Sony atinge US$ 1 bilhão de bilheteria mundial pela primeira vez em três anos
Enquanto a Disney se aproxima dos US$ 7 bilhões de bilheteria mundial pelo segundo ano consecutivo, a Sony Pictures enfim completou US$ 1 bilhão de arrecadação ao redor do mundo. Embora pareça pouco, comparado a seus rivais – Universal e Warner fizeram mais de US$ 5 bilhões, por exemplo – , a Sony não atingia esta marca desde 2014. O estúdio atravessa uma grave crise financeira, e foi só por isso que topou dividir o Homem-Aranha com a Marvel. Por sinal, “Homem-Aranha: De Volta ao Lar” foi o maior sucesso do ano da companhia. Somente este filme responde por US$ 880,1 milhões de arrecadação. E mesmo que metade dos rendimentos tenha ficado com a Disney, dona da Marvel, nenhum outro filme rendeu tanto aos cofres da Sony. Para se ter ideia, o segundo filme de maior sucesso do estúdio fez US$ 312,2 milhões mundiais. Trata-se de “Resident Evil 6: O Capítulo Final”. E a queda é vertiginosa para os US$ 226,9 milhões do 3º lugar: “Em Ritmo de Fuga”, uma produção quase indie, que custou apenas US$ 34 milhões e sobre a qual havia poucas expectativas financeiras. Atualmente com US$ 186 milhões, “Jumanji: Bem-Vindo à Selva” deve ultrapassar este montante. E assim quebrar a maldição da Sony, que viu todas as suas apostas de blockbuster implodirem, abrindo uma cratera aterradora de prejuízo financeiro. Entre os fracassos do ano contam: “A Torre Negra”, “Vida”, “A Noite É Delas” e o filme de incêndio “Only the Brave”, ainda inédito no Brasil.
Resident Evil 6 quebra recorde de bilheteria com estreia de US$ 94 milhões na China
A estreia chinesa de “Resident Evil 6: O Capítulo Final” superou expectativas. O lançamento do filme em seu último mercado internacional aconteceu na sexta (24/2) e em três dias rendeu impressionantes US$ 94,3 milhões. Trata-se da maior abertura de três dias de um filme americano na China em todos os tempos, e a segunda maior já registrada no país, atrás apenas da produção nacional “Lost In Hong Kong” (2015). Vale observar que “Warcraft” (2016) e “Velozes & Furiosos 7” (2016) fizeram mais em suas estreias chinesas, mas tiveram lançamentos numa quinta, somando seus valores em quatro dias. O recorde de “Resident Evil” é para o novo padrão chinês de estreias nas sextas, como nos EUA. O detalhe é que nos EUA, onde estreou em 27 de janeiro, o filme só faturou US$ 26,5 milhões. E isto somando as bilheterias de um mês inteiro. Graças ao sucesso chinês, a soma total da arrecadação do longa está em US$ 238,5 milhões, impedindo um fiasco apocalíptico. “Resident Evil 6” é o segundo filme americano que o mercado chinês ajudou a tirar do vermelho em 2017. “xXx: Reativado” também teve uma ótima recepção nos cinemas do país, após patinar nos demais mercados. Dos US$ 329 milhões que o thriller estrelado por Vin Diesel soma mundialmente, quase metade, US$ 152 milhões, vêm da China.
Cinquenta Tons Mais Escuros lidera bilheterias no Brasil com mais público que todos os outros filmes somados
Demonstrando que o público brasileiro não lê críticas de cinema, “Cinquenta Tons mais Escuros” foi o filme mais visto do último fim de semana no país. Segundo dados da comScore, o longa arrecadou R$ 22,6 milhões, levando 1,3 milhão de pessoas às salas de cinema. O longa, que estreou na quinta-feira (9/2), é a continuação de “Cinquenta Tons de Cinza” (2015) e foi massacrado pela crítica internacional. Em 2º lugar, ficou outra estreia, “Lego Batman – O Filme”, com público bem inferior, de 367 mil e R$ 6,1 milhões de arrecadação. Os dois filmes tiveram posições trocadas nos EUA, com a animação de Batman no topo. Ambos também compartilharam a unanimidade da crítica norte-americana, empatados com avaliações de 91% no site Rotten Tomatoes, mas em situações inversas. No caso de “Lego Batman”, impressionantes 91% de aprovação, enquanto “Cinquenta Tons mais Escuros” teve acachapantes 91% de reprovação. Isto mesmo, apenas 9% de críticas positivas. O público brasileiro pagou para ver, parcialmente por conta da falta de opções do circuito. A tática das distribuidoras têm sido dominar os cinemas com ocupação maciça. “Cinquenta Tons mais Escuros” foi lançado em mais de mil salas no Brasil. Ou seja, em um terço de todas as salas disponíveis no país. Para se ter ideia do impacto disso, a quantidade de pessoas que viram o favorito ao Troféu Framboesa de Ouro 2018 – nas categorias de Pior Filme, Ator, Atriz, Dupla/Casal, Direção e Roteiro – é maior do que a quantidade somada do público obtido pelos nove filmes seguintes do ranking, que chega a 1,1 milhão de pessoas. Fracasso nos EUA, “O Chamado 3” também se beneficiou de um lançamento amplo no Brasil, na semana passada, para continuar no Top 3, com renda de R$ 4,1 milhões, obtida pela venda de 272,9 mil ingressos. Confira abaixo a lista dos dez filmes mais vistos no final de semana no país. BILHETERIAS: TOP 10 Brasil 1. Cinquenta Tons Mais Escuros Fim de semana: R$ 22,6 milhões Total: R$ 22,6 milhões 2. Lego Batman – O Filme Fim de semana: R$ 6,1 milhões Total: R$ 6,1 milhões 3. O Chamado 3 Fim de semana: R$ 4,1 milhões Total: R$ 15,2 milhões 4. Minha Mãe É uma Peça 2 Fim de semana: R$ 1,9 milhões Total: R$ R$ 119,4 milhões 5. Resident Evil 6: O Capítulo Final Fim de semana: R$ 1,3 milhão Total: R$ 17,4 milhões 6. La La Land Fim de semana: R$ 1,3 milhão Total: R$ 19,4 milhões 7. Estrelas Além do Tempo Fim de semana: R$ 1,2 milhão Total: R$ 4 milhões 8. Moana – Um Mar de Aventuras Fim de semana: R$ 1,1 milhão Total: R$ 1,1 milhão 9. “Beleza Oculta” Fim de semana: R$ 972,7 mil Total: R$ 6,8 milhões 10. Até o Último Homem Fim de semana: R$ 564,1 mil Total: R$ 3,6 milhões
Lego Batman supera bilheteria de Cinquenta Tons Mais Escuros na América do Norte
Após três semanas consecutivas de liderança do terror “Fragmentado”, as bilheterias da América do Norte (EUA e Canadá) finalmente tiveram um fim de semana bastante disputado, com a estreia de três filmes no Top 3 das maiores arrecadações. “Lego Batman” foi quem abriu vantagem, conquistando o 1º lugar com US$ 55,6 milhões, US$ 9 milhões à frente de “Cinquenta Tons Mais Escuros”, que fez US$ 46,8 milhões. “John Wick – Um Novo Dia para Matar” fechou o Top 3 com US$ 30 milhões. Todos podem ser considerados bem-sucedidos. Mas apenas dois tiveram aprovação da crítica norte-americana. “Lego Batman” e “John Wick” tiveram, respectivamente, 91% e 90% de aprovação no site Rotten Tomatoes, que compila a nota dos críticos dos EUA e Canadá. Já a continuação de “Cinquenta Tons de Cinza” (2015) foi humilhada com 9%. Isto mesmo, 10% da nota dos outros dois. “Cinquenta Tons Mais Escuros” também teve a pior nota do público, registrando B+ no CinemaScore, assim mesmo uma avaliação generosa comparada com a crítica. “Lego Batman” e “John Wick” empataram com uma nota A-. Com uma arrecadação 45% menor que o do longa original – “Cinquenta Tons de Cinza” fez US$ 85 milhões em seus primeiros três dias nos EUA – , o filme pseudo erótico/romântico não virou o blockbuster doméstico que a Universal imaginou ao encomendar uma trilogia. Mas o público internacional pagou para ver. E pagou caro. O longa rendeu US$ 100 milhões no exterior, fazendo sua receita chegar a US$ 146,8 milhões em todo o mundo. Apesar de ficar em 3º, o desempenho mais impressionante foi o de “John Wick”. Ele foi lançado em mil cinemas a menos que os outros dois, e ainda assim fez mais que “Resident Evil 6” já arrecadou em três semanas. Vale lembrar que o primeiro filme, “De Volta ao Jogo” (2014), faturou ao todo US$ 43 milhões nos EUA, quantia que a continuação deve bater em duas semanas. Dos três, apenas “John Wick” ainda não estreou no Brasil. O lançamento nacional vai acontecer na próxima quinta (16/2). Outras marcas do Top 10: “Fragmentado”, que caiu para 4º lugar, cruzou os US$ 100 milhões no mercado doméstico, enquanto “La La Land”, em 8º nos EUA, está a um passo de atingir US$ 300 milhões no mundo inteiro – o que será feito histórico para um musical. Fora do Top 10, “Resident Evil 6” chegou a US$ 25 milhões em três semanas, num desempenho digno de “Anjos da Noite: Guerras de Sangue”, que saiu de cartaz nos EUA com US$ 30 milhões. BILHETERIAS: TOP 10 América do Norte 1. Batman Lego – O Filme Fim de semana: US$ 55,6 milhões Total EUA: US$ 55,6 milhões Total Mundo: US$ 92,6 milhões 2. Cinquenta Tons Mais Escuros Fim de semana: US$ 46,7 milhões Total EUA: US$ US$ 46,7 milhões Total Mundo: US$ 146,8 milhões 3. John Wick – Um Novo Dia para Matar Fim de semana: US$ 30 milhões Total EUA: US$ 30 milhões Total Mundo: US$ 40,6 milhões 4.
O Chamado 3 estreia na liderança das bilheterias do Brasil
O terceiro filme da franquia de terror “O Chamado” estreou no topo das bilheterias dos cinemas brasileiros. O filme fez relativamente mais sucesso no mercado nacional do que nos EUA, onde abriu em 2º lugar no fim de semana com uma bilheteria abaixo do esperado. No Brasil, foi assistido por 512 mil espectadores e arrecadou R$ 7,8 milhões em seus primeiros quatro dias em cartaz, segundo dados da empresa de consultoria ComScore. Líder na semana passada, “Resident Evil 6: O Capítulo Final” caiu para o 2º lugar com um desempenho equivalente à metade do sucesso de “O Chamado 3” – público de 219 mil pagantes e uma renda de R$ 3,7 milhões. Este ranking também reflete a falta de consideração dada aos críticos de cinema no Brasil, que alertaram sobre a baixa qualidade de ambos os filmes. O público não quis saber e pagou para ver. Ou consumiu por osmose. “O Chamado 3” e “Resident Evil 5” foram os lançamentos de maior distribuição nas últimas semanas, disponíveis em figurativamente todos os lugares. Em 3º, segue o fenômeno “Minha Mãe é uma Peça 2“. Em sua sétima semana em cartaz, foi visto por 203 mil pessoas, rendendo R$ 3,3 milhões. Ao todo, a comédia brasileira já atingiu R$ 116 milhões de bilheteria, uma das maiores de todos os tempos para o cinema nacional. Além de “O Chamado”, duas novas estreias entraram no Top 10. Sucesso enorme nos EUA, o filme indicado ao Oscar “Estrelas Além do Tempo” teve uma performance fraca no país, abrindo em 7º lugar, logo à frente de “TOC – Transtornada, Obsessiva, Compulsiva”. O besteirol estrelado por Tatá Werneck foi visto por 112 mil espectadores e rendeu R$ 1,7 milhão. Curiosamente, a crítica gostou do filme, num gênero geralmente execrado. Confira abaixo a lista dos dez filmes mais vistos no final de semana no país. BILHETERIAS: TOP 10 Brasil 1. O Chamado 3 Fim de semana: R$ 7,8 milhões Total: R$ 7,8 milhões 2. Resident Evil 6: O Capítulo Final Fim de semana: R$ 3,7 milhões Total: R$ 14,2 milhões 3. Minha Mãe É uma Peça 2 Fim de semana: R$ 3,3 milhões Total: R$ 116 milhões 4. Moana – Um Mar de Aventuras Fim de semana: R$ 3,1 milhões Total: R$ 67,2 milhões 5. La La Land Fim de semana: R$ 2,5 milhões Total: R$ 17,2 milhões 6. Estrelas Além do Tempo Fim de semana: R$ 2 milhões Total: R$ 2 milhões 7. “Beleza Oculta” Fim de semana: R$ 1,7 milhão Total: R$ 5,1 milhões 8. “TOC – Transtorna, Obsessiva, Compulsiva” Fim de semana: R$ 1,7 milhão Total: R$ 1,7 milhão 9. “A Bailarina” Fim de semana: R$ 1,6 milhão Total: R$ 5,7 milhões 10. xXx: Reativado Fim de semana: R$ 1,5 milhão Total: R$ 18,2 milhões
Terror Fragmentado, de M. Night Shyamalan, lidera bilheterias dos EUA pela terceira semana
O terror “Fragmentado”, de M. Night Shyamalan (“O Sexto Sentido”), manteve a liderança das bilheterias da América do Norte (EUA e Canadá) pelo terceiro fim de semana consecutivo, com US$ 14,5 milhões de arrecadação. O filme já fez quase US$ 100 milhões apenas nos EUA. O mais impressionante é que foi filmado por apenas US$ 10 milhões e já tinha dado lucro em seus primeiros três dias de exibição. O próprio Shyamalan financiou a obra, para que pudesse manter o controle criativo e impedir interferência do estúdio. A fórmula foi a mesma de seu filme anterior, “A Visita” (2015), que custou US$ 5 milhões e rendeu US$ 98 milhões em todo o mundo, com uma fatia significativa do faturamento retornando diretamente para o diretor-produtor. “Fragmentado” já supera muito este montante, registrando US$ 142,7 milhões na soma da arrecadação de diversos países – menos do Brasil, que só verá o filme daqui a dois meses, em 23 de março. Para ficar no topo, “Fragmentado” enfrentou uma disputa pavorosa com a volta da franquia “O Chamado”. O terceiro filme foi lançado após 12 anos de hiato e não empolgou. Destruído pela crítica (humilhantes 5% de aprovação), “O Chamado 3” fez somente US$ 13 milhões no fim de semana do super bowl, a final do campeonato de futebol americano. O 3º lugar ficou com “Quatro Vidas de um Cachorro”, caindo uma posição em relação à semana passada. A produção parece ter superado a polêmica do vídeo de supostos maus tratos de um dos cães de sua história. Uma investigação comprovou que nenhum animal foi maltratado e que a edição do vídeo foi mal-intencionada. Além de “O Chamado 3”, a semana também registrou a estreia do romance sci-fi juvenil “O Espaço Entre Nós”. Orçado em US$ 30 milhões, o filme implodiu com apenas US$ 3,8 milhões no 9º lugar e uma avaliação negativa de 18% no Rotten Tomatoes. A estreia no Brasil está marcada para 30 de março. BILHETERIAS: TOP 10 América do Norte 1. Fragmentado Fim de semana: US$ 14,5 milhões Total EUA: US$ 98,7 milhões Total Mundo: US$ 142,7 milhões 2. O Chamado 3 Fim de semana: US$ 13 milhões Total EUA: US$ US$ 13 milhões Total Mundo: US$ 28,2 milhões 3. Quatro Vidas de um Cachorro Fim de semana: US$ 10,8 milhões Total EUA: US$ 32,9 milhões Total Mundo: US$ 42,5 milhões 4. Estrelas Além do Tempo Fim de semana: US$ 10,1 milhões Total EUA: US$ 119,4 milhões Total Mundo: US$ 122,1 milhões 5. La La Land – Cantando Estações Fim de semana: US$ 7,4 milhões Total EUA: US$ 118,3 milhões Total Mundo: US$ 268,3 milhões 6. Resident Evil 6: O Capítulo Final Fim de semana: US$ 4,5 milhões Total EUA: US$ 21,8 milhões Total Mundo: US$ 117,4 milhões 7. Sing – Quem Canta Seus Males Espanta Fim de semana: US$ 4 milhões Total EUA: US$ 262,9 milhões Total Mundo: US$ 487 milhões 8. Lion Fim de semana: US$ 4 milhões Total EUA: US$ 24,7 milhões Total Mundo: US$ 38,8 milhões 9. O Espaço Entre Nós Fim de semana: US$ 3,8 milhões Total EUA: US$ 3,8 milhões Total Mundo: US$ 3,8 milhões 10. xXx: Reativado Fim de semana: US$ 3,7 milhões Total EUA: US$ 40 milhões Total Mundo: US$ 152,4 milhões
Resident Evil 6 leva a franquia ao Capítulo Final que merece
A maior qualidade de “Resident Evil 6: O Capítulo Final” é o fato de ser o último filme da franquia. Chega a ser um alívio na verdade. Interessante como filmes ruins se tornam imensamente piores quando vistos numa tela gigante IMAX. É como se todos os seus defeitos ficassem ainda maiores, mais nítidos, mais incômodos. Foi assim no ano passado com coisas como “Independence Day: O Ressurgimento”, “Inferno – O Filme” e “Esquadrão Suicida”. E é assim inevitavelmente com essa… na falta de outro nome, adaptação de game. O segredo dessa franquia ter rendido tantas sequências concebidas por seu diretor e roteirista Paul W.S. Anderson está na forma como ele explora sem pudor sua esposa, a atriz Milla Jovovich, de forma fetichista, mostrando-a em trajes apertados, segurando armas e lutando em câmera lenta contra monstros e zumbis. Boa parte da franquia se resumiu a justificativas para mostrar Milla chutando traseiros de criaturas de forma geek-sexy. Muitas vezes, na companhia de outras atrizes bonitas – Michelle Rodriguez, no primeiro e quinto filmes, Sienna Guillory, no segundo e também no quinto filmes, Ali Larter, que apareceu em três longas, inclusive neste “Capítulo Final”, e a novata Ruby Rose, debutante nesta última bomba. Mesmo assim, houve alguns momentos memoráveis sem exploração feminina ao longo do caminho, como a incursão no interior da Colmeia e os cães zumbis bizarros do primeiro filme, a homenagem a “Os Pássaros” (1963), de Hitchcock, no terceiro, e a utilização de efeitos 3D digitais no quarto, até hoje visto por muitos como um dos melhores usos dessa tecnologia no cinema. Infelizmente, nada de memorável acontece em “Resident Evil 6: O Capítulo Final”. Os cenários não transmitem o mínimo senso de realismo ou beleza, a areia do deserto não parece areia, o roteiro, que nunca foi algo forte em “Resident Evil”, mostra-se ainda mais desleixado. E o filme avança aos trancos, para mostrar a revanche de Alice, a personagem de Milla, contra a corporação Umbrella, com direito a mais lutas em câmera lenta. Cenas que poderiam ser impactantes de alguma maneira, como a luta de Alice sobre um veículo militar, amarrada e perseguida de perto por uma multidão de zumbis, não conseguem despertar a mínima empolgação. A apatia, que já se manifestava nos outros filmes da franquia, agora toma conta do filme como um todo. Tudo é ruim: diálogos, cenas de ação, cenários, fotografia escura, efeitos 3D vagabundos, personagens desinteressantes e conclusão apressada e nada criativa. A única satisfação gerada pelo filme, após quase duas horas de projeção, é saber que acabou. E com direito a um “Capítulo Final” capaz de superar todos os defeitos dos longas anteriores. Um final à altura da franquia.
Resident Evil 6 estreia em 1º lugar no Brasil
“Resident Evil 6: O Capítulo Final” estreou no topo das bilheterias no Brasil, ao contrário dos EUA, onde seu desempenho não rendeu mais que o 4º lugar. O filme que deve encerrar a franquia de videogames no cinema teve cerca de 400 mil ingressos vendidos e arrecadou R$ 6,9 milhões em seu primeiro fim de semana no país, segundo dados divulgados pela ComScore, empresa que monitora o mercado brasileiro. Com isso, após duas semanas em 1º lugar, a animação “Moana – Um Mar de Aventuras” caiu para a segunda posição. Seu sucesso já lhe garantiu R$ 61 milhões e 4,3 milhões de ingressos vendidos. Mas impressionante mesmo é o sucesso da comédia brasileira “Minha Mãe É Uma Peça 2”. Há seis semanas em cartaz, o filme continua entre os mais assistidos, ocupando a 3ª colocação. No fim de semana, ainda conquistou uma façanha raríssima no cinema nacional, ao ultrapassar a arrecadação de R$ 100 milhões. Ao todo, 8,1 milhões de ingressos já foram vendidos para o público assistir Paulo Gustavo vestido de mulher, somando R$ 109 milhões para a produção. A marca faz de “Minha Mãe é Uma Peça 2” o quarto filme brasileiro mais assistido de todos os tempos – ou, ao menos, desde 1970, quando o mercado passou a contabilizar seus números. Só perde para “Dona Flor e Seus Dois Maridos” (1976), “Tropa de Elite 2” (2010) e “Os Dez Mandamentos” (2016). Recordista em indicações ao Oscar 2017, o musical “La La Land” ficou em 4º lugar para demonstrar que, com boa distribuição, até filmes bons podem fazer sucesso. Acessibilidade impede ou cria sucessos. “xXx: Reativado” fecha o Top 5. E as cinco posições seguintes incluem outros quatro lançamentos do fim de semana: “Quatro Vidas de um Cachorro” (6º), “A Bailarina” (7º), “Beleza Oculta” (8º) e “Até o Último Homem” (10º). BILHETERIAS: TOP 10 Brasil 1. Resident Evil 6: O Capítulo Final Fim de semana: R$ 6,9 milhões Total: R$ 7 milhões 2. Moana – Um Mar de Aventuras Fim de semana: R$ 4,9 milhões Total: R$ 61 milhões 3. Minha Mãe É uma Peça 2 Fim de semana: R$ 4,8 milhões Total: R$ 109 milhões 4. La La Land Fim de semana: R$ 3,8 milhões Total: R$ 13,1 milhões 5. xXx: Reativado Fim de semana: R$ 3,4 milhões Total: R$ 14,8 milhões 6. Quatro Vidas de um Cachorro Fim de semana: R$ 2,6 milhões Total: R$ 2,6 milhões 7. “A Bailarina” Fim de semana: R$ 2,4 milhões Total: R$ 2,8 milhões 8. “Beleza Oculta” Fim de semana: R$ 2,2 milhões Total: R$ 2,2 milhões 9. Assassin’s Creed Fim de semana: R$ 2,1 milhões Total: R$ 30,8 milhões 10. Até o Último Homem Fim de semana: R$ 1,1 milhão Total: R$ 1,1 milhão
Terror barato de M. Night Shyamalan fatura o dobro de Resident Evil 6 nas bilheterias norte-americanas
O terror “Fragmentado”, de M. Night Shyamalan (“O Sexto Sentido”), manteve a liderança das bilheterias da América do Norte (EUA e Canadá) pelo segundo fim de semana consecutivo, superando as estreias mais badaladas com US$ 26,2 milhões de arrecadação. Filmado por apenas US$ 10 milhões, a história do psicopata de múltiplas personalidades, vivido por James McAvoy (“X-Men: Apocalipse”), já tinha dado lucro em seus primeiros três dias de exibição. O próprio Shyamalan financiou a obra, para que pudesse manter o controle criativo e impedir interferência do estúdio. A fórmula foi a mesma de seu filme anterior, “A Visita” (2015), que custou US$ 5 milhões e rendeu US$ 98 milhões em todo o mundo, com uma fatia significativa do faturamento retornando diretamente para o diretor-produtor. Em 10 dias, “Fragmentado” já superou este montante, chegando a US$ 101,6 milhões na soma da arrecadação de diversos países – menos do Brasil, que só verá o filme daqui a dois meses, em 23 de março. A permanência de “Fragmentado” no topo pode ter sido reflexo do boicote liderado pela Peta contra a estreia de “Quatro Vidas de um Cachorro”. Um vídeo dos bastidores da produção, vazado na véspera, denunciou maus tratos de um dos animais de sua história, o que teria prejudicado seu desempenho – mesmo diante das negativas do produtor, que acusa o vídeo de ser editado com propósitos sensacionalistas. A ONG fez piquete na porta de alguns cinemas que exibiram o longa, constrangendo quem tivesse interesse em assisti-lo. Apesar disso, “Quatro Vidas de um Cachorro” conseguiu o 2º lugar, com US$ 18,3 milhões. Já “Resident Evil 6: O Capítulo Final” nem precisou de campanha negativa para fracassar. Abriu em 4º lugar, com apenas US$ 13,8 milhões. Ou seja, metade do que fez “Fragmentado” em sua segunda semana. A baixa bilheteria garante que desta vez a franquia acabou mesmo. Desastre ainda mais espetacular foi protagonizado por Matthew McConaughey na terceira estreia da semana. “Ouro” quase ficou de fora do Top 10, agarrando-se ao 10º lugar com uma bilheteria de US$ 3,4 milhões. Trata-se do terceiro fracasso seguido do ator, após “The Sea of Threes” (2015 e sequer lançado no Brasil) e “Um Estado de Liberdade” (2016), alimentando a teoria de que vencer o Oscar pode ser prejudicial para a carreira. McConaughey venceu o Oscar de Melhor Ator em 2014, por “Clube de Compra Dallas”. Detalhe: a estreia de “Ouro” está marcada apenas para maio no Brasil… Enquanto isso, no Top 5, “Estrelas Além do Tempo” (3º lugar) e “La La Land” (5º lugar) superaram simultaneamente a marca de US$ 100 milhões na bilheteria doméstica. Mas enquanto o filme das engenheiras negras da NASA ainda está iniciando sua distribuição internacional – estreia no Brasil na quinta (2/2) – , o musical já tem US$ 223,5 milhões em todo o mundo, efeito da curiosidade despertada por seu recorde de 14 indicações ao Oscar 2017. BILHETERIAS: TOP 10 América do Norte 1. Fragmentado Fim de semana: US$ 26,2 milhões Total EUA: US$ 77,9 milhões Total Mundo: US$ 101,6 milhões 2. Quatro Vidas de um Cachorro Fim de semana: US$ 18,3 milhões Total EUA: US$ US$ 18,3 milhões Total Mundo: US$ 23,3 milhões 3. Estrelas Além do Tempo Fim de semana: US$ 14 milhões Total EUA: US$ 104 milhões Total Mundo: US$ 104,8 milhões 4. Resident Evil 6: O Capítulo Final Fim de semana: US$ 13,8 milhões Total EUA: US$ 13,8 milhões Total Mundo: US$ 78,3 milhões 5. La La Land – Cantando Estações Fim de semana: US$ 12 milhões Total EUA: US$ 106,5 milhões Total Mundo: US$ 223,5 milhões 6. xXx: Reativado Fim de semana: US$ 8,2 milhões Total EUA: US$ 33,4 milhões Total Mundo: US$ 89 milhões 7. Sing – Quem Canta Seus Males Espanta Fim de semana: US$ 6,2 milhões Total EUA: US$ 257,4 milhões Total Mundo: US$ 463,7 milhões 8. Rogue One – Uma História Star Wars Fim de semana: US$ 5,1 milhões Total EUA: US$ 520 milhões Total Mundo: US$ 1 bilhão 9. Monster Trucks Fim de semana: US$ 4,1 milhões Total EUA: US$ 28,1 milhões Total Mundo: US$ 47,5 milhões 10. Ouro Fim de semana: US$ 3,4 milhões Total EUA: US$ 3,4 milhões Total Mundo: US$ 3,4 milhões
Até o Último Homem é a melhor estreia em semana cheia de filmes de chorar
Com nove estreias, os cinemas voltam a registrar novidades no circuito limitado após a temporada de blockbusters de férias. Em parte é o efeito Oscar, com o lançamento de “Até o Último Homem” conquistando destaque num circuito intermediário. Melhor filme da semana e indicado a seis Oscars, “Até o Último Homem” é a volta de Mel Gibson à direção, uma década após seu último longa-metragem e depois de muitas polêmicas em sua vida pessoal. A produção traz as marcas do diretor, vencedor do Oscar por “Coração Valente” (1995). Com explosões, tiros, abusos e carnificina, apresenta um espetáculo apocalíptico de guerra, com direito a cenas brutais para ilustrar o contraste entre a desumanização e a fé. A trama é baseada na história real do soldado Desmond T. Doss, que ganhou a Medalha de Honra do Congresso dos EUA depois de se recusar a pegar numa arma durante toda a 2ª Guerra Mundial. Vivido por Andrew Garfield (“O Espetacular Homem-Aranha 2”), Doss sofre bullying e humilhação de seus colegas recrutas, mas não abre mão de suas convicções, conquistando o direito de ir a combate desarmado. Taxado de covarde, ele se torna uma lenda ao salvar, sozinho, a vida de 75 homens durante a Batalha de Okinawa, resgatando feridos e ajudando a evacuar as linhas inimigas, mesmo atingido por uma granada e um franco-atirador japonês. Entre os Oscars a que concorre, estão os de Melhor Filme, Direção e Ator. O filme de Gibson é assumidamente emotivo e chega numa semana repleta de filmes manipulativos, embora alguns lançamentos deem outros motivos para chorar. Como é difícil definir qual o pior, “Resident Evil 6 – O Capítulo Final” ao menos tem o mérito de dar o fim numa franquia excruciante. Além disso, o público sabe exatamente no que está se metendo ao comprar o ingresso, após cinco filmes com zumbis que não assustam, lutas em câmera-lenta que ressaltam como o tempo demora a passar e 3D que não esconde o aspecto B da produção. “Max Steel”, por sua vez, merece todas as cópias dubladas que vai receber, pois não passa de um telefilme superestimado para crianças. Lançado em 2 mil cinemas nos EUA, a adaptação do brinquedo/desenho animado só fez US$ 3 milhões e conseguiu recorde de desaprovação no site Rotten Tomatoes, atingindo 0% de críticas positivas. O impressionante é que isso não abalou os planos da distribuidora nacional, que está ocupando salas com seu lançamento. O cheio de lixo também exala de “Beleza Oculta”, indicado ao Framboesa de Ouro de pior combinação de elenco. Melodrama apelativo, tenta contar uma história edificante com diversos atores conhecidos, mas resulta hilariante no pior sentido. A média no Rotten Tomatoes é 12%. “Quatro Vidas de um Cachorro” é outra dose canina de manipulação emotiva. Feito para ressaltar a ligação afetiva entre homens e cachorros, apela para a crença na vida após a morte para confortar crianças com a ideia de que, quando morrem, os cãezinhos viram magicamente um novo cachorro. Não bastasse, a trama ainda mostra as dúvidas metafísicas do bicho. Mas o escândalo do vídeo editado, com supostos maus tratos na filmagem, deve ter diminuído a vontade dos fãs do best-seller (sério, esta história vendeu horrores) de pagar para chorar no cinema. 30% no Rotten Tomatoes. Dentre tantos produtos infantilóides, a melhor opção para as crianças é a animação “A Bailarina”, produção franco-canadense que tenta replicar a magia da Disney e surpreende pela qualidade técnica. A trama gira em torno de uma menina órfã (dublada no Brasil por Mel Maia) que sonha virar uma grande bailarina na Paris do século 19, mas para seguir seu sonho precisa fugir de casa, com a ajuda de um menino que sonha virar um grande inventor. Não há fada madrinha para abrir caminhos de forma mágica, o que torna a mensagem desta Cinderela mais relevante, ao mostrar que trabalho e dedicação são o caminho para conquistar os sonhos. A realização de sonhos também é o mote de “O Ídolo”, uma espécie de “Quem Quer Ser um Milionário?” palestino. Escrito e dirigido por Hany Abu-Assad, acompanha um jovem da Faixa de Gaza, que sonha virar músico e vê no programa “Arab Idol” (o “Ídolos” do Oriente Médio) a oportunidade de trocar a penúria da zona de conflito pela vida de artista famoso. A fórmula bem conhecida de sucessos de Hollywood, baseada em “fatos reais”, desta vez é apresentada como filme de arte. E exibida em circuito limitado. Filme russo de maior destaque nos festivais mais recentes, “Paraíso” é trabalho de um mestre, Andrey Konchalovskiy, que recuperou o prestígio com vários troféus acumulados após voltar ao cinema de arte, tendo dirigido até Sylvester Stallone nos anos 1980. Filmado em preto e branco e apresentado como um pseudo-documentário, com depoimentos dos protagonistas, acompanha as circunstâncias dramáticas do reencontro entre uma aristocrata russa, condenada aos campos de concentração por abrigar judeus, e um oficial nazista que a amava desde a juventude. Completa o circuito o lançamento mais “artístico” e “difícil”, “A Morte de Luís XIV”. Mórbido, retrata a lenta agonia do rei da França, que começa a morrer cercado por seus súditos. Além da interpretação de Jean-Pierre Léaud, chama atenção a belíssima fotografia, que evoca pinturas dos grandes mestres do período. O diretor catalão Albert Serra já tinha tratado do tema da deterioração humana em seu filme anterior, “História da Minha Morte” (2013). Em suas obras, morrer não é bonito como em “Quatro Vidas de um Cachorro”. Clique nos títulos dos filmes para ver os trailers de cada uma das estreias.
Milla Jovovich enfrenta zumbis em novo pôster e cena inédita de Resident Evil 6
A Sony divulgou um novo pôster e um vídeo com uma cena inédita de “Resident Evil 6: O Capítulo Final”, em que a atriz Milla Jovovich enfrenta vilões e zumbis. Disponibilizada na rede PlayStation, a cena chega a lembrar um “Mad Max” com zumbis. Na trama, Alice (Milla Jovovich) lidera um grupo numa missão final na Colmeia, onde encontra novamente o programa de defesa da Rainha Vermelha e o perigo representado pelo vilão Dr. Alexander Isaacs (Iain Glen, de “Game of Thrones”, visto pela última vez em “Resident Evil 3: A Extinção”). O elenco ainda inclui Ali Larter (retomando a personagem Claire, desaparecida desde “Resident Evil 4: Recomeço”), a australiana Ruby Rose (série “Orange Is the New Black”), o irlandês Eoin Macken (série “The Night Shift”), o cubano William Levy (“O Clube das Mães Solteiras”) e o modelo e apresentador de TV japonês Rola (sério). Novamente dirigido por Paul W.S. Anderson, o último “Resident Evil” estreia na próxima quinta (26/1) no Brasil, um dia antes do lançamento nos EUA.
Milla Jovovich resume toda a franquia em vídeo de Resident Evil – e ainda ilustra dois novos pôsteres!
A Sony divulgou dois novos pôsteres e um vídeo de “Resident Evil 6: O Capítulo Final”, em que a atriz Milla Jovovich resume toda a história da franquia, listando personagens, fazendo piadinhas e gastando referências a “Game of Thrones” e “Prison Break”. A ideia é situar o espectador na trama, antes do “Capítulo Final”. Mas não há legendas. Na trama, a Corporação Umbrella desenvolveu uma cura para o vírus zumbi e, para salvar a humanidade, Alice (Milla Jovovich) lidera um grupo de voluntários numa missão de busca Colmeia, como o QG do mal é conhecido, onde encontra novamente o programa de defesa da Rainha Vermelha e o perigo representado pelo vilão Dr. Alexander Isaacs (Iain Glen, de “Game of Thrones”, visto pela última vez em “Resident Evil 3: A Extinção”). O elenco ainda inclui Ali Larter (retomando a personagem Claire, desaparecida desde “Resident Evil 4: Recomeço”), a australiana Ruby Rose (série “Orange Is the New Black”), o irlandês Eoin Macken (série “The Night Shift”), o cubano William Levy (“O Clube das Mães Solteiras”) e o modelo e apresentador de TV japonês Rola (sério). Novamente dirigido por Paul W.S. Anderson, o último “Resident Evil” estreia na próxima quinta (26/1) no Brasil, um dia antes do lançamento nos EUA.









