Tecladista do Skank, Henrique Portugal lança EP com o grupo Solar Big Band
O projeto traz novas roupagens para clássicos de Roberto Carlos, Beatles, Tom Jobim e Carlos Gardel
Bombeiros pedem cancelamento de show de Roberto Carlos no Pacaembu
A concessionária do estádio contradiz o órgão e diz que o espaço oferece "segurança necessária" para receber 3 mil pessoas
Hoje é dia de “Especial Roberto Carlos”. Saiba detalhes do show
A Globo exibe nesta sexta (22/12) o tradicional “Especial Roberto Carlos”, que faz sua programação de fim de ano há algumas décadas. A edição deste ano recebeu o subtítulo de “Eu Ofereço Flores” e, além da TV, também poderá ser assistida pela plataforma Globoplay. O especial, que vai ao ar às 22h25, logo após a novela “Terra e Paixão”, foi gravado em 29 de outubro e contou com seis convidados. Cantando músicas suas e dos colegas cantores, Roberto Carlos esteve no palco ao lado de Luísa Sonza, Ana Castela, Fábio Jr., Mumuzinho, Jão e até o humorista Paulo Vieira. Confira abaixo o repertório da apresentação. “Amazônia” “Quando” “Eu Ofereço Flores” “Olha” (com Luísa Sonza) “Chico (Se Acaso me Quiseres)” (com Luísa Sonza) “20 e Poucos Anos” (com Fábio Junior) “É Preciso Saber Viver” (com Fábio Junior) “Solteiro Forçado” (com Ana Castela) “Como Vai Você” (com Ana Castela) “Me Lambe” (com Jão) “É Proibido Fumar” (com Jão) “Eu Mereço Ser Feliz” (com Mumuzinho) “Ilegal, Imoral, ou Engorda” (com Paulo Vieira)
Roberto Carlos lança primeira música inédita em mais de uma década
O cantor Roberto Carlos lançou nesta quinta-feira (23/11) a canção “Eu Ofereço Flores”, sua primeira gravação inédita em mais de uma década – desde “Esse Cara Sou Eu” e “A Mulher que Eu Amo”, de 2012. Composta pelo próprio cantor, a música evoca seus fãs num agradecimento pelo apoio ao longo das décadas. “E olhando pra vocês/Eu vejo esses sorrisos/ Que enfeitam minha vida/De alegria e cores/De todo o coração/Por tudo isso então/Eu ofereço flores”, diz a letra. Com andamento lento e arranjo orquestral, a canção foi apresentada pela primeira vez num show comemorativo dos 82 anos de Roberto, no dia 19 de abril deste ano, em Cachoeiro do Itapemirim, no Espírito Santo, cidade natal do cantor. Mas só agora ganhou registro oficial. Roberto deve cantar “Eu Ofereço Flores” na gravação de seu especial de fim de ano da TV Globo, que vai acontecer no próximo dia 29 de novembro numa casa de shows do Rio de Janeiro.
Roberto Carlos vai participar de filme derivado da novela “Amor de Mãe”
O cantor Roberto Carlos voltará às telas, meio século depois sua trilogia musical de aventuras dos anos 1960 e 1970. Ele fará uma rara participação especial em “Dona Lourdes, o Filme”. A produção vai trazer de volta a personagem de Regina Casé na novela “Amor de Mãe” (2019), da Globo, e contará também com a presença da apresentadora Ana Maria Braga, segundo informações da coluna Play, do jornal O Globo. Da TV para o cinema “Amor de Mãe” teve seu percurso impactado pela pandemia da Covid-19, interrompendo as gravações em março de 2020. O retorno à programação ocorreu um ano depois, o que estendeu sua permanência no imaginário popular. Na trama, a personagem de Casé se dedicava à busca incessante pelo filho Domênico, que mais tarde se revelou ser Danilo, interpretado por Chay Suede e criado pela vilã Thelma, papel de Adriana Esteves. O filme vai mostrar o que aconteceu com Dona Lourdes um ano depois do final da novela. Regina Casé retornará para interpretar a personagem que, agora, enfrenta uma nova fase de sua vida. Os cinco filhos seguiram seus próprios caminhos e ela se redescobre como mulher, após anos dedicados à maternidade. A trama é baseada no livro “Diário da Dona Lurdes”, que a autora Manuela Dias lançou após a novela “Amor de Mãe”. O roteiro é de Claudio Torres Gonzaga (“Os Parças”) e o elenco também terá Chay Suede, Nanda Costa, Juliano Cazarré, Thiago Martins e Jéssica Ellen, que voltam a interpretar os filhos de Lurdes, além de Enrique Diaz como Durval. Para completar, Arlete Salles, Evandro Mesquita e Maria Gal farão novos papéis na história. Ainda não há previsão de estreia confirmada para o filme.
Lolita Rodrigues, pioneira da TV brasileira, morre aos 94 anos
A atriz Lolita Rodrigues, pioneira da TV brasileira, morreu na madrugada deste domingo (5/11), em João Pessoa, Paraíba, aos 94 anos. Ela estava internada no Hospital Nossa Senhora das Neves e não resistiu a uma pneumonia. Nascida Sylvia Gonçalves Rodrigues Leite, em 10 de março de 1929 em Santos, litoral de São Paulo, Lolita iniciou sua carreira nas radionovelas na Rádio Record aos dez anos, em São Paulo, e seguiu como cantora da rádio, com passagens pelas emissoras Bandeirantes, Cultura e Tupi. Durante a era do rádio, Lolita foi reconhecida com dois Troféus Roquette Pinto na categoria de melhor cantora. Este período também foi essencial para que ela construísse uma base sólida de fãs que a levou a ser bastante requisitada com a chegada da televisão. A estreia da TV brasileira A estreia de Lolita Rodrigues na televisão ocorreu em um momento histórico para o Brasil, marcando o início das transmissões televisivas no país. No dia 18 de setembro de 1950, Lolita surgiu na tela para cantar “Canção da TV” no programa inaugural da TV Tupi, a primeira emissora de TV brasileira. Originalmente, Hebe Camargo havia sido escalada para a apresentação, mas Lolita a substituiu de última hora, tornando-se a primeira cantora da TV. A canção executada por Lolita foi especialmente composta para o evento, com música do maestro Marcelo Tupinambá e letra do poeta Guilherme de Almeida. E nem ela e nem Hebe gostavam da música. Lolita Rodrigues compartilhou detalhes desse momento em entrevistas. Ela mencionou: “Hebe estava namorando o empresário Luiz Ramos e ele tinha um evento que precisava da presença dela. Aí sobrou para mim”, revelou Lolita ao portal Terra em 2009. A atriz também brincou sobre a qualidade da canção, dizendo: “Me chamaram no dia, aprendi aquela coisa horrível, e a Hebe toda vez que tem oportunidade, diz ‘que bom que eu não cantei isso'”, relembrando com bom humor o evento que se tornou um marco na história da televisão brasileira. Este momento não apenas consolidou a inauguração da TV Tupi, mas também posicionou Lolita Rodrigues como uma das pioneiras da televisão brasileira. A partir daí, Lolita tornou-se uma figura recorrente no canal, como apresentadora de diversos programas, entre eles “Música e Fantasia” (1950-1954), “Clube dos Artistas” (1955-1960), “Almoço com as Estrelas” (1956-1983), “Você Faz o Show” (1960) e “Chá das Bonecas” (1960). O mais famoso e duradouro, “Almoço com as Estrelas”, começou no rádio, tinha direção do famoso autor de novelas Cassiano Gabus Mendes e também se tornou o primeiro programa colorido da Tupi nos anos 1970. Nele, Lolita e seu marido Airton Rodrigues recebiam famosos para um bate-papo durante um almoço luxuoso, que ainda tinha shows ao vivo. A primeira telenovela Querendo ampliar ainda mais seus horizontes, Lolita decidiu virar atriz. Seu primeiro grande papel veio em 1957, no teleteatro “O Corcunda de Notre Dame”, onde interpretou a cigana Esmeralda. A experiência lhe garantiu sua entrada no universo das telenovelas. Ela estrelou a primeiríssima novela diária brasileira, “2-5499 Ocupado”, atuando ao lado de Glória Menezes e Tarcísio Meira em 1963 pela TV Excelsior. Vinda de uma família de espanhóis, Lolita geralmente era lembrada para interpretar personagens que falavam com sotaque castelhano, o que acabou se tornando uma marca em sua carreira. Ela engatou diversas produções da TV Excelsior, Record TV e Tupi nos anos 1960 e 1970, incluindo as clássicas “As Pupilas do Senhor Reitor” (1970), “Os Deuses Estão Mortos” (1971) e “O Direito de Nascer” (1978), até ser contratada pela Globo na década de 1980, onde participou de diversos sucessos dramáticos. Carreira na Globo Apesar da longa experiência como atriz, ela só foi beijar na telinha em 1987, quando viveu par romântico com Carlos Zara em sua primeira novela da Globo, “Sassaricando”. Lolita ainda participou de “Rainha da Sucata” (1990), “A Viagem” (1994), “Terra Nostra” (1999), “Uga Uga” (2000), “Kubanacan” (2003), “Pé na Jaca” (2006) e “Viver a Vida” (2009), além de ter cantado num especial de Roberto Carlos de 1992. Muitas dessas novelas foram compartilhadas com a amiga Nair Belo, com quem Lolita ainda trabalhou no humorístico “Zorra Total” (1999-2015). Mas a cumplicidade das duas é mais lembrada pelo dia em que se juntaram a Hebe Camargo numa participação histórica no “Programa do Jô”, exibida no ano 2000 pela Rede Globo, onde divertiram os espectadores com histórias deliciosas sobre os primórdios da TV brasileira. Lembrada até hoje, a edição foi considerada uma das melhores da trajetória do programa de entrevistas de Jô Soares. Lolita também participou de novelas de outras emissoras, como “A História de Ana Raio e Zé Trovão” (1990) na TV Manchete, e o remake de “2-5499 Ocupado” na Record, intitulado “Louca Paixão” (1999). Últimos anos Logo depois de encerrar sua participação na novela “Viver a Vida” (2009), onde interpretou Noêmia, avó de Luciana (Alinne Moraes), a estrela decidiu se aposentar. Em 2015, ela se mudou para João Pessoa, na Paraíba, onde passou a viver com sua filha, Silvia Rodrigues, que é médica. Durante esse período, Lolita Rodrigues fez poucas aparições públicas. Uma das suas últimas aparições foi em dezembro de 2017, quando prestigiou uma apresentação do espetáculo “Hebe – O Musical”, em São Paulo, em homenagem à amiga Hebe Camargo, falecida em 2012. Depois de tantos amigos mortos – o marido em 1992, Nair Belo em 2007 – , ela dizia que não tinha medo de morrer, mas tinha pena de morrer. “Sou muito feliz. Gosto muito da vida, tenho pena de morrer, mas não tenho medo, não. E envelheço com muita pena. Eu acho a velhice uma indignidade, no que concerne ao fato de você ficar doente, você perder a razão, de você ficar não-lúcida. Isso eu tenho muito medo. Gosto muito de morar sozinha, mas tenho medo de morrer e as pessoas não me acharem”, confessou numa entrevista antiga, explicando porque foi morar na Paraíba com a filha.
Especial de fim de ano de Roberto Carlos terá Fábio Jr e Luísa Sonza
O tradicional especial de fim de ano de Roberto Carlos, na Globo, teve novidades reveladas por Ana Maria Braga nesta segunda-feira (30/10), durante o programa “Mais Você”. Neste ano, o programa contará com as participações de Fábio Jr., Luisa Sonza, Ana Castela, Mumuzinho, Jão e o humorista Paulo Vieira, promovendo uma mescla de estilos musicais no palco. A novidade foi revelada pela apresentadora ao ser surpreendida com rosas enviadas por Roberto Carlos. Os convidados Entre os convidados, destaca-se a presença de Fábio Jr., cantor consagrado no gênero romântico e considerado um herdeiro de Roberto, com uma trajetória já longeva na música brasileira. Curiosamente, os dois já cantaram juntos na Globo nos anos 1990, mas num especial de Fábio Jr, no qual o convidado foi Roberto. Já a escolha de Luísa Sonza para o especial teria sido um pedido do próprio Roberto Carlos, comovido com a carta aberta da cantora no “Mais Você”, conforme apurado pela colunista Fábia Oliveira. Junto com Luísa, a participação de Jão se conecta à nova cena pop, enquanto Ana Castela faz uma ponte para o sertanejo e Mumuzinho para o pagode. A seleção marca um encontro entre gerações e estilos diversos da música brasileira, em meio à relevância contínua de Roberto Carlos no cenário musical. As gravações do especial estão previstas para o dia 29 de novembro, em uma casa de shows na Barra da Tijuca, Rio de Janeiro. Já a transmissão na Globo ocorrerá em 22 de dezembro, mantendo a tradição de celebrar a música junto ao público na reta final do ano. 50 anos especiais Além deste especial, a Globo prepara uma homenagem ao cantor para comemorar os 50 anos da parceria. A forte ligação com Roberto Carlos começou em 1974 e, desde então, o especial de fim de ano se tornou um marco na programação da emissora, celebrando a música e a carreira do “rei” ao lado de grandes nomes do cenário musical nacional. Ao longo dos anos, o especial de Roberto Carlos tem sido palco para diversos artistas dividirem momentos memoráveis com o “rei”, como Maiara & Maraisa, Raça Negra, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Maria Bethânia, Gal Costa, Alcione, Chico Buarque, Fafá de Belém, Marisa Monte, Lulu Santos, Rita Lee, Ivete Sangalo, Claudia Leitte, Djavan e Zeca Pagodinho, entre muitos outros.
Equipe de Roberto Carlos veta música em filme da Netflix
A equipe de Roberto Carlos rejeitou o uso da música “Amada Amante” em um filme sobre crimes financeiros. Segundo a assessoria do cantor, a letra da canção não teria relações com a temática do longa produzido pela Netflix. “A equipe que recebe as solicitações de liberação de músicas para filme, série, novela, espetáculo, enfim, para gravação… Essa equipe analisou a sinopse do contexto da personagem e verificou que o poema da música, a letra da música, não tem nada a ver com a sinopse da série. E por que foi negado? Porque a personagem, o contexto da personagem, a sinopse da personagem, não tem nada a ver com o poema da música, a letra da música”, afirmou a assessoria. Tal personagem “Amada Amante” é uma canção de Roberto Carlos feita em parceria com seu fiel companheiro Tremendão, o músico Erasmo Carlos (1941-2022), em 1971. Segundo o jornal O Globo, a faixa seria utilizada numa cena sobre a doleira Nelma Kodama. A história de Nelma começou ainda em 2006, quando ela foi exposta como doleira durante a chamada CPI dos Bingos. A atuação investigava Waldomiro Diniz, ex-assessor do ministro José Dirceu, por suposta negociação ilícita com bicheiros para arrecadar fundos para campanhas eleitorais. A doleira foi a primeira delatora da Operação Lava Jato e acabou presa em 2014. Na ocasião, Nelma tentava embarcar para Milão, na Itália, com 200 mil euros escondidos na calcinha. Ela desmentiu a versão: “Eu acho que [essa história] aconteceu porque havia casos [de homens flagrados] com dinheiro na cueca. E precisavam de ter uma mulher com dinheiro na calcinha”. Até o momento, a Netflix não se pronunciou sobre a tentativa de uso da música de Roberto e Erasmo Carlos.
Lucy Alves vai cantar no especial de Roberto Carlos: “Zerei a vida”
A atriz e cantora Lucy Alves vai aparecer em dose dupla na tela da Globo nesta sexta-feira (23/12). Depois de estrelar a novela “Travessia”, no papel de Brisa, ela vai cantar como convidada especial no tradicional show de fim de ano de Roberto Carlos. No programa musical, Lucy vai interpretar “De Volta Pro Aconchego”, sucesso de Dominguinhos eternizado por Elba Ramalho, e um clássico de Roberto, “Como Vai Você”, composição de Antônio Marcos gravada pelo Rei em 1972 – e regravada por Daniela Mercury em 2000. Além de cantar, Lucy também tocará acordeom durante a apresentação. “’Zerei a vida’ foi a primeira coisa que falei! Acho que é um marco por tudo o que ele representa”, disse a estrela, emocionada pela oportunidade de se apresentar ao lado de Roberto. “Estar ao lado de um cara que foi precursor de tantos movimentos musicais, tão importante para a história da música, um artista que inspira por ser compositor, estar na ativa até hoje, embalar nossa vida com tantas canções, com esse romantismo… Ele é demais. Estou muito feliz, agradecida a papai do céu, realmente.” Para quem desconhece a carreira musical de Lucy Alves, ela começou a jornada ainda criança integrando grupos musicais da Paraíba, a sua cidade natal. O reconhecimento nacional veio em meados de 2013, quando conquistou o vice-campeonato da 2ª temporada do “The Voice Brasil”, como cantora e multi-instrumentista. Com quatro álbuns, ela tem inclusive um indicação a um Grammy Latino pelo disco “Lucy Alves & Clã Brasil no Forró do Seu Rosil”, de 2015. Em 2022, porém, seu foco foi a televisão. Além de estrelar “Travessia”, ela apareceu no “The Masked Singer Brasil” e viveu Deusa na série sertaneja “Só Se For Por Amor”, que foi lançada – e já cancelada – pela Netflix. “Acho que estou terminando o ano da melhor maneira possível. Não tenho do que reclamar de 2022”, afirmou a intérprete de Brisa. “Foi um ano muito bom para mim, profissionalmente e pessoalmente, mas fechar participando do especial Roberto Carlos é demais, né gente?” O Especial de Roberto Carlos também receberá em seu palco azul a dupla sertaneja Maiara & Maraísa e o grupo Raça Negra. Mas o momento mais esperado é, sem dúvida, a homenagem preparada para o amigo de fé, irmão camarada e companheiro de tantas jornadas, Erasmo Carlos, maior parceiro musical do cantor, que faleceu em novembro com 81 anos.
Erasmo Carlos morre aos 81 anos
O cantor e ator Erasmo Carlos, ícone da Jovem Guarda e do rock brasileiro, morreu nessa terça (22/11) no Rio de Janeiro, aos 81 anos de idade. O cantor chegou a ser internado no Hospital Barra D’Or, na Barra da Tijuca, mas não resistiu. O hospital foi o mesmo local onde Erasmo se internou no início do mês para tratar uma infecção pulmonar. Embora a causa da morte ainda não tenha sido divulgada, Erasmo tratava há alguns meses uma síndrome edemigênica, que ocorre quando há um desequilíbrio bioquímico, dificultando a manutenção dos líquidos dentro dos vasos sanguíneos. Ao longo da sua carreira, o artista compôs mais de 600 músicas, incluindo clássicos como “Minha Fama de Mau”, “Mulher”, “Quero que Tudo Vá para o Inferno”, “Mesmo que Seja Eu”, “É Proibido Fumar” e “Sentado à Beira do Caminho”. Erasmo Esteves, seu nome de batismo, nasceu em 5 de junho de 1941, na Tijuca. Já na infância, teve contato com grandes nomes da MPB, como Tim Maia e Jorge Ben Jor, com quem convivia na vizinhança. Na adolescência, foi ver um show de Bill Haley no Maracanãzinho, onde conheceu seu parceiro no rock, Roberto Carlos, com quem formaria a dupla de compositores mais bem-sucedida do Brasil. No começo, Erasmo não acreditava que conseguiria seguir numa carreira solo. Ele fez parte da banda Snakes, com quem tocou até 1961, e então decidiu trabalhar como assistente do apresentador e produtor Carlos Imperial. Em 1963, ele se tornou vocalista do grupo Renato & Seus Blue Caps, substituindo Ed Wilson, o vocalista original. Além de ter garantido a contratação da banda por uma gravadora, ele fez sucesso gravando uma faixa ao lado de Roberto Carlos – o que marcou a primeira parceria dos dois. O nome artístico que ele adotou, Erasmo Carlos, foi uma homenagem aos parceiros que o ajudaram no início da carreira: Roberto Carlos e Carlos Imperial. Erasmo também era conhecido como Tremendão e como Gigante Gentil. Na década de 1960, Roberto e Erasmo se tornaram os dois principais compositores da Jovem Guarda, movimento musical nacional que foi muito influenciado pelo som dos Beatles. Aos poucos, porém, Erasmo começou a se aproximar da MPB e chegou até a gravar “Aquarela do Brasil”, em 1969, antes de assumir influência da cultura hippie e da música soul de seus velhos amigos Tim Maia e Jorge Ben. Seu disco “Carlos, Erasmo”, lançado em 1971, foi bastante polêmico, especialmente por causa de uma faixa “De Noite na Cama”, escrita por Caetano Veloso, que era uma ode à maconha. Marcou época. Na década seguinte, ele iniciou o projeto “Erasmo Convida” (1980), pioneiro por ser o primeiro disco totalmente de duetos no Brasil, feito em parceria com grandes artistas, como Nara Leão, Maria Bethânia, Gal Costa, Wanderléa, Gilberto Gil, Rita Lee, Tim Maia, Jorge Ben, entre outros. Nesse período, ele também se posicionou na linha de frente de causas importantes como a defesa do meio ambiente, que cantou na impactante “Panorama Ecológico” (1978), sem esquecer de “O Progresso” (1978), “As Baleias” (1982), “Amazônia” (1989) e outras gravadas por Roberto. Fez também uma ode ao feminismo em “Mulher” (1981) e chegou a escandalizar conservadores com um clássico LGBTGQIA+, elogiando a beleza da musa transexual Robert Close em “Dá um Close Nela” (1984). Erasmo também marcou presença na primeira edição do Rock in Rio, que aconteceu em 1985. Após um tempo distante da mídia, ele aproveitou os 30 anos da Jovem Guarda em 1995 para retomar ao rock como novos shows, lançando no ano seguinte o álbum “É Preciso Saber Viver”, com regravações de canções de seu repertório. Ao longo dos anos, Erasmo Carlos fez parcerias de sucessos com grandes nomes da música brasileira, como Chico Buarque, Lulu Santos, Zeca Pagodinho, Skank, Los Hermanos, Djavan, Adriana Calcanhotto, Marisa Monte, Frejat, Marisa e Milton Nascimento. E seguia gravando neste século, sendo reconhecido dias antes de morrer com o Grammy Latino. Na última quinta-feira (17/11), Erasmo recebeu o troféu pelo Melhor Álbum de Rock ou de Música Alternativa em Língua Portuguesa, “O Futuro Pertence À… Jovem Guarda”, lançado em fevereiro, que fazia uma releitura de canções do período da Jovem Guarda que ele nunca tinha gravado anteriormente. Além da conhecida carreira musical, Erasmo Carlos também se destacou no cinema. Sua estreia na tela chega a anteceder a Jovem Guarda: foi na comédia “Minha Sogra É da Polícia” (1958), dirigida por Aloisio T. de Carvalho. Mas foi ao lado de Roberto Carlos e da cantora Wanderlea que virou astro das telas, no programa musical “Jovem Guarda”, na Record TV, e num par de filmes inspirados pelas comédias dos Beatles: “Roberto Carlos e o Diamante Cor-de-Rosa” (1968) e “Roberto Carlos a 300 Quilômetros por Hora” (1971). Paralelamente, ele também estendeu a parceria com Wanderlea em “Agnaldo, Perigo à Vista” (1969), estrelado pelo cantor Agnaldo Rayol. E ainda apareceu na comédia “Os Machões” (1972) e no infantil “O Cavalinho Azul” (1984). Depois de muitas décadas, ele retomou a carreira de ator nos últimos anos, estrelando o drama musical “Paraíso Perdido” (2018), que homenageava a música brega, e a comédia juvenil “Modo Avião” (2020), produção da Netflix estrelada por Larissa Manoela. Nesse meio tempo, Erasmo também viu sua vida ser transformada em filme. Intitulada “Minha Fama de Mau”, a cinebiografia trouxe o ator Chay Suede no papel de Erasmo, revivendo a juventude do artista. Seu último trabalho foi lançado no mês passado, a canção “Nanda”, feita em parceria com Celso Fonseca. A música foi uma homenagem à atriz Fernanda Montenegro. Ao saber de sua morte, o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva foi às redes sociais para prestar uma homenagem. “Erasmo carlos, muito além da Jovem Guarda, foi cantor e compositor de extremo talento, autor de muitas das canções que mais emocionaram brasileiros nas últimas décadas. Tremendão, amigo de fé, irmão camarada, cantou amores, a força da mulher e a preocupação com o meio ambiente”, disse. “Deixa saudades e dezenas de músicas que sempre estarão em nossas lembranças e na trilha sonora de nossas vidas. Meus sentimentos aos familiares, amigos e fãs de Erasmo Carlos”, concluiu.
Cantora Gal Costa morre aos 77 anos
A cantora Gal Costa, um dos principais nomes da música brasileira, morreu nesta quarta (9/11), em São Paulo, aos 77 anos. A causa da morte ainda é desconhecida, mas ela estava reclusa após passar por uma cirurgia de retirada de um nódulo na fossa nasal direita em setembro. Desde então, ela cancelou vários shows, inclusive sua participação no festival Primavera Sound, que aconteceu em São Paulo no último final de semana. Dona de uma carreira que se estendeu por 57 anos, Gal Costa lançou clássicos da MPB como “Baby”, “Meu Nome É Gal”, “Chuva de Prata”, “Meu Bem, Meu Mal”, “Pérola Negra”, “Barato Total” e muitos muitos outros. Maria da Graça Costa Penna Burgos nasceu em 26 de setembro de 1945 em Salvador. Desde pequena, foi incentivada pela mãe a seguir a carreira na música. A mãe precisou criá-la sozinha, visto que seu pai morreu quando ela ainda era adolescente. Durante a juventude, Gal Costa trabalhou como balconista de uma loja de discos em Salvador, onde teve o seu primeiro contato com a música brasileira. Ela contava que foi nessa loja que descobriu a música de João Gilberto. Nessa época, Gal Costa costumava cantar e tocar violão em festas. No início dos anos 1960, foi apresentada a Caetano Veloso, com quem criou um forte vínculo pessoal e artístico. Sua estreia na música profissional foi justamente ao lado de Caetano Veloso, quando, em 1967, eles lançaram o álbum compartilhado “Domingo”. Em seguida, ela se aproximou de Maria Bethânia e Gilberto Gil, e os quatro formaram o grupo Doces Bárbaros. Ao longo dos anos 1960 e 1970, Gal Costa apresentou uma mistura de estilos musicais e fez parcerias com músicos como Jorge Ben Jor em “Que Pena (Ela já não gosta mais de mim)” e novamente com Caetano Veloso em “Cinema Olympia”. Ela também foi apresentada à Jovem Guarda e à Tropicália com a canção “Meu Nome é Gal”, composta por Roberto Carlos e Erasmo Carlos. No início da década de 1970, Gal foi responsável por um dos espetáculos de maior repercussão da história da MPB, o “Fa-Tal”, dirigido pelo poeta Waly Salomão, que também virou um álbum ao vivo cultuado. Em 1971, ela ajudou a revelar o compositor Luiz Melodia com “Pérola Negra”, mesmo ano em que lançou a famosa canção “Vapor Barato”, feita em parceria com Jards Macalé e Waly Salomão. Sua carreira se expandiu nessa época para a TV, auxiliada por sucessos como “Modinha para Gabriela”, tocada na abertura da novela da Globo “Gabriela”, inspirada na obra de Jorge Amado. Uma curiosidade é que, além de cantar a música de abertura, Gal quase estrelou a novela. “O Daniel Filho me convidou, na época, para fazer o papel da Gabriela”, contou ela, numa entrevista publicada no livro “Teletema”, de Guilherme Bryan e Vincent Villari. “Não aceitei por medo, porque achava que não era atriz. Aí me chamaram para cantar. E acabei me tornando a voz dos personagens do Jorge Amado”, lembrou ela. “Em todas as trilhas que fizeram a partir de então para novelas ou filmes sobre os personagens de Jorge Amado, eu estive. A novela era maravilhosa e a música de abertura também”, completou. Seu álbum “Água Viva”, de 1978, era composto por hits como “Folhetim”, de Chico Buarque, e “Paula e Bebeto”, de Milton Nascimento e Caetano. Na década de 1980, ela se divertiu ao “chocar a sociedade” posando nua para a revista Status, quando estava prestes a completar 40 anos. Outras parcerias de sucesso foram com Chico Buarque, em “A História de Lily Braun” e “Futuros Amantes”, com Djavan em “Azul” e “Nuvem Negra”, com Moraes Moreira em “Festa do Interior”, e com Cazuza em “Brasil”, que foi usada na abertura da novela “Vale Tudo” em 1988. As “polêmicas” continuaram com os seus shows da turnê de “O Sorriso do Gato de Alice”, de 1994 – baseado no disco homônimo produzido pelo americano Arto Lindsay. Durante a música “Brasil”, abria a blusa e cantava com os seios à mostra, o que sempre chocava os fãs mais conservadores e moralistas. Ela ganhou os prêmios Sharp e APCA do ano com esse trabalho. Mais recentemente, Gal Costa lançou o álbum “Recanto” (2012), fez uma homenagem a Lupicínio Rodrigues, que ela considerava uma das suas grandes influências, lançou “Estratosférica” (2016) e chegou até a fazer parceria com Marília Mendonça, em “Cuidando de Longe” (2018). Ao todo, ela lançou mais de 40 álbuns ao longo da sua carreira, incluindo discos de estúdio e ao vivo. Além da sua carreira nos palcos, Gal Costa também fez algumas aparições na TV e no cinema, aparecendo, por exemplo, na novela “Dancin’ Days” (1979) para cantar a música “Folhetim”, de Chico Buarque. Porém, seu maior papel como atriz foi no filme “O Mandarim” (1995), dirigido por Júlio Bressane, que contava a história da música popular brasileira no século 20. Gal Costa interpretou Carmen Miranda no filme. Suas canções também fizeram parte da trilha sonora da novela “Água Viva” (1980), da minissérie “Anos Rebeldes” (1992), das novelas “Velho Chico” (2016) e “Os Dias Eram Assim” (2017), e do filme “Bacurau” (2019). Discreta em sua vida pessoal, Gal nunca foi casada, mas manteve relacionamentos estáveis, entre outros com o violonista Marco Pereira, a cantora Marina Lima e a atriz Lúcia Veríssimo. A notícia da sua morte foi recebida com tristeza por diversos artistas, celebridades e até o presidente eleito Lula, que manifestaram sua admiração pela cantora nas redes sociais. Confira abaixo algumas dessas manifestações. Nossa irmãzinha se foi… Gal, a quem chamava de Gaúcha. Fica a saudade pra mim, pra todos que eram próximos e pra tanta gente na extensão deste Brasil que se encantava com seu canto. Agora o canto dela fica conosco pro resto das nossas vidas, pra o tempo todo da nossa história. pic.twitter.com/TVigEg3shB — Gilberto Gil (@gilbertogil) November 9, 2022 Perdemos hoje uma das maiores vozes da música popular brasileira. Uma parte imensurável da nossa cultura que nunca será esquecida. Gal Costa eterna. 🖤 — Juliette (@juliette) November 9, 2022 Gal Costa foi das maiores cantoras do mundo, das nossas principais artistas a levar o nome e os sons do Brasil para todo o planeta. Seu talento, técnica e ousadia enriqueceu e renovou nossa cultura, embalou e marcou a vida de milhões de brasileiros. 📸 @ricardostuckert pic.twitter.com/4jU2SBcHuq — Lula (@LulaOficial) November 9, 2022 Gal Costa, gênia magistral perfeita da música brasileira. Sentiremos pra sempre sua falta, mas na arte você se fez imortal. 🖤pic.twitter.com/6Kk2mUHwAp — Felipe Neto 🦉 (@felipeneto) November 9, 2022 Eu te amo e vou te amar pra sempre, @GalCosta. As saudades serão eternas. pic.twitter.com/2cKPPmyp2Y — Milton Bituca Nascimento (@MiltonBituca) November 9, 2022 Gal costa foi um presente q a existência nos deu. Tô arrasado, mas em algum lugar no meio d toda tristeza, também sinto um calorzinho no peito d gratidão. Q alegria poder ter tido a oportunidade de ouvi-la, vê-la e ter trabalhado com ela. Eterna mestra, mais eterna ainda agora😭 — emicida (@emicida) November 9, 2022
Seleção Brasileira de 2002 vai ganhar documentário
Os ex-jogadores Roberto Carlos e Juliano Belletti vão produzir um documentário sobre a trajetória da seleção brasileira durante a Copa do Mundo de 2002, quando o Brasil foi pentacampeão. O projeto, intitulado “Brazil 2002: The Real Story”, tem produção internacional dos canais pagos Sky, do Reino Unido, e Univision, voltado ao público latino dos EUA. Não há informações sobre a exibição do filme no Brasil. O documentário contará com muitas imagens inéditas, gravadas em vídeo por Belletti durante a Copa, quando foi reserva de Cafu, capturando momentos nunca antes vistos do clima nos vestiários e alojamentos, além dos treinamentos. Entrevistas com vários integrantes da seleção de 2002 complementarão o material, que irá comemorar os 20 anos da conquista do mundial.







