Festival de Veneza começa quente com grandes astros e sexo
A 81ª edição do Festival de Veneza destaca estrelas de Hollywood, erotismo e estreias de "Coringa 2" e "Beetlejuice 2"
Autora rebate críticas a mudança de sexo e casal lésbico em “Bridgerton”
A escritora da saga literária fez pesquisas antes de aprovar a inclusão de um casal homoafetivo na trama
Billie Eilish lança clipe da música queer e dançante “Lunch”
Hit fala de desejo por outra garota e traz a cantora assumindo sua sexualidade pela primeira vez
Filha de Tadeu Schmidt tranca faculdade após sofrer preconceito
Valentina Schmidt, filha do apresentador Tadeu Schmidt, revelou que decidiu trancar seu curso de Artes Cênicas após enfrentar discriminação por parte de professores. A jovem de 21 anos se identifica como queer e contou que o preconceito se intensificou após a exposição pública sobre sua orientação sexual. Preconceito na sala de aula “Tive alguns professores que me desencorajaram. Uma em especial fazia vários comentários homofóbicos sobre mim e também comentários ofensivos sobre o meu pai. Pensei: ‘Não vou ficar em um ambiente em que não me sinto bem-vinda'”, afirmou Valentina em entrevista ao jornal O Globo. Atualmente, ela estuda Artes Cênicas na Casa das Artes de Laranjeiras (CAL), no Rio de Janeiro. Antes da universidade, Valentina já havia experimentado hostilidades em outros ambientes educacionais. Ela contou que teve de trocar de escola no Ensino Médio por conta do bullying sofrido. “Chegou a um ponto em que eu não aguentava mais. Nunca aceitei injustiça e sempre me posicionava”, revelou. Mas Valentina não enfrenta preconceito apenas no ambiente escolar. A jovem relatou que ataques homofóbicos também são constantes em suas redes sociais. “Se fosse há alguns anos, eu ficaria muito abalada com os comentários que vejo na internet, mas hoje em dia não me abala”, disse. A visibilidade queer A jovem também explicou que o alarde em torno de sua orientação sexual tomou grandes proporções, principalmente devido à visibilidade conferida por ser filha de Tadeu Schmidt, apresentador do “Big Brother Brasil”. “Fiz porque finalmente estava confortável comigo mesma e queria mostrar para o mundo que tenho orgulho de ser quem eu sou”, concluiu Valentina. Tadeu Schmidt é casado há 25 anos com Ana Cristina e, além de Valentina, tem outra filha, Laura.
Joaquin Phoenix viverá romance gay em novo longa do diretor de “Carol”
O ator Joaquin Phoenix (“Coringa”) vai estrelar um novo projeto do diretor Todd Haynes (“Carol”) ainda sem título divulgado. A trama será um romance gay de época ambientado na década de 1930 em Los Angeles. A informação foi revelada pelo próprio Haynes durante sua passagem pelo Festival de Cannes. “O próximo filme é um longa que é um roteiro original que desenvolvi com Joaquin Phoenix baseado em alguns pensamentos e ideias que ele me trouxe”, revelou o diretor ao IndieWire. “Nós basicamente escrevemos com ele como um escritor de histórias. Eu, Jon Raymond e Joaquin compartilhamos o crédito da história”. Ainda segundo Haynes, ele espera que o filme comece a ser rodado no início do próximo ano. Seguindo a linha conceitual dos filmes estrelados por Phoenix, o longa deve retratar temas adultos de forma crua. “Joaquin estava me pressionando ainda mais e dizendo ‘não, vamos mais longe’”, disse Haynes. “Este será um filme NC-17” (expressamente proibido para menores nos EUA). Com a previsão da classificação indicativa mais elevada, abaixo só da pornografia, a trama deve trazer cenas fortes. Narrativas LGBTQIAPN+ são comuns para o diretor, já consagrado em produções do gênero como “Veneno” (1991), “Velvet Goldmine” (1998) e “Carol” (2015), sendo esta última coprotagonizada pela atriz Rooney Mara, esposa de Joaquin Phoenix. Entretanto, a escalação de um ator heterossexual para uma história queer foi alvo de críticas negativas do público. Nas redes sociais, apontaram que o longa deveria ser estrelado por um ator gay e não por Phoenix. Além disso, os internautas pontuaram que o mesmo foi feito em “Carol”. O romance lésbico foi protagonizado por Rooney Mara ao lado de Cate Blanchett, duas atrizes também heterossexuais. Inclusive, Blanchett interpretou novamente uma personagem queer no aclamado “Tár” (2022), que rendeu uma série de indicações ao Oscar, incluindo na categoria de Melhor Atriz. O argumento na internet é que esse hábito da indústria em escalar atores heterossexuais para papéis LGBTQIAPN+ a torna menos inclusiva, impedindo a verdadeira representatividade em produções prestigiadas. “Não há mais homens gays em Hollywood para interpretar esses papéis agora?”, ironizou uma internauta”. “Por que estão escolhendo todos esses atores heterossexuais para interpretar homens gays?”, disse outra. “Joaquin é um ator incrível. Mas o último ator gay a ganhar um Oscar foi John Gielgud em 1981. Então, se mais um homem heterossexual ganhar um Oscar por interpretar um personagem gay, vou ficar um pouco irritado”, apontou outro comentário Até o momento, nem Phoenix ou Haynes se pronunciaram sobre as críticas. Recentemente, o diretor compareceu ao Festival de Cannes para a premiere de seu novo longa “May December”, que concorre à Palma de Ouro. Exibido no evento no último sábado (20/5), o filme foi aclamado pela crítica especializada. No gay men left in Hollywood to do these roles now? — sk (@generalmyth) May 21, 2023 Why are they choosing all these straight actors to play gay men?this is like the 4th gay romance movie filmupdates posted with no actual gay men. — riley (@Ripleyriley26) May 21, 2023 Joaquin is an incredible actor. But the last gay actor to win an Oscar was John Gielgud in 1981. So if one more heterosexual man wins an Oscar for playing a gay character, I'm going to be a little pissed off. — Drew (@drewlpool) May 21, 2023
Pedro Pascal e Ethan Hawke vivem romance no trailer de faroeste de Almodóvar
A produtora Saint Laurent (sim, da grife) divulgou o trailer e o pôster de “Strange Way of Life”, um curta de Pedro Almodóvar (“A Pele Que Habito”). A prévia traz Pedro Pascal (“The Last of Us”) e Ethan Hawke (“Cavaleiro da Lua”) interpretando pistoleiros que vivem um romance em meio a perigos. A produção é o segundo projeto em inglês do diretor espanhol, depois de “The Human Voice” (2020), outro curta, estrelado por Tilda Swinton. A produção traz aspectos que lembram “O Segredo de Brokeback Mountain” (2005), ou como o filme seria no estilo Almodóvar. Quase duas décadas atrás, o cineasta teve a oportunidade de dirigir o filme de Jake Gyllenhaal e Heath Ledger, mas desistiu da oferta com medo de não ter liberdade criativa para fazer o filme como queria. A produção de 30 minutos segue Silva (Pascal), um cowboy que viaja a cavalo pelo deserto para encontrar um velho amigo, o xerife Jake (Hawke), que ele não vê há 25 anos. Logo, Silva descobre que sua viagem não foi feita para relembrar o passado. O trailer mostra os dois homens desvendando sua complicada história romântica. “Este é um faroeste queer, no sentido de que existem dois homens e eles se amam, mas se comportam nessa situação de maneira oposta”, disse Almodóvar em um episódio de “Dua Lipa: At Your Service”. “O que posso dizer sobre o filme é que ele tem muitos elementos do faroeste. Tem o pistoleiro. Tem o rancho. Tem o xerife. Mas o filme tem o que a maioria dos faroestes não tem, é o tipo de diálogo, que eu acho que nenhum filme desse gênero capturou entre dois homens”. Anthony Vaccarello, atual diretor criativo da Saint Laurent, é o figurinista e produtor do filme. Alberto Iglesias, músico espanhol e colaborador de Almodóvar, é também produtor e compositor da obra. O curta terá première mundial no Festival de Cannes, durante o mês de maio, e depois será exibido pela plataforma Mubi.
Daniel Craig vai estrelar drama gay com ator de “Outer Limits”
O cineasta italiano Luca Guadagnino vai dirigir uma adaptação do romance “Queer”, clássico LGBTQIAP+, com Daniel Craig (“007: Cassino Royale”) no papel principal. O ator Drew Starkey (o Rafe de Outer Banks”) será o par romântico de Craig. O eterno agente 007 vai interpretar Lee, que busca amor e desejo em bares do México dos anos 1950. Além de Craig e Starkey, o elenco conta com Lesley Manville (“The Crown”), Henry Zaga (“Quem é você, Alasca?”) e Jason Schwartzman (“Scott Pilgrim Contra o Mundo”). Baseada na obra do escritor William S. Burroughs – que ficou três décadas proibida – , “Queer” será o 14º filme de Guadagnino, que ganhou popularidade após o lançamento de “Um Mergulho No Passado” (2015), com Tilda Swinton, Ralph Fiennes e Dakota Johnson, e estourou com “Me Chame pelo Seu Nome” (2017), também sobre um romance gay. Antes do lançamento de “Queer”, Guadagnino tem “Challengers” pela frente, que está atualmente em pós-produção. Estrelado por Zendaya (“Euphoria”) e Josh O’Connor (“The Crown”), o filme segue tenistas que competem em um torneio e reacendem velhas rivalidades pessoais.
Daniel Craig será gay no próximo filme do diretor de “Me Chame pelo Seu Nome”
O ator Daniel Craig (“007: Sem Tempo para Morrer”) vai estrelar o filme “Queer”, adaptação do livro homônimo de William S. Burroughs (o autor beatnik de “Almoço Nu”), que será dirigida por Luca Guadagnino (“Me Chame pelo seu Nome”). A obra acompanha o alter ego de Burroughs, William Lee, na Cidade do México, vivendo de empregos de meio período e entre bares frequentados por estudantes universitários americanos expatriados. Lee é autoconsciente, inseguro e motivado a perseguir um jovem chamado Allerton, personagem que foi inspirado em Adelbert Lewis Marker (1930-1998), um militar reformado da Marinha americana que fez amizade com Burroughs na Cidade do México. O livro é uma continuação direta de “Junkie”, outra obra famosa do autor, e retrata a abstinência de drogas de Lee/Burroughs, que ele tenta superar com álcool e com a paixão obsessiva por Allerton. Escrito entre 1951 e 1953, só foi publicado 30 anos depois, em 1985, devido ao tema explícito da homossexualidade do protagonista. O filme ainda não tem previsão de estreia. Daniel Craig será visto a seguir em “Glass Onion: Um Mistério Knives Out”, continuação de “Entre Facas e Segredos” (2019), que estreia em 23 de dezembro na Netflix. Luca Guadagnino, por sua vez, acabou de lançar o drama “Até os Ossos”, que deve marcar presença na temporada de premiações. Ele também está envolvido no filme esportivo “Challengers”, que será estrelado por Zendaya (“Euphoria”), mas ainda não tem previsão de estreia.
O Ornitólogo enverada pelo erotismo místico em busca de Deus
O diretor português João Pedro Rodrigues é conhecido por abordar a homossexualidade em seus filmes desde “O Fantasma” (2000), passando por “Odete” (2005) e “Morrer como um Homem” (2009). Nesse sentido, até que “O Ornitólogo” (2016) é sutil no que se refere à quantidade de cenas com apelo homoerótico. Na verdade, só há uma cena erótica: quando o protagonista Fernando (Paul Hamy, de “Apesar da Noite”) encontra Jesus, na figura de um pastor de cabras surdo-mudo. De enredo onírico e simbolista, não deixa de ser uma realização admirável desde o começo, acompanhando Fernando em seu trabalho como cientista observador de pássaros. Sua vida muda quando seu caiaque é tragado pela correnteza de um rio. Ele é resgatado por duas chinesas católicas que o salvam e dizem precisar de sua ajuda para chegar no caminho de Santiago. Em vez disso, porém, elas o amarram e têm planos sádicos para o rapaz. Fernando desde o começo se mostra ateu. Afirma para as chinesas que não existem demônios nem Deus. Seu encontro com a espiritualidade acontece de maneira curiosa, culminando numa completa conversão, com a rejeição total da vida que levava, da identidade e até das próprias feições. Suas novas feições aos poucos são percebidas pelo ponto de vista das aves. É quando vemos seu outro eu, Antônio, vivido pelo próprio cineasta João Pedro Rodrigues. Completam o rol de bizarrices um trio de amazonas seminuas que falam latim, o encontro com um homem morto, um grupo de homens fantasiados para um ritual ao mesmo tempo macabro e idiota, e uma pomba branca, que deve ser a representação do Espírito Santo. Nessa brincadeira entre o sagrado e o profano, o protagonista, por mais que o vejamos com algum distanciamento, é o único elo com a normalidade do mundo dito real em comparação ao mundo místico que João Pedro Rodrigues projeta em seu caminho, que curiosamente apresenta paralelos à história de Santo Antônio de Pádua. Premiado em festivais menos tradicionais, confirma o talento de Rodrigues como um dos melhores representantes do cinema queer atual.
Estudo revela exibição recorde de personagens LGBTQ na TV americana
Nunca houve tantas personagens LGBTQ (a nova nomenclatura que acrescenta Queer no que já foi GLS, LGBT e continua morfando como Power Rangers coloridos) nas séries das redes de televisão dos EUA. E, mesmo assim, são apenas 4,8% do total de personagens exibidos em horário nobre. O levantamento foi feito pela ONG GLAAD (Gay & Lesbian Alliance Against Defamation), que também observou que a representação de lésbicas diminuiu, a de bissexuais aumentou, que há mais mulheres em papéis de protagonistas e maior diversidade racial. O relatório Where We Are on TV, divulgado pela organização norte-americana de defesa dos direitos das minorias sexuais mostra um avanço “encorajador”, segundo Sarah Kate Ellis, presidente da GLAAD, em comunicado. É um avanço que continua a colocar a televisão à frente do cinema americano, que em 2015 tinha apenas 17,5% de filmes de grande orçamento com personagens LGBTQ, mas a luta continua por “retratos mais diversificados e intrincados da comunidade LGBTQ”, defende Ellis. A GLAAD localizou 43 personagens regulares e 28 recorrentes (que aparecem em alguns episódios) identificadas como LGBTQ nas séries em exibição no horário nobre dos canais de televisão em sinal aberto nos EUA, dentro de um universo total de 895 personagens. Além desses, foram encontradas mais 92 personagens LGBTQ centrais e 50 recorrentes que integram séries de canais de televisão por assinatura. O total contrasta 71 personagens LGBTQ na televisão convencional e 142 em serviços pagos. O estudo também observou que as plataformas de streaming são mais liberais no tratamento da sexualidade, encontrando sucesso e prêmios com séries que tratam abertamente da sexualidade, como “Transparent” e “Orange Is the New Black”, lançados respectivamente pela Amazon e pela Netflix. Ainda assim, estas plataformas ainda pecam pela falta de outra diversidade: racial. “Os canais pagos e de streaming ainda têm de incluir personagens LGBTQ mais diversificadas em termos raciais, já que a maioria das personagens fixas e regulares nessas plataformas são brancas” (os números ultrapassam os 70%). As mulheres negras são menos representadas do que os homens, apesar de se ter atingido um “recorde” com 20% de personagens fixas nos canais abertos de raça negra. Pior só os personagens transgênero nas televisões: três na TV aberta, contra seis na TV paga e sete nos serviços de streaming. Além disso, a representação das lésbicas diminuiu “drasticamente” na TV aberta, representando apenas 17% do total de personagens LGBTQ, chegando a encolher ainda 2% na televisão paga. A situação causou certo alarde pela maneira como esta diminuição aconteceu, “com personagens atrás de personagens sendo mortas, numa danosa metáfora para ‘enterrar os gays’” que “transmite uma mensagem perigosa de que as pessoas LGBTQ são secundárias e descartáveis”, disse Ellis, sobre uma escolha narrativa considerada comum, em que a morte de uma personagem gay serve o propósito de fazer avançar a história de uma personagem heterossexual, por exemplo. Segundo o estudo, mais de 25 personagens femininas lésbicas ou bissexuais morreram na TV desde o início deste ano, geralmente de forma violenta. Para terminar numa nota positiva, o estudo destaca um aumento na presença de pessoas portadoras de deficiência nas séries norte-americanas, que chegaram a 1,7% do total das personagens da TV aberta.









