Criador defende clichês exagerados de Emily em Paris
O veterano produtor-roteirista Darren Starr defendeu sua nova série, “Emily em Paris”, que foi destruída pela crítica francesa por apresentar uma visão distorcida e estereotipada da vida na capital da França. Concebida para apresentar uma versão adorável de Paris, a série despertou ódio entre os moradores da cidade. A rádio RTL chegou a lamentar que, em vez de retratar Paris, a série tenha gravado um compêndio hollywoodiano. “Raramente tínhamos visto tantos clichês sobre a capital francesa desde os episódios parisienses de ‘Gossip Girl’ [série americana lançada em 2007] ou do final de ‘O Diabo Veste Prada’ [filme de 2006]”. “Aprendemos que os franceses são ‘todos maus’ (sim, sim), que são preguiçosos e nunca chegam ao escritório antes do final da manhã, que são paqueradores incorrigíveis, que não estão realmente apegados ao conceito de lealdade, que são sexistas e retrógrados e, claro, que têm uma relação duvidosa com o chuveiro. Sim, nenhum clichê é poupado, nem mesmo os mais fracos”, apontou a revista Première. Com sarcasmo, o site Sens Critique acrescentou que “os roteiristas devem ter cogitado por dois ou três minutos enfiar uma baguete debaixo [do braço] de cada francês, ou mesmo uma boina para distingui-los claramente. Por outro lado, todos fumam cigarros e paqueram até a morte”, enquanto Paris é retratada como “uma espécie de cidade-testemunho onde cada rua se torna pitoresca sem o menor lixo, com figurantes vestidos de alta costura e só chove se Lily Collins está triste”. Em entrevista à revista The Hollywood Reporter, Starr disse que a visão turística hollywoodiana da série reflete o olhar de sua protagonista, a Emily do título, uma americana que se deslumbra ao ir morar em Paris. “A primeira coisa que ela vê são os clichês, porque este é o ponto de vista dela”, explicou ele, referindo-se à personagem vivida por Lily Collins – que, curiosamente, não é uma atriz americana, mas inglesa, filha do cantor Phil Collins. Por conta disso, ele afirmou “não se lamentar por ver Paris através de lentes glamourosas”. “Queria fazer um programa que celebrasse essa parte de Paris”, acrescentou. O produtor tem feito uma procissão por veículos de imprensa para divulgar a série e tentar diminuir as primeiras impressões negativas ressaltadas pela crítica. Mesmo nos EUA, “Emily em Paris não foi exatamente bem-recebida pela imprensa, com 63% de aprovação no Rotten Tomatoes e medíocres 55% entre os críticos top. A maior reação aos comentários negativos, entretanto, ficou por conta de blogueiros de moda, que começaram, do nada, a fazer elogios à produção, baseando-se apenas nas grifes que aparecem na tela. Esse tipo de campanha combinada de opiniões de “influencers” raramente é espontânea, embora os anunciantes expressem o desejo de que os pagamentos não sejam identificados como propaganda. De todo modo, Starr tem experiência em transformar grifes em chamariz. Uma de suas séries mais conhecidas, “Sex and the City”, foi basicamente uma grande publicidade para os sapatos de Christian Louboutin, que na época da produção viraram obrigatórios nos tapetes vermelhos. Mas, desta vez, a crítica considerou até o aspecto fashionista sufocante. “Comédias românticas são, é claro, fantasias, mas seu charme é que também falam sobre as pessoas. Infelizmente, ‘Emily em Paris’ trata apenas de grifes”, escreveu a revista New Statement. A 2ª temporada ainda não foi confirmada, mas Starr revelou que novos episódios consertariam o que o jornal britânico The Independent chamou de “parque temático parisiense de Westworld”, eliminando a visão afetada da capital francesa. “Emily será mais uma moradora da cidade [na 2ª temporada]”, ele disse à revista de Oprah Winfrey. “Ela vai ter um pouco mais os pés no chão.”
Emily em Paris: Série é lamentada pela imprensa francesa por excesso de clichês
A série “Emily em Paris”, lançada no fim de semana pela Netflix, pode agradar fãs de comédias românticas, mas a imprensa francesa definitivamente odiou. Desenvolvida por Darren Star (criador de “Sex and the City”, “Barrados no Baile” e “Younger”), a história acompanha a Emily do título, vivida por Lily Collins (“Simplesmente Acontece”), recém chegada em Paris, descobrindo o cotidiano da capital francesa. Mas o olhar americano teria dado vida a todos os clichês possíveis sobre a cidade. “Aprendemos que os franceses são ‘todos maus’ (sim, sim), que são preguiçosos e nunca chegam ao escritório antes do final da manhã, que são paqueradores incorrigíveis, que não estão realmente apegados ao conceito de lealdade, que são sexistas e retrógrados e, claro, que têm uma relação duvidosa com o chuveiro. Sim, nenhum clichê é poupado, nem mesmo os mais fracos”, apontou a revista Première. Com sarcasmo, o site Sens Critique acrescentou que “os roteiristas devem ter cogitado por dois ou três minutos enfiar uma baguete debaixo [do braço] de cada francês, ou mesmo uma boina para distingui-los claramente, por outro lado, todos fumam cigarros e paqueram até a morte”. O texto ainda diz que Paris é retratada na série como “uma espécie de cidade-testemunho onde cada rua se torna pitoresca sem o menor lixo, com figurantes vestidos de alta costura e só chove se Lily Collins está triste”. A rádio RTL, por sua vez, lamenta que a série, em vez de retratar a verdadeira Paris, tenha gravado um compêndio de como Hollywood vê a cidade. “Raramente tínhamos visto tantos clichês sobre a capital francesa desde os episódios parisienses de ‘Gossip Girl’ [série americana lançada em 2007] ou do final de ‘O Diabo Veste Prada’ [filme de 2006]”. Como a 1ª temporada de “Emily em Paris” terminada num cliffhanger romântico, o produtor Darren Star tem planos de explorar novos clichês nos próximos capítulos, caso a audiência seja boa o suficiente para a Netflix encomendar o segundo ano da produção. “Ela fará parte do tecido do mundo em que está vivendo. Ela será mais uma residente da cidade”, contou Star à Oprah Magazine.
The Walking Dead: World Beyond estreia com críticas negativas
A crítica reprovou a ampliação do universo de “The Walking Dead”. A nova série passada no apocalipse zumbi, “The Walking Dead: World Beyond”, foi recebida com avaliações negativas pela imprensa americana. A atração, que estreia neste domingo (4/10) nos EUA, ficou com apenas 40% de aprovação no site Rotten Tomatoes. A revista Variety publicou a crítica mais favorável, ainda assim destacando que “não é uma série perfeita”. O que agradou a publicação foi a “vontade de reinventar, de examinar genuinamente um recanto desse universo que ainda não foi tocado”, recomendando aos fãs da franquia que “vale a pena experimentar” seus episódios. Já as publicações especializadas TV Guide e TV Line foram menos magnânimas. A primeira afirma que “The Walking Dead: World Beyond” é um spin-off “desnecessário” e que só funciona “às vezes”, enquanto a segunda declara que seus personagens são “estereótipos escritos nos termos mais simples”. Além disso, as reviravoltas não são sutis e não acrescentam nada de novo à saga. “Provavelmente, é perfeito para jovens telespectadores mais interessados em dramas [adolescentes] do que em zumbis”. A CNN reforçou que a série parece teen, refletindo o fato de sua trama seguir quatro adolescentes, “como um versão do Disney Channel de uma série zumbi, mas sem as músicas pegajosas”. E a Entertainment Weekly deu o tiro de misericórdia. “Sério, alguém estava pedindo por isso? Os adolescentes já têm seu próprio programa de zumbis, chamado ‘The Walking Dead'”. Criada por Scott Gimple e Matt Negrette, produtores-roteiristas veteranos da “Walking Dead” original, a trama realmente acompanha um grupo de jovens, que cresceu numa comunidade protegida e que resolve se aventurar pela primeira vez no mundo exterior, adentrando o apocalipse zumbi. O elenco destaca Alexa Mansour (“Amizade Desfeita 2: Dark Web”), Nicolas Cantu (visto em “The Good Place”), Hal Cumpston (que estrelou e escreveu o drama indie australiano “Bilched”), Aliyah Royale (de “The Red Line”), Annet Mahendru (a Nina de “The Americans”), o galã LGBTQIA+ Nico Tortorella (da série “Younger”) e a veterana Julia Ormond (“Mad Men”, “Incorporated”). A série tem previsão de estreia no Brasil com um dia de atraso, às 22h de segunda-feira (5/10) no canal pago AMC. Veja abaixo um vídeo de apresentação da atração.
Mulan divide crítica internacional: lindo, mas superficial
Prestes a chegar ao público em vários países, “Mulan” dividiu a crítica internacional. As primeiras resenhas publicadas nos EUA e no Reino Unido elogiam o visual, as cenas de ação e o trabalho da diretora Niki Caro, mas lamentam a falta de profundidade do roteiro. Entre os comentários que chamaram mais atenção, é possível reparar que os críticos acharam a vilã Xianniang, vivida pela excepcional Gong Li (“Memórias de uma Gueixa”), muito mais interessante que a heroína interpretada por Liu Yifei (“O Reino Perdido”). Também houve um coro contra a transformação de Mulan numa guerreira jedi, cuja Força é chamada de chi. E até questionamento sobre sua causa. Supostamente uma guerreira feminista, ela lutaria em defesa do velho patriarcado. Na largada, a produção da Disney atingiu 77% de aprovação no Rotten Tomatoes – e um pouco menos, 71%, entre os críticos Top, dos grandes veículos de comunicação. Primeiro filme de fábulas live-action da Disney dirigido por uma mulher, “Mulan” também é a produção de maior orçamento (supostamente, mais de US$ 200 milhões) comandada por uma cineasta feminina, a neozelandesa Niki Caro (de “O Zoológico de Varsóvia”). Após vários adiamentos devido a pandemia de covid-19, a superprodução terá uma estreia diferenciada nesta sexta (4/9), chegando como VOD premium na Disney+ (Disney Plus). Ou melhor, a Disney prefere outra nomenclatura para definir o lançamento: Premier Access – o VOD mais caro de todos os tempos. Já nos territórios sem Disney+ (Disney Plus), o filme será exibido nos cinemas. O mais curioso, porém, é o caso do Brasil, onde ainda não há nem Disney+ (Disney Plus) nem cinemas abertos. A estreia por aqui vai acontecer não se sabe como nem quando. Veja abaixo alguns comentários da grandes veículos da imprensa falada em inglês sobre o filme. The Times “Pobre Mulan… Ela é uma heroína para nossos tempos, entregue à Disney em uma bandeja de 22 anos que não exigia nada além de uma pincelada de tinta e alguns figurantes a cavalo para produzir um blockbuster icônico para os tempos atuais e um que poderia apagar os flashes indutores de arrepios das atrocidades recentes dos remake live-action do estúdio, de ‘Dumbo’ a ‘Aladdin’. Em vez disso, essa Mulan, interpretada de maneira inexpressiva por Liu Yifei, é um reboot extremamente caro (há rumores de que o orçamento superou US$ 200 milhões) e estruturalmente calamitoso, que luta para apelar simultaneamente aos censores em Pequim (a China é o alvo demográfico primário), os banqueiros de Hollywood e os guardiões da moral online, que cada vez mais agem como um corretivo para os instintos politicamente indelicados de contar histórias dos cineastas.” The New York Post “Embora não seja totalmente original, ‘Mulan’ faz a transição da animação para o live-action com coragem e reinvenção. Sim, senti falta da música cativante do filme de animação de 1998 e os animais falantes – Eddie Murphy como um dragão brincalhão chamado Mushu poderia ser difícil de equilibrar com o filme de 2020 – , mas fui varrido pelos cenários chineses de tirar o fôlego e pelas batalhas de alto risco. E há muitos delas. Com uma classificação PG-13 [para maiores de 13 anos nos EUA], este ‘Mulan’ faz uma abordagem muito mais violenta da história antiga.” The New York Times “Ambientado numa mistura no Velho Mundo e aquele novo reino mítico do empoderamento feminino do felizes para sempre, esta versão live-action de ‘Mulan’, dirigida por Niki Caro, é praticamente o que acontece quando uma lenda atende aos objetivos globais da Disney. É um pouco divertido e um pouco triste, cheio de paisagens arrebatadoras e enriquecido com lutas cinéticas (embora não o suficiente). Tem violência anti-séptica, elevação emocional e o tipo de protagonista que as pessoas do cinema gostam de chamar de identificável: uma jovem bonita e corajosa (a apropriadamente atraente Liu Yifei), que ama sua família, mas não se encaixa (ainda). Ela também não canta, uma pequena misericórdia dado o gorjeio desafinado da animação de 1998 da Disney.” The Washington Post “Inspirando-se no balé de violência do diretor John Woo e do ator Jet Li (que aparece em uma participação especial como o imperador chinês) e nos épicos históricos de Zhang Yimou e Bernardo Bertolucci, que se apropriam das telas grandes, ‘Mulan’ é indiscutivelmente impressionante, levando sua jovem heroína da aldeia em que nasceu até campos de batalha e redutos imperiais, que a diretora Niki Caro filma com intensidade arrebatadora (até surgir o ocasional momento estranho de CGI e edição superficial). Mas, mesmo em seu aspecto mais espetacular, não significa que ‘Mulan’ é sempre divertido de assistir… Embora apenas algumas gotas de sangue visível sejam derramadas, ‘Mulan’ é basicamente um filme de guerra, com batalhas quase constantes, emboscadas e confrontos, que apesar de meticulosamente coreografados, começam a parecer longos e repetitivos conforme a contagem de corpos se acumula.” Variety “Ao contrário de ‘O Rei Leão’ ou ‘A Bela e a Fera’, que aderiu servilmente à franquia subjacente, ‘Mulan’ parece ter sido feito por alguém que não necessariamente amou o tratamento anterior da Disney. Isso pode decepcionar os fãs que cresceram com essa versão, mas não deve representar nenhum obstáculo para uma nova geração que certamente será inspirada por este tributo em escala épica ao empoderamento feminino. Mas… ‘Mulan’ apresenta mais do que sua cota de referências a ‘Star Wars’, nada mais óbvio do que a ideia de que sua Força deriva de seu chi interior, se ao menos ela pudesse aprender a controlá-lo… Com vários autores, porém sem voz clara, o roteiro desajeitado de ‘Mulan’ freqüentemente coloca a trama acima do personagem, privando Mulan de uma personalidade robusta”. BBC “‘Mulan’ da Disney é uma obra-prima: divertido, brilhantemente engraçado, impressionante no uso de ângulos artísticos e imagens, e ousado em seu feminismo e sua representação positiva de personagens asiáticos. Agora chega de falar sobre o desenho animado que saiu em 1998…. No lado positivo, Niki Caro e sua equipe adicionaram algumas sequências de ação enérgica de wire-fu em que os combatentes correm pelas paredes e pelos telhados, e a câmera se vira para acompanhá-los. Não há nada que se compare às deslumbrantes lutas que desafiam a gravidade em ‘O Tigre e o Dragão’ ou ‘Herói’ (estrelado por Jet Li), mas Mulan servirá aos espectadores mais jovens como uma introdução emocionante ao cinema de artes marciais. É certamente mais violento do que a maioria dos filmes da Disney, embora os pais não precisem se preocupar. Dezenas de soldados não identificados são esfaqueados, mas todos eles têm honra e lealdade demais para sangrar… A mensagem é que as mulheres não deveriam ter que suprimir suas habilidades e ser subservientes, mas o filme não é tão progressivo quanto parece sugerir. Os feitiços de Xian Lang são tão poderosos que é difícil saber por que ela não dispensa o enfadonho Bori e governa a China por conta própria. E a proposta inspiradora de que Mulan deveria se orgulhar de suas habilidades fantásticas é prejudicada pela ideia de que ela deveria usar essas habilidades apenas para servir a seu país e/ou sua família. Quaisquer aspirações além disso não são uma opção.” The Observer “Oh, o que 22 anos – e a abertura do mercado global – podem fazer com nossas fábulas! Quando Mulan foi lançado em 1998 – parte da alardeada renascença da animação da Disney – os críticos notaram principalmente seu humor, resultado de um dragão vermelho tagarela chamado Mushu, dublado por Eddie Murphy, e canções atrevidas, embora esquecíveis, que se referiam a ‘travesti’ em letras que muitas vezes soavam como piadas. O racismo casual do filme – especialmente os saqueadores hunos bigodudos – mal foi notado. Para uma geração de pessoas trans que assistiu ao DVD em suas salas de estar de infância, o que era implicado assumia um significado mais significativo. Ao contar a história de um jovem desajeitado e conflituoso que se sentia preso dentro de um corpo de mulher e por expectativas sociais que não correspondiam ao que ele sentia sobre si mesmo, Mulan tornou-se uma pedra de toque para jovens transgêneros e inconformados. Mas no ‘Mulan’ de 2020, a estranheza foi exorcizada. (Adeus, soldados vestidos como concubinas; mal os conhecíamos.) Embora essa Mulan (habilmente trazida à vida por Liu Yifei) ainda se irrite com a expectativa da sociedade, ela perdeu seu peso; a sensação de estar preso no corpo errado e na hora errada não faz mais parte dela. Em vez disso, esta figura do folclore chinês foi Skywalkerizada e Neozizada. Ela é um super-herói. Ela é a Escolhida – basicamente um Harry Potter do Leste Asiático, mas em vez do Garoto que Viveu, ela é a Garota que Viveu como Garoto por Algumas Semanas”.
Tenet e Mulher-Maravilha 1984 sofrem novos adiamentos no Brasil
Com os cinemas ainda fechados na maioria dos estados do Brasil, a Warner decidiu comunicar o adiamento oficial de suas próximas estreias, “Tenet” e “Mulher-Maravilha 1984”. O filme de Christopher Nolan, que já estreou em vários países e chega nesta quinta (3/8) aos cinemas americanos, sofreu novo adiamento, remarcado de 24 de setembro para 15 de outubro. Como esta era a data prevista para o lançamento nacional de “Mulher-Maravilha 1984”, o longa da heroína também precisou ser remanejado, sendo transferido para 5 de novembro. Os planos iniciais previam que “Tenet” chegaria em 23 de julho no Brasil. Desde então, a Warner já adiou quatro vezes a exibição, sempre atrasando a estreia em algumas semanas. Só que, de “pulinho” em “pulinho”, o filme vai estrear quase três meses depois da data originalmente prevista, devido à pandemia de coronavírus. Apesar da reação divisiva da crítica, o site Rotten Tomatoes colocou sua credibilidade em cheque por ignorar as resenhas negativas e considerar como positivas diversas críticas cheias de ressalvas, mantendo a nota do filme elevada até sua estreia internacional, quando faturou US$ 53 milhões em cerca de 40 países no fim de semana passado. Desde então, as opiniões negativas começaram a ser acrescentadas e a nota do filme despencou, de 83% para 77% de aprovação. Ainda assim, mantém-se elevada, considerando o tom geral. “O que diabos foi isso?”, sintetizou a resenha do New York Post, incluída nesta quarta (2/9). Promovido como um grande mistério, o filme é, aparentemente, daqueles que precisam de explicação mesmo depois do espectador terminar de assisti-lo. Confirmando comentários do próprio elenco de que o filme é difícil de entender, as resenhas apontam que o roteiro é o ponto fraco da produção. A trama foi mantida em segredo durante toda a divulgação, explicada apenas numa sinopse que afirma: “Armado com apenas uma palavra – Tenet – e lutando pela sobrevivência do mundo, o protagonista (John David Washington, de “Infiltrado na Klan”) precisa partir em uma missão dentro do mundo da espionagem internacional, que irá revelar algo além do tempo. Não é viagem no tempo. É inversão.” O texto nem se dá ao trabalho de nomear o personagem principal. Já as situações vistas no trailer incluem balas que disparam na direção contrária dos tiros e carros que capotam de trás pra frente, numa espécie de “efeito rewind”, que questiona a linearidade do tempo e lembra que o diretor responsável é o mesmo de “A Origem” (2010) e “Interestelar” (2014). O elenco também inclui Robert Pattinson (“Bom Comportamento”), Elizabeth Debicki (“As Viúvas”), Clémence Poésy (“The Tunnel”), Martin Donovan (“Big Little Lies”), Aaron Taylor-Johnson (“Vingadores: Era de Ultron”) e Dimple Kapadia (“Confinados”), atriz veterana de Bollywood em seu primeiro grande papel em Hollywood, além de dois velhos conhecidos dos filmes de Nolan, Michael Caine (trilogia “Batman”) e Kenneth Branagh (“Dunkirk”). Curiosamente, “Mulher-Maravilha 1984” deveria ter sido exibido antes de “Tenet” no Brasil. Originalmente previsto para 4 de junho, o lançamento sofreu três adiamentos e agora será lançado quatro meses depois do planejamento inicial. Nos EUA, o filme segue com previsão de estreia em 4 de outubro. A direção é novamente de Patty Jenkins e, além da volta a atriz Gal Gadot como a personagem-título, o longa ainda contará com o retorno de Chris Pine como o Capitão Steve Trevor. Apesar deste enredo também ter pouco detalhes revelados, os atores Kristen Wiig (“Caça-Fantasmas”) e Pedro Pascal (“Narcos”) vivem os vilões, nos papéis da Mulher-Leopardo e do milionário Maxwell “Max” Lord.
Polanski perde processo para reverter expulsão da Academia
O cineasta Roman Polanski, que foi expulso da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas dos EUA por acusações de ter tido relações sexuais com menores, perdeu hoje uma ação judicial em que buscava ser reintegrado à organização. O diretor de “Chinatown” e “O Bebê de Rosemary” argumentou que não teve direito ao devido processo pela Academia quando esta decidiu expulsá-lo sob um novo código de conduta elaborado em resposta a alegações de abuso sexual contra dezenas de homens na indústria do entretenimento. A juíza Mary H. Strobel, do Tribunal Superior de Los Angeles, escreveu em sua decisão que Polanski teve “a oportunidade de apresentar qualquer evidência que considerasse relevante” para a Academia, incluindo um longo documento de seu advogado e uma declaração em vídeo. Polanski, que tem cidadania francesa e polonesa, fugiu dos Estados Unidos em 1978 depois de confessar ter estuprado uma menina de 13 anos e nunca mais voltou, continuando sua carreira na França. Nos últimos anos, várias outras mulheres o acusaram de má conduta sexual naquele período, mas o diretor, que assumiu a culpa da primeira denúncia, nega as novas acusações. Em sua defesa, o cineasta de 87 anos sustenta ter vencido um Oscar em 2003, por “O Pianista”, anos depois do caso ser conhecido. Na ocasião, ter assumido a culpa não foi considerado relevante para sua consagração, mas agora, sem nenhuma outra novidade no caso, além dos pedidos da vítima para deixarem Polanski em paz, ele foi simplesmente expulso. Após esta expulsão, Polanski ainda foi premiado como Melhor Diretor no César (o Oscar francês) por seu filme mais recente, “O Oficial e o Espião”. Este prêmio causou revolta em várias atrizes e arrastou a Academia Francesa para a maior crise de sua existência.
Estreia de Tenet sofre novo adiamento no Brasil
A estreia de “Tenet”, aguardada superprodução da Warner dirigida por Christopher Nolan (“A Origem”), sofreu mais um adiamento no Brasil. Como tem sido norma, trata-se de alguns “pulinhos” para trás e não de um grande atraso. Previsto, no último adiamento, para o dia 10 de setembro, o longa agora vai estrear em 24 de setembro. Ainda assim, não dá para cravar que esta seja, finalmente, a data definitiva, porque os cinemas ainda não abriram nos estados com maior número de salas, como São Paulo e Rio. De “pulinho” em “pulinho”, o filme vai estrear dois meses depois da data originalmente prevista, devido à pandemia de coronavírus. Os planos iniciais previam um lançamento em 23 de julho no Brasil. Desde então, a Warner adiou três vezes a exibição. Com a desistência da Disney de lançar “Mulan” nos cinemas, o mercado tem esperado com ansiedade por “Tenet”, que ficou com a missão de reabrir e atrair o público de volta às salas de projeção. O filme estreia já nesta quarta-feira (26/8) na Europa e no Canadá, e até o fim de semana que vem terá entrado em cartaz na maioria dos mercados internacionais. O lançamento nos EUA está marcado para 3 de setembro. Por lá, o público ainda tem evitado as salas, na tímida reabertura que começou em alguns estados do país. Por conta da proximidade da data, as primeiras críticas já começaram a ser publicadas nos EUA e no Reino Unido. O site Rotten Tomatoes registra uma média de 82% de aprovação, que é elevada, mas uma olhada nas resenhas destacadas sugere uma franca distorção nesta cotação, porque há muitos senões na maioria dos textos considerados “positivos”. Eis um exemplo de crítica “positiva”, publicada no site da revista The Hollywood Reporter: “Assisti ao filme duas vezes e ainda me sinto muito confusa sobre o que deveria estar acontecendo e por que […]. Ao final, torna-se frio e cerebral — fácil de admirar, especialmente por ser tão rico em audácia e originalidade, mas quase impossível de amar, pela falta de certa humanidade.” Já a crítica do jornal The Guardian, que descreveu no título “Tenet” como “um fracasso com formato de palíndromo”, até agora não entrou na seleção de resenhas sobre o filme. Nestas horas, vale lembrar que a Warner é acionista do Rotten Tomatoes.
Tenet: Críticos não se empolgam com filme ambicioso e confuso de Christopher Nolan
Com a desistência da Disney de lançar “Mulan” nos cinemas, o misterioso “Tenet”, produção da Warner dirigida por Christopher Nolan (“A Origem”), ficou com a missão de reabrir e atrair o público de volta às salas de projeção. O filme estreia quarta-feira (26/8) na Europa e no Canadá e até o fim de semana que vem terá entrado em cartaz na maioria dos mercados internacionais. O lançamento nos EUA está marcado para 3 de setembro e há a ilusão de que ele chegará no dia 10 de setembro ao Brasil, mas, por enquanto, os cinemas continuam fechados tanto lá quanto aqui. Imagina-se que os exibidores agora aumentem a pressão pela reabertura, conforme essas datas se aproximam. Mas todas as apostas em torno da obra depende da repercussão crítica. Só elogios muito positivos devem animar parte do público a bancar cobaias, como os primeiros a ir ao cinema com máscaras de proteção. Pois bem, as críticas começaram a ser publicadas neste fim de semana nos EUA e no Reino Unido. E não há unanimidade em torno do filme. O site Rotten Tomatoes registra uma média de 80% de aprovação, que é elevada, mas não chega a ser cotação de, digamos, Oscar. E uma olhada nas resenhas destacadas chega, inclusive, a passar a impressão que essa percentagem está superestimada, já que há muitos senões na maioria dos textos considerados “positivos”. Em geral, os críticos americanos gostaram, sim, do filme, mas não acharam tudo aquilo que o marketing vendia. Confirmando comentários do próprio elenco de que o filme é difícil de entender, as resenhas apontam que o roteiro é o ponto fraco da produção. Já o forte são as cenas de ação, supostamente entre as melhores filmadas pelo diretor. “Quando terminar, você pode não saber totalmente o que diabos aconteceu, mas é emocionante mesmo assim”, resume a revista Empire. Por outro lado, a crítica do jornal inglês The Guardian, ainda não computada pelo Rotten Tomatoes, define o filme, em seu título, como “um fracasso com formato de palíndromo”. Confira abaixo algumas frases que expressam a opinião de publicações importantes sobre o filme. Variety “A pura meticulosidade da estética de ação de Nolan é cativante, como se para compensar os fios soltos e os paradoxos de seu roteiro – ou talvez simplesmente para sublinhar que eles não importam tanto. Tenet não é o Santo Graal, mas apesar de todas as suas caras sérias e solenes, é um entretenimento estonteante, caro e barulhento da velha e da nova escola de cinema. Empire “Tenet mais uma vez prova o compromisso perene de Nolan com a emoção da tela grande. Há muito em jogo neste filme, para ressuscitar o cinema, para afastar as pessoas de suas televisões, máscaras e tudo. Pode muito bem funcionar. Se você busca um bom e velho orgasmo cerebral explosivo feito por Nolan, é exatamente isso que você vai conseguir. Quando terminar, você pode não saber totalmente o que diabos aconteceu, mas é emocionante mesmo assim. É ferozmente divertido.” IndieWire “Grande, certamente: em escala IMAX e 150 minutos de duração, mesmo depois de uma edição visivelmente implacável. É inteligente, também – sim, o título palíndromo tem uma correlação narrativa – , mas de uma forma exaustiva e sem contagiar. Ver ‘Tenet’ é como testemunhar um Sermão da Montanha pregado por um salvador que fala exclusivamente em enigmas rígidos e sérios. Qualquer temor é anulado por perguntas subsequentes.” The New York Times “‘Tenet’ deslumbra os sentidos, mas não comove o coração — uma crítica comum a todos os filmes originais de Nolan. Mas não é apenas a falta de ânimo que impede ‘Tenet’. Nolan imagina tecnologias impossíveis, mas não explora suas implicações mais profundas. Isso é frustrante, porque, com Sator (Kenneth Branagh), ele chega tão perto. A motivação de Sator em trazer o futuro para a guerra com o passado tem ramificações assustadoras. Em vez disso, no ápice, Nolan recua para a relativa segurança da convenção de filmes de espionagem.” The Hollywood Reporter “Se parece que esta crítica está se esquivando de descrever o enredo, isso não é apenas uma preocupação em evitar spoilers. Assisti ao filme duas vezes e ainda me sinto muito confusa sobre o que deveria estar acontecendo e por que […]. Ao final, torna-se frio e cerebral — fácil de admirar, especialmente por ser tão rico em audácia e originalidade, mas quase impossível de amar, pela falta de certa humanidade.” The Guardian “Você sai do cinema com um pouco menos de energia do que estava entrando. Há algo desagradável em um filme que insiste em detalhar sua pseudociência, ao mesmo tempo em que assume que você provavelmente não terá entendido nada. Ficamos sobrecarregados com o enredo, então nos confortamos com homilias que simplificam o que aconteceu como algo que aconteceu. O mundo está mais do que pronto para um blockbuster fabuloso, especialmente um que apresenta máscaras e fala sobre voltar no tempo para evitar uma catástrofe. É uma pena que ‘Tenet’ não seja isso.”
Black Is King: Novo álbum visual de Beyoncé é aclamado com 100% no Rotten Tomatoes
Inédito no Brasil, o novo álbum visual da cantora Beyoncé teve uma estreia elogiadíssima nos EUA nesta sexta-feira (31/7), onde atingiu 100% de aprovação no site Rotten Tomatoes, depois das primeiras 20 críticas computadas. A aclamação de “Black Is King” lembra o impacto alcançado por seu antecessor, “Lemonade”. O jornal britânico The Guardian descreveu o trabalho da cantora como “convincente em todos os sentidos” e capaz de “te levar a uma jornada emocionante”. A revista The Hollywood Reporter chamou o filme musical de “emocionante”. Além de servir de “mostra de artistas africanos, que se fundem perfeitamente com talentos americanos com raízes no continente”, o trabalho de Beyoncé tem “tanta estimulação visual que você vai querer só encarar nuvens depois de assisti-lo”. O site The Wrap classificou a produção como “uma peça extravagante de empoderamento”, que “aponta continuamente para a beleza e o poder da experiência negra”. Muitas publicações destacaram a participação de Blue Ivy, filha da cantora, como um dos pontos altos da atração. Mas além da menina e do visual estonteante, a mensagem do trabalho musical foi o que mais chamou atenção. O jornal australiano The Sydney Morning Herald resumiu: “Com o ressurgimento do movimento Black Lives Matter este ano, ‘Black Is King’ é uma declaração de orgulho oportuna e poderosa. ‘Deixe Preto ser sinônimo de glória’, diz ela – e que o mundo sente e escute”. O filme é inspirado no envolvimento de Beyoncé com a produção de “O Rei de Leão” e inclui músicas de “The Lion King: The Gift”, disco com curadoria de Beyoncé, lançado em julho passado com participações de vários artistas – Childish Gambino (Donald Glover), Kendrick Lamar, Pharrell, Jay-Z e Blue Ivy Carter (a filhinha de Beyoncé), entre outros. Mas acabou se provando mais abrangente e bem mais profundo que a influência original. Assim como “Lemonade”, “Black Is King” também conta com uma longa lista de diretores, cada um focado num “clipe” diferente – incluindo Emmanuel Adjei (do filme “Shahmaran”), Blitz Bazawule (“The Burial of Kojo”), Pierre Debusschere (dos clipes “Mine” e “Ghost”, de Beyoncé), Jenn Nkiru (“Black to Techno”), Ibra Ake (diretor criativo e produtor de “This Is America” para Childish Gambino), Dikayl Rimmasch (“Cachao”, “Uno Mas”), Jake Nava (“Crazy in Love”, “Single Ladies”, “Partition”, de Beyoncé) e o co-diretor e colaborador de longa data da cantora Kwasi Fordjour. Não há previsão para “Black Is King” chegar no Brasil, já que se trata de um lançamento da plataforma Disney+ (Disney Plus), ainda não disponível no país. Mas isto não representou impedimento para que diversas celebs brasileiras rasgassem elogios ao filme nas redes sociais nesta sexta. Será que viram mesmo?
Novo filme de Woody Allen vai abrir o Festival de San Sebastián
O novo filme de Woody Allen, “Rifkin’s Festival”, vai abrir o Festival Internacional de Cinema de San Sebastián, em 18 de setembro. Produzido pela espanhola Mediapro Studio, o filme foi rodado no verão de 2019 e tem como cenário justamente San Sebastián e outras localidades próximas. A trama gira em torno de um casal americano que comparece ao Festival de San Sebastián e se apaixona pela cidade. Escrito e dirigido por Woody Allen, “Rifkin’s Festival” tem no elenco os espanhóis Elena Anaya (“A Pele que Habito”) e Sergi López (“O Labirinto do Fauno”), o francês Louis Garrel (“O Oficial e o Espião”), a americana Gina Gershon (“Riverdale”) e o austríaco Christoph Waltz (“007 Contra Spectre”). O filme será exibido fora da mostra competitiva do festival, que acontecerá até o dia 26 de setembro. O evento de San Sebastián também projetará em sua competição uma seleção de filmes do Festival de Cannes, que foi adiado devido ao coronavírus. Com a reabertura lenta das atividades e o fim da quarentena na Europa, a organização do evento segue adiante com os preparativos. Esta será a segunda vez que Allen será responsável por inaugurar o Festival de San Sebastián, depois de abrir a edição de 2004 com o longa-metragem “Melinda e Melinda”. Naquele ano, ele recebeu o prêmio Donostia em reconhecimento por sua carreira. A estreia também será o primeiro lançamento do cineasta após ter sua carreira interrompida por campanhas negativas que tentam “cancelá-lo” devido a alegações que o perseguem desde os anos 1990 – e que foram revigoradas na era do movimento #MeToo. O diretor de 84 anos é acusado pela ex-mulher Mia Farrow e também por sua filha Dylan de ter abusado sexualmente da menina quanto ela tinha sete anos de idade. São denúncias fortes, que já foram investigadas e constaram o oposto do que a opinião pública acredita. O caso foi investigado duas vezes em 1992, uma pela Agência Estadual de Bem-Estar Infantil e outra pela Clínica de Abuso Sexual Infantil do Hospital Yale-New Haven, e ambas concluíram que Dylan não havia sido abusado. Uma das investigações concluiu, inclusive, que a menina tinha sofrido lavagem cerebral da mãe, motivada por ódio de Woody Allen. O cineasta acabou se envolvendo e, posteriormente, casando-se com a filha adotiva de Mia, Soon-Yi Previn. Casados até hoje, os dois são pais de duas filhas já adultas, que, assim como todas as atrizes que trabalharam com o diretor, jamais reclamaram do comportamento de Allen. Apesar disso, o dano a sua reputação causado pelo resgate da denúncia pelo #MeToo fez com que seu filme anterior, “Um Dia de Chuva em Nova York”), não fosse exibido nos Estados Unidos. O longa-metragem foi lançado em vários países europeus, assim como na Argentina e Brasil. Nos últimos dois anos, o cineasta também viu uma série de atores se declararem arrependidos dos filmes que fizeram com ele. Ele ainda teve que processar a Amazon, que rompeu unilateralmente o contrato de produção e distribuição de seus filmes. E enfrentou uma campanha do próprio filho, Ronan Farrow, contra a publicação da sua autobiografia. Ronan conseguiu, com cúmplices das redes sociais, que a editora original cancelasse o lançamento. Felizmente, outra editora assumiu o projeto e o livro se tornou um dos mais elogiados do ano. Intitulado “A Propósito de Nada”, a obra chega ao Brasil no segundo semestre. Com o anúncio do Festival de San Sebastián, é possível imaginar que Ronan, Dylan ou Mia coordenem novo ataque contra o diretor nas redes sociais.
Paul Schrader lamenta que Spike Lee tenha recuado após defender Woody Allen
O sempre polêmico Paul Schrader não gostou do recuo de Spike Lee, que defendeu Woody Allen num programa de rádio e depois se desculpou ao ser atacado nas redes sociais. “É desapontador. Se alguém poderia enfrentar a multidão do linchamento neste momento seria o Spike [Lee]. Mas aparentemente não. Eu segui a história de Woody, li a sua autobiografia e, francamente, acho mais credível que o discurso de Farrow“, escreveu no Facebook o roteirista de clássicos como “Táxi Driver” (1976), “Touro Indomável” (1980) e diretor de “Gigolô Americano” (1980), “A Marca da Pantera” (1982), “Temporada de Caça” (1997) e “Fé Corrompida” (2017), entre outros. Spike Lee chegou a reclamar, durante uma entrevista no sábado (13/6) no programa “In the Morning”, da rádio WOR de Nova York, da campanha de cancelamento contra Woody Allen fomentada nas redes sociais. “Gostaria de dizer que Woody Allen é um grande, grande cineasta e esse tipo de cancelamento não é apenas com Woody. Eu acho que, quando olharmos para trás, veremos que, a menos que se mate alguém, não há como você apagar pessoas como se nunca tivessem existido”, ele disse. E ainda acrescentou: “Woody é um amigo meu, um colega fã dos Knicks, então eu sei o que ele está passando agora.” Não demorou muito para Lee começar a “passar” por isso também, com ataques nas redes sociais por ter “ousado” defender Woody Allen. Sua reação foi mudar de tom e se desculpar. “Peço desculpas profundamente. Minhas palavras estavam erradas. Eu não tolerarei e não tolerarei assédio, agressão ou violência sexual. Esse tratamento causa danos reais que não podem ser minimizados. Verdadeiramente, Spike Lee”, tuitou o cineasta na tarde do próprio sábado. Woody Allen sofre tentativa de “cancelamento” devido a alegações que o perseguem desde os anos 1990 e que foram revigoradas na era do movimento #MeToo, por conta das acusações da ex-mulher, Mia Farrow, de que teria abusado sexualmente da sua filha, Dylan, quanto ela tinha sete anos de idade. Como consequência dessa campanha, ele precisou processar a Amazon, que rompeu unilateralmente o contrato de produção e distribuição de seus filmes – deixando “Um Dia de Chuva em Nova York” inédito nos EUA. E enfrentou sabotagem do próprio filho, Ronan Farrow, contra a publicação da sua autobiografia. Ronan conseguiu, com cúmplices das redes sociais, que a editora original cancelasse o lançamento. Felizmente, outra editora assumiu o projeto e o livro se tornou um dos mais elogiados do ano. Intitulado “A Propósito de Nada”, a obra chega ao Brasil no segundo semestre. Nos últimos dois anos, Woody Allen também viu uma série de atores se declararem arrependidos dos filmes que fizeram com ele. Mas a verdade é que o caso responsável por essa revolta tardia chegou a ser investigado duas vezes em 1992, uma pela Agência Estadual de Bem-Estar Infantil e outra pela Clínica de Abuso Sexual Infantil do Hospital Yale-New Haven, e ambas concluíram que Dylan não havia sido abusado. Uma das investigações concluiu, inclusive, que a menina tinha sofrido lavagem cerebral da mãe, Mia Farrow, motivada por ódio de Woody Allen, porque o cineasta acabou se envolvendo e, posteriormente, casando-se com a filha adotiva dela, Soon-Yi Previn. Isso foi um escândalo e colocou a opinião pública contra ele. É o que, aparentemente, até hoje faz as pessoas duvidarem das investigações exaustivas da época e acreditarem em Dylan, que tinha sete anos quando o abuso supostamente aconteceu. Allen e Sun-Yi seguem casados até hoje. Os dois são pais de duas filhas já adultas, que, assim como todas as atrizes que trabalharam com o diretor durante mais de meio século, jamais reclamaram ou denunciaram o comportamento de Allen por “assédio, agressão ou violência sexual”. This is dispiriting. If anyone could stand up to the PC lynch mob at this moment it would be Spike. But apparently not…. Publicado por Paul Schrader em Domingo, 14 de junho de 2020
Spike Lee se arrepende de defender Woody Allen e pede desculpas
A defesa que Spike Lee fez do “amigo” Woody Allen durou poucas horas. Após a repercussão de sua fala numa entrevista em rádio nova-iorquina, Lee foi ao Twitter dizer que estava “errado” em se posicionar ao lado de Allen contra a cultura do “cancelamento”. Na prática, Spike Lee se arrependeu de dizer o que, tudo indica, pensa de verdade. Durante uma entrevista no sábado (13/6) no programa “In the Morning”, da rádio WOR de Nova York, Lee reclamou da forma como Allen estava sendo tratado pela opinião pública. “Gostaria de dizer que Woody Allen é um grande, grande cineasta e esse tipo de cancelamento não é apenas com Woody. Eu acho que, quando olharmos para trás, veremos que, a menos que se mate alguém, não há como você apagar pessoas como se nunca tivessem existido”, ele disse. E ainda acrescentou: “Woody é um amigo meu, um colega fã dos Knicks, então eu sei o que ele está passando agora.” Não demorou muito para Lee começar a “passar” por isso também, com ataques nas redes sociais por ter “ousado” defender Woody Allen. Demorou menos ainda para mudar de tom e se desculpar. “Peço desculpas profundamente. Minhas palavras estavam erradas. Eu não tolerarei e não tolerarei assédio, agressão ou violência sexual. Esse tratamento causa danos reais que não podem ser minimizados. Verdadeiramente, Spike Lee”, tuitou o cineasta na tarde do próprio sábado. Woody Allen sofre tentativa de “cancelamento” devido a alegações que o perseguem desde os anos 1990 e que foram revigoradas na era do movimento #MeToo, por conta das acusações da ex-mulher, Mia Farrow, de que teria abusado sexualmente da sua filha, Dylan, quanto ela tinha sete anos de idade. Ele teve que processar a Amazon, que rompeu unilateralmente o contrato de produção e distribuição de seus filmes – deixando “Um Dia de Chuva em Nova York” inédito nos EUA. E enfrentou uma campanha do próprio filho, Ronan Farrow, contra a publicação da sua autobiografia. Ronan conseguiu, com cúmplices das redes sociais, que a editora original cancelasse o lançamento. Felizmente, outra editora assumiu o projeto e o livro se tornou um dos mais elogiados do ano. Intitulado “A Propósito de Nada”, a obra chega ao Brasil no segundo semestre. Nos últimos dois anos, Woody Allen também viu uma série de atores se declararem arrependidos dos filmes que fizeram com ele. Mas a verdade é que o caso responsável por essa revolta tardia chegou a ser investigado duas vezes em 1992, uma pela Agência Estadual de Bem-Estar Infantil e outra pela Clínica de Abuso Sexual Infantil do Hospital Yale-New Haven, e ambas concluíram que Dylan não havia sido abusado. Uma das investigações concluiu, inclusive, que a menina tinha sofrido lavagem cerebral da mãe, Mia Farrow, motivada por ódio de Woody Allen, porque o cineasta acabou se envolvendo e, posteriormente, casando-se com a filha adotiva dela, Soon-Yi Previn. Isso foi um escândalo e colocou a opinião pública contra ele. É o que, aparentemente, até hoje faz as pessoas duvidarem das investigações exaustivas da época e acreditarem em Dylan, que tinha sete anos quando o abuso supostamente aconteceu. Allen e Sun-Yi seguem casados até hoje. Os dois são pais de duas filhas já adultas, que, assim como todas as atrizes que trabalharam com o diretor durante mais de meio século, jamais reclamaram ou denunciaram o comportamento de Allen por “assédio, agressão ou violência sexual”. I Deeply Apologize. My Words Were WRONG. I Do Not And Will Not Tolerate Sexual Harassment, Assault Or Violence. Such Treatment Causes Real Damage That Can't Be Minimized.-Truly, Spike Lee. — Spike Lee (@SpikeLeeJoint) June 13, 2020










