoa pode mudar sua certidão de nascimento sem ter que se submeter a terapia sexual ou hormonal – ou seja, agora qualquer pessoa pode entrar em um banheiro específico de gênero. Isso é falso”, ela contesta. “Eu tive que passar por anos de terapia e aconselhamento antes de mudar minha identificação de gênero na carteira de identidade. Eu tive que obter duas cartas de recomendação vindas de diferentes psicólogos. Eu fui questionada por todos na minha vida se eu me conhecia bem como eu dizia que me conhecia. Ninguém passa por todo esse questionamento, essa invasão em sua identidade para ir a um banheiro e ver um completo estranho dizer: ‘Ei, você não pode estar aqui. Você é alguém que apenas decidiu ser uma garota um dia’”. “Não, eu não ‘decidi’ apenas: tive que provar a mim mesmo e reforçar minha identidade com estranhos e outras pessoas da minha família, psiquiatras, amigos, colegas e colegas e minha comunidade, repetidamente”, contou. A atriz também revelou que decidiu fazer a transição médica, mas nem todo transexual faz. “Existem milhões de razões pelas quais uma pessoa trans pode não querer uma transição médica e nenhuma delas é da conta de ninguém, a não ser de quem precisa decidir. Tudo isso remonta à autonomia corporal. Ninguém – cis, trans, homem ou mulher – deve sujeitar seu corpo a mais ninguém. As pessoas trans não precisam e não devem ser obrigadas a alterar seu corpo para serem consideradas aceitáveis. Quero dizer, não é exatamente a mesma coisa pelas quais as mulheres lutam há décadas? Contra a pressão para mudar a nós mesmas e nossos corpos para agradar outras pessoas? Este é apenas mais um conjunto de padrões de beleza irracionais. E isso machuca todos nós”. “O que torna tudo isso tão decepcionante é que eu era – e ainda sou – uma fã de ‘Harry Potter’. Eu sou completamente Sonserina. E esses comentários são de partir o coração para muitos fãs LGBTQIA+. Esses livros ajudaram muitos a assumirem e aceitarem suas identidades. Quantas crianças fantasiam sair do armário e aprender mágica?”, lamentou. “Os comentários de Rowling falam contra a própria mensagem de seus livros – sobre sermos mais fortes juntos, sobre inclusão, sobre autodescoberta, bravura e triunfo sobre as adversidades. São contraditórios em relação ao mundo que ela criou”. É neste ponto que ela defende a separação entre arte e artista, defendendo que, a partir do momento da publicação, a arte pertence ao público. “Mas ainda sou fã e vou lhe dizer o porquê: porque esses livros e suas mensagens ainda existem, e o que quer que Rowling acredite pessoalmente não pode tirar isso de nós. Ninguém pode tirar isso de nós, e esse mundo realmente pertence aos fãs agora. Ninguém pode mudar se isso te ajudou a se assumir. Isso pertence a você”. “Eu acho que é realmente importante reconhecer e falar que, num momento em que estamos testemunhando uma mudança histórica na luta para acabar com a opressão contra vidas negras, ela tenha escolhido atacar identidades trans e usar sua enorme plataforma para se afastar da discussão racial. O movimento trans e o movimento Black Lives Matter (vidas negras importam) compartilham uma luta semelhante em nossas batalhas para nos sentirmos seguros em nossos corpos e em nossas peles, quando outras pessoas determinam que somos de alguma forma inferiores. É exaustivo ter que constantemente tentar explicar às pessoas, em termos cada vez mais simples, que merecemos direitos humanos, que merecemos nos sentir tão seguros quanto eles. E é sobre isso que deveríamos estar falando”, ela conclui.
Supergirl: Primeira heroína trans da TV vai lutar contra vilão transfóbico
Depois de introduzir a primeira super-heroína transexual da TV, a série “Supergirl” vai apresentar um vilão transfóbico. O trailer do próximo episódio, intitulado “Reality Bytes”, traz a ameaça do vilão machão, que resolve demonstrar sua insatisfação contra o fato de uma transexual ser considerada heroína. Veja abaixo. No capítulo, após uma colega trans ser atacada, Nia/Sonhadora resolve tomar a frente do caso e deter o criminoso preconceituoso. A personagem Sonhadora (Dreamer, em inglês) entrou em “Supergirl” na temporada passada e é interpretada pela atriz Nicole Amber Maines, que nasceu com o nome de Wyatt Maines em 7 de outubro de 1997, junto com seu irmão gêmeo Jonas, e se descobriu transgênero aos três anos de idade – mas precisou chorar muito e sofrer para ter a identidade sexual respeitada em sua própria casa, já que o pai não a deixava usar os vestidos cor-de-rosa que ela queria. Foi na 4ª série do ensino fundamental que ela decidiu se chamar Nicole, como sua personagem favorita da série infantil “Zoey 101” (2005–2008), do canal Nickelodeon. E aos 15 anos de idade, já aceita pela família, passou a lutar por seus direitos na escola. Humilhada, ela não podia ir ao banheiro da instituição, porque foi impedida de frequentar o banheiro feminino após a reclamação do avô de uma de suas colegas. Também não podia ir ao banheiro masculino, onde sofria bullying. A família de Nicole entrou com uma ação na Justiça por sentir que ela estava sofrendo discriminação. Em junho de 2014, a Suprema Corte dos Estados Unidos concluiu que o distrito escolar havia violado seus direitos humanos. A família Maines recebeu uma indenização de US$ 75 mil e a escola foi proibida de impedir alunos transgêneros de entrar no banheiro com qual se identificassem. A decisão criou jurisprudência e virou um marco histórico na luta pela aceitação da comunidade trans. E também tornou a ainda adolescente Nicole Maines conhecida em todo o país. Aos 18 anos, ela contou sua história no livro “Becoming Nicole”, escrito por Amy Ellis Nutt, jornalista do Washington Post, com o objetivo de mostrar a falta de preparo dos pais e das instituições para lidar com crianças transexuais. A publicação entrou na lista dos livros mais vendidos do New York Times e recebeu diversos prêmios. Naquele mesmo ano de 2015, Nicole estreou como atriz, participando da série “Royal Pains”, num episódio sobre os perigos sofridos por uma adolescente trans ao usar hormônios. No ano seguinte, foi destaque no documentário “The Trans List”, da HBO. “Supergirl” lhe deu ainda mais visibilidade, mostrando o quão longe pode levar a vontade de usar um vestido cor-de-rosa. O episódio “Reality Bytes”, da 5ª temporada da série, vai ao ar no próximo domingo (15/3) nos EUA. A série é exibida no Brasil pelo canal pago Warner.
Toda Forma de Amor: Bruno Barreto assina série LGBTQIA+ que estreia nesta sexta
O diretor Bruno Barreto, de longas como “Dona Flor e Seus Dois Maridos”, que levou 10 milhões de brasileiros aos cinemas, e “O Que É Isso Companheiro?”, indicado ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro, vai estrear como diretor de uma série de ficção com “Toda Forma de Amor”, que chega ao Canal Brasil nesta sexta (25/10). A emissora disponibilizou um vídeo com cenas da atração e depoimentos da equipe, além de fotos da produção. Veja abaixo. Escrita por Marcelo Pedreira (“Incuráveis”), a série aborda o tema do amor LGBTQIA+ e também o ódio contra pessoas trans no Brasil e é estrelada por Gabrielle Joie, que também está na novela “Bom Sucesso”, da Globo. “Toda Forma de Amor” foi gravada em São Paulo e tem como principais cenários a casa noturna Trans World e um consultório de psicologia comandado por uma psicóloga lésbica, Hannah, interpretada por Guta Ruiz (“Gostosas, Lindas e Sexies”). No elenco, estão o ator Rômulo Arantes Neto (“Mais Forte que o Mundo: A História de José Aldo”), como Daniel, empresário hétero e dono da boate que se apaixona por Marcela (Gabrielle Joie), uma DJ trans, sem saber de sua sexualidade. Completam o elenco os atores Otávio Martins, Juan Alba, Wallie Ruy, Christiana Ubach, Daniel Infantini, Alexandre Cioletti e Eucir de Souza, Fabiana Gugli, além de participações especiais de Rita Batata e do argentino Juan Manuel Tellategui. “A série lida com questões muito atuais, que são texto e não contexto. É sobre a condição humana. Não importa qual o seu gênero ou orientação sexual. No final, todos queremos a mesma coisa”, disse Bruno Barreto em entrevista ao programa “Cinejornal”, do Canal Brasil. Os quatro primeiros episódios da série também estão sendo lançados em streaming no dia da estreia televisiva, inclusive para não assinantes, no Canal Brasil Play, Now, Vivo Play e Oi Play.










