Ex-astro mirim de “Manual de Sobrevivência Escolar do Ned” vira morador de rua
Tylor Chase, que também participou de “Todo Mundo Odeia o Chris”, foi reconhecido por influenciadora e mobilizou vaquinha online
Ator de “Cidade de Deus” é detido por ameaça e desacato
O ator Rubens Sabino da Silva, intérprete de Neguinho em “Cidade de Deus” (2002), foi detido na quinta-feira (16/11) após brigar com um vendedor ambulante em frente ao Sider Shopping, em Volta Redonda, no estado Rio de Janeiro. O boletim de ocorrência revela que o ator estava em posse de uma arma branca e ameaçou tirar a vida do vendedor. Divulgado pelo G1, o boletim também afirma que Rubens estava exaltado e precisou ser imobilizado para que a revista fosse feita. Na ocasião, nada teria sido encontrado. Irritado com a abordagem, o ator alegou que “não estava fazendo nada” e gritou que estava sofrendo racismo dos policias. “Ao abordar o acusado, na iminência do mesmo estar portando uma arma branca, foi ordenado que o mesmo não se movesse para ser feita a revista pessoal. Neste momento, o acusado se exaltou, gritando e acusando a guarnição de racismo e querendo se evadir do local. A guarnição então achou por necessário e para segurança a imobilização do mesmo para revista pessoal. Após a revista, nada de ilícito fora encontrado, porém o mesmo continuou exaltado”, diz o boletim. Levado para a 93ª Delegacia Policial, Rubens confessou ter ameaçado matar o ambulante e usado a pauta sobre racismo para não ser detido. Ele foi autuado por ameaça, resistência, desobediência e desacato. Após prestarem depoimento, o acusado e a vítima foram liberados. O ator possui outras quatro anotações por roubo e furto. Virou morador de rua Mesmo com o sucesso de “Cidade de Deus”, Rubens não conseguiu fazer a carreira decolar, ao contrário de vários outros colegas, como Leandro Firmino, Douglas Silva, Phellipe Haagensen, Seu Jorge e Alice Braga. Cerca de um ano após a estreia do longa, foi preso após roubar a bolsa de uma mulher num ônibus. Ele se tornou viciado em drogas. “Depois que fui preso, a produção de ‘Cidade de Deus’ me embarcou para Belém do Pará e fiquei três anos internado num centro de recuperação. Como é que um ator assiste à premiação do Oscar de um filme de que ele é um dos principais dentro de uma clínica de reabilitação?”, contou ao jornal Extra no ano passado. “Era pra ser o auge da minha vida. Eu me fechei pra tudo, não tenho contato com mais ninguém do elenco”. Rubens foi encontrado pelo Extra, em setembro de 2022, vivendo como morador de rua no Rio de Janeiro. Em “Cidade de Deus”, o personagem de Rubens, Neguinho, é quem ouve a frase mais famosa do longa, dita por Douglas Silva: “Dadinho é o car*lho, meu nome agora é Zé Pequeno, p*rra”.
“Segunda Chamada” abordará sem-tetos em sua 2ª temporada
A série “Segunda Chamada” vai incluir novos alunos em sua 2ª temporada. E, aprofundando a discussão da trama sobre a realidade social brasileira, eles serão pessoas em situação de rua. Trazidos por iniciativa da professora Lúcia (personagem de Débora Bloch), os novos personagens ajudarão a impedir o fechamento do curso noturno, que sofre com alta evasão escolar, mas deflagrarão várias situações conflituosas. A história será contada em seis episódios. Devido à pandemia foram produzidos apenas metade dos 12 episódios encomendados. Interrupções afetaram as gravações no começo de 2020 e em maio deste ano. A expectativa de lançamento é para setembro, logo após o final da 4ª temporada de “Sob Pressão”.
Festival de Cannes volta a ser adiado e pode virar evento digital
A organização do Festival de Cannes anunciou nesta terça (14/4) que o evento não será realizado na data prevista, entre o fim de junho e início de julho. Era óbvio que isso aconteceria. O anúncio foi feito um dia depois de o presidente da França, Emmanuel Macron, prolongar a quarentena no país, onde a organização de grandes eventos está proibida até meados de julho por conta da pandemia do novo coronavírus. “É claramente difícil supor que o Festival de Cannes possa ser realizado este ano em seu formato original”, diz a nota divulgada pelos organizadores. “No entanto, desde ontem à noite, iniciamos muitas discussões com profissionais, na França e no exterior. Eles concordam que o Festival de Cannes, um pilar essencial para a indústria cinematográfica, deve explorar todas as contingências que permitam apoiar o ano do cinema, tornando real o Cannes 2020, de uma maneira ou de outra”, acrescenta o comunicado. Inicialmente, a organização se manteve confiante de que o Festival seria realizado nas datas originais, entre 12 e 23 de maio. Porém, em março, o Cannes 2020 passou para o final de junho, o que também demonstrava otimismo exagerado. Mesmo diante da realidade, os organizadores evitavam abrir brechas para uma possível edição digital do evento. Isto porque Cannes chegou a banir os filmes da Netflix de sua competição, após pressão dos proprietários de cinemas da França, e a realização de uma versão do festival em streaming representaria uma reviravolta completa em sua posição original. Caso isso aconteça, Cannes perderá argumentos para continuar barrando produções da Netflix e de outras plataformas digitais em sua competição. A outra opção seria o cancelamento do festival neste ano, já que seria inviável a realização do evento no inverno europeu, enfrentando concorrência direta de Veneza. Atualmente, o Palais des Festivals, cinema da mostra competitiva de Cannes, está interditado e servindo de centro de atendimento da população sem-teto da cidade francesa.
Festival de Cannes passa a abrigar população sem-teto durante interdição do coronavírus
O Palais des Festivals, cinema em que são exibidos os filmes em competição do Festival de Cannes, trocou o tapete vermelho dos grandes astros de Hollywood pela população sem-teto da cidade francesa, durante a interdição forçada pela pandemia do coronavírus. O tradicional festival de cinema deveria acontecer entre 12 e 23 de maio, mas na semana passada os organizadores adiaram o evento para o final de junho ou começo de julho. Imediatamente, na sexta-feira (20/3), o cartão-postal do festival começou a acolher os desabrigados. “Temos entre 50 e 70 pessoas aqui todas as noites”, disse Dominique Aude-Lasset, porta-voz da prefeitura de Cannes, para a agência Reuters. Reportagem da Reuteurs explicou que um funcionário de máscara mede a temperatura de cada sem-teto que entra no recinto, onde há uma área de alimentação, um bloco de chuveiros e um espaço comum com televisão e jogos, além da sala onde se estendem camas de campanha montadas em três fileiras longas. A iniciativa visa ajudar a minimizar a falta de locais apropriados para isolar os estimados 12 mil sem-teto que vivem nas ruas da França, após o presidente francês, Emmanuel Macron, orientar os 67 milhões de cidadãos franceses a ficarem em casa para se protegerem da pandemia e desacelerar sua disseminação. Existe o receio de que o coronavírus pode ter um impacto desproporcional nos sem-teto, que geralmente vivem sem acesso a condições sanitárias adequadas e às vezes sofrem de doenças subjacentes. Cannes dá um exemplo de como resolver a situação, ainda nem sequer mencionada pelas autoridades brasileiras.
Era o Hotel Cambridge é ficção, mas parece documentário
“Era o Hotel Cambridge” é um filme de ficção, porém, tão colado à realidade dos fatos e situações que representa, que, muitas vezes, é difícil distinguir a encenação do documentário. A história que o filme conta é a da ocupação de um prédio abandonado no centro de São Paulo, na avenida 9 de julho, que foi, era, o hotel Cambridge, pelo Movimento dos Sem-Teto do Centro. O filme foi feito lá mesmo, com os ocupantes representando seus papéis, sua história e a de outros, ao lado de atores profissionais. A diretora Eliane Caffé (“Narradores de Javé”), com sua equipe de filmagem, frequentou a ocupação por dois anos, conviveu e se envolveu com a vida dos moradores até criar sua ficção, que é uma interação entre personagens e situações daquele espaço e de relatos que vieram deles. Eliane descobriu, ao lado dos chamados sem-teto, refugiados estrangeiros vindos do Congo, da Síria e da Palestina, recém chegados ao Brasil. Buscou também registrar o convívio desses refugiados com os “refugiados” do próprio país, ou seja, os “refugiados da falta de direitos”. Aqui, o cinema não observou a realidade, se envolveu com ela (e ainda se envolve, diga-se de passagem). Mergulhou na situação vivida pelas pessoas que ocupam aquele prédio, mostrou fatos relativos a outras ocupações, à repressão policial, e se envolveu também com os aspectos psicológicos, humanos, daquelas pessoas sofridas, mas ativas e lutadoras. Mostrou o comando e a força do gênero feminino nessa batalha diária e constante que é a ocupação. Carmen Sílvia desponta como liderança popular, forte e decidida, e acaba se revelando como atriz. José Dumont (novela “Velho Chico”) e Suely Franco (“Minha Mãe é uma Peça 2”) estão muito integrados à situação, vivendo tudo aquilo junto com os ocupantes sem-teto, como se fossem eles próprios moradores e integrantes do movimento de moradia. “Era o Hotel Cambridge” reflete o amálgama de fatos, situações, encenações, personagens, que se confundem no real e no imaginário, oriundos do mundo interno ou da dimensão sociológica, sem delimitações claras. Toma o partido da FLM – Frente de Luta Pela Moradia – e dos demais movimentos a ela associados. Realiza uma imersão comprometida com a questão social que retrata. É um filme emocionante e envolvente. Um filme de luta, eu diria. A produção recebeu muitos prêmios pelo Brasil. O público da 40ª. Mostra Internacional de Cinema de São Paulo e o do Festival do Rio 2016 o elegeu como melhor longa brasileiro. Venceu também o Festival Aruanda, de João Pessoa, e foi premiado no Festival Cinema de Fronteira em Bagé, além de se destacar em festivais internacionais, como os de San Sebastian e Roterdã.
De Longe Te Observo confirma bom momento do cinema latino-americano
O venezuelano “De Longe Te Observo”, primeiro longa de Lorenzo Vigas, foi o vencedor do Leão de Ouro no Festival de Veneza e chegou a ser exibido na 39ª. Mostra Internacional de Cinema de São Paulo com seu título original, “Desde Allá”. O filme navega num universo em que a homossexualidade como desejo traz à tona uma série de questões e constrói uma narrativa complexa, muito forte, que surpreende. Tem uma estrutura consistente, que inclui a realidade social dos meninos de rua, mexe e brinca com preconceitos estabelecidos. E envereda por uma trama que tem elementos policiais e suspense. Faz tudo isso de forma bem concatenada. A narrativa se centra no relacionamento entre Armando (Alfredo Castro), um homem que paga para que jovens fiquem nus para ele se masturbar sem tocá-los, e Elder (Luís Silva), adolescente em situação de rua, que lidera uma gangue juvenil. A relação se dá por meio do dinheiro, mas se estabelece de forma complicada, trazendo muitos elementos. O dinheiro aparece como roubo, meio de agressão, chantagem, afeto ou solidariedade. Traz mistérios que envolvem o passado de Armando e o pai dele, que entrarão nessa relação, vinculando dois personagens que, a rigor, só estariam em contato em função de interesses imediatos e fugazes. Assim como o personagem Armando, a câmera observa as situações, passeia pela vida deles e de seus encontros, dá tempo para que entendamos o contexto e as variáveis que os envolvem, mantendo um clima seco, duro e algo misterioso. O que está para ser revelado nunca sabemos muito bem o que é, do que se trata realmente. A trama conta especialmente com os dois protagonistas em ótima atuação, sutil e contida, que ajudam a prender a nossa atenção para o que vai se desenrolar em camadas sucessivas. A história original que serviu de base para o roteiro do diretor é do escritor e roteirista mexicano Guillermo Arriaga, de trabalhos como “Babel” e “Amores Brutos”. O filme é coproduzido pelo México. E resultada num belo trabalho do cinema venezuelano, que confirma a observação de um grande momento criativo para a sétima arte na América Latina.
Helena Bonham Carter prepara minissérie passada em Nova York nos anos 1940
Helena Bonham Carter pretende produzir e estrelar a minissérie “Saint Mazie”, baseada na história real de Mazie Gordon-Phillips, uma mulher que ficou conhecida por ajudar os sem-teto de Nova York durante os anos 1940. Mazie trabalhava vendendo ingressos de um cinema local – que eventualmente herdou do proprietário. Em seu tempo livre, ela distribuía dinheiro, sabão, comida e bebidas para os desabrigados. Mas ao contrário da imagem de santa que adquiriu ao longo dos anos, era uma mulher desbocada e de espírito livre. Ela ainda inspirou um premiado livro de ficção escrito por Jami Attenberg, que servirá de base para a série. A adaptação foi desenvolvida pela roteirista Clara Brennan (da vindoura cinebiografia de Janis Joplin. A produção está cargo da própria Helena Bonham Carter, em parceria com a produtora Faye Ward, com quem trabalhou no filme “As Sufragistas” (2015). Por enquanto, o projeto não está associado com nenhuma emissora, nem tem data de estreia oficial.







